Edição 74 De Jogos Vorazes Pela Clove escrita por Sadie


Capítulo 43
Final




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Acordo com um barulho de canhão. Dou um pulo. Onde está Brutus? Já é de noite. Ele já devia ter chegado, foi procurar os outros tributos de manhã.

Ouço outro canhão. Esse pode ter sido Brutus, ou o primeiro canhão. Não. Ele não pode ter morrido. Mas as chances dele de ser morto aumentam bastante por causa de Felix.

Afasto esse pensamento de minha cabeça. Esses canhões foram de suas vítimas.

Olho para o ferimento da minha perna. O facão quase atingiu em um ponto vital, por sorte. Puxo a minha mochila para perto de mim, pego o último saquinho de comida daquela bolsa. Abro o saquinho e pego uma maçã. Mordo-a e sinto o gosto amargo. Ela havia estragado. Agora só falta eu ficar doente por causa de uma maçã estragada!

Cuspo o pedaço e jogo a maçã no meio da selva. Pego outra maçã do saquinho e a examino. Estragada. Aperto ela com meu dedo. Mole. Todas as maçãs estragaram. Jogo o saquinho todo fora. Abro a outra mochila e pego o pacote de biscoitos. Como um, como dois, e acabo comendo todos.

Jogo fora o saquinho. Sede. Procuro uma garrafinha, mas não encontro. Não consigo me levantar para procurar na mochila de Brutus, que estava longe de mim. Ouço passos apressados. Aposto que é Brutus. E lá estava ele, arfando por causa da correria.

–Porque estava correndo? –pergunto

–Felix me achou. –ele diz. –matei dois tributos. Só faltam quatro.

Ouvimos um canhão.

–Três. –completo. –eu, ele e você.

–Escute. Agora, ele virá atrás de nós. Temos que ter cuidado. Nesse exato momento ele deve estar nos procurando. Se ele me matar primeiro, você terá que se defender sozinha...

–Com essa perna?!

–Sim, com essa perna, e sua excelente mira com facas. Eu não vou morrer sem motivo. –ele fala. Nesse momento, uma faca corta a garganta dele. Seu corpo sem vida cai no chão, e lá estava Felix Craster pronto para me matar. Ele anda até mim e diz, sorrindo.

–Parece que você sobreviveu, não é? Que peninha... Brutus apenas adiou sua morte.

–É obvio que um dia eu vou morrer, mas esse dia não será hoje.

–É mesmo? Brutus não está aqui... Seu namoradinho não está aqui... Não tem ninguém para te salvar. Já reparou que você não consegue se defender sozinha? Porque você não passa de uma ratinha.

Ratinha. Esse apelido me vem à mente. Apenas o pessoal da academia me chamava assim. É claro! Ele fazia parte da academia. Ele era um daqueles caras de 16 anos que me chamava de ratinha. E eu só tinha seis anos... Como eu pude me esquecer? Também, ele mudou tanto. A cor do cabelo e a cor dos olhos.

–Você! Você ficava implicando comigo na academia!

–Ora, a ratinha sabe raciocinar! É um grande avanço, realmente... Tenho que te parabenizar. Pena que está na hora de te matar.

–Você não passa de um idiota.

–Ei, ei. Um idiota com uma família. Sabe, eu tenho que voltar para casa. Eu tenho filhos e uma linda esposa.

–Que pena que você não vai voltar para casa, né? –digo em tom de ironia. Jogo uma faca nele.

–Não quer conversar? Tudo bem então. –ele joga uma coisa pontuda que não consigo identificar na minha direção. Consigo desviar, mesmo com a perna ruim. –acho que vou ter que ir corpo a corpo. –uma tempestade começava. Parecia que era um furacão. Parecia não, era.

–Sua carona chegou. –digo, tentando empurrar ele para perto do furacão. Ele pega uma maça e tenta me golpear. Desvio e pego uma lança que estava do meu lado. Jogo em direção a barriga dele, mas apenas raspa. Ele perde a noção da coisa e joga a maça em minha direção, mas o vento puxa. Ele se enfurece e vai em minha direção, pensando que estou desarmada. Ele me dá um soco e caio no chão. Pego a faca que estava do meu lado e espero ele vir de novo. Ele me agarra e tenta me enforcar, só que eu consigo esfaqueá-lo na barriga. Ele grita e cai no chão.

Afasto-me dele, quando percebo que minha perna sangrava. Muito. Cadê o canhão?

De repente a tempestade para. A voz de Templesmith ecoa na arena.

–Senhoras e senhores, anuncio a vocês a vencedora da septuagésima quinta edição de Jogos Vorazes! Clove Diffin!



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