Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 94
Capítulo 7 - O Menino que Sobreviveu




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/205228/chapter/94

As notícias corriam rápido no mundo bruxo, mas como Alice e Frank estavam dormindo quanto toda a cena que se desenrolou em Godric’s Hollow aconteceu e ninguém foi os acordar, então eles faziam parte de metade da população bruxa que ainda não tivera tempo o suficiente para saber sobre a derrota de Você-Sabe-Quem e a morte dos Potter.

Frank acordou pontualmente às sete horas e foi para a cozinha preparar um chá como fazia todas as manhãs e deixou a esposa dormindo. Foi quando apareceu uma coruja com o exemplar do dia do Profeta Diário que ele sempre lia antes de ir trabalhar.

Foi com uma surpresa, porém, que ele leu a manchete principal.

“Derrotado Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado”.

Eufórico, Frank começou a ler a matéria do jornal e pensou em chamar Alice, mas achou mais prudente não acordar a esposa assim, antes mesmo de ter certeza de que não entendera errado.

E ele acabara de ler a parte que se referia aos Potter, sabendo sobre a morte deles, quando a porta se abriu com um estouro e três homens e uma mulher entraram, derrubando Frank no chão com a explosão.

~~

Alice, diferente do que Frank pensara, acordara também. Ela decidira ao quarto de Neville para ver como estava o bebê que chorava, antes de ir para a cozinha se juntar ao marido. Tomara o pequeno nos braços, deixando que ele pegasse em seus cabelos, enquanto tentava o acalmar.

Na opinião de Alice, o filho era a criança mais linda do mundo. Tinha as bochechas gordas e o rosto redondo como o dela. Os cabelos eram castanhos como os de Frank. E a verdade era que Neville não parecia exatamente nem com Frank nem com Alice, como ficava evidente em Harry que era a imagem do pai.

A mulher deu algumas voltas pelo quarto com o filho no colo, imaginando que algum dia Neville e Harry seriam grandes amigos como ela e Lily eram ou James e Frank também haviam se tornado. Isso depois que ela e os outros conseguissem acabar com aquela guerra.

Satisfeita com esse pensamento, ela deixou Neville no berço, indo buscar leite na cozinha, onde sabia que encontraria Frank lendo o Profeta Diário e mexendo seu chá como sempre.

Alice ganhara alguns quilos depois da gravidez e ainda tentava perdê-los, sem muito sucesso. Invejava Lily por causa disso, mesmo que nunca fosse confessar. Mas, ela sabia que hora ou outra acabaria perdendo aquele peso extra também. Estava até pensando em fazer uma dieta mais rigorosa…

 Ela continuou pensando em coisas banais e diárias enquanto seguia pelo corredor tranquilamente. Mas, foi somente quando ouviu o grito de Frank que entendeu que havia alguma coisa errada. Correu para lá, entrando rapidamente na cozinha, preocupada com marido…

– Frank? Está tudo bem? Eu…

Naquele momento ela viu os três homens e a mulher viraram seus olhares em sua direção como em câmera lenta. Frank estava amarrado em uma das cadeiras com os olhos suplicantes para ela. Havia uma manchete no jornal caído que dizia que Você-Sabe-Quem caíra…

Você-Sabe-Quem fora derrotado… A ideia passou rapidamente pela mente confusa de Alice. Mas, ela não demorou muito mais do que alguns segundo para entender o que estava acontecendo. Você-Sabe-Quem fora derrotado, mas ele tinha muitos seguidos por aqui que ainda estavam à solta. E aqueles quatro – a mulher com expressão louca, os dois homens altos e elegantes e o mais novo que parecia ser ainda mais jovens do que Alice e Frank – faziam parte desse grupo.

Alice fechou com cuidado a porta atrás de si, que ligava a cozinha e o corredor que levava aos quartos. Se acontecesse alguma coisa a ela ou Frank, pelo menos Neville estaria a salvo…

Porém, ela perdera tempo tentando trancar a porta sem que os Comensais percebessem e se enrolara ao pegar a varinha, perdendo alguns preciosos segundos. Quando levantou a varinha, pronta para atacar, a comensal gritou “Expelliarmus!” e a varinha de Alice voou para longe.

Ouviu mais um feitiço sendo gritado antes de cair de joelhos em dor e Frank gritar. Todo seu corpo gritava em desespero. Doía… Não, ardia, queimava… Tudo ao mesmo tempo. Era como se facas em brasa estivessem perfurando cada centímetro de seu corpo. A dor não parava, mas ela tentava ao máximo não gritar. Se gritasse muito alto Neville começaria a chorar…

Finalmente caiu no chão, a mente se apagando por completo e tudo ficou escuro enquanto ela sentia mãos pegando seus braços com força…

Alice desmaiou.

~~

Quando ela voltou a abrir os olhos parecia que haviam se passado mil anos. Ela estava amarrada ao lado de Frank e seus braços foram amarrados com tanta força que sangravam. Tentou mexer os braços inutilmente. Mas apesar de doloridos e fracos, ela descobriu que conseguia mexer as mãos caídas ao lado do corpo.

Então, começou a esticar-se para Frank, apesar da dor. O marido estava desacordado, a cabeça pendia para frente, a boca sangrava e o suor corria por suas testa em direção aos olhos fechados. De certa forma ele parecia bem pior do que quando Alice o vira da primeira vez. Ela tentou pegar sua mão caída, tentando dizer a ele que ficariam bem, que acabaria tudo bem…

Mas eles não haviam sido amarrados perto o suficiente e antes que ela conseguisse tocar a mão dele, Alice foi atingida por um feitiço novamente, seu corpo voltou a doer e então ela já não tinha consciência de nada. Apenas sabia que sentia dor e imaginou que talvez tivesse morrido…

Porém, se tivesse morrido não devia sentir dor, não teria mais corpo para sentir dor. Ou será que a dor não acaba depois da morte? Será que doeria para sempre…

Onde ele está? ONDE ELE ESTÁ!? Vocês são da maldita Ordem da Fênix, TEM que saber onde ele realmente está!

Foi a última coisa que Alice ouviu e ela não saberia mais dizer se era realidade ou ilusão. Tudo o que ela sabia era que tinha a sensação de estar caindo cada vez mais fundo…

E doía. Ah, como doía!

Pelo menos Neville estava a salvo…

*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*

– Agora nós o pegamos! – gritou Sirius. – Ele não tem para onde escapar!

Eles estavam agora em uma rua trouxa mais ou menos movimentada, bem no ponto onde a mesma morria. O céu estava escuro, como se anunciasse uma chuva a muito contida, o que tornava a manhã apenas mais sombria. De certa forma não havia clima mais certo para a cena que se desenrolava.

Pam e Sirius haviam perseguido Peter a noite inteira. Estavam exaustos agora, é verdade, mas talvez fosse a dor de perder os melhores amigos e a raiva por terem sido traídos por alguém que eles achavam que era amigo que sentiam os impedira de ter sono. A verdade era que eles estavam tão focados nisso que nem haviam percebido que era primeiro de novembro, que já era aniversário de Pam…

Compreendendo que Sirius estava certo e que de fato ele não podia correr para lugar nenhum como fizera a noite inteira, Peter virou-se para Sirius e Pam e gritou na voz mais chorosa que conseguiu:

– Lily e James, Sirius! – ele fez uma pausa, deixando que os olhos miúdos naturalmente cheios de água fizessem algumas lágrimas cair. ­– Pam! – Ele berrou em um falso soluço – Como é que vocês puderam? Eles eram nossos melhores amigos! Como é que vocês puderam?

Pam e Sirius se entreolharam e sorriam, achando graça no quanto Peter conseguia ser mais ridículo ainda. Sinceramente, o que ele estava planejando? Ambos sabiam que ele traíra James e Lily…

Porém, o que os dois ainda não tinham visto era que Peter pegara a varinha e que gritara alguma coisa em bom som, fazendo com que tudo explodisse.

Sirius usou o braço para proteger o rosto e foi jogado ao chão com a força da explosão. Procurou Pam no meio da fumaça, mas não a encontrou. Tudo o que viu foi Peter com alguma coisa na mão que lembrava muito uma adaga e com a qual ele cortou o dedo de uma das mãos, antes de sumir.

Sirius ficou de pé e entendeu o que acontecera ao ver o rato correndo para longe.

Peter era mais esperto do que parecia.

Ele gritara para os trouxas que Sirius e Pam haviam traído os Potter…

Ele explodira a rua e cortara o próprio dedo para fazer parecer que morrera na explosão…

Todos acham que Sirius era o Fiel do Segredo e com a família que ele tinha…

Tão simples, tão genial!

E conforme a fumaça ia abaixando, tudo o que restou foi Sirius rindo como louco em frente a uma funda cratera que se abrira no chão, o dedo decepado de Peter, a varinha de Pam caída, cadáveres para todos os lados e os gritos dos trouxas que corriam de um lado para o outro, sem entender o que realmente acontecera.

Foi quando alguns aurores começaram a aparecer, pessoas importantes do Ministério, algumas pessoas do Departamento de Catástrofes Mágicas, do Departamento de Execuções das Leis da Magia…

Foi nesse momento que Sirius finalmente olhou para o lado e percebeu o que a maioria já vira.

Pam.

Ela não estava lá. Havia desaparecido. Tudo o que restava no chão era sua varinha e o casaco cheio de buracos que ela estivera usando.

Foi quando alguns aurores se aproximaram dele, alguns bem confusos, e seguram seus braços. Sirius ainda tentou resistir olhando a varinha caída de Pam e em desespero para encontrar a amiga. Havia sangue… Sangue no casaco dela. Eles estavam tão próximos da explosão… Poderia ela, poderia…

– Não! – ele gritou, tentando desesperadamente se livrar dos aurores para procurar Pam. Ela tinha que estar ali em algum lugar tinha que estar…

Mas, ele era apenas um bruxo sem varinha contra quase vinte aurores. Não tinha chance contra eles. Peter estava livre, Pam morrera, ele estava sendo preso…

– Eu tenho que salvá-la. – Sirius gritou. – Eu tenho que salvá-la. Eu prometi a ela. Eu prometi!

Ninguém o ouviu é claro. Ninguém nem sequer quis ouvir a versão dele para os acontecimentos naquela manhã. Ele apenas fora levado para Azkaban, ainda tentando negar a morte da Pam e tentando de alguma maneira imaginar um jeito de salvá-la. Os homens que o deixaram em uma cela pequena e imunda em Azkaban que lhe dissera que a morte de Pam fora confirmada e Bartemius Crouch, o chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia, ordenara sua prisão perpetua sem nem mesmo um julgamento.

Nesse ponto já não restava nada mais para Sirius. Ele simplesmente caiu de joelhos e deixou que a dor tomasse conta dele. A dor de perder os melhores amigos, a dor de ser traído, a dor de perder um amor…

Mas, a verdade era que ninguém vira – nem mesmo Sirius – a gata marrom-escura que corria atrás de um rato no meio de toda aquela confusão na rua trouxa destruída…

*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*

Remus não podia acreditar. Não podia ser verdade. Primeiro Lily e James, depois Alice e Frank, então Peter e Pam, além de Sirius ter disso preso. Em suma, Remus estava sozinho. Sem amigos, sem nada.

Não tinha nem mesmo um motivo pelo qual lutar, uma vez que até mesmo Você-Sabe-Quem morrera naquele dia estranho.

Ele pretendia sair de Londres, pelo menos por um tempo até as coisas se arrumarem, mas antes ele precisava fazer uma coisa. Precisava ir até a casa de Alice e Frank, ao duplex de Pam e ao apartamento de Peter; e por fim, pretendia passar na casa de James e Lily em Godric’s Hollow antes de ir atrás de uma vida nova e tentar esquecer aqueles dois dias macabros.

A comunidade bruxa festejava é claro, nenhum deles perdera todos os amigos mais próximos em uma noite, como Remus perdera.

Remus já passara pelas casas de Alice e Frank, Peter, Pam e Sirius, olhando tristemente para tudo aquilo e se despedindo dos amigos. Agora estava em Godric’s Hollow e tomava o maior cuidado ao entrar. Afinal, fora naquela casa que os melhores amigos perderam as vidas.

O que ele pretendia era salvar algumas coisas antes que outras pessoas tomassem as antigas coisas dos amigos para si. Alguma carta, alguma foto… Qualquer coisa que não o deixasse esquecer-se de como fora antes da morte precoce deles. Talvez isso fosse considerado roubo, mas havia certas coisas que ele não podia deixar o tempo destruir.

Foi em uma gaveta meio-aberta da sala que ele encontrou duas cartas e uma foto em baixo delas.

A primeira carta contava sobre a morte dos pais de Lily. Os pais de ambos haviam morrido fazia pouco tempo e isso não era segredo para ninguém. Mas não, nenhuma das mortes fora resultado de nenhum ataque de Comensais. Pelo que Remus sabia os Srs. Potter morreram por uma doença desconhecida, o Sr. Evans morreu de ataque cardíaco e a Sra. Evans morreu de tristeza pelo marido. Essa carta que só falava de desgraças foi deixada de lado por Remus e ele leu a outra.

A segunda carta fora escrita na letra de Sirius e trazia um tom divertido e de brincadeira o tempo todo. Como quando dizia “… Lily, cuide das crianças (sim, James, no plural)” ou “E certo viado sabe exatamente do que eu estou falando…”. Mesmo depois do que Sirius fizera, mesmo depois de ele ter traído os Potter… Remus imaginou se ele já tramava contra eles quando escrevera aquela carta. Mesmo assim, ele resolveu guardá-la e levá-la consigo.

Partiu então para a foto e percebeu era uma foto do casamento dos Potter. Lá estavam James, Pam, Sirius e Lily, na sequencia. Os quatro parecendo muito felizes enquanto sorriam para a câmera. Os olhos de Sirius estavam vermelhos – provavelmente por causa da bebida que tinha em mãos – mas ele parecia animado. Já Pam – e Remus ainda não acreditava que sua “mamãe” pudesse ter feito o que fizera! – trazia o cabelo desfeito de tanto dançar e acenava feliz para a câmera.

Lá estavam os quatro, paralisados no tempo sem saber o que acontecera depois…

De certa forma era triste, mas mesmo assim Remus colocou a foto no bolso e então saiu da casa, incapaz de subir para o quarto em que Voldemort tentara matar um bebê e acabara explodindo tudo.

Então, Remus pegou as malas que deixara na calçada e começou a andar despreocupadamente para longe enquanto o sol se punha e ele finalmente aparatava para o sul da Escócia, onde pretendia começar uma vida nova.

Mal ele sabia que passaria de emprego em emprego, cidade em cidade sem parar, torcendo para que ninguém descobrisse que era um lobisomem, e que em pouco se encontraria no fundo de cada garrafa.

*~~*~~*~~*~~*~~*

Um ronco discreto quebrara o silêncio da Rua dos Alfeneiros. Foi aumentando cada vez mais enquanto Minerva e Dumbledore olhavam para cima e para baixo da rua à procura de um sinal de farol de carro, o ronco se transformou num trovão quando os dois olharam para o céu — e uma enorme motocicleta caiu do ar e parou na rua diante deles.

Se a motocicleta era enorme, não era nada comparada ao homem que a montava de lado. Ele era quase duas vezes mais alto do que um homem normal e pelo menos cinco vezes mais largo. Parecia simplesmente grande demais para existir e tão selvagem — emaranhados de barba e cabelos negros longos e grossos escondiam a maior parte do seu rosto, as mãos tinham o tamanho de uma lata de lixo e os pés calçados com botas de couro pareciam filhotes de golfinhos. Em seus braços imensos e musculosos ele segurava um embrulho de cobertores.

— Hagrid — exclamou Dumbledore, parecendo aliviado — Finalmente. E onde foi que arranjou a moto?

— Pedi emprestada, Professor Dumbledore — respondeu o gigante, desmontando cuidadosamente da moto ao falar — O jovem Sirius me emprestou. Trouxe ele, professor.

— Não teve nenhum problema?

— Não, senhor. A casa ficou quase destruída, mas consegui tirá-lo inteiro antes que os trouxas invadissem o lugar. Ele dormiu quando estivemos sobrevoando Bristol.

Dumbledore e a Professora Minerva curvaram-se para o embrulho de cobertores. Dentro, apenas visível, havia um menino, que dormia a sono solto. Sob uma mecha de cabelos muito negros caída sobre a testa eles viram um corte curioso, tinha a forma de um raio.

— Foi aí que…? — sussurrou a professora.

— Foi — confirmou Dumbledore.— Ficará com a cicatriz para sempre.

— Será que você não poderia dar um jeito, Dumbledore?

— Mesmo que pudesse, eu não o faria. As cicatrizes podem vir a ser úteis. Tenho uma acima do joelho esquerdo que é um mapa perfeito do metrô de Londres. Bem, me dê ele aqui, Hagrid, é melhor acabarmos logo com isso.

Dumbledore recebeu Harry nos braços e virou-se para a casa dos Dursley.

— Será que eu podia... Podia me despedir dele, professor? — perguntou Hagrid.

Ele curvou a enorme cabeça descabelada para Harry e lhe deu o que deve ter sido um beijo muito áspero e peludo. Depois, sem aviso, Hagrid soltou um uivo como o de um cachorro ferido.

— Psiu! — sibilou a Professora Minerva — Você vai acordar os trouxas!

— Desculpe — soluçou Hagrid, puxando um enorme lenço sujo e escondendo a cara nele. — Mas na... Nã... Não consigo suportar, Lily e James mortos, e o coitadinho do Harry ter de viver com os trouxas...

— É, é muito triste, mas controle-se, Hagrid, ou vão nos descobrir — sussurrou a professora, dando uma palmadinha desajeita no braço de Hagrid enquanto Dumbledore saltava a mureta de pedra e se dirigia à porta da frente. Depositou Harry devagarinho no batente, tirou uma carta da capa, meteu-a entre os cobertores do menino e em seguida, voltou para a companhia dos dois. Durante um minuto inteiro os três ficaram parados olhando para o embrulhinho, os ombros de Hagrid sacudiram, os olhos da Professora Minerva piscaram loucamente e a luz cintilante que sempre brilhava nos olhos de Dumbledore parecia ter-se extinguido.

— Bem — disse Dumbledore finalmente — acabou-se. Não temos mais nada a fazer aqui já podemos nos reunir aos outros para comemorar.

— É — disse Hagrid com a voz muito abafada. — Preciso ir. Boa noite, Professora Minerva, Professor Dumbledore...

Enxugando os olhos na manga da jaqueta, Hagrid montou na moto e acionou o motor com um pontapé, com um rugido ela levantou voo e desapareceu na noite.

— Nos veremos em breve, espero, Professora Minerva — falou Dumbledore, com um aceno da cabeça. A Professora Minerva assou o nariz em resposta.

Dumbledore se virou e desceu a rua. Na esquina parou e puxou o "apagueiro". Deu um clique e doze esferas de luz voltaram aos lampiões de modo que a Rua dos Alfeneiros de repente iluminou-se com uma claridade laranja e ele divisou o gato listrado se esquivando pela outra ponta da rua. Mal dava para enxergar o embrulhinho de cobertores no batente do número quatro.

— Boa sorte, Harry — murmurou ele. Girou nos calcanhares e, com um movimento da capa, desapareceu.

Uma brisa arrepiou as cercas bem cuidadas da Rua dos Alfeneiros, silenciosas e quietas sob o negror do céu, o último lugar do mundo em que alguém esperaria que acontecessem coisas espantosas. Harry Potter virou-se dentro dos cobertores sem acordar. Sua mãozinha agarrou a carta ao lado, mas ele continuou a dormir, sem saber que era especial, sem saber que era famoso, sem saber que iria acordar dentro de poucas horas com o grito da Sra. Dursley ao abrir a porta da frente para pôr as garrafas de leite do lado de fora, nem que passaria as próximas semanas levando cutucadas e beliscões do primo Duda. Ele não podia saber que neste mesmo instante, havia pessoas se reunindo em segredo em todo o país que erguiam os copos e diziam com vozes abafadas:

– A Harry Potter, o menino que sobreviveu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, taí. Esse é final da segunda parte dos Cinco Marotos.
Mas, adivinhem? Uma amiga brigou tanto comigo para eu escrever uma continuação sobre como seria se a Pam existisse na época do Harry que eu acabei cedendo. Vão ser poucos e curtos capítulos a partir de agora, mas eu acho que consigo terminar até julho :)
Espero que tenham gostado e não estejam muito emotivos (Eu chorei o dia inteiro hoje) nem querendo me matar. :)
Obrigada a todos que ler, acompanharam, comentaram e gostaram tanto quanto eu dessa história. Obrigada mesmo por ter acompanhado os marotos já agora e espero que vocês estejam prontos para o verdadeiro final... Apesar de eu achar que os Maroto nunca vão ter um fim, mas aí já é com a imaginação de vocês :D
Aí está o trailer da terceira parte que outra amiga insistiu em fazer para mim.
http://www.youtube.com/watch?v=RmvL4cpt6Fs