Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 65
Capítulo 11 - Uma Chance


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo meio chocho, mas eu o escrevi a tanto tempo que nem me lembro mais quando. Foi desse capítulo que surgiu a história inteira, mas eu o escrevi a muito muito tempo atrás.



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Vários meses tinham se passado e agora pouco faltava para eles voltarem para suas casas depois de terem tido um ano tão lotado quanto o sexto ano foi. Mas, tinham certas coisas que ainda precisavam ser resolvidas.

James olhou para Lily e só conseguiu pensar no quanto lindos eram seus olhos verdes. Ela mordeu o lábio inferior, parecendo apreensiva.

_Eu não te odeio, Potter.

_Também não te odeio. Para ser sincero, eu te amo desde o quarto ano.

Lily sorriu.

_E você continua sendo o mesmo idiota. Mas não seria verdade se eu não dissesse que você não amadureceu.

O que era verdade. Nos últimos dois meses, James não tinha participado de nenhuma marotagem e parara de chegar atraso as aulas, respeitando os professores e prestando atenção neles, o garoto aumentado suas notas. Ele tinha de fato mudado.

_Isso quer dizer que você vai sair comigo? – perguntou.

_Sair com você… Sair com você…Você só sabe falar isso? – Lily começou a se irritar com o outro.

_O que mais você quer que eu diga?

_Não sei, tire alguma coisa interessante do seu cérebro inútil.

James parou e pensou um pouco antes de dizer:

_Quer ser minha namorada?

Lily revirou os olhos.

_Você é ridículo – Ela se virou e começou a afastar, mas James a seguiu.

_Lily?

_Quê?

_Quer sair comigo?

_Não.

_Lily…

_Não.

_Mas…

_Não.

_Por favor?

_Você sabe o significado da palavra “não”?

_Eu…

_Então procure em um dicionário.

_Mas, Lily…

Ela apenas revirou os olhos e continuou andando sem prestar atenção em James, que continuava a segui-la.

_Lily, me escute.

_Não.

James, irritado, se apressou e parou na frente dela, bloqueando sua passagem.

_Agora você vai me ouvir, Lily Evans!

_O que você quer, Potter?

_Quero que você saia comigo.

_Você não acha que fala isso demais?

_Eu não precisaria falar tanto se você aceitasse.

Ela revirou os olhos de novo antes de dizer:

_Então me dê um bom motivo.

_Porque eu te amo.

_Um motivo verdadeiro, Potter.

_Quer um motivo mais verdadeiro do que esse?

Lily suspirou e continuou andando, James ao seu lado.

_Você tem um jeito estranho de demonstrar isso.

_Verdadeiros amores não precisam ser normais.

_Um jeito sem sentido…- ela refletiu.

_O amor não faz sentido, apenas ama.

Ela riu.

_Filosofando, Potter? – disse ela, sarcástica.

_Se for o necessário para você sair comigo.

Entrando mais uma vez na frente dela, ele esticou os braços, decidido a impedir que Lily passasse por ele.

_Escute, você é inteligente então por que é tão difícil entender que eu te amo de verdade? Te amo muito. Te amo hoje. Te amei ontem. E te amarei amanhã. Por todos os dias da minha existência. Te amo para sempre.

Lily corou e sorriu.

_Verdade?

_Verdade. Para sempre. – disse ele, a encarando e deixando seus braços caírem ao lado do corpo.

_Então eu devia retribuir.

_Devia mesmo.

Lily beijou sua bochecha, passando por ele logo em seguida. Desta vez, James não a seguiu.

Ele sorriu. Colocou a mão no lugar que os lábios dela tinham roçado seu rosto e se virou para encará-la.

_Isso quer dizer que você vai sair comigo?

Lily, ao longe, parou. Pensou por um momento e finalmente virou a cabeça para responder.

_Talvez. Veremos depois das férias de verão.

Ela sorria. James sorriu mais ainda. Tinha conseguido. Depois de anos de tentativas em vão, ele tinha finalmente conseguido. Ela ainda não tinha dito que iria, mas um talvez era muito melhor do que um não.

E Lily tinha o beijado! Isso aí, os lábios de Lily tinham encostado no rosto de James. Isso era um progresso imenso. Era um progresso infinito.

Sorrindo como um bobo e se sentindo flutuando, ele tomou o lado oposto do que Lily tinha tomado, indo para a Sala Comunal.

_Senha? – disse a Mulher Gorda.

_Noite de Verão. – disse ele, ainda sorridente.

A Mulher Gorda olhou feio para ele, provavelmente pensando que ele tinha outra travessura em mente, mas ele não tinha, ele só conseguia pensar em uma coisa. Lily. Os olhos de Lily. Os lábios de Lily. O cabelo de Lily…

A Sala Comunal estava vazia exceto por Pam, Sirius e ele próprio.

_E aí, Pontas? Onde você estava?– disse Sirius.

_A julgar pela expressão dele, estava espionando a Lily de novo. – disse Pam, divertida.

Sirius soltou uma risada que parecia um latido.

_E então, o que ela disse desta vez? – ele perguntou.

James, porém, levantou Pam e começou a dançar com ela pela sala, que ria e tentava o acompanhar desajeitadamente.

_O que foi, Pontas? – ela perguntou enquanto ele a girava.

_Eu falei com a Lily!

_Falou? –disse Sirius, gargalhando, ainda sentado. – E o que foi que ela disse?

_ Ela me beijou! – disse James, dando mais algumas voltas com Pam e se sentando ao mesmo tempo que ela.

_ Ela o que? – disse Pam, incrédula.

_Você tava sonhando, não é mesmo, cara? A Evans te beijou? Isso é tão impossível quanto o Ranhoso começar a distribuir balinhas e flores por aí.

_ Ela me beijou. Bem aqui. –James levou a mão à bochecha, no exato lugar que os lábios de Lily o tinham tocado.

Sirius e Pam se entreolharam, concordando silenciosamente, o amigo estava enlouquecendo.

_ E ela disse que talvez saia comigo ano que vem. – disse ele, encarando o nada e sorrindo bobamente.

_Certo. – disse Pam, devagar e descrente.

_Ela disse que deve retribuir meu amor…

Pam e Sirius se olharam de novo. Seria melhor levar James até a enfermaria?

_Vocês acreditam não é mesmo? –disse ele, saindo momentamente do seu transe.

_Ah, sim. É claro que acreditamos. – disse Sirius, mas James percebeu que ele só estava dizendo isso para não contrariá-lo.

_É verdade! Ela… Lily… Ah! – ele suspirou, incapaz de colocar em palavras o que sentia.

_Nós acreditamos. Claro que acreditamos. – mentiu Pam.

_Vem, vamos subir. Você precisa descansar.

_Isso mesmo, Pontas. Amanhã nós vamos voltar e você precisa de uma boa noite de sono.

_Eu não estou cansado, eu só estou… apaixonado.

_Certo… - disse Sirius, pegando em um dos braços dele e Pam pegou no outro, os dois o levaram para cima e o colocaram na cama.

_Pronto! Agora, se você me der licença, Almofadinhas, eu vou para o meu dormitório.

_Lily… - murmurou James.

_Ou talvez seja melhor eu ficar aqui. Eu posso te ajudar. – disse ela, olhando preocupada para James.

_ Não, não precisa. Rabicho, Frank e Aluado estão aqui. – disse ele, apontando com a cabeça para as três camas onde seus ocupantes já dormiam profundamente.

_Certo, mas mande me chamar se precisar. – disse Pam. – Eu já vou indo. Boa noite. – ela sorriu para ele.

_Boa noite.

E assim, Pam foi embora.

Subindo para seu dormitório, ela se deitou, mas não conseguia dormir de jeito nenhum.

A porta se abriu e se fechou logo depois.

_Lily? – Felina ouviu Lene sussurrar.

_Shh. Sim, sou eu. – ela sussurrou.

_Onde você tava? –perguntou Dory, sonolenta.

_Eu fui para a biblioteca devolver uns livros que eu ainda não tinha devolvido. Mas antes…

_Lily? Dory? Lene? Vocês me acordaram. – Pam ouviu Alice dizer.

_Ah, desculpe, Alice. – disse Lily.

_O que vocês estão fazendo?

_A Lily estava nos contado onde ela estava. Disse que tinha ido a biblioteca, mas que antes tinha ido a algum lugar. Ela estava nos dizendo onde.

Lily soltou uma risada marota, e apesar de Pam não a poder ver, tinha certeza de que a ruiva tinha uma cara culpada.

_E então? Onde você estava, Lily? Com algum garoto? – disse Dory, maliciosa.

_Hum… Vocês acham que a Pam está dormindo?

_Parece que sim, não é mesmo? –disse Lene.

_Então tá, eu vou contar. – ela fez uma breve pausa. – Eu estou apaixonada!

_E porque você não nos falou antes! A gente podia te ajudar! – exclamou Dory.

_Fala baixo! – implorou Lily. –Ou vai acordar a Pam!

Lene fez um muxoxo.

_E se acordarmos? Que mal pode haver nisso? – disse com desdém.

_É que o cara por quem eu estou apaixonada é o Pontas. – Lily soltou uma risadinha.

Pam achou que ia ter um treco. Talvez Pontas não estivesse delirando.

_Pontas? Que Pontas?

_ Ah, Alice, por favor. Você divide o quarto com uma marota e não sabe quem é Pontas? Os Marotos, você sabe, Pontas, Rabicho, Aluado, Felina e Almofadinhas! – disse Lene.

_Ah!

_ O que? Com tanto garoto bonito por aí você se apaixona justo pelo mais estúpido de todos? – disse Dory, indignada.

_Ele não é tão idiota assim! Ele é um fofo! Ele é tão bonitinho! Ele disse que me ama…

_Ele SEMPRE diz que te ama! –Lene exclamou.

_Falem baixo! – pediu Lily de novo. – E você Alice? Você está do meu lado não está?

_Eu? Não sei não. O James é tão…

_Não diga nada, você tá namorando o Frank!

_Mas o Frank é um fofo e não um idiota arrogante! – protestou Dory.

_Ah, Dory, não diz nada. Você já namorou o Lupin! Então não vejo mal algum em dar um beijo na bochecha do James e…

_Você beijou o James! – exclamou Lene.

_Melhor do que você! Pelo menos eu admito que gosto do James, e você que é apaixonada pelo Almofadinhas desde o segundo ano e não admite? Namorou ele e mesmo assim continuou dizendo para suas amigas que era só um truque. Isso é covardia.

Dory gargalhou e Alice soltou risadinhas.

_A Pam vai acordar! – sussurrou Lily.

_Era segredo! Não era para você contar!

_Ah, desculpe, mas escapou! Foi sem querer! Você começou a me atacar e aí eu revidei!

_Ah! Tudo bem! Eu acho que já estava na cara mesmo.

_Tá, vamos admitir, os Marotos são lindos!

_Menos o Peter, Dory, que eu acho que é um idiota! – disse Alice.

_Verdade. A Pam é uma sortuda, se vocês querem saber, é a única garota e fica sozinha com eles o tempo todo!

Pam se remexeu. Elas a consideram sortuda! Tão sortuda que tinha que aceitar apenas a amizade deles! Eles a enxergavam apenas como uma prima ou irmã, nada mais. Não que lhe importasse que James, Peter e Lupin a vissem com esses olhos. O que lhe importava era Sirius e como o coração de Pam se despedaçava quando ele falava como as outras garotas eram bonitas, mesmo depois de tudo o que tinha acontecido.

_Shh! Vamos acordar a Pam! – disse Lily. – Acho melhor a gente ir dormir! Amanhã a gente conversa mais.

Pam ouviu as outras garotas se deitarem e se cobrirem.

_Boa noite, gente.

_Boa noite. – disseram Lene, Dory e Alice em uníssono.

Não demorou muito e Pam percebeu que a respiração das outras meninas tinha ficado mais profunda e soube que elas tinham dormido.

Mas Pam simplesmente não conseguia dormir de jeito de nenhum.

Ficou a noite inteira se mexendo como um peixe fora da água. Era difícil aceitar o fato de que ia passar um verão inteiro longe dos outros Marotos. Mas talvez o pior de tudo era saber que ela iria voltar para casa e a mãe não estaria lá. Saber que a mãe nunca mais voltaria. Pam soube que não havia mais esperança quando viu o corpo dela sendo colocado na terra, a última vez que veria a mãe.

Era bem provável que ela iria precisar ficar em casa sozinha a partir de agosto. Já que o pai iria precisar viajar de novo. Mas ficar sozinha em casa, mesmo com os Comensais da Morte a solta por aí, não a assustava mais como antes. Agora, com a morte da mãe, Felina se sentia forte e determinada a vingar ela. E, mesmo que morresse na luta contra Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, ela levaria consigo o maior número de Comensais possíveis. Ela sabia exatamente o que iria fazer quando terminasse a escola.

Pensando nisso, ela sentiu uma lágrima quente e salgada correr-lhe pela bochecha e a apanhou com a ponta de um dos dedos antes que ela pingasse na cama. Não gostava de pensar na mãe por causa disso. Sabia que iria chorar.

Sem conseguir dormir, ela levantou e abriu seu malão, que ela começara a arrumar na noite anterior, e pegou um suéter de lá de dentro. Um suéter amarelo com um “E” em azul bem no meio. O suéter que sua avó tinha feito e que sua mãe costumava usar quando estava frio. Ela se abraçou a ele e percebeu que ainda era possível sentir o cheio de chá de erva-doce que a mãe costumava tomar no inverno.

Pam vestiu o suéter e achou que ele era quente como o abraço da mãe e era quase como tê-la de volta. Era como voltar ao dia que ela tinha se machucado caindo de uma árvore quando tinha seis anos e depois de fazer chá e usar a varinha para curar os arranhões, a mãe tinha lhe abraçado. “Ficar quente ajuda a fazer-nos sentirmos felizes e aconchegantes.”

Pam sorriu quando seus olhos se encheram de lágrimas. A mãe era a pessoa mais gentil que já tinha conhecido. Apesar de ser um pequeno desastre ambulante, sabia sempre exatamente o que dizer e como a fazer se sentir melhor.

Ela abraçou a si mesma, como a mãe costumava fazer e se sentiu melhor imediatamente. Era como se a mãe estivesse ali a abraçando de verdade.

Então ela finalmente se deitou e dormiu tranquilamente, ciente de que logo estaria voltando para casa.


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Notas finais do capítulo

Bom, estou aqui para dar uma notícia não muito legal. Vou parar de escrever a história por um tempo. Desculpem-me, mas não posso continuar agora. Minha avó morreu no último domingo e isso é muito triste. Ela era como uma mãe para mim, já que não podia considerar a minha como uma mãe de verdade. Quem leu Lembranças de uma Aspirante a Escritora sabe o que aconteceu. Não vou entrar em maiores detalhes. Apenas entendam que é uma dor muito pior do que qualquer coisa que eu já senti, sento-me completamente perdida (irônico que eu tenho escrito algo sobre a Pam se sentir assim um pouco antes). Não tenho data para voltar, mas garanto que até o final do mês vocês vão ter o primeiro capítulo do sétimo ano, ok?
BBK,
Cassie