Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 63
Capítulo 9 - Perdida


Notas iniciais do capítulo

Gente, queria agradecer a Cami Souza McKinnon Black e Beatriz Lee por recomendar a história. Adoro você, meninas, e me apaixonei pelas recomendações, perfeitas!
Bom, esse capítulo vai deixar lágrimas nas olhos dos mais sensíveis, tenho quase certeza. k Vejo vocês lá embaixo.
PS: Liin, me desculpa. Eu sei que tinha te mandando o capítulo, mas acabei dando para a Mabhye betar porque você estava demorando muito. Vou te mandar o próximo capítulo agora, pode ser? E desta vez ele vai ser só sei.



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Sirius e James estavam no dormitório masculino, terminando de arrumar as coisas para o Natal. Iriam sair de Hogwarts no dia seguinte e seria melhor que estivessem preparados.

_Hum… - começou James, parecendo chateado. – Sirius?

_Quê?

_Bom, eu vou viajar com os meus pais no Natal e…

Sirius já sabia o que viria a seguir. Sabia que não iria poder ir com os Potter viajar, já que fora muito em cima da hora e que provavelmente eles não encontrariam passagem e não queria ser um incomodo.

_Eu vou passar o natal com os Tonks. – ele disse. – Não se preocupe. Já estava sentindo falta deles de qualquer jeito.

James sorriu.

_Certo. Diga a eles que lhes desejo sorte.

Sirius assentiu.

_Não se preocupe. Vou dizer.

E eles continuaram arrumando as malas em silêncio.

~~*~~*~~*~~*~~*~~

Encontrar uma sala vazia no meio da noite era uma coisa bem fácil, como Sirius e James já tinham provado. Mas, Pam e Michael preferiram entrar pelo quadro do Ed e ficar no túnel antes do lago, exatamente como os pais da garota faziam antes. Agora eles estavam se beijando com fervor, meio como se a vida deles dependesse disso.

Era bom ficar perto um do outro como se tudo se o resto do mundo não existisse, era bom esquecer todas as preocupações mesmo que por alguns momentos.

A bem da verdade, Pam sentia nojo de si mesma quando Michael a puxava para perto e ao invés de provar de seus lábios, ela se imaginava provando os lábios de Sirius, mas não podia fazer diferente.

_Eu te amo. – Michael sussurrou antes de descer e começar a beijar o pescoço da menina.

_Te amo também. – ela gemeu, os olhos fechados.

Era prazeroso ficar assim, tão próximos um ao outros. Era ótimo estar um ao lado do outro em momentos como aquele.

_Diga meu nome. – pediu Michael, parando de beijar o pescoço dela por breves segundos. – Diga meu nome! – exigiu quando ela permaneceu calada.

Sem algo mesmo perceber o que fazia, e ainda fingindo que ele era Sirius, a garota pronunciou um nome em um sussurrou baixo e arrepiante:

_Sirius…

Mas não foi baixo o bastante para se ignorado. Michael se afastou rapidamente de Pam, a olhando surpreso e triste.

_O que você disse?

_Eu disse “Michael”. Claro que eu disse “Michael”. – ela se apresou em corrigir, mas já era tarde demais.

Pam tentou puxar Michael para si, mas o garoto não permitiu.

_Não foi isso. Você disse “Sirius”. Você me chamou de “Sirius”. Você gosta do Sirius!

A garota suspirou. No final Michael ia acabar sabem. Ela apenas desejava que não fosse desse jeito.

_Sinto muito. Eu gosto dele sim. E muito. Ele é meu melhor amigo e sim, existe algo a mais. Mas ele sempre me enxerga como uma irmã. Queria o fazer abrir os olhos, mas pelo visto não funcionou. – Pam piscou, fazendo as lágrimas que se acumulavam em seus cílios caíssem. – Sinto muito. Sinto muito mesmo. Não era para ter sido assim. Agora você me odeia.

_É, eu odeio. Não acredito que fez isso comigo, Pam. Não consigo acreditar. Você, você… Você brincou com os meus sentimentos!

_Eu sei! Sinto muito mesmo. Mas falar assim não está melhorando as coisas. Por favor. – ela limpou uma lágrima que corria por seu rosto e borrava sua maquiagem.

Talvez Michael tivesse tido pena de Pam por vê-la em um estado tão deplorável. Ver a garota forte e segurando chorando igual um bebê não era fácil.

_Calma, calma. – ele disse. – Entendo seu ponto de vista. Não estou tão zangado. Por favor, não chore. – Mas Pam sabia que ele mentia.

_Acho que preferia que gritasse comigo. – ela falou. – Não devia estar sendo gentil comigo. Eu sou terrível.

Michael sorriu tristemente.

_Não vou gritar com você.

Os dois se encararam por algum tempo, até que Pam se pronunciou.

_Apenas me faça um favor. – pediu a garota. – Apenas não conte para o Sirius isso. Não o deixe saber, por favor.

Michael suspirou.

_Certo. Eu prometo. Prometo que nunca vou contar. Mas me prometa que nunca vai contar que estava apenas me usando. Não ia pegar bem para nenhum de nós.

Pam assentiu, tentando parar de chorar. Mas parecia que enquanto mais tentava, mais chorava.

_Vai embora agora, por favor. – pediu Pam.

_Não poderia ficar. – ele disse. – Porque se eu ficasse ia ser como se estivesse tudo bem. E não está tudo bem.

E Michael se foi, parecendo arrasado e abatido, mas tentando não demonstrar isso.

Pam ficou chorando naquele canto. Por quanto tempo é impossível dizer, mas no momento tudo o que ela queria era se enfiar em um buraco escuro e ficar lá para sempre. A verdade era que não estava apenas chorando por Michael ter descoberto, mas por tudo o que tinha acontecido e ela não tinha chorado. Chorado até que não houvessem mais estoques de lágrimas e ela teve que parar.

Então tomou o lado oposto ao que Michael tinha tomado. Adentrou a passagem e foi até o lago que existia ali. O estranho lago que apenas a fez pensar mais ainda em Sirius e ela terminou de derramar duas lágrimas que tinham restado. Sentou-se brevemente encostada em uma das pedras do lugar e abraçou os joelhos, pensando no que faria a seguir. Todo o seu mundo tinha desmoronado e ela se sentia completamente perdida.

Finalmente, usando a pedra como apoio, ela se levantou e, ao fazer isso, percebeu uma coisa. Em uma das paredes da caverna dois nomes brilham como uma chama viva.

Martin & Beth

Seus pais. Seus pais tinham estado ali tanto tempo que se preocuparam em deixar registrados os seus nomes. Pam se perguntou se um dia Sirius e ela iriam fazer isso também. Se um dia se casariam como seus pais o tinham, desafiando todas as regras.

Encantada com os nomes, Pam os tocou, mas se afastou quase que imediatamente, já que o lugar onde tinha relado começou a brilhar levemente. A garota encarou aquilo por algum tempo, temendo que tivesse jeito alguma besteira, mas quando a luz se extinguiu, já não estava mais escrito os nomes de seus pais, no lugar deles tinham dois novos nomes:

Sirius & Pam

Pam quase riu ao ver isso. Devia ter alguma coisa a ver com a magia do lugar. Como estivera pensando em Sirius, o nome dele aparecera ao lado do seu.

Mas, isso era triste, pois Pam sabia que suas chances com o outro eram quase nulas e, por fim, depois de vários rodeios, ela finalmente criou coragem e voltou pelo túnel estreito, indo voltando para o corredor do sexto andar e o quadro do Ed.

Logo depois soube que não devia tê-lo feito. Apesar de o corredor ser pouco visitado, assim que ela virou uma curva encontrou Filch, que andou até ela sorrindo e Pam soube que estava encrencada.

_O diretor quer te ver. – Filch disse.

_Mas não fiz nada. – ela falou, com a melhor cara inocente possível.

_Aposto que fez. Não sei o que foi, mas acho que você está em uma pela enrascada, menina. – ele sorria.

Pam só pode supor que Dumbledore descobrira sobre as passagens secretas ou sobre as coisas que ela tinha roubado ou o estoque de cerveja amanteigada no dormitório masculino ou que supunha que tinha aprontado alguma coisa junto com os outros Marotos. Confusa ela caminhou até a sala do diretor e viu que a Prof ª. McGonagall a esperava em frente a gárgula, o que que quer que fosse, era grave.

Mas, a professora a encarava com uma expressão solene e profunda e Pam começou a ficar preocupada. Já não podia mais imaginar o que tinha acontecido.

Será que Remus, que devia estar na casa dos gritos, tinha escapado dos garotos durante uma volta e mordido alguém? Será que tinham descoberto que era uma animaga e estavam vindo prendê-la?

Melhor nem pensar nas possibilidades.

_Sinto muito. – a professora disse, para o pavor de Pam, que apenas engoliu em seco.

McGonagall disse a senha à gárgula e elas subiram para o escritório de Dumbledore.

A expressão triste de Dumbledore, ao entrarem na sala, garantia que não era nada simples e sem importância, alguma coisa muito séria tinha acontecido. Algo que podia mudar a vida de Pam.

E ela nunca se sentiu tão assustada como naquele momento. As possibilidades eram milhares e ela não sabia exatamente o que tinha acontecido, mas tentou se manter firme.

_Sente-se, por favor, Srta. Porter. – disse o diretor.

Pam se sentou e McGonagall ficou em pé ao lado dela, depois de um suspirou, Dumbledore começou a falar.

E a cada palavra dita, os olhos de Pam se arregalavam cada vez mais, seus olhos se enchiam de lagrimas e ela torcia com todas as forças para o que estar ouvindo ser mentira ou simplesmente um sonho.

Mas não era. A verdade a atingiu como um trem fora dos trilhos e agora estava a destruindo por dentro. Tudo o que ela tinha vontade de fazer era deitar em uma cama e chorar até que tudo tivesse acabado.

Achava que tinha esgotado seu estoque de lágrimas ao terminar com Michael, mas estava errada. Ainda tinham muitas lágrimas para serem derramadas e elas estavam prontas para sair.

~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~

E então, pela primeira vez em muito tempo, Pam se sentiu completamente perdida. Sem chão, sem rumo, sem nada no que se apoiar. Parecia que estava em um mundo estranho ou um sonho do qual lutava desesperadamente para acordar. Tudo parecia estar revestido por uma camada grossa de neblina, que a impedia de ver as coisas bem. Tudo parecia prestes a desabar e era para Pam como se ela estivesse andando no meio do nada. As pessoas simplesmente passavam por ela sem que se desse conta. Era como estar morta, ser um fantasma, talvez.

Não tinha mais nada. Não tinha amigos, não tinha namorado, não tinha mãe… Era apenas um nada, sem alma, sem razão. Apenas andava por aí, procurando se encontrar.

“Lamento. Lamento muito. Sua mãe morreu, Pamela.” As palavras de Dumbledore ainda ecoavam em sua mente, como se ele as tivesse gritado. Tudo aquilo fazia um sentindo horrível e doía como se estivesse arrancado uma parte dela.

Sua mãe… Sua mãe estava morta. Tinha a encontrado morta na casa deles, junto de vários comensais. Suponha-se que vários deles tinham entrado na casa e que Beth tinha lutado, conseguindo matar seis deles, mas que os outros tinham conseguindo acabar com ela. A Sra. Porter tinha sido forte, tinha matado seis comensais sozinha, mas mesmo assim, acabara padecendo.

E as pessoas ao redor de Pam continuavam com suas vidas normais, rindo e conversando, como se tudo estivesse em ordem. Mas não estava. Ela não entendia como os outros podiam rir e conversando enquanto sofria tanto, enquanto sabia que nunca mais poderia abraçar a mãe, que nunca mais poderia vê-la sorrir, que nunca mais sentiria seu peito subindo e descendo com o ar entrando e saindo de seus pulmões.

Perdida, completamente. Já não tinha mais noção de para onde estava indo, mas queria simplesmente ter algum apoio, alguém que lhe falasse que ia ficar tudo bem.

A princípio pensou nos Marotos, já que tinha terminado com Michael. Mas não se sentia corajosa o bastante para enfrentá-los depois de tê-los abandonado e então retornar quando não tinha mais nada no que se apoiar. Era assim que se sentia em relação a James, Sirius e Peter. Apesar de saber que eles iam a consolar, não se sentia capaz de ir até eles.

Tinha parado de chorar e concertado a maquiagem, então, já não aprecia um monstro e as pessoas ao seu redor sequer sabiam como se encontrava o interior da menina.

Então Pam simplesmente continuou andando. Seus pés sabiam exatamente aonde ir, embora sua mente ignorasse completamente.

Você já se sentiu assim, tão perdida? Sem saber o que fazer, o que sentir, o que ser, para onde ir? Como um fantasma vagando sem destino? Como um cego que não conhecia o caminho? Como se todas as direções apontassem para o erro?

Estava andando no meio da neve agora, sentia o frio como se ele não a pudesse tocar e tinha apenas uma vaga noção do que fazia.

Quando deu por si, tinha se transformado em uma gata e passado pelas raízes do Salgueiro Lutador, indo para a Casa dos Gritos. Subiu as escadas e entrou em um quarto que tinha a porta entreaberta.

E encontrou as costas de Remus viradas para ela enquanto o garoto mexia em uma coisa que estava fora do seu campo de visão. Mas ver o antigo amigo foi como se uma labareda quente dançasse por dentro de seu corpo, derretendo o gelo e a confusão de seus pensamentos e a fazendo voltar a raciocinar.

_Remmy… - disse fracamente.

Ao ouvir o apelido que não escutava há tanto tempo, o lobisomem se virou para ela e, o que teria sido alívio em encontrar a amiga depois de tanto tempo afastados, foi transformado em terror, por causa da possibilidade de se transformar e a atacar.

_Pammy! – ele exclamou, preocupado, se aproximando dela. – Felina, você não podia estar aqui. – segurou seus ombros, tentando virá-la e fazê-la ir embora.

Mas Pam não queria ir. Principalmente agora que ouvira Remus dizer os dois apelidos que ela não ouvia a tempos e que eram sinónimo de felicidade, precisava ficar e continuar ouvindo o amigo, deixar que esse vez ele a ninasse e a fizesse acordar do pesadelo que sua vida tinha se transformado.

Em silêncio, Pam lutou para continuar no quarto.

_Felina, é sério. Você precisa ir. Precisa sair daqui. E se eu perder o controle e você não tiver tempo de se transformar? E se eu te atacar? Por favor, vai embora. Não que eu não esteja feliz em te ver, mas esse não é melhor momento e…

E antes que Remus pudesse continuar falando, Pam caiu em seus braços, o abraçando e sentindo o amigo confuso, sem saber o que fazer.

_Minha mãe morreu. – ela disse. De todas as coisas terríveis que tinham acontecido com ela e estavam acontecendo, essa foi a única coisa que ela conseguiu colocar em palavras.

E finalmente ela sentiu os braços de Remus entrelaçando sua cintura com calma e calor, exatamente como um abraço de um amigo devia ser. Algo que ela tinha tanto sentido falta nos últimos meses.



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Notas finais do capítulo

E então? O que vocês acharam da história? Bom, infelizmente o sexto ano está acabando... E o sétimo provavelmente vai ser rápido, porque eu não tenho nada realmente importante planejado para ele...
BBK,
Cassie