Os Potter aceitaram Sirius bem. Dorea e Charlus foram compreensíveis e deram razão a Sirius quando ele contou a história completa. Sirius ficou com um quarto ao lado do de James, a mansão era grande e tinham vários quartos sobrando. Não demorou muito e os Potter começaram a tratar Sirius como um filho há perdido que retornava para o lar, até mesmo os dois elfos domésticos da casa começaram a atender cada um pedidos de Sirius como se ele fosse parte da família. Sirius sabia que tirando seu sobrenome, nada mais tinha de Black e, como Andie, tinha sido queimado da árvore da família.

Mas, ele pouco se importava com isso. Não ligava para a família sonserina e não queria ter nada a ver com eles. Estava tudo bem agora.

Como um sinal de agradecimento, Sirius e James combinaram que não iriam fazer nenhuma marotagem até o final do verão e assim foi. Estranharam também não terem recebido nenhuma notícia de Pam, apenas uma carta rápida parabenizando Sirius por conseguir fugir, depois de ele ter mandado uma carta contando seu feito. Mas, com Remus e Peter foi diferente. Eles trocaram cartas quase que o verão inteiro já que agora Sirius tinha Scar e podia mandar quantas cartas quisesse.

E, finalmente o primeiro de setembro chegou. Era momento de rever amigos, colegas e inimigos. Não foi difícil para Sirius e James encontrarem Peter, cuja barriga parecia ter dobrado de tamanho durante o verão. Remus, abatido e cansado, logo foi avistado em uma das cabines do trem e os três amigos foram ao seu encontro.

Lá estavam. Os quatro sentados em uma cabine e se rindo enquanto contavam novamente as histórias do verão, a fuga de Sirius, o romance rápido de James com uma trouxa e todas as outras novidades.

Não estranharam que Pam estivesse demorando. Normalmente ela chegava atrasada e logo os encontraria.

Depois de alguns minutos de conversa e risadas, a porta da cabine se abriu.

_Oi, garotos! – disse a voz feminina, antes de a garota entrar e guardar seu malão e a gaiola da coruja, sentando logo depois ao lado de Remus. – Senti tanto a falta de vocês!

Era Pam, mas não parecia Pam. Era como uma versão alienígena da amiga, mais bonita e feminina. Ela usava uma saia um pouco curta demais, mais curta até do que a que as outras garotas da escola usavam e minúscula comparada a que Pam estava acostumada. Os cabelos estavam alinhados com perfeição e a franja mais comprida e penteada de lado, lhe dando um ar mais maduro. A blusa estava mais justa também e ela usava uma maquiagem leve, além de um sapato com um salto baixo. Definitivamente ela tinha mudado.

_Felina! – James a saudou, assustado. – Você… Você está diferente…

_Diferente? Não. Eu continuo a mesma.

Mas, era mentira. Todos olhavam assustados para ela. Parecia que finalmente a ficha tinha caído.

Ela era uma garota e não um garoto como eles.

E ela tinha crescido junto com eles. Já não era mais reta e lisa como um livro, agora estava assumindo formas mais femininas. Tudo estava diferente. Ela já não era mais uma garotinha e não se contentaria mais com apenas a amizade de quatro garotos. Ela queria mais garotos e mais do que amizade.

Tudo iria mudar aquele ano, mesmo que Pam tivesse dito o contrário.

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Lily, Lene, Dory e Alice estavam conversando sobre o único assunto que era discutido em quase todo o trem. A mudança de Pam. Ela era popular e era claro que se resolvesse mudar todos iriam reparar.

_O que vocês acham? – perguntou Lily. – Por que seria que ela fez isso?

_Talvez estivesse cansada de ser tachada de lésbica.

_Ninguém nunca chamou ela de lésbica, Dory – disse Lene.

_Não? – ela deu de ombros. – Não me importo em saber o que dizem da Porter idiota.

_Você a odeia, não? – perguntou Alice.

_Se eu odeio? Você o jeito que ela e o Remus ficaram agarrados depois de eu ter terminado com ele?

_Do que você está reclamando? Você terminou com ele. Não tem direito de achar ruim. E, além disso, ela só estava consolando ele! Deixe de ser boba, Dory! – disse Lene.

_Mesmo assim… Vocês viram as roupas dela? Estava parecendo uma vaca. Eu melhor você tomar cuidado, Lene.

_Por quê?

_Ora, é simples. A Porter é bem próxima do Black, não é? E você disse que ele fugiu de casa… Então supõe-se que o compromisso de vocês não tem mais validade para ele. Você vai acabar perdendo o marido!

_Eu não quero casar com ele! – gritou Lene, irritada. – Quantas vezes vou ter que repetir, isso, Dory?

_Ah, você sabe. O Black é bem um pedaço de mau caminho, não? Além disso, é o cara mais bonito da escola. É difícil não se apaixonar, mesmo que só pela sua beleza.

_Eu não estou apaixonada por ele! – exclamou Alice.

_Nem eu! – concordou Lily.

_Dory, sinto muito se você se apaixonou pela beleza dele, mas nenhuma de nós fez o mesmo. Isso é loucura!

Dory porém, apenas riu.

_Como vocês mentem, não? Não precisam dizer nada. A verdade é que toda a garota de Hogwarts já se apaixonou, mesmo que secretamente, por um dos Marotos.

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No dia seguinte ao que eles chegaram à Hogwarts, enquanto os Marotos andavam até o Salão Principal e todos saiam do caminho deles, foi que James percebeu o óbvio.

Ele sorriu.

_Então, garotos… – ele começou, mas foi interrompido por Pam.

_E garota. – ela acrescentou.

_E garota. – James concordou. – Nós somos os novos Reis…

_E Rainha.

_E Rainha – ele concordou mais uma vez com a amiga. – De Hogwarts. No começo eles acharam que nós, os Marotos…

_E Marota. – interrompeu mais uma vez, Pam.

_E Marota, não iriam conseguir chegar onde chegamos. Mas, aqui estamos nós. Os mais poderosos…

_E poderosa.

_Já chega. – disse James, parando repentinamente de andar e olhando para a amiga. – Pam, o que está acontecendo? Você nunca se importou com isso. Por que está se importando agora?

_Porque se eu quiser conquistar os garotos, vou ter que ser mais feminina. – ela confessou, timidamente.

Sirius sorriu com a revelação e colocou a mão no ombro de Pam.

_Um dia… No futuro… Bem no futuro. Alguém vai gostar de você, Pam. Beem lá no fundo. – ele ainda a encarou por alguns momentos e deixou que Pam achasse que ele ia confessar um amor que não sentia por um momento, mas então ele disse: - Vamos logo, estou morrendo de fome. – e se afastou.

Pam rolou os olhos. Aquele era Sirius Black, e era tão sentimental quanto uma batata.

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Já em Hogwarts há quase um mês e atraindo olhares sempre que passava, Pam definitivamente não era a mesma garota.

Ela andava rebolando para onde quer que fosse e, mesmo que ainda fosse inseparável dos amigos, não andava apenas com eles e começara a dizer “não” para algumas travessuras. No fundo, ela continuava a mesma e toda a maquiagem e roupas curtas tinham apenas um motivo, queria que os outros garotos olhassem para ela e despertassem ciúmes em Sirius.

Agora, tinha até mesmo feito amizade com outras garotas, que procuravam andar perto dela e parecerem legais por comparação.

Mas, ao mesmo tempo que Pam começava a chamar atenção e que James, Sirius, Peter e Remus começavam a perceber a gata que tinham como amiga e também se interessem por ela, Marlene percebeu isso tudo.

E Marlene também estava apaixonada por Sirius, mesmo que preocupada em mostrar o contrário. A única das amigas que sabia a verdade era Lily, para quem ela confessara que era apaixonada pelo garoto desde o segundo ano.

Então, usando as mesmas técnicas de Pam, Marlene aproveitou a primeira visita a Hogsmeade para comprar roupas provocantes e cortar as saias que tinha.

E, mais rápido que Pam, que se mostrava muito seletiva, no dia seguinte Lene já estava beijando o terceiro.

E, por motivos óbvios, Pam ficou com inveja do sucesso que Marlene também estava fazendo entre os garotos.

Ela queria ter os garotos para si própria e não aceitava concorrência.

Deste modo, um dia, enquanto Lene estava encostada em uma das paredes do Três Vassouras, puxando propositalmente a camiseta para baixo para que os seios se destacassem, Pam não resistiu a ir de encontro a ela e dizer:

_Têm prostitutas perdendo o emprego, McKinnon.

_Me desculpe? – perguntou a morena, confusa e parecendo desconfortável.

_É, com você por aí dando de graça… - ela pronunciou cada palavra vagarosamente e alto, fazendo com que as pessoas que estavam mais próximas olhassem para a discussão das duas.

_E você sabe bem disso, não, Porter? – respondeu Lene, cruel. – Quanto cobra por programa? Ou você tem que pagar para as pessoas ficarem com você?

As pessoas ao redor riram, quando Pam não demonstrou reação. Realmente não sabia o que dizer. Sentia como se tivesse levado um tapa na cara, já que se aproximara com a intensão de atingir Lene e ela quem acabara atingida.

Corando, Pam apenas virou as costas e se afastou.

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Naquela mesma noite, de volta à Sala Comunal da Grifinória, Sirius percebeu que a amiga estava triste, mas não disse nada na frente dos outros. Esperando todos os outros subirem para o dormitório, ele se aproximou de Pam e disse:

_Ei, o que está acontecendo? Você estava tão bem hoje em Hogsmeade… O que aconteceu? Algum garoto te machucou? Me diga quem e eu vou fazer ele se arrepender de ter nascido.

_Não, não foi nenhum garoto. – ela disse. – É que eu conversei com a McKinnon hoje…

Sirius permaneceu calado. A verdade era que ainda sentia alguma coisa por Marlene. Talvez Pam estivesse errada quando disse que ele não estava apaixonado por ela, talvez ele próprio estivesse errado, talvez todos estivessem errados. Talvez ele estivesse mesmo apaixonado por Marlene.

Pam contou toda a história desde o começo. Dizendo que Marlene estava ficando com os garotos que ela queria ficar e que isso não era justo. Então contara a conversa que elas tinham tido no Três Vassouras.

_… e ela me chamou de prostituta. – disse por fim.

_Podia ter sido pior. – disse ele.

_Não vejo como.

_Ela podia ter te chamado de Ranhoso.

Pam riu. Não era que Sirius conseguia mesmo deixa-la melhor?

_E olhe pelo lado bom.

_Não tem lado bom.

_Pelo menos você ganha algum dinheiro.

Ela riu mais ainda, dando um tapa leve no braço dele e logo depois se aconchegando no ombro dele, enquanto olhava a lua minguante por uma das janelas.

Ele a abraçou também e então não havia mais problemas. O mundo era brilhante. Tudo estava bem.

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O tempo passou rápido durante aquele ano. O dia das Bruxas logo passou e então, uma semana depois, Sirius percebeu que estava começando a gostar de Pam. Ela era linda, no final, e tinha vários garotos correndo atrás dela. E com a próxima visita a Hogsmeade tão próxima, era a oportunidade dele para chama-la para sair.

Tinha decido isso e estava pronto para jogar alguns de seus encantos e charmes para convencê-la a ir com ele. Sirius ainda não tinha percebido, mas pretendia a tratar como qualquer uma com quem ele já tinha ficado. Um brinquedo divertido, mas descartável, e isso não funcionava com Pam.

Pam estava perdido no meio da confusão de um corredor quando viu Sirius se aproximando. Preocupada por não estar com nenhum garoto por perto e querendo deixa-lo morrendo de ciúmes, ela olhou para os lados preocupada enquanto planejava uma fuga. Mas isso não foi necessário, porque logo seus olhos azuis encontraram alguém.

Michael Fox.

Ele gostava dela desde o primeiro ano e não impediria que ela se aproximasse dele. Mas, Pam precisava de algo maior, já que agora Sirius estava quase a alcançando e andava com um sorriso de triunfo nos lábios, o que ela não podia permitir.

Então, entrando no caminho de Michael e o impedindo de continuar, ela disse:

_Me beije.

O corvinal arregalou os olhos e deixou todo o material cair no chão antes de, sem pensar duas vezes e temendo que Pam mudasse de ideia, ele a puxou para si e beijou seus lábios com ferver e indecência.

Um beijo quente demais para ser o primeiro de Pam.

Mas ela gostou e também passou os braços pelo pescoço dele, se entregando.

Sirius viu a cena. As pessoas passando na frente do casal não o impediu de ver Pam e Michael em um beijo louco no meio do corredor.

Então, ele virou-se de costas e correu para a Torre de Astronomia, onde ninguém podia vê-lo.