Edição 74 De Jogos Vorazes Pela Clove escrita por Sadie


Capítulo 51
Minha felicidade é atacada




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Lucca e Chris ficarão no treinamento até ás 20:00, e Clarisse foi para a casa de uma amiga. Aproveito esse tempo que tenho e vou comprar flores. Compro um buquê de rosas vermelhas, e um pacote de pétalas de rosa da mesma cor. Volto para casa e começo a preparar as coisas.

Nunca fui um bom cozinheiro, mas sempre cozinhei para os meus filhos quando Clove não estava em casa, e, pelo menos, até hoje eles não reclamaram.

Preparo um pernil assado e enfeito com laranjas e preparo arroz.

Pego as pétalas e jogo, da porta até a sala de jantar. Coloco uma toalha branca na mesa e sirvo a comida. Pego o buquê e coloco no meio da mesa. Vou para um banheiro e tomo banho rapidamente, visto uma calça preta e uma blusa branca. Desço a escada e então ouço a porta batendo. Clove chegou.

Ouço vozes. Será que ela pegou Lucca e Chris mais cedo? Ela entra e fica olhando as rosas no chão. Ela vai até a copa e pergunta:

–Pra quê tudo isso?

–Pra você, ué. –respondo. Então ouço passos. E lá aparece o infeliz. Olho para Clove, e vejo que ela ficou sem graça.

–Jonathan veio comigo.

–Tudo bem. –digo, segurando a vontade de dar um soco no meio da fuça do cara. Clove o convida para se sentar, ela senta e ele senta do lado dela. Sento na ponta, ao lado de Clove. Nos servimos e os dois começam a conversar.

–Jonathan, o que você faz da vida? –Clove pergunta.

–Pacificador. Fui deixar meu filho no treinamento.

–Ah, então você é casado? –pergunto. Safado, queria arranjar uma amante. Mais um motivo pra eu dar um soco nele.

–Não, não. Minha esposa morreu há dois anos. –ele responde. –Pelo que vejo, você se deu bem hein. –fuzilo-o com o olhar. Levanto da mesa rapidamente, mas Clove me segura. –Que foi? Apenas fiz um elogio! A verdade tem que ser dita. –me seguro para não dar um murro na cara dele. Apenas sorrio forçadamente.

Quando acabamos de comer, conversamos e Jonathan resolve ir embora. Faço questão de levá-lo até a porta, e quando ele já está fora de alcance, solto:

–Finalmente esse cara foi embora! Que chatice.

–Cato. –Clove me repreende.

–Que foi?

–Para de falar assim dele.

–Ah, vai defender aquele otário agora? –digo de deboche.

–Aquele “otário” é meu amigo! Olha só, não quero brigar com você. Vou lá fora, e só me procure quando você estiver mais calmo – ela responde brava. Clove sai irritada da casa e bate a porta. E percebo que estou deixando minha felicidade ir embora. Saio atrás dela.

Vejo-a entrando na floresta, onde costumávamos ficar.

–Clove! –grito. Ela continua. Vou atrás dela. –Clove! –avisto-a um pouco á minha frente. Alcanço ela e seguro o seu braço.

–Tá mais calminho? –ela pergunta de deboche. Suspiro. –parece que não. –ela se solta do meu braço e continua adentrando na floresta. Corro atrás dela e a imobilizo contra a árvore.

–Dá pra parar? –peço. –Vamos apenas conversar.

–Conversar sobre o que? Sobre esse seu ciúme que me impede de reencontrar velhos amigos? Não, obrigada. –ela se esquiva e continua. Provavelmente ela irá até o centro da floresta, onde nos encontrávamos, onde a cerca acabava. Continuo seguindo ela, até o centro da floresta.

A grama era um verde saudável, as árvores tinham as folhas rosas, algumas árvores com folhas verdes. Debaixo da árvore rosa, e do lado do lago, estava o tronco de madeira em que costumávamos sentar para conversar. Adiante do lago, estava a cerca elétrica. Sempre ficou ligada.

E lá estava a minha felicidade ultrapassando a cerca, que por um motivo inexistente, estava desligada. A minha felicidade, teimosa como sempre. Ela sabia dos perigos que havia fora da cerca, porque ela ultrapassaria?

–Clove! Para! É perigoso! –ela me ignora. Resolvo então seguir ela.

–Para de me seguir. Não preciso da sua proteção!

–Ah, não? Então ta. –Sento na grama e fico observando ela, até ela sumir no meio da névoa.

Dez minutos se passam. Quinze, vinte, trinta. Então eu ouço um grito.

O mesmo grito em que ela usou na Cornucópia, fazendo meu coração parar. O mesmo grito que ela usou quando estava prestes a ser morta.

Levanto rapidamente e saio correndo em direção ao seu grito. E se for um urso? Forte demais para quebrar o pescoço. Estou sem armas, como vou defender a minha alegria e o meu motivo de acordar todas as manhãs?

E se não for um urso? E se for teleguiadas? Continuo a correr, quando chego nela.

E não, não era um urso. Muito menos teleguiadas. Era um bestante, e dos grandes.

Corpo e patas de rato, cabeça de leão. Tamanho de um rinoceronte.

Ok, já vi muitos bestantes, mas esse é novo. Todo bestante passa por uma fase de teste, e simplesmente, resolveram testar com a minha esposa!

O rato mutante tinha encurralado Clove contra duas pedras, e ela não conseguia fugir. Clove estava desesperada, tentava pegar inutilmente algo que estava no chão. Observo de longe, e vejo que é uma faca.

Sério? Clove anda armada!

Ela me vê e se desespera mais ainda. Faço um gesto para que Clove se acalmasse, e ela aponta para a faca no chão. Faço com a cabeça que eu entendi, e vou andando cuidadosamente em direção a faca, que estava nas patas traseiras do bicho.

Estou quase alcançando a faca quando piso num graveto. Maldita hora em que tem um graveto! Nem tem árvores por perto!

O bicho se vira rapidamente em minha direção, esquecendo que Clove existe. Agarro a faca rapidamente antes que o bicho pule em cima de mim. Ele pula na minha direção, mas enfio a faca em sua barriga. Ele apenas uiva, e continua andando em minha direção. Jogo a faca para Clove, já que ela não era mais a atenção do bicho.

Ela joga a faca no pescoço do rato. O ferimento sangra, mas o bestante nem cair, cai. Esse bicho não morre. A última esperança é fugir.

–Clove! Foge! -mando.

–Não! -ela diz, quase chorando.

–Vai logo! Eu vou ficar bem!

–Eu vou buscar ajuda!

Não sei de quem, penso. Ela sai correndo me deixando sozinho com o enorme bestante. Ele olha para Clove correndo, e aproveito esse momento e tento fugir, mas ele me impede pondo a sua pata na minha frente. Ele me empurra e bato a cabeça numa pedra, e a dor é imediata. Chuto sua barriga aonde esfaqueei, mesmo nessas condições, ainda me restar a força. Ele uiva e vacila, caindo no chão. Pescoço e barriga sangrando, ele fica no chão.

Saio correndo dali, consigo chegar á cerca, pulo, mas a tonteira por causa da batida faz com que eu desmaie.


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