Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 92
Capítulo 5 - O Risco Faria ser Divertido


Notas iniciais do capítulo

Bom... Um capítulo um pouco mais comprido. Acho que muita gente vai gostar :) Resolvi adiantar uma cena depois do tanto de comentários que teve no capítulo anterior! Obrigada mesmo gente você são incríveis. Sério, os últimos comentários fez valer a pena escrever essa fic :D Mas onde está a população masculina que lê a fic?
Agradecimentos especiais à PaulaLongbottom pela recomendação super fofa!



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Três meses depois…

Sirius e Pam tiveram a pior briga em meses no começo daquela manhã. Pelos menos motivos de sempre é claro. Primeiro que o quarto de Sirius voltara a ser inabitável depois de um tempo em que pareceu que ele conseguia ter alguma organização, e depois que ele trouxera uma garota para o duplex, mesmo sobre as fortes recomendações de Dumbledore de que não o fizesse, pois eles não podiam confiar em ninguém a ponto de levar um desconhecido para casa.

Então, somando-se ao fato de que Pam estava com Tocou, Perguntou, Morreu, e Sirius já estava guardando algumas das irritações com a amiga havia dias, a briga foi inevitável.

Os dois gritaram um com o outro pela casa, ameaçando e criticando, sendo tão infantis quanto eles conseguiam ser ao mostrar a língua, tapar os ouvidos e fazer imitações malfeitas um do outro.

Por fim, e quando a discussão estava no auge, Pam pegou algumas das coisas dela e saiu, batendo a porta com força e ainda gritando algumas palavras malcriadas uma última vez.

Não, Sirius não fazia ideia de para onde Pam poderia ter ido ou onde ela poderia estar no momento. E, para ser bem sincero, pouco se importava.

Mas o dia passou e nada de ele receber notícias da amiga, então começou a preocupar. O orgulho, porém, o impedia de mandar cartas ou patronos para a amiga, perguntando por ela. Para tirar a mente de onde quer que Pam pudesse estar, ele tentou se distrair, lembrando subitamente de que era trinta e um de julho, aniversário de morte de Dory, mas também o primeiro aniversário do pequeno Harry.

Decidiu comprar um presente para ele – como já o tinha no dia anterior para Neville – e foi o que fez, indo ao Caldeirão Furado e tendo bastante dificuldade em achar uma loja que ainda não tivesse fechada. Foi quando percebeu a Artigos para Quadribol aberta e resolveu entrar. A atendente loira era uma boa candidata à Miss Qualquer-Coisa, mas Sirius não fez muito mais do que olhar para ela, lembrando-se de Pam e percebendo que a amiga estava certa quando as desconhecidas.

Quando deixou a loja, foi com um embrulho grande em mãos. A última vassoura infantil da loja, que não lhe custara barato e era bom que Harry gostasse. Voltou para casa, observando que Pam se esquecera de levar Athena com ela e incumbindo a coruja da amiga e Scar de levar o embrulho até a casa dos Potter.

Enquanto isso sentou no sofá velho do duplex e ficou imaginando como Remus devia estar se sentindo. O amigo lhe confessara havia quase um ano exatamente que era apaixonado por Dory e levando em consideração que se tratava de Remus, ele não devia ter mudado de opinião tão rápido. Afinal, ele era Remus! Se fosse com Sirius ou Peter seria diferente, mas Remus era o todo certinho e provavelmente incapaz de trocar de amor muito rápido.

Sirius apanhou o Profeta Diário jogado no sofá ao seu lado e começou a lê-lo, já que fazia um bom tempo que perdera o hábito de acompanhar jornais, incapaz de ver tanta tragédia em um só lugar. Mas, de alguma forma, ele precisava se distrair, e o jornal era tudo o que tinha em mãos.

E ele ficou surpreso com a quantidade de notícias ruim que havia ali. Mais do que ele ficava sabendo através da Ordem da Fênix. Ele sempre soubera que a mídia ganhava dinheiro com tragédias, mas estava começando a achar que aquilo era um exagero.

Uma das notícias das notícias, assinada por uma tal de Rita Skeeter, falava sobre as mortes na semana anterior de quatro membros da família McKinnon. Sirius sabia muito bem do que se tratava. Depois da morte da filha meses antes, os Srs. McKinnon entraram para a Ordem da Fênix, sendo acompanhados pelo irmão mais velho de Lene e a esposa. Mas, infelizmente, no dia anterior eles haviam sido encontrados mortos no mesmo lugar, quase que certeza por Comensais da Morte.

Por fim, e sem gostar de lembrar o que acontecera com o McKinnon, ainda mais que os conhecera e não tinha nada contra eles, Sirius colocou o jornal de lado, achando um absurdo o modo com o qual a tal Rita falava sobre as mortes, com um quê de ironia que não devia existir.

Mas ele continuou pensando em coisas aleatórias por tempo indeterminado antes de pegar um pedaço de pizza fria na cozinha e percebendo que começava a escurecer e começando se preocupar com Pam.

Onde estaria ela? Teria sido atacada? Qualquer coisa poderia ter acontecido…

Acabou decidindo que iria atrás dela se não houvesse notícias até o sol se pôr completamente.

Mas então, talvez, fosse tarde demais…

Saindo de seus devaneios, Sirius percebeu seu corujão negro entrando pela janela, desacompanhado de Athena. No começo achou estranho, mas mesmo assim pegou a carta que ele trazia e a leu, animado com a resposta de Lily.

Querido Almofadinhas,

Muito obrigado, muito obrigado pelo presente de aniversário do Harry! Foi o favorito dele até agora. Um ano de idade e já plana numa vassoura de brinquedo, ele parecia tão satisfeito consigo mesmo. Estou incluindo uma foto para que você possa ver. Você sabe que ela só levanta a aproximadamente dois pés de alturas do chão, mas ele quase matou a gata e quebrou um vaso horrível que Petúnia me enviou de Natal (sem reclamações aqui). É claro que James achou que foi tão engraçado, diz que ele vai ser um grande jogador de quadribol, mas nós tivemos que tirar do caminho todos os ornamentos e ter certeza que não vamos tirar o olho dele quando ele começar.

Gata? Mas os Potter não tinham uma gata! Foi então que Sirius entendeu a ausência de Athena e onde Pam havia se metido. A amiga correra para a casa dos Potter e ainda devia estar lá, então, ele resolveu que não se preocuparia. Ela estava em boas mãos e voltaria quando a raiva passasse.

Mas era claro que Lily não podia contar em carta onde Pam estava exatamente. Afinal, nunca se sabe quando uma carta pode ser interceptada. Por isso ele reparou que ela tomara o cuidado de usar o apelido dele, mesmo que normalmente evitasse usá-lo.

Continuou lendo.

Nós tivemos um chá de aniversário muito discreto, só nós e a velha Bathilda que sempre foi um doce conosco e que adora Harry. Sentimos muito por você não poder vir, mas a Ordem tem que vir primeiro e Harry não é velho suficiente para saber que é aniversário dele de qualquer forma! James está ficando um pouquinho frustrado trancado aqui, ele tenta não mostrar isso, mas eu posso dizer - também Dumbledore ainda está com a Capa de Invisibilidade dele - então sem chance de pequenas excursões. Se você pudesse visitá-lo, isto o animaria tanto. Rabicho esteve aqui no fim de semana passado. Achei que ele parecia desanimado, mas isso foi provavelmente depois dos McKinnons, eu chorei a noite inteira quando eu soube.

Bathilda nos visita quase todos os dias, ela é uma criatura fascinante com as histórias mais incríveis sobre Dumbledore. Não tenho certeza se ele ficaria contente se soubesse! Eu não sei em quanto acreditar na verdade, porque parece incrível que Dumbledore tinha sido amigo de Gellert Grindelwald. Eu, particularmente, acho que ela não está muito bem da cabeça!

Muito amor,

Lily                 

Sirius jogou a cabeça para trás rindo. Se Dumbledore de fato fora amigo de Grindelwald, ele não foi um amigo muito bom, uma vez derrotara o bruxo das trevas e o deixou preso.  Ridículo! Sirius sempre se divertia com as pérolas que Lily contava sobre Bathilda. A velha estava mesmo ficando gagá.

Sirius ainda leu a carta mais algumas vezes antes de deixá-la guardada em uma gaveta de uma mesa perto da cozinha, onde já estava uma foto do casamento de Lily e James, demorando-se no processo e tentando desesperadamente encontrar alguma coisa para fazer, sem poder ir à algum pub e sem ter Pam para conversar.

As horas ainda demoraram o que pareceram séculos para se arrastarem, até que perto da meia-noite alguém bateu na porta.

Para sua alegria, quando ele perguntou quem era, a voz de Pam veio do outro lado da porta. E, apesar da sua vontade, ele não abriu a porta de imediato, fazendo algumas perguntas para confirmar que era ela e mostrando que podia ser responsável, um dos motivos que os levara a brigar naquela manhã.

Quando finalmente abriu a porta, foi para ver Pam sorriu torto, segurando a mala em que socara algumas das suas coisas antes de partir para a casa dos Potter.

– Ainda posso morar aqui? – ela perguntou, lembrando que na verdade a casa era dele. – Ou você está muito bravo comigo?

Sirius sorriu também, feliz em vê-la.

– Bom te ver, Felina. – ele disse, gesticulando para que ela entrasse.

E só Merlin sabe sobre o que os dois conversaram antes de irem dormir em suas respectivas camas, de consciência limpa.

*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*

Mais três meses depois…

Nada mudara muito nos últimos meses. Pam estava cada vez mais atarefada no trabalho e passava quase o dia inteiro no St. Mungus. Sirius estava um pouco irritado com isso, mas normalmente assim que ela saiu, ele saia também para fazer algum trabalho para a Ordem, visitar os Potter ocasionalmente e fazia uma visita semanal a Peter, verificando que o amigo ainda estava bem em seu esconderijo. Nada ocorreu de muito diferente. Raramente Pam também fazia uma visita aos Potter ou aos Longbottom, mas sem nunca sair muito da sua rotina.

Na verdade, o dia que começou a dar os primeiros sinais de que alguma coisa grande aconteceria, foi na véspera do aniversário de Pam, o qual Sirius parecia determinado a comemorar.

No final daquela tarde, quando Pam chegou no duplex exausta, Sirius a recebeu com animação. Enfeitiçara um violino para tocar sozinho enquanto envolvia sua cintura com um dos braços e tomava sua mão no outro, começando a dançar com a menina, sorridente.

Ela riu.

– O que significa isso? – perguntou, animada.

– Seu aniversário está chegando. Temos que comemorar!

–Mas é só daqui quase uma semana!

Sirius não respondeu imediatamente, rodando a menina algumas vezes antes de continuar:

– Mas vamos começar as comemorações a partir de hoje. Cada dia faremos uma coisa diferente e assim podemos ter alguma diversão finalmente!

Pam o entendia. Com toda aquela Guerra e clima sombrio em todas as partes, a população bruxa apavorada, pessoas morrendo por todos os lados, desaparecimentos, sequestros, a impossibilidade de confiar em ninguém. Uns pequenos motivos que lhes dessem para comemorar, eles comemorariam com alegria, compensando toda a tristeza que os cercava.

O aniversário de Pam, que normalmente não passava de uma pequena comemoração no dia sem muito mais, passava para uma semana de festas.

– Hoje – Sirius disse, enquanto os dois ainda dançavam, – nos vamos ao “Casa da Cegonha”.

O sorriso do rosto de Pam murchou como uma flor, e ela parou de dançar com Sirius, afastando-se levemente dele. Até mesmo o violino que Sirius enfeitiçara parou de tocar.

– Não podemos. – disse. – É muito perigoso. E Dumbledore disse claramente que…

– Vamos lá, Pam! – Sirius a encorajou. – Essa não é Felina que eu conheço. A que conheço gosta de quebrar regras e não se importa com elas. Para a Felina que eu conheço o risco faria ser divertido!

Ela pensou por um momento. Lembrou-se do seu tempo em Hogwarts, lembrou-se de como costumava ser divertido correr pelos arredores do castelo, quebrando as regras sem se importar com as consequências, desafiando os professores e rindo de tudo no final. Afinal, eles eram os Marotos e estavam acima de tudo e todos, eles estavam no topo do mundo.

Como ela desejava que tudo voltasse a ser como era antes!

Por fim, Pam balançou a cabeça, positivamente, e sorriu.

– Certo. – disse – Eu vou com você. E vai valer a pena.

Sirius sorriu de volta para ela, satisfeito e animado. Logo estariam no Casa da Cegonha e então, mesmo que apenas por alguns momentos, eles voltariam a ser como os adolescentes irresponsáveis que um dia foram e que ainda não lhes abandonara completamente.

– Vamos. – Sirius disse, puxando Pam pela mão. – Essa noite vai ser memorável!

~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~

O Casa da Cegonha era um pub escuro um pouco escondido nas entranhas de Londres, onde nem todo mundo se aventuraria a ir. Não chegava a ser aconchegante, mas com toda a certeza era animado e você dificilmente deixaria o lugar sem beber pelo menos uma cerveja trouxa.

Ninguém sabia também o porquê do nome. Havia quem dissesse que se devia ao fato de que em tempos antigos o dono do pub possuía uma cegonha de estimação. Outros falavam que era graças ao mito da cegonha trazer bebês e que muitos teriam sido concebidos ali no passado. As histórias eram muitas, mas nenhuma teve sua veracidade comprovada nunca.

O que pouco importava.

O Casa da Cegonha poderia ser apenas mais um pub normalmente, se não fosse pelo fato de que atraia não somente trouxas, mas uma quantia considerável de bruxos.

Naquela noite em particular, ele estava mais animado do que de costume, várias pessoas já estavam lá dentro e outras tantas tentavam achar espaço o suficiente para entrar também.

Uma moto passou na rua em alta velocidade, parando de repente na frente do pub. O garoto de cabelos compridos até os ombros teve que ajudar a menina com olhos azuis a descer, porque ela ria tanto que quase não conseguia se manter em pé. A moto foi deitada na calçada enquanto os dois entravam no pub, esforçando-se para encontrar uma passagem para o bar e sentar no balcão.

O local estava lotado, o som de risos, conversas, música baixa, e tacadas do jogo de sinuca em um canto.

O homem e mulher sentados no balcão, com seus respectivos vinte e um anos, pediram dois copos de cerveja. Ela queria vinho, mas cerveja era mais barata, então acabou por ser a cerveja mesmo. Ele já sabia, mas ela não demorou a perceber a diferença entre a bebida do bar e a que ela estava acostumada a beber.

Não demorou muito para que os dois estivessem integrados nas conversas e risos do bar, parecendo um pouco bêbados e contentes ao mesmo tempo.

– Você estava certo! – ela exclamou para o amigo. – Valeu completamente a pena, Sirius!

– Eu te disse, Pam! – Sirius gritou para se fazer ouvir. – Disse que seria divertido…

Pam pediu outra cerveja e riu enquanto Sirius contava uma história qualquer sobre alguém chamado Frank e ela ria exageradamente.

As conversas altas continuaram no pub, cada vez mais lotado. As horas passaram rapidamente em meio a tanta animação.

Já era quase meia-noite, o horário que o pub fechava, e o primeiro sino que anunciava que estava próximo deste momento tocou. Se alguém ainda pretendia tomar uma bebida aquele era o momento de pedi-la. Mas o local continuou lotado mesmo depois do sino.

E, foi entre o primeiro toque e o segundo, que algo diferente do habitual aconteceu. De repente a porta da frente abriu e várias pessoas entraram em vassouras ­– realmente voando.

Não demorou muito para os homens mascarados nas vassouras começassem a atiçar fogo com o que pareciam gravetos de madeira.

Pam e Sirius também tinham os tais gravetos e ativeram fleches de luz nos que estavam nas vassouras, fazendo um deles cair.

De repente começou a pegar fogo no bar e nesse ponto o pânico no pub era quase incontrolável. Os trouxas corriam, tentando sair pela porta de emergência ou a principal, em desespero. Havia ainda alguns bruxos no pub, que faziam o mesmo que Pam e Sirius tentando lutar contra aqueles que – segundo o grito de alguém – eram Comensais da Morte.

Mas o calor graças ao fogo ficava cada vez pior, fazendo algumas das madeiras do teto cair. Alguns corpos já jaziam no chão, e os que não estavam mortos deviam ter saído e corrido para longe.

Foi quando Sirius gritou alguma coisa para Pam, que assentiu, enquanto os corriam para a porta, desviando das mesas caídas e corpos, eles estavam próximos da saída, mas não demoraram a perceber que a porta estava fechada.

– Pam! – Sirius gritou, ela virou a cabeça em sua direção, ao mesmo tempo tendo o cuidado de não tropeçar em nada. – O que é necessário para abrir uma porta?

A mulher reconheceu a piada, mas apenas levantou levemente o canto da boca.

– Não sei!

– Que a porta esteja fechada! – ele gritou enquanto usava a varinha para fazer a porta se escancarar e os dois passaram por ela sem parar, finalmente alcançando a porta de fora e vendo que alguns aurores e pessoas do ministério começavam a se aproximar do pub em chamas, percebendo o que acontecera.

Mas Pam e Sirius já haviam feito seu trabalho e sabiam que não havia como ajudar, então correram para a moto estacionada na calçada e subiram nela, Pam agarrando a cintura de Sirius com força enquanto ele acelerava.

E a moto partiu para os céus, enquanto Pam virava o rosto e via uma última vez o Casa da Cegonha em chamas e a Marca Negra pairando sobre ele.

Ela quase podia sentir o cheiro de morte no ar.

*~~*~~*~~*~~*~~*~~*

Apesar de toda a destruição e da cena que haviam acabado de presenciar, quando Pam e Sirius chegaram ao duplex e subiram as escadas, parando na frente do apartamento, sem entrar, os dois estavam rindo.

– Ah, eu não me divertia assim há tempos! – Pam comentou. – Ótimo jeito de abrir a porta! – ela exclamou.

– E você viu como eu acertei aquele Comensal? – comentou Sirius. – Se sair vivo de lá, não vai conseguir sentar por um bom tempo.

Os dois continuaram andando, mas desta vez sem falar mais nada, deixando que os risos morressem.

Pam colocou as mãos nos bolsos do casaco e os dois começaram a andar mais devagar, Sirius agora encarando os pés.

– Eu me diverti muito com você hoje. – Pam finalmente disse, virando-se para o amigo e sorrindo.

– Eu também. – ele disse, virando-se para encará-la. – Eu sempre me divertido com você.

A garota riu alegremente.

E Sirius realmente nunca soubesse exatamente o que o levou a fazer o que fez em seguida. Se fora o álcool que bebera antes, a tragédia anterior, uma maldição ter afetado seu cérebro ou se ele estava apenas confuso demais para ter controle sobre seus atos.

Mas, independente do motivo, Sirius se aproximou de Pam sem dar tempo para ela se afastar, segurando a nuca dela para que não a garota não caísse e juntando os lábios deles pela primeira vez.

Eles estavam se beijando.

No começo, apesar de assustada com o gesto repentino, Pam pareceu corresponder, colocando uma das mãos no peito de Sirius, mas então ela o empurrou, afastando os dois.

– Não… Não… Eu preciso… - ela balbuciou, parecendo confusa e olhando para Sirius com os olhos arregalados e tontos, tentando entender o que acontecera. – Me desculpe, mas eu não posso…

Ela não conseguiu completar nenhuma frase, apenas virou-se de costas, ainda assustada com o gesto repentino e entrou em casa, abraçando o próprio corpo sem saber da onde vinham aqueles calafrios que lhe percorriam o corpo.

A porta bateu, mas Sirius continuou parado sem entender exatamente o que acontecera e sem tentar impedi-la de ir. Ele ainda ficou parado por um tempo, os olhos meio arregalados, sem acreditar no que fizera e, quase incapaz de dar um passo de fosse, tão confuso quanto Pam.

Por fim, ficou com raiva de si mesmo. O que fizera? Como podia ter sido tão burro? Sua vontade era que dar um soco na própria cara.

Ele ainda esperou mais um tempo fora do apartamento, olhando para as pequenas flores que ficavam perto das escadas. Eram flores pequenas e azuis. Lindas. Ele sempre gostara das flores, mesmo sem saber o seu nome. Elas eram exatamente da mesma cor dos olhos de Pam…

E, quando ele julgou que Pam já fora para o seu próprio quarto, ele entrou no duplex, subindo as escadas e indo para a cama.

Mas nenhum dos dois conseguiu dormir naquela noite.


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Notas finais do capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=aQMqHXKb8nQ
Bom, gente, esse link é de um trailer que a divoca da Nath Lockwood Black fez para mim. Não ficou perfeito? *-*