Um. Dois. Três, e assim vai até ter 12 canhões. 12 tributos mortos no primeiro dia. Então, a Capital mostra os mortos. O garoto que eu vi na praia, que acabou sendo arrastado por uma lula bestante gigantesca no mar. O garoto do deserto, que morreu lutando com o lagarto bestante. Ambos o distrito 6 e 8. O garoto da praia era do 7, e do deserto era do 9. A menina do 3 e o garoto do 11. Ambos do 5.

Chris e Vivian haviam voltado para a Cornucópia, afinal, seus aliados estavam lá. Ao chegarem na Cornucópia cheia de armas, eles encontram uma garota de cabelo preto e dos olhos cinzentos.

–Ah, vocês vieram! –ela diz animada. –Sou Ágatha. Ágatha quer dizer a bondosa, sabia?

–Bem, espero exatamente isso de você, que você não nos mate. Distrito 4? –Chris pergunta.

–Ah, sim! Ambos do 1 estão na outra Cornucópia. –ela falava rapidamente. Parecia um pouco infantil.

–Tem mais gente? –Vivian pergunta.

–Ah, o meu companheiro, o James, ele foi para a praia. Foi pescar, ver se acha algo para nós. Sabe, ele reclamou que essa comida da capital não tinha nenhum “ômega 3” e foi pescar. –ela se embolava nas palavras.

–Ah, bem. –Vivian dizia timidamente. Um grito vem da praia.

–Socorro! Meu Deus! Que macumba é essa? Da onde aquela coisa veio? Das trevas?! –uma figura de cabelos loiros e cacheados sai correndo, tropeçando enquanto corria.

–... E aí está o James. –Ágatha sussurra. –O que foi, criatura?! –ela grita indo até ele.

–Um... Um... Um polvo gigante saiu das trevas no meio do mar! –James dizia ofegando.

–James, James. Está delirando? –Ágatha pergunta. Chris ilumina o rosto de James com uma lanterna.

–Vocês se parecem muito. São irmãos? –ele pergunta.

–Gêmeos! Legal, não? –Ágatha diz sorrindo. –O que houve na praia? –ela dizia ajudando James.

–Eu estava pescando, estava de boa na lagoa, quando eu vejo algo vindo na direção da minha vara. –ele aponta para a vara na sua mão. –Eu, ingênuo demais, pensando que era um peixão, comecei a puxar a linha! Só que, quando a minha presa estava chegando, um tentáculo gigante puxa a vara! Eu consegui a vara, não sei como, e sai correndo!

–Qual o seu problema?! –ela pergunta brava. –Como se preocupou com a vara e não com a sua vida?!

–Foi a única vara que eu achei... –ele ofegava. Ágatha perde a paciência e vai para a outra Cornucópia. A menina do Distrito 1 chega. Loira, cabelo cacheado, olhos verde esmeralda. Ah não. Glimmer ressuscitou em outro corpo?

–Sou Lorien. –ela diz. –Quem vai ficar de vigília? Já esta de noite, preciso dormir para minha pele ficar diva.

Meu. Deus.

–Eu fico. –James diz. Lorien puxa um saco de dormir e se enrosca no saco.

–Vou dormir também, para minha pele ficar diva. –Vivian diz ironicamente, brincando com Lorien, pensando que ela está dormindo.

–Eu ouvi isso. –Lorien fala brava. –Sabe, vocês meninas dos outros distritos não se preocupam com a aparência. Patético. –ela se vira e dorme. Chris tira um saco de dormir e também dorme.

As pessoas que estavam na sala reservada começam a sair. Dez horas da noite. Resolvo voltar para o meu andar. Pego o elevador, vou para o andar “2”, tomo um banho e vou dormir.

Acordo com o barulho do toque do telefone.

–Alô. –digo sonolento.

–CATO! VOCÊ ESTAVA DORMINDO? VOCÊ NÃO ESTAVA VENDO OS JOGOS?! LIGA A TV! LIGA A TV! OLHA OLHA!!!!!!!!!!!!!!!!!!! –Clove estava desesperada no telefone. Imagino o pior. Ando rapidamente de pijama até a sala, já que agora, Kate, Sammy e Todd saíram do andar. Ligo a TV. A lula, que eu esperava ser gigante, na verdade, era o triplo de gigante. Uma dúvida que não quer calar: como ela cabe naquele mar?! E como ela ta fora da água?! Ah, espera, ela é um bestante.

–ACORDA CHRIIIIIIIIIIIIS!!!!!!!!!!!!!!!!!! –Clove gritava desesperadamente. A lula se arrastava até a areia, mas recuava. Se arrastava e recuava.

–Fica olhando. Ela não vai passar da praia. –digo calmamente. Sei disso. Ela chega na metade da areia, e recua, ela não consegue passar disso. Tem algo bloqueando ela. A lula desiste e volta pro mar. Nenhum tributo percebe sua presença na areia.

–CATO, FOI VOCÊ QUE PLANEJOU ESSA ARENA?! –Clove perguntava. –Como você soube?

–Tem algo bloqueando ela. É fácil. Você estava tão desesperada que não percebeu.

–Humpf. Patético. Fui enganada! –ela começa a reclamar.

–Clove, por favor, são QUATRO DA MADRUGADA. Sou um mentor, preciso conquistar patrocinadores. E não se conquista um bocejando toda hora.

–Tudo bem. –ela se acalma. Deixar ela desabafar sempre acalma ela.–Boa noite, meu campeão.

–Boa noite. Pequena. –ela desliga o telefone. Volto para minha cama e durmo.

O despertador toca. Sete horas da manhã. Levanto da cama esfregando os olhos. Tomo um banho e vou para a sala de jantar. Uma Avox serve o café. Após tomar o café, escovo meus dentes e vou para a sala reservada na estação de trem.

Sento no sofá. Ao invés de passar os Jogos, Caesar entrevistava um Idealizador.

–Seneca! A arena está bem agitada, não? –Caesar dizia com um sorriso de orelha a orelha.

–Bem, digamos que nós nos superamos esse ano na arena. Levamos anos para conseguir esse presentinho na arena. –Seneca dizia com o sotaque. –Estamos muito satisfeitos com a arena.

–Vocês já tinham em mente essa arena há muito tempo? –Caesar pergunta.

–Podemos dizer que, como essa arena é complexa, pois 100 anos de Jogos Vorazes é surpreendentemente ótimo, resolvemos marcar esse ano na história de Panem. Então, começamos a pensar na edição 90 dos Jogos.

–Uau. É mesmo muito tempo. Você disse que a arena terá um presentinho, pode nos dizer qual é? –Caesar pergunta curioso.

–Digamos que você pode simplesmente morrer congelado nela. Ou mutilado. Ou comido vivo. Se não tomar cuidado. –Seneca sorri. –Damos dois dias. Aí ocorre a mudança.

–Queremos mais! Diga mais sobre a arena! –Caesar diz. A platéia vibra.

–Sinto muito. Não posso falar mais nada. Vamos ver a arena? –Seneca diz apontando para um telão.

Então os Jogos são mostrados novamente.

Mostrava a menina do 7, eu acho. Ela estava na floresta. A arena estava particularmente bonita. O céu estava um azul limpo. A água do mar estava cristalina. O deserto era convidativo. A floresta estava mais viva do que nunca.

A menina estava com uma mochila. Sem armas. Ela escala uma árvore, mas escorrega e cai. Quando ela fica no chão, algo se mexe atrás de uma moita. Parece que a menina não ouviu.

Da moita, sai três dardos que atinge a menina na coluna. A menina fica com a respiração pesada, e cai morta no chão. Dardos venenosos. Sinistro. E o assassino nem precisou sair da moita.

Um canhão. A câmera muda para a Cornucópia. Chris já estava acordado, e James fazia uma fogueira.

–Um coelho. –Ágatha dizia, entregando o coelho para James.

–Ok, onde está o meu parceiro? –Lorien pergunta. –Ele simplesmente sumiu!

–Como assim sumiu? Ele pode ter morrido. –James fala.

–S-U-M-I-U. Ele simplesmente evaporou! Ele me disse ontem que já estava acabando de separar uns suprimentos...

–Cof cof ele é um traidor cof cof –James dizia, fingindo tossir.

–Não é não! –Lorien defende.

–Ok, já que você acha isso... –James dizia. –O COELHO TÁ PRONTO!

O dia se passa assim, não ocorreu mais nenhuma luta. Consigo mais um patrocinador, que quis patrocinar Chris. A noite chega e volto para o meu andar, privado agora. Tomo um banho, janto e durmo.

Acabo acordando mais cedo, então resolvo assistir um pouco dos Jogos. Ligo a TV, e como esperado, lá estava os Jogos Vorazes.

Estava tudo branco. A Capital mostrava a arena por cima. Árvores cobertas de neve, o mar havia congelado. A areia virou neve, e as árvores... Pareciam pinheiros. As Cornucópias estavam cobertas de neve. O deserto, pelo menos, estava normal.

Eu não entendo. De um dia para o outro, com um Sol de rachar, começa a nevar?