Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 3
Capítulo 3 - Um Começo Cheio de Brigas




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Fazia uma semana desde que Pam tinha sido mandada para a
Grifinória. Preciamente uma semana. Era dia 8 de setembro, uma quarta-feira. E Pam estava em seu horário livre depois do almoço. Visto que tinha se enrolado com os deveres, achou que o melhor era levar o material para fora da escola para os fazer sentada embaixo da faia com que estava acostumada a passava horas a fio. Normalmente ela sentava lá e ficava parada, sem mexer um músculo, apenas pensando em sua vida em Hogwarts, pensando em sua briga com Lily e Marelene e como não tinha falado com nenhuma das duas deste então; pensando em como Alice a estava evitando sem nenhum motivo aparente ou em como Dorcas lhe
lançava olhares feios o tempo todo. O que Pam tinha feito de tão errado, ela não entendia. Ela só tinha colocado fogo nas cortinas das outras para elas acordarem e soltado uma ou duas bombas de bosta. Tinha ganhado uma detenção sábado a noite, na qual tivera que escrever “Eu sou uma boa menina e não deve destruir o meu dormitório” umas duzentas vezes. Pam tinha acabado perto da meia-noite e não teria acabado nunca, se não tivesse confundido a professora Funke, que achava que ela tinha escrito mil. 

Lily e Marlene eram melhores amigas, o que não surpreendeu Pam quando as duas garotas emburram com ela por ter dito que achava que Snape era um otário e que Daniel também. Marlene a tinha chamado de arrogante metida a besta e Lily disse que achava que ela era uma insuportável cabeça oca.

Mas isso não justificava o porque de Alice e Dorcas a odiarem também. Não tinha feito nada com para as duas. Pam até que achava Dory bem legal, mas a garota discordava, Pam era apenas uma garota imatura e irresponsavel.

Pam achava que tinha batido algum recorde. Tinha feito tudo isso em três dia. Tudo isso. Tinha perdido as quatro melhores amigas que uma garota pode querer em três dias.

A morena tinha acabado de passar pela enorme porta de Hogwarts, indo para sua faia, perto do lago, quando alguma coisa rosa e cheirosa foi colocada bem debaixo do seu nariz.

_Humm. Obrigada, Michael._ disse Pam, pegado o botão de rosa.

_Não foi nada, Pam.

Michael Fox, um carinha idiota da Corvinal que ficava mandando flores para Pam o tempo todo, o que era realmente irritante. Ela já tinha uma coleção em seu quarto. 

O garoto corou furiosamente e saiu correndo.

Ainda com a flor em uma mão e segurando o material na outra,
ela se sentou embaixo da faia, que fazia uma sombra fresca e gostosa.

Deixando a flor de lado, ela pegou uma pena e começou a
arranhar o pergaminho, escrevendo um trabalho de Transfigurações para o dia seguinte.

*~~*~~*~~*~~*~~*

_Cara, você não acha estranho o Lupin ter sumido a um tempão
e ainda não ter voltado?_comentou James com Peter e Sirius.

_Um pouco. Mas, o mais estranho com certeza é que os
professores parecem nem ligar.

_Ele disse que estava doente._disse Peter.

_Mas ele não está na Ala Hospitar._ retrucou James.

Os três amigos foram para a parte de fora do castelo. James
contemplou as garota sentadas perto do lago.

Lily… Aquele era o lugar favorito dela. Ela e as amigas
sempre se sentavam ali.

Então Lily se depediu as outras e foi embora para se
encontrar com…

James se encheu de repulsa.

… com o Ranhoso.

James correu os olhos por todos, procurando alguma coisa para
se distrair, acalmar aquela fúria.

E viu.

Pamela Porter.

Lá estava ela, estudando, como uma boa aluna. A isca
perfeita. A garota meio nerd que seria um permanente alvo de suas azarações e raiva de Snape, já que tinha medo que Lily nunca mais falasse com ele se azaresse seu amigo.

_Gente, olha lá. Estão vendo aquela menina? Pamela Porter?

Sirius apertou os olhos.

_Estou, com certeza, estou. E ela fica mais gata a cada dia.

_Não fica não. Ela é horrível._disse James, sem se importar
com a aparência da garota.

_Acho que ela deve ter quebrado um recorde._ disse Pettigrew.

James e Sirius olharam para ele.

_Você não sabem? Ela ficou de detenção sábado à noite!

Sirius assobiou.

_Cara, eu podia me casar com ela.

_Não diga bobagens.

Os três amigos se aproximaram da faia onde estava sentada a
menina e James viu uma rosa jogada no chão, a muito esquecida.

_Ih, Sirius! Eu acho que você vai ter um problema! Parece que
ela já é comprometida!_ gritou James.

Pamela, que consultava um livro de Herbologia, o fechou rapidamente com um estrondo e olhou para os garotos, os olhos azuis bem abertos.

Ela os estudou, com curiosidade, parecia uma pessoa faminta
diante de um banquete.

Cunfusão, por favor, arrumem alguma confusão, seus olhos pareciam falar.

Talvez a garota ainda não tivesse percebido que estavam
falando dela.

James pegou a rosa no chão e começou a despetalá-la.

_Bem-me-quer, mal-me-quer, bem-me-quer… mal-quer-a-Pamela._disse ele, em tom de deboche, atirou a flor ao chão e pisou em cima dela.

Pamela olhou para eles, a boca aberta, incrédula.

_O que você está fazendo?

_Nada não, Botão de Rosa.

Ela continuou sentada, seus olhos iam da flor para James e de
volta para a flor. Ela parecia não conseguir mexer nada do pescoço para baixo.

_Eu… eu… você! Por que, eu não…_ disse ela, ainda em estado
de choque.

Agora algumas pessoas começavam a olhar para eles.

Peter e Sirius continuavam parados, sem dizer nada, sem se
mexer, apenas olhando.

_Por que você não faz nada, em, Botão de Rosa?_ ele continuou
a usar esse apelido porque viu que encomodava a garota._ Porque você sabe, Botão de Rosa, que eu sou melhor.

Recuperada do choque, ela se pôs de pé e o encarou, seus
narizes quase se tocando.

_Quem você pensa que é? Ou melhor, o que você pensa que é? Porque para mim, você parece ser mais insignificante do que a rosa que acabou de esmagar.

Sirius a suas costas, abafou uma risada.

James abriu a boca para falar, mas como não conseguiu pensar
em nada, a fechou de novo.

_Que foi? O bebêzinho perdeu a fala? Perdeu? O gato comeu sua
língua?_disse ela, imitando um bebe e depois fez beicinho.

_Não me obrigue a te azarar…

Mas ele foi interrompido por um muxoxo dela, que agora tinha
se afastado e cruzado os braços. Quase como se o desafiasse a tanto.

_O que foi?_gritou ele, perdendo o controle.

Agora todos olhavam para eles. Por cima do ombro de Pamela,
James pode ver Lily, agora também olhando.

_Eu só acho que comparado a você, eu seja a rainha das
azarações._disse ela, dando um sorrizinho.

James ouviu a pequena plateia soltar gritos de entusiasmo.

_Eu posso enfrentar você a qualquer momento._disse James.

E desta vez, mais gritos foram ouvidos e ele conseguiu apagar
aquele sorrisinho metido do rosto dela.

Pamela pareceu pensar por alguns instantes então sorriu de
novo.

_Claro que pode me enfrentar, eu quero é ver você vencer.

Assobios puderam ser ouvidos e então o tradicional coro:
“Briga! Briga! Briga!”

_Faço isso de olhos fechados.

Ela sorriu, maldosamente.

_Certo, então vamos duelar._disse Pamela, dando de ombros.

A plateia explodiu em vivas.

James puxou a própria varinha. Pamela balançou a cabeça,
desaprovando a atitude do adversário.

_Não aqui, seu estúpido. Péssima ideia. _ela olhava sobre o
ombro dele._ Olha para trás.

James olhou e vi que a Professora Minerva acabara de aparecer
e andava em direção a eles.

_Na sala de troféus. A meia-noite. Esteja lá._disse Pamela,
que se virou e pegou o próprio material. Então ela pegou a rosa no chão,
terminou de a desfazer com uma das mãos muito próxima ao rosto de James e, passando pela professora, ela entrou na escola.

_Sr. Potter, o que o senhor está fazendo?

A pequena platéia se desfazia, James ouviu alguns suspiros e
muxoxos.

_Nada, professora.

E, ainda pensando no que acontecera, ele se virou e seguiu o
mesmo caminho que Pamela fizera momentos antes, Sirius e Peter em seus calcanhares.

*~~*~~*~~*~~*~~*

Sirius ainda não podia acreditar no que James tinha feito. Simplesmente não acreditava. Aquilo parecia demais com um sonho, um sonho maluco, em que não se pode controlar e tudo parece real, mas com uma pitada de estranheza.

Ele olhou para o lado e viu Peter, então ficou esperando para
ver se ele começava a flutuar.

Peter não flutuou.

_James. Cara, você viu o que acabou de fazer?

_Vi, marquei um duelo com Botão de Rosa, a meia-noite.

_Você fez muito mais do que isso, cara. Você marcou um duelo
com uma garota, a meia-noite.

_E daí?

_E daí que lutar com uma garota é um caso perdido! Se você
perder, você é fraco; mas se você ganhar é covarde!

James deu de ombros.

_Se eu ganhar, o que vai acontecer com certeza, ela não vai
sair contado para tudo mundo.

_Mas se você perder…_começou Peter.

_Eu vou ganhar!_gritou James, se virando para trás e perdendo
a paciencia.

_Tá, então você vai mesmo. _disse Sirius, respirando fundo._
Vou com você.

_Ótimo. Poderia ser meu padrinho. Não que eu precise.

Peter olhou confuso para eles.

_Quer dizer que se eu morrer ele vai tomar meu lugar._
exclareceu James.

_Vocês não vão se importar se eu não for, vão?_disse Peter.

James bufou e rolou os olhos.

_Covarde…_murmurou Sirius.

_Não, não vamos nos importar

Peter sorriu.

E os três amigos voltaram a andar.

_Vem, gente, temos aula de Poções agora._ comentou Sirius
checando os horários._ E, ah, não, olhem isso! É aula dupla com…

~~*~~*~~*~~*~~

_… a Sonserina._disse Lily feliz, olhando para Severo.

_ Que bom!_ disse ele, feliz também._ Assim podemos ir juntos para
a aula.

Ela assentiu.

A sala de Poções era nas masmorras. O que deixou Lily arrepiada.

_O que foi Lily?

_As masmorras… dão tanto medo…_gaguejou ela, arragando com
força o braço do amigo.

_Não se preocupe, eu dormi aqui esses últimos dias e não vi nada de mais.

_Os dormitórios da Sonserina são aqui em baixo?

Severo assentiu.

_Você é tão corajoso, Sev…

Ele sorriu bravamente.

_Você podia ser da Grifinória…

_Nunca. Não com aqueles garotos metidos. Eu não me daria nada
bem com eles.

_Ah! Eu bem sei que James e Sirius são arrogantes…_ ao ouvir
a amiga criticá-los, Sev sorriu._Mas a Lene é legal.

Sev fez um muxoxo.

_É verdade! Ela te defendeu quando Pamela Porter _ lembrar-se
da garota deixava Lily furiosa_ falou mal de você.

_ Pode até ser, mas eu pretendo não me envolver com grifinórios. Eles são tão arrogantes, tão exibidos…_disse Severo, com raiva. _ Menos você, Lily. Você é legal. É a pessoa mais legal que conheço_ acrescentou
ele depressa, vendo a expressão no rosto da amiga.

Ela sorriu.

_Obrigada, Sev, mas isso não é verdade.

_Você está sendo apenas modesta. É claro que é verdade, por
que eu mentiria para você?

Lily se calou, feliz.

Nesse ponto a conversa teve que ser interrompida, tinham chegado a sala de aula e o professor já se encontrava lá.

_Licença, professor. Podemos entrar?_perguntou Lily parada a porta.

_Ah, sim, sim. Claro, vamos entrando!

Os dois se sentaram na mesma bancada, lado a lado, e armarão
seus caldeirões.

O Professor Slughorn, era um homem grisalho e barrigudo, ele
já tinha começado a fazer a chamada.

_Frank Longbottom.

_Presente._respondeu o garoto de cabelos escuros, da Grifinória.

_Ian Avery.

_Presente.

_James Potter.

_Presunto.

Lily rolou os olhos, ele era tão exibido!

Algumas pessoas começaram a rir baixinho, o professor o olhou
de pelo canto dos olhos e sorriu.

_Lily Evans.

_Presente.

A chamada continuou. Vamos “Presentes” e “Aquis” foram ouvidos. Até que finalmente…

_Severo Snape.

_Aqui.

E quando finalmente o professor terminou, ele pediu para todos fazerem uma poção simples, uma cura para furúnculos.

Lily e Sev pareciam ter nascido sabendo como se fazia isso.
Os dois, seguindo exatamente as instruções estava fazendo as melhores poções da turma.

CABOM!

Lily olhou para o lado e viu Pamela olhar assombrada para o
nada, os cabelos castanhos em pé, o rosto sujo.

_Eu… eu acho que coloquei essência de dragão demais.

O Professor Slughorn olhou para ela, aparentimente dividido
entre o riso e a raiva.

_Classe, dispensada._ disse ele finalmente.

Lily, desapontada, limpou seu caldeirão com um aceno da
varinha enquanto Sev fazia o mesmo e então, eles partiram para a aula de
Feitiços.

Eles se perderam tantas vezes, que apesar de ter saído tão
cedo da aula de Poções, eles ainda chegaram em cima da hora na sala de Feitiços.

Quando o Professor Flitwick, um sujeito miúdo que tinha que
subir em uma pilha de livros para poder enchergar por cima da mesa, anunciou que eles continuariam apenas com a teoria, toda a classe deu um suspiro de desapontamento.

A aula foi particularmente tediante.

*~~*~~*~~*~~*~~*

Pam tinha ido para a enfermaria depois do desastre na aula de
Poções, apesar de ela garantir, que além de uma leve tontura e um pouco de dor de cabeça, estava ótima.

Mas ela tinha mentido.

Sua cabeça parecia prestes a explodir em chamas e não conseguia dar nenhum passo sem cambalear, então talvez fosse por isso que o
Professor Slughorn sorriu para ela uma vez antes de a levá-la, segurando em seu braço, para uma visitinha “amigável” a Madame Promfrey.

A enfermeira logo fez todos os seus sintomas passarem, mas
insitiu que Pam devia ficar ali até pelo menos o jantar. O que Pam fez, ainda que a contragosto.

Ficar deitada naquela cama já a estava irritando. Não tinha o
que fazer. Não tinha com quem conversar, e nem mesmo com quem implicar.

As horas se arrastaram e quando deu sete e meia, Madame
Pomfrey finalmente deixou Pam ir para o Salão Principal para jantar.

Mas as alegrias de Pam por ter finalmente saido da enfermaria
se acabaram logo que ela se lembrou que não tinha amigos.

Sentando-se afastado dos outros, Pam comeu em silencio,
lembrando-se de repente que isso significava problema, já que significava que ela não teria nem padrinho nem madrinha para o duelo com James…

Não que eu precise, é claro, Pam pensou. Se os feitiços falhasse, estava disposta a usar a varinha para outra coisa. Bata na cabeça deles! Pam se lembrava da mãe lhe falando isso.

Quando voltou para o seu dormitório, apanhou um livro qualquer e voltou para a Sala Comunal, onde começou a lê-lo.

Viu que era Hogwards, uma História. Só de ler a introdução Pam começou a bocejar.

Mas ela não podia dormir, meia-noite ela teria de estar na sala de troféus.

Então lembrou-se que ainda não tinha escrito uma carta para a mãe desde que entrara para Hogwarts.

Pam subiu para seu dormitório, apanhou pergaminho e pena e voltou para a Sala Comunal, sentou-se em uma das poltronas perto da lareira, e, usando Hogwarts, uma Hitória como apoio, escreveu:

Mamãe,

Sou da Grifinória! Estou tão feliz! Tenho quatro grandes amigas e colegas de quarto, Dorcas Meadowes, Lily Evans, Marlene McKinnon e
Alice Puckle. As aulas são do jeito que eu esperava, estou cada vez mais
fascinada com o que estou aprendendo.

Conheci algum garotos bacanas, James Potter, Sirius Black e
Peter Pettigrew. É uma pena que Remus esteja doente, mas me disseram que não é nada grave.

Até agora os professores só me elogiaram! Eu estou fazendo
grandes progressos em Poções e Feitiços, mas minha matéria favorita é
Transfigurações, mais algumas aulas e eu poderei te transformar em uma galinha a qualquer momento. Estou brincando, eu nunca faria isso.

Agora mesmo estou me sentindo tão bem, tão relaxada… Acho que
logo irei dormir, então temo que só amanhã eu vá entregar essa carta a Athena.

Não lhe escreverei com grande frequencia, porque Athena ficara cansada e só estou escrevendo essa carta porque sei que anseia notícias
minhas, visto que já faz uma semana que estou aqui.

Com muito amor,

Pam

Doía-lhe ter que mentir para a mãe, mas assim ela não ficaria
preocupada.

Enrolou a carta e a colocou no bolso interno das vestes.
Estava tão cansada! Na noite anterior tinha tido aula de Astronomia a
meia-noite e por isso não dormira muito bem. Mas Pam estava determinada a não dormir!

Aos poucos, ela viu a sala se esvaziar, mais pessoas começavam a subir para os seus dormitórios.

Alice parou para falar com ela antes de subir.

_Você não vem?

Pam, que tentava de tudo para conseguir se concentrar no
livro, ergueu os olhos e disse:

_Eu? Ir aonde?

_Para o dormitório. Eu já estou subindo e as outras já estão
lá.

_Não, eu não vão._disse Pam e voltou a olhar para o livro._
Não quero ter que falar com elas e se eu fosse você não me preocuparia, Alice, continue sua vida e finja que eu não existo.

Pam sabia que não tinha agido certo, mas não pôde resistir.

O rosto redondo de Alice ficou vermelho e ela subiu para o
dormitório das garotas.

Quando já eram vinte para a meia-noite, o último garoto do quarto ano, deixou a sala, deixando Pam finalmente sozinha.

A lareira ainda crepitava. Pam supunha que ela devia se
apagar magicamente quando todos tivessem saído a sala. Então, ela colocou seu livro em cima da poltrona, pretendendo o pegar quando voltasse, e passou pelo retrato da Mulher Gorda.

_Ei! Onde você pensa que vai? Já passou do horário de recolher!

Mas ela não respondeu e continuou, procurando andar nas sombras e indo para a sala de Troféus.

Tinha escolhido aquela sala porque era a única para a qual sabia ir sem se perder e porque sempre estava destrancada. Tinha constado isso
no último sábado, ao sair da detenção.

Quando chegou lá, olhou para o relógio na parede e suspirou.
Quinze para a meia-noite. Os garotos provavelmente ainda demorariam.

Pam começou a observar todos os troféus, um por um, até parar
em um nome conhecido.

Ao time de quadribol da Corvinal, 1954

E então se seguia o nome de todos os integrantes. E lá estava, Martin Porter. Seu pai.

Ele era artilheiro. E Pam e ele sempre jogava e ela sempre
era goleira, então era ótima nisso.

Mas já fazia um bom tempo que não o vi. Desde o Natal passado. E Pam ficava muito triste por causa disso, sempre gostara mais do pai do que da mãe.

Elizabeth era uma mulher amigável, mas fazia jus a má fama da
Lufa-Lufa, era maluquinha. Era tão distraida e atrapalhada que às vezes
arrancava bons risos de Pam. Apesar de sempre brigar um pouco com a mãe, era bem mais fácil imaginar sua vida sem o pai do que sem ela. Daquela uma semana que passara em Hogwarts, sentira mais falta de seus biscoitos recém-assados, das brincadeira e dos pequenos desastres da mãe do que de qualquer outra coisa. Pam sentia falta de rir por causa dela.

Sem perceber, Pam se demorou mais do que o esperado no tropéu
da Corvinal. Quando olhou o relógio outra vez, era pouco mais de meia-noite.

Ela ouviu um barulho do lado de fora da sala, passos. Acreditando ser Filch, o zelador, ela se escondeu atrás de um troféu particularmente
grande e esperou os passos cessarem.

Mas ao inves disso, a porta se escancarou e Pam fechou os
olhos com força, acreditando estar perdida.

_Ela está atrasada._ ela nunca tinha sentido tanto prazer ao
ouvir aquela voz.

_Não,_ disse Pam, saindo das sombras_ não estou.

Sirius Black e James Potter estavam lá. Os cabelos do segundo
mais espetados do que nunca.

_Ora ora,_disse James, sobresaltado._ Você está aqui!

_Não! É o meu fantasma. É claro que estou aqui!

_Ah._disse ele, em tom de falso desapontamento._ Tinha esperanças de que você tivesse morrido!

Pam continuou calma.

_Mas se ela não morreu ainda._comentou Sirius._Vai morrer
agora.

Pam rolou os olhos. Era idiotice dos garotos continuarem com
esses diálogos idiotas e preplanejamos.

_Vamos acabar com isso logo._disse ela, em tom de impaciencia, como se estivesse meramente entediada._ Assim eu posso voltar logo
para o meu dormitório.

­_Não estou vendo seu padrinho ou madrinha._disse James
olhando em volta

_Não preciso.

_Não precisa? Ou não ninguém quis vir? Porque não sei se você
já percebeu, mas você não tem amigos.

A última frase ecoou na mente de Pam como se James a tivesse
gritado. Ela sentiu as lágrimas virem em seus olhos, mas impediu-as de cair.

Pam viu James pegar a varinha e pegou a sua própria.

Era uma varinha ótima que Pam tinha ganhado. Sua varinha era
de castanheira e fibra de coração de dragão, vinte e sete centímetros. Uma
varinha muito poderosa, segundo seu pai e o Sr. Olivaras, o fabricante de
varinhas.

_Vamos começar.

E os dois se aproximaram, deixar sua nuca exposta para James
não lhe agradava nenhum pouco, então, embora curvasse o corpo, continou com os olhos fixos no garoto. James fez o mesmo.

Em seguida os dois ergueram as varinhas, como se segurassem
em espadas.

_Cara-de-lesma!_gritou James.

_Protego._O feitiço se desfez no ar._ Rictusempra!

James se dobrou de tanto rir e caiu no chão, ainda rindo.

Pam tinha aberto a boca para lançar algum outro feitiço quando ouviu passos novamente no corredor e disse:

_Finite Incantatem.

James se levantou em seu salto, tinha parado de rir.

_Locomotor Mortis!

Mas o feitiço não atingiu Pam, que tinha começado a correr e passado pela porta mais distantes dos passos no corredor.

Sirius e James olharam um para o outro, finalmente pareceram
ouvir o mesmo que Pam e dispararam na mesma direção que a garota. As vestes de Sirius tinham acabado de passar pela curva, quando eles ouviram Filch resmungar:

_Ouvi passos, deve ter alguém aqui.

Sirius e James, em silencio, seguiram Pam que já estava longe, correndo sem fazer nenhum barulho.

_Essa foi por pouco._disse Sirius, só mexendo os lábios, quando seu olhar cruzou com o de James.

_Eu sei.

Então quando os dois olharam para frente de novo, Pam tinha
sumido.

Eles olharam um para o outro e franziram a testa.

Os dois continuaram andando, iam seguindo a direita em uma bifurcação quando sentiram alguém os puxando para trás de uma armadura.

Pam levou um dedo aos lábios e continuou espiando.

Não demorou muito e a Professora Minerva e o Professor Dumbledore apareceram, vinham conversando.

_Eu sei disso, Alvo. Mas você não acha que é um pouco imprudente? Quer dizer, Remus é…

_Eu confio totalmente nele._disse a voz calma de Dumbledore,
interrompendo a professora.

_Mas, Alvo, não seria melhor…

Mas um barulho alto, de metal caindo no chão, interrompeu a
conversa dos dois, que sairam em disparada para a sala de troféus, onde, Pam não duvidava nada, Filch tinha derrubado alguma coisa.

Aproveitando da distração dos professores, Pam saiu, cautelosamente, do esconderijo, acompanhada por Sirius e James.

Os três foram, fazendo o menor barulho possível, de volta
para a sala comunal.

_Onde vocês estavam?_perguntou a Mulher Gorda assim que os
viu se aproximar.

_Não te interessa, interessa?_respondeu Sirius, grosso.

Pam suspirou.

_Folha de Abóbora._disse James.

O quadro virou e deixou os três entrarem.

Pam, pegando seu livro, desabou na poltrona e James e Sirius fizeram o mesmo nas outras duas.

Estavam cansados.

_Eu não acredito no que fizemos. _disse Sirius, depois de ter passado longos minutos de silencio.

_Loucura._ concordou Pam.

_Sabe, Botão de Rosa, você foi ótima!_ elogiou James, o que fez Pam corar.

_Não é verdade.

_Não, não estou exagerando. Ela foi ótima, não foi Sirius?

O moreno acenou com a cabeça, olhando para os dois como se o mundo estivesse acabando. James Potter estava elogiando a Botão de Rosa!

_Ótimo foi você. Aqueles feitiços foram realmente bons. O que fazem?

_Cara-de-lesma faz o adversário vomitar lesmas._ ele riu quando Pam exclamou “Eca!”._ O Locomotor Mortis é o feitiço-da-perna-presa. Mas é claro que meus feitiços foram inúteis contra você. Botão de Rosa, você é demais!

_Ah! Obrigada! Mas eu sei que você só está falando isso por falar! Não é verdade!

_É claro que é! Porque eu mentiria para você?

_Algum plano?

James balançou a cabeça.

_Não, desta vez não.

Quando finalmente os dois pararam de conversar, Pam foi para seu dormitório e James e Sirius para o deles.

_Tá, agora que você e a Botão de Rosa se acertaram._Disse Sirius, enquanto os dois subiam as escadas._ Ela não é linda?

_É linda, maravilhosa. _disse ele, com sinceridade._ Tão linda quanto a Lily.

_Ei, cara, você não pode ficar com as duas!

James deu um empurrão em Sirius.

_Ei!

_Isso é para você aprender a não falar bobagens.

E James subiu na frente, bravo.

_Certo, você não pode ter as duas, mas eu posso._disse Sirius, sorrindo maliciosamente e subindo atrás de James.


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Notas finais do capítulo

OBA! A Pam já é amiga dos outros marotos! kkk Quem gostou da briga da Pam e do James levanta a mão!
*levantando a mão*
Até a próxima!
OBS: o Filch ainda não tem a Madame Nor-r-ra.