Acordo e vejo que Cato ainda estava dormindo. Tiro o braço dele cuidadosamente para não acordá-lo. Ando até a Cornucópia e a observo. Pelo menos, o que restou dela. Não deve ter sobrado nada. Está obvio que quem fez isso foi Katniss, e que ela tinha uma aliada. Ainda aposto na Rue. O Tresh não podia ser, a garota do distrito 5 também não, só resta ela, apesar de que aonde o Marvel tinha ido a procura de Katniss, Rue estava junto. Jogo fora o resto da água velha e coloco uma nova. Bebo a garrafa inteira. Coloco novamente água nova. Ando em direção a floresta e tento caçar algo. Vejo um esquilo e jogo uma faca nele. Erro. O animal se assusta e sai correndo. Reviro os olhos e continuo andando, Ouço um barulho e gritos. Ando em direção ao barulho. Começo a ouvir os gritos. É o meu nome. Vejo a criatura que me chama sair do meio do mato.

–Resolveu incorporar o garoto do distrito 3? –pergunto

–Te achei! Você quase me matou! Pensei que tinham te levado! –ele responde bravo.

–Cato, eu sei me cuidar.

–Ah, claro! Sabe tanto que quase foi morta pelo Tresh!

–Isso foi uma exceção. Pegar o inimigo por trás é corvadia. –me defendo. Ele anda até mim e me abraça.

–Eu chorei muito ontem? –pergunto

–Não, claro que não! Só 5 baldes...

O fuzilo com o olhar. Ele sorri. Me solto dos braços calorosos dele.

–Olha só, a gente precisa caçar!

–Pra que?! –ele pergunta confuso

–Ah! Não sei, pra gente perder tempo! –respondo com ironia

–Cara, quando eu acordei, tinha um paraquedas do meu lado cheio de comida.

–Sério? –pergunto desconfiada

–Não! Não, mentira, tem sim. –ele fala me levando pra Cornucópia. Ao chegarmos, encontro uma cesta cheia de pães, um frango e outras coisas. Vasculho a cesta e encontro...

–DOCES! RIARIARIAR - exclamo. Tiro de dentro da cesta um pacote com jujubas.

–Agora, isso é oficial: você é esquisita. –Cato diz em tom de ironia. Pego uma jujuba e como. O sabor de morango toma conta da minha boca. Já vou pegando outra quando lembro que eu devia comer coisa salgada antes de comer doce. Pego um pão que já estava cortado e passo o patê nele. Como o pão e vejo que Cato nem encostou na comida.

–Meu Deus! A comida tá envenenada! –digo assustada pra ele.

–Claro que não! Porque eu iria te envenenar?! –ele diz se defendendo.

–É verdade. Retiro o que eu disse. Mas porque nem tocou na comida?

–Porque eu não quis. Dã.

–Tá, vou fingir que acredito. Olha só, eu quero sair procurando os outros! –falo

–Não vai procurar nada. –ele diz em tom bravo

–Você não manda em mim! E nem vem falar que nós somos namorados e blá-blá-blá, porque aqui, é salve-se quem puder! –respondo brava me levantando

–Não quero brigar com você. Vai em frente, faz o que quiser. Só quero que saiba que eu não vou sempre estar lá para te proteger.

Reviro os olhos e me sento. Ele tem razão.

–Você venceu. Conte-me, o que aconteceu em sua vida depois que a gente parou de se falar.

–Não aconteceu nada de interessante.

–Ah não, é? E as namoradas? –pergunto

–Que namoradas? Não tive nenhuma namorada.

–Cato, vira essa cara pra lá, o seu nariz já ta encostando em mim!

–É sério, nunca tive uma. Sempre fiquei esperando por você.

–Tá, sei. -respondo

–Vou te mostrar como te amo.

–Como?

–Vai procurar a Katniss. –ele responde

–Sério? –pergunto

–Claro, mas eu vou junto. –ele diz sorrindo- Hehe.

–Cato o que tem nessa mochila?

–Uma armadura.

–Nossa, ajuda bastante. –respondo

–Clove, você vai ou não procurar a Katniss?

–Já estou indo –falo, me levantando e oferecendo minha mão para ele levantar. Pegamos as nossas armas e a comida e andamos em direção a floresta. Subimos um morro enorme e vemos que já estava escurecendo. Decidimos parar num pedaço da floresta que parecia seguro. Cato decide ficar de vigia. Encosto minha cabeça sobre o ombro dele e adormeço.