Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 76
Capítulo 11 - Brigas e Bebidas


Notas iniciais do capítulo

Acho que não demorei muito, mas me desculpem se sim.
Espero que gostem... Estou começando a ficar triste... Eles crescem tão rápido!



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_Vocês o quê? – gritou James, depois de passado o choque do primeiro momento. Agora o garoto estava realmente furioso.

_Não foi nossa culpa. – Pam argumentou. – Filch chegou e levou o Mapa embora, o que você queria que fizéssemos?

Agora James tinha virado de costas, uma mão passando pelos cabelos e o tornando mais bagunçado do que já era. Parecia preocupado e em um momento de solene concentração.

_O que aconteceu exatamente? – ele perguntou, repetinamente começando a andar de um lado para o outro.

_Bom... – começou Sirius. – Nós fomos ao banheiro feminino do sexto andar para colocar alguns sapos e assustar as meninas…

_Sirius, seu filho de uma… - Começou James, agora parecendo fora de si enquanto se virava para o amigo.

_Vaca gorda e feia! – o outro completou, antes que o de óculos tivesse a chance. – É, eu sei. Não precisa me lembrar.

Houve alguns sorrisos. Era impressionante como mesmo em um assunto tão sério, Sirius ainda conseguia achar espaço para uma brincadeira.

_Eu estou falando sério desta vez, Sirius. Sem brincadeiras, sem pegadinhas. Por Deus, não consegue falar a sério por um momento sequer?

_Sabe como é, James? – o garoto começou, com um sorriso torto. – É que eu acredito que a vida é bem mais do que simplesmente nascer, trabalhar, ter filhos e morrer. Acho que temos que aproveitar ao máximo a vida antes que acabemos mortos sem nos divertirmos.

_Tá, tá. Tanto faz… - James disse impaciente, acenando com uma das mãos e voltando a andar de um lado para o outro, preocupado demais para ver a verdade nas palavras do amigo. – Nós vamos pegar aquele mapa de novo. – o moreno se decidiu.

_Como? – perguntou Pam. – Tem alguma ideia?

_Na verdade, sim, eu tenho. Se você, Pam, entrar na sala dele para distraí-lo enquanto eu e o Sirius soltamos algumas bombas…

_Ei! Espera um pouco! – Lily tinha acabado de entrar na conversa, dando um passo a frente e ficando ombro a ombro com o namorado. – Vocês não podem!

_E por que não? – perguntou Sirius, pronto para comprar briga.

_Porque isso seria quebrar regras e como monitora-chefe eu não posso deixar isso acontecer. – ela disse, cruzando os braços, parecendo indignada.

_Tá, certo. – disse Pam, agora também impaciente. – Você pode descontar alguns pontos depois. Agora nós temos que ir. – disse, enquanto pegava a manga de James e começava a puxá-lo para longe.

Mas, ele não se moveu e ela foi obrigada a parar.

_Espera um pouco, Pam. – disse James, olhando para a ruiva.

_Ah, por favor! – a garota disse. – Não vai me dizer que você acha que ela está certa!

No momento, Lily encarava James seriamente, advertindo-o com o olhar. Ele suspirou.

_Eu sei que nós combinamos, mas…

_Você prometeu, James.

_Eu sei! Mas é o Mapa do Maroto! Eu dei duro para conseguir fazê-lo e ainda é um dos objetos mais importantes na minha vida! Por favor, Lily. Abra essa exceção só desta vez...

Porém, ela continuava a encará-lo firmemente.

Pam admirou o poder que a garota tinha sobre James. Agora tinha quase certeza de que estava era para valer. Ele até estava a deixando mandar nele! E era melhor terem cuidado, ou logo James se tornaria a mais nova dona de casa que cuidava do bebê enquanto Lily ia trabalhar.

A ideia de uma mini Lily ou um James Jr. fez Pam se arrepiar. Era demais do que a pobre coitada podia aguentar.

_Eu estou falando sério. – a ruiva disse, decidida.

_Tá bom. – ele suspirou. – Mas só porque eu te amo Lily. – eles trocaram um selinho rápido enquanto Lily sorria para ele.

_Isso é ridículo. – Sirius disse. – Vamos logo. – ele pegou James pelo pulso e tentou puxá-lo para longe, novamente em vão.

_Eu não vou fazer nada. – James disse. – Sinto muito.

_Qual é, cara! – Sirius falou. – Não acredito que vai começar com isso… Esse não é o James que eu conheço. O James que eu conheço acharia que o risco seria a melhor parte de tudo…

_Sinto muito. – James disse, agora parecendo seguro do que fazia.

_Certo. – Pam disse, pegando o braço de Sirius. – Se você não vai. Nós vamos.

Porém, James não permitiu que os dois fizessem qualquer coisa. Quando perguntaram o que ele iria fazer se os dois não lhe obedecessem, afinal, ele não era “namorada” deles para mandar e desmandar, o de óculos disse que amizade terminaria ali.

Era óbvio que aquilo era não era verdade, mas James mantinha uma expressão tão séria que parecia mesmo que não estava brincando. Nesse ponto Remus se sentiu na obrigação de interferir e depois de falar sobre amizades e briguinhas idiotas, pediu para eles simplesmente deixassem a história do Mapa do Maroto de logo, todos estavam tensos com isso, mas que podiam sobreviver sem o mapa.

Apesar de James e Lily terem ficado sem conversar até a hora do almoço e um clima tenso se estendeu entre todos eles. Mas, enquanto comiam na mesa da Grifinória foi possível ver os quatro amigos conversando normalmente. Não como se tivessem feito as pazes pela briga de mais cedo, mas como se ela nunca tivesse acontecido.

No final da noite, antes de dormir, Remus ainda ouviu James sugerindo que talvez eles devessem mesmo ir pegar o mapa, e que conversaria com Lily mais tarde e ela com certeza iria compreender. Mas Sirius negou e disse que estava tudo bem, que estava muito nervoso de manhã e que devia aceitar o fato de que estava crescendo e que isso significava ter mais responsabilidades e perder algumas coisas no caminho.

E ele sabia que alguma coisa parecia tinha acontecido no quarto feminino, pois na manhã seguinte a amizade de Lily e Pam, que sempre fora instável e marcada por algumas discussões e alfinetadas, aparecia sólida e inabalável, o mesmo acontecia com as outras garotas, que as vezes conversavam aos sussurros e riam enquanto olhavam para Peter, James, Sirius, Frank e Remus.

Mas, Remus sorriu enquanto olhava para Pam junto com Lily, Dory, Alice e Lene. É que ela nunca parecia tão feminina na vida e nem tão ela ao mesmo tempo. Não por causa de suas roupas ou gestos, como fora evidente quando ela mudara de visual e não parecia ser nem de longe tão feminina como antes. Mas havia algo na aura da amiga que a fazia parecer leve, bonita e alegre ao mesmo tempo, enquanto ela olhava para ele, James, Peter e Sirius com seus olhos azuis como jóias…

Talvez fosse bom para ela ter algumas amigas também.

~~*~~*~~*~~*~~

_Certo. – disse Pam, entrando no domitório masculino sem fazer cerimônia e se jogando na cama de Peter, a mais próxima a porta. – Que tédio.

Tinham se passado alguns meses e eles estavam cada vezes mais próximos do dia em que tudo mudaria para sempre.

_Oi, Pammy. – disse Frank, colocando a capa preta e andando em direção a porta, sem nem ao mesmo se importar com a presença dela ali. Já tinha se tornado algo tão comum, que pouco importava.

_Oi. – ela cumprimentou, olhando para ele de repente. – Aonde vai?

_Ah, você sabe… - ele disse, corando e olhando o chão. – Encontrar a Lice…

Pam sorriu, encorajando o amigo.

_Boa sorte! – ela disse. – Não que você precise… A Alice ama você. Mas mesmo assim, sempre é bom ter um pouco a mais de sorte.

_Obrigado. – ele disse, terminando de abotoar a capa e saindo apressado do dormitório.

Pam suspirou no momento em que o garoto deixou o quarto.

_Acho que deviamos fazer alguma coisa. – ela disse para Remus, Peter, Sirius e James, cada um fazendo alguma coisa diferente. Remus e Peter estavam enfiados em livros, Sirius estava escrevendo alguma coisa apressadamente em um caderno qualquer e James parecia sonhar acordado. Todos pararam para olhar para ela. – Relembrar os velhos tempos, sabe? Quando éramos só nós cinco. Sem nenhuma outra garota, namoradas mandonas ou estudar até os miolos fritarem para os N.I.E.M.S. Só nós, cervejas amanteigadas, piadas, risadas e muitas pegadinhas.

_O que você quer fazer, Pammy? – perguntou Remus, arqueando as sobrancelhas.

_É, Pam, o que você sugere? – Sirius entrou na conversa.

_Eu sugiro – ela fez uma breve pausa – Que nós devíamos ir ao Três Vassouras!

_Três Vassouras? – James se sentou na cama, já bem mais empolgado.

_É, claro. – ela continuou, animada. – Perdemos o Mapa já faz bastante tempo, mas eu ainda lembro-me das passagens secretas, vocês não? E faz tempo que a gente não as usa…

Os quatro se olharam, um pouco receoso, mas por fim Sirius disse:

_Certo, nós podemos ir um pouco ao  Três Vassouras…

_Legal! – ela saltou da cama, já indo em direção a porta, feliz. – Você paga as bebidas! – gritou.

Os quatro amigos trocaram olhares divertidos. Era bom ver que apesar de Pam já não ter mais apenas eles como amigos, ela continuava sendo a mesma de sempre, do que mesmo jeito que eles sabiam que embora amadurecessem, continuariam iguais para sempre.

~~*~~*~~*~~*~~

Tinham usado a passagem da Mulher de um olho só, uma das únicas que Filch ainda não tinha os visto correndo pelas mesmas para fugir de professores ou da Madame Nor-r-ra, e agora os cinco estavam sentados em uma mesa, bebendo cervejas amanteigadas e hidromel, rindo e conversando alto.

_Eu duvido que algum de vocês vira essa garrafa de hidromel. – disse James, em certo ponto, apontando para a garrafa quase cheia.

Remus, Sirius e Peter riram, sabendo que o amigo não podia estar falando sério, mas Pam resolveu topar o desafio.

_Ah, não, Pam, por favor! – disse Sirius, mas até mesmo ele parecia estar tentando a ver a garota tentar.

_Pammy… - Remus advertia.

_Eu quero, Remmy. – ela disse. – Está tudo bem.

E ela pegou a garrafa, e começou a beber. É claro que acabou não conseguindo beber tudo em um gole só e tão ponto chegou a terminar a bebida, mas quando parou já estava mergulhada naquela deliciosa sensação de embriaguez que a fazia perder os limites. Logo tinha começado a rir como uma idiota e logo estava falando sobre como Alice e Frank eram patéticos e perguntando para Peter se ele tinha um estômago no lugar no cérebro.

_Rosmerta! – gritou para a bonita e jovem dona do bar, que limpava alguns copos. – Será que você pode trazer para nós uma rodada de uísque de fogo? – ela perguntou, se sentando. Porém, pareceu lembrar-se de alguma coisa e ficou em pé novamente, gritando para a loira: - Ah, e não se preocupe. Sirius vai pagar!

Apesar dos protestos baixos dos garotos, Pam insistiu para Rosmerta trazer as bebidas e logo eles já estavam na segunda rodada.

_Eu… - murmurou Remus. – Estou me sentindo estranho… Um pouco… Tonto e… - ele soltou um riso esquisito, algo como um riso nervoso que eles nunca tinham visto o sério Remus rir. – O que está acontecendo comigo? – ele perguntou, sorrindo.

_Você tá bêbado. – disse James, simplesmente.

_Eu estou bêbado? – o lobisomem perguntou, aparecendo meio tonto. – Eu estou bêbado! – ele se levantou da cadeira e levantou o copo, comemorando.

É, definitivamente ele estava bêbado.

E não era só ele e Pam. Sirius, James e Peter também tinham passado da conta. Eles nunca tinham ficado bêbados todos ao mesmo tempo. É claro que Pam, Sirius, James e até Peter já tinham experimentado aquela sensação de embriaguez até mesmo prazerosa, mas nunca houve antes uma vez sequer em que os cinco tivessem bebido além da conta e não havia ninguém para impedi-los de fazer besteiras.

Pam ria como uma idiota junto com Remus enquanto os dois conversavam alto e ela o abraçava quase que o tempo todo. Sirius tinha ido falar com Rosmerta e a agora usava uma cantada pior do que a outra enquanto a moça ria do garoto. Peter tinha soltado a língua e agora começara a confessar uma paixão para James por uma garota que aparentemente não existia.

_Oi, James, cara. – disse Sirius, juntando-se aos dois amigos que conversavam. – Tudo bem? – ele se sentou em uma cadeira, apoiando-se nos pés traseiros da cadeira e ficando a ponto de cair. – Acho que Madame Rosmerta tá dando mole para mim… - ele disse enquanto piscava para a constrangida e divertida moça. – O que vocês estão fazendo?

_Peter estava falando sobre uma garota… - James fez uma careta. – Qual o nome dela mesmo?

_Eu… eu… Eu não lembro. – o garoto pareceu estar surpreso. – Eu não lembro o nome dela…

Um pouco distante foi possível ouvir a risada alta e estridente de Pam, ela apontava o dedo para Remus e falava em uma voz uma oitava mais alta do que a sua própria:

_Eu não estou bêbada… - ela parecia ser a mais tonta entre eles. – Eu sou bêbada!

Os dois riam alto e então ela exclamou, animada:

_Dança comigo! – se levantando e puxando-o pelo pulso.

_Mas não tem música!

_Não importa! Você pode imaginar a música!

E os dois se levantaram e começando a dançar ao som de uma música que não existia. Mas, embora Remus estivesse dançando uma música lenta, Pam estava dançando uma música agitava e os dois provocaram risadas nos amigos, que gritaram e aplaudiram, encorajando-os.

Não demorou muito para que perceber que Sirius era do tipo que começava a mentir ou talvez assumia outra personalidade enquanto estava bêbado. Logo estava contando animado para James e Peter como ele tinha escalado uma montanha, vencido uma corrida e até mesmo ido a lua!

Mas, com certeza, uma das melhores pérolas da noite, foi quando ele virou-se para James e disse, logo depois do amigo ter contando uma piada particularmente engraçada e suja:

_Eu te amo, cara. – e James riu exageradamente. – Não, é sério. – Sirius continuou. – Eu te amo mesmo. Casa comigo?

Mas James estava rindo demais para dar atenção a Sirius. E eles nem tivera tempo de qualquer jeito, pois logo Pam e Remus passaram por eles, rumo a porta e eles tiveram que fazê-los parar.

_Aonde vocês vão? – perguntou James.

_Nós… - Pam começou, mas parou de repente. – Segura o meu cabelo! – ela gritou para Remus, que a obedeceu assustado e confuso.

Não deu nem tempo de ninguém dizer ou perguntar nada, Pam já tinha vomitado no chão…

~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~

No dia seguinte, Sirius acordou no aconchego de sua cama. Por um momento parecia que eles não tinham ido ao Três Vassouras no dia anterior, mas a dor de cabeça, um rasgo na camiseta (que ele não tinha ideia de como tinha ficado assim) e os vários galeões faltando em sua carteira diziam justamente o contrário.

Quando levantou da cama, com a pior ressaca que já tinha tido até então, acordou os outros quatro e eles tentaram juntar suas lembranças da noite anterior para saber exatamente o que tinha acontecido.

Mas, descobriram boa parte da noite anterior e se envergonharam muito pela maioria das coisas que tinham feito, mas havia uma coisa que eles nunca descobriram, uma parte da noite que ficou sem solução pelo resto de suas vidas.

Como tinham voltado até o castelo na noite anterior e deitado em suas camas.

A verdade é que nenhum deles se empenhou muito em tentar descobrir o que tinha acontecido. A maioria tinha medo do que podiam ter feito e talvez no subconsciente, não quisessem realmente lembrar.

Mas uma coisa é certa. Não importa o que aconteceu na parte que eles não se  lembrava da noite. Aquela tinha sido uma das melhores vezes que tinham ido até o  Três Vassouras…


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Notas finais do capítulo

Espero que não tenha ficado exagerado e que vocês tenham gostado :) Comentem!