Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 31
Capítulo 6 - Ranhoso na Casa dos Gritos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Bom, aí está o resultado da votação. Obrigada a todos os que votaram!



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No final das contas quem acabou ganhando foi James.

            Ele esfregou na cara dos outros dois a sua conquista, dizendo que era muito melhor do que eles juntos.

            Remus e Peter riram enquanto ele se gabava, e depois o lobisomem disse que ele tinha apenas dado sorte e que as marotagens dele tinham sido mais criativas, mas que nem sempre era assim.

            James ficou levemente chateado com essa revelação. O que não o impediu de continuar se gabando.

            Uma semana tinha se passado e novamente era lua-cheia. Remus se despediu dos amigos antes de ir para a Casa dos Gritos lhe pediu que não colocassem fogo no castelo enquanto ele estivesse fora.

            Porque, de um jeito estranho, a competição marota tinha mudado o modo de James, Pam e Sirius pensarem. Agora, todo o que eles queriam era azarar as pessoas. Fazer brincadeiras com os outros. Era realmente divertido! Tinham até feito uma aliança com Pirraça, algo que muitos alunos tentaram durante séculos em vão.

            Agora, qualquer um que eles encontravam era alvo de suas marotagens. O que apenas atiçou ainda mais a raiva de Lily pelos amigos.

            _Você é tão… - ela disse, parecendo se controlar para não falar uma palavra muito feia. – Argh!! Você me dá nos nervos, Potter!

            Pam, Sirius e James se entreolharam, sorrindo, enquanto Lily ia embora, pisando duro, e sendo acompanhada por Ranhoso, que agora tinha o rosto coberto por furúnculos, obra de James.

            _Bom, - virou-se James para os outros. – Como o Remus já foi visitar a mãe dele. – ele disse, pisando um olho. – Acho que podemos fazer aquela coisa que estamos planejando há dias.

            Pam sorriu feliz, e quase começou a pular e bater palmas. Quase. Não era mais uma menininha fresca para fazer isso.       

            _Já está mais do que na hora. – disse Sirius, também sorrindo. – O que você acha Peter? – ele perguntou, se virando para o amigo.

            _Vai ser divertido. – ele disse.

            _Certo. – disse James, esfregando as mãos. – Vai ser isso que vocês vão fazer.

            Então eles se aproximaram para ouvir o que James tinha a dizer, impedindo os outros de ouvir.

*~~*~~*~~*~~*~~*

            _Eu odeio o Potter, ele é tão irritante! – gritou Lily, para todo mundo e ninguém ao mesmo tempo. – Ele é insuportável! Quem ele pensa que é?

            _Quem ele pensa que é eu não sei. – resmungou Sev, que vinha em seu encalce. – Mas sei o que ele é.

            _Arrogante, metido, idiota! – ela continuou sem dar ouvidos para as palavras do amigo.

            _Lily… - começou Sev, colocando a mão no ombro da ruiva.

            Porém, ela se desvencilhou da mão, virando-se para trás irritada.

            _O que você quer?

            Sev recuou um passo. Tinha poucas coisas que o assustava. Lily irritada era uma delas.

            Mas a ruiva suspirou.

            _Me desculpe, Sev. Estava pensando no Potter. Me desculpe mesmo.

            _Tudo bem.

            _Olhe para esses furúnculos! – ela exclamou sua voz voltando a ficar doce. – Acho melhor você ir à enfermaria.

            _Ah, não. Não desta vez. Não vou dar esse gostinho a eles.

            _Ah, Sev, não seja ridículo! Eles que são idiotas. Mas não ligue para isso. – ela fez uma pausa. – Ah! Lembrei de uma coisa. – E Lily começou a mexer na mochila que trazia nas costas, até finalmente achar um potinho. – Uma cura para furúnculos, da aula de Poções. – a ruiva explicou, sorrindo. – Que sorte, não?

            Ele sorriu quase sem acreditar no que estava acontecendo.

            _Certo. – ela continuou. – Senta.

            Sev continuou a olhá-la, como se dissesse que não ia sentar.

            _Vamos lá Sev. – ela sorria. – Pare com isso. Não seja teimoso.

            Ele sorriu de volta para ela, finalmente cedendo e se sentando no banco que ficava no corredor, no momento, deserto por exceção dos dois.

            Lily abriu o potinho e passou em cada um dos furúnculos, rindo, enquanto fazia desenhos em seu rosto com o creme. Um palhaço. Uma carinha feliz. Um índio.

            As feridas se curaram rápido, graças à magia presente no creme.

            _Pronto. – ela disse ao mesmo tempo em que fechava o pote e o colocava de volta na mochila.

            O garoto franziu a testa.

            _No que você está pensando? – perguntou ela, quando voltar a olhar para o amigo.

            _Nada só… Você viu o Lupin com eles?

            Lily também franziu a testa, tentando se lembrar de algo.

            _Não, na verdade. Ele deve estar doente de novo. Ele sempre está doente.

            _Alguma coisa soa estranha, Lily. Tem alguma coisa errada com ele.

            _Ele é doente, Sev. Mas não se preocupe com isso.

            _Não me convenceu.

            Ela fechou a cara.

            _Por que tanta insistência nesse assunto? Será que você pode esquecer Remus Lupin?

            Eles se encaram por um tempo, até que ele finalmente suspirou, vencido.

            _Ok, ok.

            Lily sorriu e depois olhou no relógio.

            _Estou atrasada! Prometi que ia estudar com a Dory. Sinto muito, Sev. A gente se vê depois. – ela sorriu um sorrisinho fraco, quase como um pedido de desculpas.

            _Sem problemas. Até mais tarde, então.

            _Até. – ela sorriu mais uma vez para ele antes de sair correndo para a sala comunal da Grifinória.

            Sev esperou que os passos de Lily não pudessem ser mais ouvidos antes de tomar a direção oposta. Tinha algo que ele precisava saber.

*~~*~~*~~*~~*~~*

            Sirius estava indo para a biblioteca, onde combinara de se encontrar com os outros. Antes, ele tinha ido até o dormitório, buscar um livro, que agora ele levava em uma das mãos, enquanto andava à passos apresados.

            O que ele não espera era que a figura negra entrasse no seu caminho.

            _Onde está o Lupin? – perguntou o sonserino.

            _Te interessa, Ranhoso? – disse Sirius, rudemente. Ele poderia ter azarado o outro, se não estivesse com tanta pressa.

            Desviando de Severus, Sirius continuou andando, porém, o sonserino não ia desistir tão fácil. Ele o seguiu.

            _Onde está o Lupin? – ele repetiu.

            Sirius suspirou e rolou os olhos.

            _Doente. Ele está doente. No St. Mungus.

            _ E o que ele tem?

            _E eu que sei? Me deixe em paz, sim?

            _Não enquanto você não me dizer aonde o Lupin foi. Ele não foi para o St. Mungus. Eu vi quando ele e a Madame Pomfrey atravessaram o jardim, indo para aquele Salgueiro Lutador estranho. Ele não estava indo para o St. Mungus. Quero saber aonde então.

            _Mas eu já disse, Ranhoso.

            O que Sirius queria? Arrancar a cabeça de Ranhoso e colocar em uma parede, para exibir como um troféu. Ele queria que Ranhoso morresse. Por um momento, ele desejou que Ranhoso fosse o lobisomem e não Remus. Remus era inocente, não merecia. Já Ranhoso era odiável e irritante, ele merecia.

            Uma ideia brilhou em sua mente, como se alguém tivesse acendido um lumus em cima de sua cabeça.

            _É sério, Black. Se você não falar a verdade.

            Sirius virou bruscamente para o sonserino.

            _Escute aqui, Ranhoso. Se você quer realmente saber o que há com o Remus, então vá até o Salgueiro Lutador e passe pela passagem que fica perto das raízes. Para poder fazer isso, você só precisa de uma vara longa para apertar o nó do Salgueiro e a árvore inteira fica paralisada. Então ande até o fim e você vai descobrir do que se trata.

            Por um momento Ranhoso pareceu assustado com a súbita mudança de ideia de Sirius, sem perceber os seus planos reais por trás disso. Então, finalmente, seu rosto se iluminou.

            _Eu vou descobrir o que vocês andam aprontando. E, quando eu descobrir, vou contar tudo ao diretor e vocês cinco vão ser expulsos!

            E Ranhoso saiu correndo, antes que Sirius tivesse tempo de azará-lo.

            Porém, Sirius apenas riu.

            Nem ele, nem Remus, nem Pam, nem Peter, nem James seriam expulsos. E, com um pouco de sorte, Ranhoso estaria morto na manhã seguinte. Se não tivessem, ele seria o mais novo lobisomem de Hogwarts. E Remus não poderia ser culpado, já que Ranhoso entrara lá por conta própria.

            Qual parte do plano poderia sair errada?

            Sirius riu de novo. Sua risada que parecia um latido.

           E então ele continuou seu caminho até a biblioteca, louco para contar o que fizera para os outros.

            Nunca, em toda a sua vida, ele se animara tanto em ir para a biblioteca.

*~~*~~*~~*~~*~~*

            James deixou os vários livros pesados caírem sobre a mesa na frente de Pam.

            _O que é isso? – ela perguntou um pouco assustada com o tamanho de cada um dos livros.

            _Livros sobre transfiguração. Deve ter alguma coisa útil aí. Bom, são um pouco mais de dez horas. A biblioteca fecha as onze. Sugiro que comece a ler.

            _Tudo isso em menos de uma hora? Ficou maluco? Eu não conseguiria ler isso nem em uma vida inteira!

            James parou de mexer nos livros que segurava e olhou para ela, erguendo as sobrancelhas.

            _Pensei que quisesse se transformar em uma animaga ilegal.

            Pam bufou. O amigo estava certo.

            _Você tem razão! Quero mesmo. Ok, ok. Vou ler os livros.

            Porém, antes que ela conseguisse se sequer abrir um deles, Sirius adentrou a biblioteca, com um sorriso malicioso no rosto, e se aproximou deles, com um livro na mão.

            _Finalmente, Sirius! – exclamou James, então um tom muito mais alto do que o aceitável em uma biblioteca, mas felizmente a Madame Pince não foi brigar com eles. – Onde você esteve?

            _Preparando o enterro do Ranhoso. – ele disse, ainda sorrindo com malicia.

            James voltou a arquear as sobrancelhas.

            _O que você quer dizer com isso?

            Sirius se sentou em uma das cadeiras, displicente como sempre, como se não se importasse com o resto do mundo.

            _Bom, digamos que eu o mandei para a “toca do lobo”.

            _Você… o quê? Sirius, você é um demente, sabia? – gritou James, fazendo com que finalmente a Madame Pince aparecesse e os expulsassem dali.

            Porém, ela não chegou a tempo de expulsar James, ele já tinha saído correndo quando ela apareceu.

            Ele agora andava a passos rápidos para o Salgueiro Lutador. Tinha que impedir certo sonserino idiota de fazer uma besteira que podia acabar com a vida de muita gente.

            Que droga Sirius, como você pode ser tão idiota?

            E como você podia ser mais idiota ainda a ponto de cair na pegadinha do Sirius, Ranhoso?

            James tinha vontade de deixar que ele entrasse na Casa dos Gritos e acabasse com a própria vida, mas não podia, por dois motivos.

            Primeiro. Remus não suportaria saber que tinha transformado ou matado uma pessoa e com certeza voltaria para casa ou seria expulso, o que dava na mesma.

            E segundo, não podia deixar que Ranhoso fosse morto ou transformado. A vida de lobisomem é uma maldição que ninguém merece. Ter seu corpo mudando de forma uma vez por mês, perdendo a consciência de seus atos e tendo que se isolar do resto do mundo, porque é um perigo.

            Não, isso era algo que James não desejava nem ao seu pior inimigo.

            Que era quem ele estava indo salvar naquele momento.

            Lá estava ele, arriscando sua vida para reparar um erro de Sirius.

            James amaldiçoou o amigo um milhão de vezes enquanto andava até a parte de fora do castelo, via o vulto sumindo na passagem do Salgueiro Lutador quando, finalmente, saiu correndo para impedir que o idiota chegasse até o fim.

            Ele correu pelo túnel, finalmente avistando o outro, que tinha se virado ao ouvir seus passos ecoando.

            _Olá, Potter. – ele disse com um sorrisinho falso. – O que você veio fazer aqui? Assistir enquanto eu descubro o que vocês fazem e os entrego para o Dumbledore?

            _Olha, Ranhoso, você não sabe o que está fazendo. – Sua voz estava beirando o desespero, queria que o outro entendesse e eles saíssem dali de uma vez por todas. – Escute, temos que sair daqui.

            _Não. Não sem antes descobrir o que tem no final do túnel. Vamos lá, Potter. – ele disse agora um meio-sorriso. – Um grifinório não tem medo de nada.

            _Cala essa sua boca, Ranhoso. – disse James irritado. – Eu não estou com medo, eu só… Vamos sair daqui que eu explico. – Ele vasculhou a cabeça a procura de uma desculpa boa o bastante.

            _Porque não ver agora? – ele indicou o fim do túnel, onde já era possível ser a saída.

            _Não seja obtuso. Vamos sair daqui…

            _Escute aqui, Potter. – disse Ranhoso, se aproximando. – Eu não vou sair daqui antes de ver o que tem ali.

            Ranhoso virou-se, fazendo seu cabelo ensebado quase bater na cara de James, e continuou andando a passos largos e firmes.

            _Não! – James gritou, segurando o braço do outro e o impedindo de avançar.

            Ranhoso já ia fazer alguma coisa. Ia dizer que James estava com medo ou coisa parecida, mas não teve tempo para mais nada.

            O lobisomem urrava e mordia, tentando passar pelo estreito buraco que era pequeno demais para ele, louco de vontade de comer, morder, rasgar a carne dos seus visitantes.

            Ranhoso e James começaram a gritar. O grito não foi algo voluntário, não estavam gritando porque queriam, era a maneira do cérebro de cada um mostrar o seu medo.

            O sonserino empurrou James no chão e correu loucamente.

            O grifinório também não tardou a se levantar novamente e disparar para fora do túnel. Já tinha feito isso uma vez antes, mas, em companhia dos amigos, e não de seu inimigo.

            Quando James saiu do túnel, viu Ranhoso correndo para dentro do castelo, ainda aos berros, e não pôde deixar de rir da covardia do outro.

            Mas, ele tinha conseguido salvá-lo. Isso era um grande feito. Tinha salvado uma vida naquela noite.

            O único problema, é que não tinha conseguido salvar o  segredo de Remus.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Espero comentários!