Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 67
Capítulo 2 - Beco "Infernal"


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, fiz com carinho. Ah e obrigada a todos os meus leitores que não abandonaram e que comentaram no capítulo anterior :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/205228/chapter/67

Era uma típica tarde de verão e como era de costume nessa época do ano os alunos de Hogwarts estavam indo ao Beco Diagonal comprar o material para o primeiro de setembro. Os Marotos não eram a exceção e eles tinham aproveitado esse ritual tão costumeiro para se reencontrarem depois de tanto tempo.

Por já estarem em Londres, Pam, Sirius e James chegaram primeiro e ficaram esperando os outros dois no Caldeirão Furado, como tinham combinado. Mas, o tempo começou a passar e nada de Peter ou Remus, e Sirius começou a perder a paciência. Queria poder ir logo para o Gringotes pegar o ouro que tinha ganhado ha pouco e ir logo comprar o material.

Por fim, e cansados de ouvir as reclamações do amigo, Pam e James combinaram que enquanto ela ia com Sirius ao Beco Diagonal, o outro esperaria Peter e Remus e às quatro horas os cinco se encontrariam           em frente a Artigos Para Quadribol.

_Certo, então. – disse Pam, observando Sirius correr como uma criança para a parede de tijolos que escondia o Beco Diagonal. – Nós nos encontrarmos às quatro.

_Nos encontramos às quatro. – James concordou, acenando com a cabeça para despedir da amiga, que partir logo em seguida, acompanhando Sirius.

A passagem da parede de tijolo se abriu para eles como se fosse a primeira vez e foi impossível não ficar encantados com o viram do outro, apesar desta não ter sido nem a primeira nem a última vez que iriam ao Beco Diagonal, mas todo o ano era mesma coisa, era como se a magia do lugar se renovasse a cada ano, fazendo parecer que tudo sempre era novo e especial.

Sirius olhou para Pam e deu um de seus sorrisos tortos antes dos dois saírem andando pelas ruas apinhadas e lojas lotadas, buscando espaço entre as pessoas que se espremiam para passar, os dois tomaram o rumo do Gringotes, onde iriam sacar a herança que tio Alphard tinha deixado.

_Às vezes eu desejo ter um parente rico e idoso em algum lugar… - disse Pam, lentamente, enrolando distraidamente a ponta dos cabelos em um dos dedos.

Sirius riu da falsa inocência da amiga.

_E você tem. Que tal seus avôs?

_Ah… - Pam fez pouco caso. – Eles me odeiam. Não contam. Nunca deixariam uma herança boa para mim de qualquer jeito.

_Mas até onde eu sei você é a única neta deles.

_E daí? Tenho certeza de que preferiam doar todo o dinheiro para entidades carentes do que para mim. E você sabe que eles são exatamente igual à sua família… - Pam cruzou os braços, emburrada.

Sirius riu e continuou tentando achar passagem entre as pessoas.

_Talvez você tenha alguém como o tio Alphard em algum lugar… - comentou.

_Talvez… - ela disse, mas não parecia nada pouco convicta. Pensou um pouco e então continuou, animada: - Ou talvez eu case com um marido rico!

O garoto não teve como não rir depois dessa.

_Vamos logo. – ele pegou a mão dela e a puxou para longe, passando pelas pessoas e finalmente chegando ao Gringotes.

Não muito diferente do resto do Beco Diagonal, o banco estava lotado. Era como se todo o mundo tivesse decidido ir lá ao mesmo tempo e no mesmo dia.

_Ei. – chamou Sirius. – O que um duende disse para o outro?

Ela pensou um pouco e finalmente disse que não fazia ideia.

_ “Nossa, quanto dinheiro!” “Não é da sua conta.” – ele disse, dando um duplo sentido que fez Pam rolar os olhos e rir.

_Muito engraçado. – ela falou. – Mas vamos logo fazer o que viemos fazer.

Os dois se dirigiram para uma das inúmeras filas e esperaram ser atendidos. E esperaram, esperaram, esperaram… Esperaram, esperaram, esperaram e esperaram…

Quando por fim foram atendidos, já tinha pensando em desistir, tinham reclamado, feito piada sobre o atendimento, Sirius tinha despejado uma quantidade inacreditável de piadas sem graça sobre Pam…

O garoto tomou a frente e conversou com o duende, entregando-lhe a chave do seu próprio cofre e esperando pelo que pareceu mais uma eternidade até que finalmente outro duende levou os dois até o cofre de Sirius.

Chegar ao cofre até que foi rápido, mas eles tiveram que parar diversas vezes para esperar outros carrinhos passarem antes de poderem continuar. Mas, toda a espera e a demora foram recompensadas ao verem o ouro de Sirius.

O queixo de Pam caiu.

_Eu nunca tinha visto tanto ouro junto…

Sirius riu.

_Bendito seja o tio Alphard e sua fortuna! – ele disse antes de avançar e pegar um pouco do ouro e guardando-o em um saco pequeno, sair e sinalizar para o duende que podia os levar de volta.

Com toda a demora em pegar o ouro, quando saíram do Gringotes já era quatro horas e os dois partiram para a Artigos Para Quadribol, Sirius parecendo mais feliz do que não ficara em anos.

Pam ria de cada tropeço e de cada cumprimento exagerado do amigo, que se faziam cada vez mais frequentes. Por fim passaram em frente à um arbusto com pequenas flores azuis que eram do mesmo tom que os olhos de Pam, o garoto se apressou a abaixar-se e pegar uma das flores, a colocando atrás da orelha da amiga logo em seguida.

_Pronto – disse. – Assim você vai ficar linda e vai achar caras muito melhores do que Michael, eu prometo.

Pam sorriu enquanto observava o amigo parecendo aceso e alegre como se nada no mundo pudesse interferir em sua felicidade.

_Felina, me diga. – ele começou. – Por que devemos comer flores?

Ela franziu a testa. Talvez toda a alegria de Sirius fosse nada que não insanidade. Não havia sentido na frase do garoto.

_O que disse? – ela perguntou, piscando.

_Por que devemos comer flores? – ele repetiu, olhando para ela e jogando o cabelo para o lado, um sorriso torto nos lábios.

_Não sei… - ela começou, insegura. – Por que devemos comer flores?

_Para enfeitar os vasos sanguíneos.

E Pam se permitiu sorrir ao perceber que tinha sido boba o bastante para não identificar uma piada sem graça de Sirius.

_Você está bem engraçadinho hoje, não? – ela perguntou.

_Sim… - ele disse. – Não sei por quê. Mas estou sentindo leve, feliz… É como se eu pudesse cantaaar! – ele prolongou a palavra, em algo que Pam identificou como uma tentativa fracassada de cantar alguma coisa.

E ela riu. Não podia ter feito diferente.

_Para. Não estrague tudo, ok? – ela brincou.

Ele apenas sorriu para ela durante um tempo antes de abaixar a cabeça e então voltar a olhá-la.

_Você me acha louco? – perguntou, como se fosse um assunto de grande importância para ele.

_Totalmente. – ela disse. – Mas eu sempre achei, então não faz diferença, faz?

Sirius sorriu para ela.

_Não, não faz… - olhou para frente e então viu algo que apenas aumentou sua felicidade. Pam viu o mesmo e quando se encararam, uma única palavra sai de suas bocas:

_Ranhoso. – sorriram maldosamente. Qual fora mesmo a última vez que tinham aprontado com ele? Parecia que fazia milênio. E agora com a magia liberada para ambos, podiam fazer o que quisessem sem comerem o risco de serem expulsos de Hogwarts.

_Legal. – Pam disse, percebendo que o amigo pensava o mesmo que ela, então os dois andaram para lado a lado para o beco em que tinha visto o outro sumindo nas sombras. James, Peter e Remus podiam esperar alguns minutos.

Eles estavam tão ocupados pensando na diversão e no que fariam com o sonserino para se preocuparem com qualquer outra coisa e nem pensaram no quanto era suspeito que Severus estivesse indo por aquele caminho, mas o seguiram do mesmo jeito.

Severus correu no meio da multidão com Pam e Sirius logo atrás dele, ignorando as pessoas nas ruas. Por um momento pareceu que Severus ia ir para a Travessa do Tranco, mas hesitou antes de tomar uma direção na bifurcação em que se encontrava e esse foi o suficiente para Pam e Sirius o alcançarem.

_Olá! – disse Pam, por sobre o ombro do garoto, o que o fez se assustar. – Tudo bem? Como passou de férias, Ranhoso?

_Fugindo do xampu como sempre? – perguntou Sirius, antes que Severus tivesse tempo de fazer qualquer coisa.

Por um momento pareceu que Severus ia revidar, mas então no último segundo mudou de ideia e correu pela rua oposta a que levava à Travessa do Tranco.

Pam e Sirius se entreolharam e concordaram ao mesmo tempo. Não iam desistir tão fácil. Foram atrás de Severus que por fim sumiu em um beco sem saída e com os dois grifinórios em seu encalce, ele estava encurralado.

_Do que você está fugindo? – perguntou Sirius, se aproximando do outro com um sorriso sínico no rosto.

_Não tem porque se esconder de nós. – Pam disse, com ironia. – Somos seus amigos.

Sirius puxou a varinha e olhou para a amiga, que fez o mesmo. Severus colocou a mão esquerda no bolso das vestes, segurando a ponta de alguma coisa que podia ser a varinha.

_Quantos anos você tem, Felina? – perguntou Sirius.

_Dezessete e você?

_Também. – Sirius sorriu mais ainda. – Somos maiores de idade.

_Vocês não fariam isso. – disse Severus.

_Olha, Sirius. – Pam começou. – Isso deve ser uma evolução! Cobras sabem falar!

O garoto riu.

_Essa foi boa. – então voltou para o sonserino e continuou: - Não? E por que não?

Severus enfiou a outra mão em um bolso, sem soltar o que segurava com a mão esquerda, e puxou a varinha. Sirius e Pam estavam distraídos demais para perceberam que Severus escondia alguma coisa que eles não podiam ver.

_Sectumsempra! – gritou Severus, investindo contra Sirius.

_Everte Statum! – Pam gritou enquanto o amigo desviava do feixe verde.

_Protego!

O feitiço de Pam voltou para ela e então a garota foi lançada para trás, enquanto Sirius e Severus duelavam. Ela também não tardou a se levantar e voltar para à atacar.

Talvez tenha sido por causa da luz, talvez por causa dos feitiços gritados qualquer que seja a razão, James que passava ali por perto rumo à Artigos Para Quadribol viu a luta dos três e resolveu interferir.

_Expelliarmus! – gritou, fazendo com que as três varinhas saíssem das mãos de seus respectivos donos e James as apanhou com habilidade digna de apanhador. Logo Pam, Sirius e Severus estavam olhando para o quarto garoto, confusos. – O que vocês acham que estão fazendo?

Severus andou em direção a James como um morcego, tomando sua varinha e dizendo:

_Fico feliz que tenha mais sanidade que seus amiguinhos, Potter. Então vou lhe dizer uma coisa. Da próxima vez não pegarei tão leve com eles.

E então foi embora. James respirou fundo indo em direção aos amigos e lhes revolvendo as varinhas.

_Vocês são insanos? O que achavam que estavam fazendo? Estamos no meio do Beco Diagonal, isso tem que significar alguma coisa!

_Ah, Pontas. Você está muito chato. O que aconteceu com você? – perguntou Sirius. – Estávamos apenas brincando. Não era sério.

_É, Pontas. – Pam concordou, sorrindo. – O que aconteceu? Você não era assim, você mudou. Devia ter vindo se divertindo com a gente. Afinal, tudo o que importa é se divertir, não é?

_Vocês são loucos, isso sim. – Ele comentou entre os dentes.

_Relaxa, cara! – Sirius disse. – Está tudo bem! Onde estão Peter e Remus? Não vieram?

_Já estão na Artigos Para Quadribol. Eu estava procurando vocês. Não pareciam nunca!

_E agora nos achou, não é, Pontas? – Pam sorriu. – Vamos encontrar o Rabicho e o Aluados.

Sirius deu um tapinha no ombro de James de sair do beco, seguido por Pam, e deixando o amigo sozinho. James esperou alguns segundos antes de ir atrás dos amigos, olhando para trás e encontrando uma Lily boquiaberta olhando para ele. Sorriu, seu plano tinha funcionado. Não que fosse contar para Pam e Sirius é claro, eles nunca o entenderiam. Nunca saberiam o que o amor pode fazer com uma pessoa. Até mesmo fingir responsabilidade e ajudar um inimigo que não merece ser ajudado.

Até Hogwarts, Lily, James pensou. Esse ano você vai ser minha. Mesmo que para isso eu tenha que ser responsável.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!