Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 49
Capítulo 4 - Lua Cheia, Animagos e Licantropia




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Mais algumas horas e eles estavam em Hogwarts. Assim que desceram das carruagens e pisaram pela primeira vez no castelo, sentiram a sensação tão conhecida de estar em casa. Era ótimo voltar para a escola mais uma vez.

Naquele momento eles estavam no salão principal. Tinham assistindo a Seleção, ouvido os pronunciamentos de Dumbledore e agora desfrutavam de um magnífico banquete, preparado pelas mãos mágicas dos elfos no andar abaixo deles.

Lily, Lene, Dory, Alice e Frank estavam sentados um pouco mais perto deles do que de costume. A loira olhando para o namorado de tempo em tempo, mas não parecia muito feliz, e os dois últimos trocando carinhos e brincadeiras um com o outro, como típicos namorados.

Sirius olhou para os dois e fez um gesto como quem fosse vomitar e James e Peter riram.

Você é bem pior do que isso, Six. Pensou Pam, infeliz.

Mas, então, finalmente acabou o jantar e eles se levantaram. Remus avisou aos amigos que ia levar os alunos do primeiro ano até o dormitório e se afastou. Não foi uma surpresa quando ele se junto a Lily e a voz da ruiva chamou os menores.

_Ah! – Disse James. – Eu sabia! Sabia que a ruiva era monitora…

_Na verdade, foi o Peter quem disse isso primeiro… - Corrigiu Pam, mas foi inútil, pois James não o ouviu. Ele estava agora dentro de uma bolha cor-de-rosa do amor e completamente alheio ao redor do mundo.

Sirius riu alto.

_O amor nos torna patéticos. Vê a Alice e Frank, vê o James. Até mesmo a Dory e o Remus! Completamente idiotas! Não sei como uma pessoa poderia ficar assim – E, dizendo isso saiu andando ao lado de Peter e deixando uma Pam infeliz para trás.

Você não acredita no amor, Sirius? Não seria capaz de se apaixonar por mim como eu estou apaixonada por você?

E, com um suspiro de partir a alma, Pam seguiu os amigos.

*~~*~~*~~*~~*~~*

O tempo passou e logo fazia duas semanas desde que eles tinham chegado a Hogwarts. As coisas pareciam bem normais. Nada tinha mudado muito com o novo cargo de Remus. Na verdade, só ajudava os outros a aprontarem mais, já que o lobisomem se sentia incapaz de punir os amigos de propósito e, na maioria do tempo, ele não ficava mais com eles, já que gastava longas horas ficando junto com Dory perto do lago ou na biblioteca. Então, eles pouco estavam se vendo. E, quando se viam, o assunto licantropia não era mencionado, então os quase novos animagos não encontraram nenhum momento bom o bastante para revelar seu segredo.

Mas, naquele dia, o primeiro da semana de lua-cheia, eles não tinham como não contar. Afinal, tinham se transformando em animagos por causa disso. Para ajudar Remus.

Uma vez que Remus não tinha voltado ainda de um de seus encontros com Dory, os quatro acharam mais prudente irem esperá-lo já na Casa dos Gritos, assim, se ele se transformasse enquanto tentavam explicar tudo, seria lá e eles poderiam se transformar também para mostrar a ele o que tinha acontecido.

Eles pegaram á capa da invisibilidade e correndo para fora da escola, mesmo que seus pés estivessem aparecendo por de baixo da capa.

Usando um galho comprido para apertar o nó do Salgueiro Lutador, eles entraram pela passagem que ficava nas raízes da árvore, escorregando pelo túnel e andando por ele até finalmente chegarem à casa que ficava em Hogsmeade. Eles subiram as escadas que rangeram alto, entrando finalmente no quarto em que viram Remus se transformando da primeira vez.

Sabiam que logo ele chegaria ali e estariam esperando para quando isso acontecesse.

Enquanto esperavam, todos eles fizeram um anormal silencio e a tensão no ar era quase tão grossa que poderia ser cortada com uma faca. Todos esperavam ansiosamente, temendo que talvez o plano não desse certo e eles saíssem seriamente machucados.

Felizmente, Remus não demorou muito para aparecer e ele corria ao chegar ao quarto e se deparar com os amigos. Tinha se demorado mais do que poderia no encontro com Dory.

O lobisomem piscou algumas vezes ao ver os amigos, esperando que eles fossem uma ilusão e que logo sumissem.

Mas ele estava enganado.

_O que vocês estão fazendo aqui? – Ele perguntou, irritado e preocupado ao mesmo tempo. – Enlouqueceram de vez? Vocês não podem ficar aqui! Pode se machucar! Sabem que não é seguro ficar aqui. Vocês têm que ir embora agora.

_Calma, Remus. – Disse James, se aproximando. – Não fique irritado. Está tudo sob controle.

_O que você quer dizer com isso? Não está não! Não consigo me controlar quando me transformo! Eu poderia matar vocês! Meus melhores amigos!

_Está tudo bem. – James o tranquilizou. – Tem uma coisa que nós não te contamos, mas que deveríamos ter contado há muito tempo. Nós fizemos uma coisa durante o verão. Algo sem você saber.

_James, fala logo o que é. – Ele olhou para lado rapidamente e rosnou. Estava se transformando. – Merlin! Vocês têm que sair daqui agora! – Nesse momento ele já estava desesperado.

_Mas é importante, Remus, nós somos…

Porém, James demorou demais para falar e Remus caiu no chão em agonia. Estava se transformando mais rápido do que podia ser controlar.

_Por favor… - Ele gemeu. – Fujam…

Mas, ao contrário disso, James fechou a porta com força e gritou para os outros.

_Rápido, rápido! Está na hora!

O mais rápido que conseguiram, os quatro se transformaram em animais.

Pam foi a primeira a cair no chão, transformada em uma gata com pelo liso, curto e castanho quase preto, do mesmo tom que seus cabelos. Os olhos grandes, brilhantes e azuis como os da garota. O rabo fino esticado no ar, balançando de um lado para o outro enquanto ela andava presunçosamente.

Sirius se transformou logo em seguida. O cão preto e enorme, quase do tamanho de um urso, tinha um aspecto selvagem de um modo geral, mas conservava os olhos cinza e humanos do garoto, o fazendo parecer um filhote que caíra da mudança e um cruel assassino ao mesmo tempo.

James foi o próximo. O majestoso cervo apareceu do nada e tinha um ar real que poucos tinham. Era fácil entender porque o garoto tinha se tornado motivo de chacota. As galhadas eram grandes e admiráveis, parecia vagamente á coroa na cabeça de um rei. Era impossível negar a beleza do grande animal.

Peter foi o último a se transformar, no último momento, pouco antes de Remus finalmente completar a transformação. Tinha se tornado o que queria desde o começo. Um rato. Um rato cinzento e gordo que tinha uma longa cauda que ele arrastava pelo chão enquanto andava.

Lá estavam eles. Era animagos finalmente. E o plano estava dando certo. O lobisomem já estava transformado e olhava para eles, um pouco confuso, mas sem falar mais nada além de observá-los.

Não seriam devorados! Estavam a salvos para ficar ao lado de Remus nas noites de lua-cheia!

O lobisomem soltou um uivo e os outros quatro temeram que ele fosse atacá-los, que afinal o plano não tinha dado certo, mas antes que ele pudesse pular para cima deles, o cão e o cervo partiram para ele, o segurando um de cada lado, imobilizando-o.

Ele demorou um tempo para se acalmar, mas finalmente pareceu entender que estava tudo bem e parou de se debater.

O cão e o cervo se afastaram, dando liberdade para o lobisomem.

Os cinco seres se encaram. A lua-cheia brilhava lá fora e eles não tinham o que fazer. Não tinham planejado o que fariam a seguir. Os planos iam só até aquele ponto. Seria uma longa noite…

*~~*~~*~~*~~*

Quando Pam acordou no dia seguinte, foi para encontrar as costas nuas de Remus. Fechou-os com força e tentou cobri-los, mas descobriu que não tinha mãos e que era muito mais difícil fazê-los com patas.

Oh, o que tinha acontecido? Ela se desesperou brevemente. Tinha garras no lugar de unhas e pelos negros por todo o corpo, além de uma cauda longa que mexia de um lado para o outro sem que ela controlasse.

Ela deu um salto no ar e tentou gritar, mas tudo o que saiu de sua boca foi um miado estranho.

Caindo novamente ao chão, ela tremia levemente, em pânico.

Mas, logo depois ela se acalmou, lembrando-se do que tinha acontecido na noite anterior. Estava transformada. Era uma gata, no momento. Isso porque estava na Casa dos Gritos para ajudar Remus. E, no final das contas…

O plano tinha dado certo! Sim, tinha tudo ficado bem!

Ela quase morrera de tédio, mas estava bem. Sã e salva.

Homorfo, ela mentalizou o feitiço. E não foi exatamente uma surpresa quando nada aconteceu.

A gata marrom se espreguiçou antes de olhar ao redor e procurar os amigos. Tirando Remus, todos estavam metaformados. Mas, todos, sem exceção, dormiam profundamente. Ela precisaria acordá-los se quisesse voltar a ser humana.

Oh, como odiava não conseguir se destransformar! Qual era o problema entre ela e as transfigurações?

Ela andou no meio dos garotos. Confiava mais nas habilidades de transformação de Sirius e ele estava do outro lado do quarto. Evitando olhar para Remus, ela começou a se esfregar no cão negro, tentando acordá-lo.

A gata sempre soube que era difícil acordar o amigo. Mas, não esperava que ele fosse começar a rosnar quando ela tentou.

_Miau! – Ela miou alto, tencionando um palavrão, mas isso foi tudo o que saiu.

Finalmente o cão abriu os olhos viu a amiga ao seu lado, acalmando-se.

Em alguns segundos ele era um garoto de novo. Sirius tinha voltado ao normal.

_O que foi Pam? – Ele perguntou. – Algum problema?

A gata continuou miando, se esfregando nas pernas de Sirius, pedindo desesperadamente que ele a destransformasse de novo.

_Pam, acho que melhor você se destransformar ou não vou entender nada.

A gata miou mais alto. Esperava que ele entendesse. Por favor, que entendesse!

_Pam, assim não… Ah! – Finalmente Sirius entendeu. Mas, ao invés de se transformar logo, ele sorriu debochadamente.

A gata parou de se esfregar nas pernas de Sirius, sentando em frente a ele e miando alto em protesto.

_Você vai ter que me desculpar Pam, mas é patético. Completamente patético. Não acredito que você não consegue se destransformar!

Outro miado que pareceu que ela o repreendia.

_Tudo bem, tudo bem. Eu faço isso. Mas, você fica me devendo uma, ta?

Ele sacou a varinha do bolso. Diferente da transformação do lobisomem, o animago absorvia a roupa do corpo quando se transformava.

_Homorfo. – Ele disse, brevemente, e uma luz saiu de sua varinha, atingindo a gata e a fazendo crescer e se transformar em Pam.

_Eu não estou devendo nada! – Ela reclamou.

_De nada Pam, é sempre um prazer ajudar. – Sirius sorria irônico, enquanto voltava a guardar a varinha.

Ela riu brevemente.

_Mas eu não to brincando, Sirius Black. Não vou fazer nada pra você.

_Nada mesmo?

_Nada além do prazer da minha agradável companhia. – Disse Pam sorrindo.

Foi á vez de Sirius rir, divertido.

_Sua agradável companhia? Prefiro a companhia da lula-gigante! – Ele brincou.

_Larga de ser bobo. – Ela também sorria. – Mas, isso pouco importa. Temos que acordar os outros. – Pam olhou em volta, evitando novamente olhar para Remus.

_Certo, certo. – Disse Sirius, tirando a própria capa e correndo para cobrir Remus com ela, a fim de evitar que Pam visse mais do que deveria.

Deixando Sirius acordar Remus e Peter, Pam partiu para o cervo, admirando suas belas galhadas antes de tocar seu pelo e então o chacoalhar.

_James… James, acorde. Jay…

O cervo abriu os olhos preguiçosamente, encarando-a cansado.

_Não assusta. Você está transformado em cervo. – Ela avisou, afim de evitar a mesma coisa que acontecera com ela.

O cervo se pôs em pé e logo depois se destransformou.

E, é claro, Sirius não podia perder a oportunidade de brincar com James.

_Ei, viado! – Ele ria alto.

James fechou a cara.

_É cervo! Cervo, entendeu?

Mas, Sirius apenas riu mais alto ainda.

_Deixa de ser idiota, Sirius. – Ralhou Pam. – É um cervo. Para de irritar o James á toa!

_Ah, querida Pam. Se a gente não fosse melhores amigos eu não irritaria ele. Ta no manual dos melhores amigos. Um tem que irritar o outro. Não sabia disso? – Riu Sirius.

Pam rolou os olhos. Os amigos ás vezes conseguia ser tão idiota!


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