Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 26
Terceiro Ano - Capítulo 1 - Lar, doce... Inferno?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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A chuva sempre a fazia se lembrar do garoto que amava. Isso porque os dois tinha se conhecido, trocado juras de amor e dado o primeiro beijo na chuva. Não era irônico, então, que justo no dia em que ela estava decidida a fugir de casa para ir viver com ele, estivesse chovendo? Era como se todo o mundo desejasse essa união.

Ela tinha colocado tudo o que precisava na pequena mochila preta. Tinha deixado o bilhete explicando tudo em cima do travesseiro. Tudo estava pronto. Tudo o que ela tinha que fazer era ir embora.

Sua família jamais aceitaria que ela se casasse com um nascido-trouxa. Mas era isso que ela estava decidida a fazer. Amava-o e precisava ficar ao seu lado.

Mas é claro que ela não fazia isso apenas por si mesma, não era tão egoísta a esse ponto. Tinha motivos mais do que suficientes para ir embora.

A morena ficara sabendo que estava prometida à Lucius Malfoy, o garoto por quem a irmã mais nova estava apaixonada. Ela não podia se casar com o homem que a irmã amava! Com sua fuga e sendo queimada da tapeçaria dos Black, Narcisa passava a ser a nova pretendente de Lucius e não tinha que seduzir seu primo Sirius (que era apenas dois anos mais novo que a loira), como seus pais tinham dito para ela fazer, para preservar o nome da família.

E Andie poderia se casar com quem quisesse.

No final das contas, ficaria tudo bem.

Ciça iria se casar com Lucius. Andie iria se casar com quem amava. Todos felizes. Era uma pena que não tinham conseguido salvar Bella. Ela tinha passado uma imagem forte e feliz para o resto mundo. Ninguém sabia que, assim que seus pais lhe dizerem que ela tinha que casar com Rodolphus, ela se trancara no quarto junto com Andie e chorara, dizendo que não queria ter que se casar com um homem abominável, que ela não queria ser a Sra. Lestrange.

Andie tinha pena da irmã. Não queria ter que perdê-la tão cedo para um homem tão arrogante e idiota como Rodolphus Lestrange. Andie chorara no casamento da outra por isso. Não eram lágrimas felizes, eram lágrimas da mais pura tristeza.

Com essa fuga, ela sabia que seria odiava pela irmã a quem tanto apoiara.

A porta da velha mansão rangeu alto quando ela saiu para a noite chuvosa. Nada nem ninguém podia a impedir agora.

Ela correu pela chuva até o meio da rua, deixando-se molhar.

_Andrômeda Black! – grito masculino furioso, vindo da janela do quarto dos pais, cortou a noite.

Andie correu mais rápido. O som da porta aberta devia ter acordado o pai. Ela continuou e então finalmente, quando estava longe o suficiente, girou como tinha aprendido no ano anterior e sumiu no ar.

Quando abriu os olhos novamente, não estava mais na rua chuvosa. Ela estava em uma agradável casa aconchegante e encarava os olhos dele.

_Ted! – ela exclamou, atirando os braços ao redor do pescoço do namorado.

Tinha conseguido. Estava na casa dos Tonks.

*~~*~~*~~*~~*~~*

Sirius se despediu dos Potter e os agradeceu enquanto entrava em casa. A porta bateu atrás de si.

Ele não viu os pais nem o irmão e nem mesmo Monstro, mas não se importou com isso, indo até a sala e deixando a mochila e o malão caírem sobre o sofá.

A casa dos Black, no largo Grimmauld, era uma casa sombria e mal iluminada que lembrava a Sirius a Casa dos Gritos, a não ser pelo fato de que sua casa era elegante e imponente, enquanto que a outra estava caindo aos pedaços.

Ele deixou-se cair no sofá com um suspiro e fechou os olhos, pensando nos acontecimentos das últimas duas semanas.

“_ Eu adoro dragões. – disse Pam, seu rosto radiante. Sirius a encarava com um sorriso bobo nos lábios. O sorriso bobo que ele sempre sorria para ela. O sorriso que ele não conseguia conter ao ver como a amiga conseguia ser feliz e engraçada apesar dos pesares.


James estava mais atrás. Tinha ido com os pais comprar alguma coisa para eles comerem e Pam e Sirius tinham ficado sozinhos, olhando para os dragões ao longe, vivendo suas vidas normais nas reservas.

Apenas um dos dragões não estava com os outros. Estava preso em uma jaula e acorrentado, emitindo grunhidos e urros vez ou outra. Aquele dragão era o único perigo dali.

Com sua coragem grifinoriana, Sirius foi até aquele dragão e Pam o acompanhou.

Os dois ficaram olhando para ele por um tempo.

_Você está com medo? – perguntou Sirius, despreocupado.

_Não. Você está com medo?

_Não.

Os dois conversaram mais um pouco até que Sirius pegou a varinha e começou a brincar com ela.

_Sirius, olhe para onde você aponta isso.

Sirius sorriu torto.

_O que você acha que pode acontecer? Não se preocupe.

Nem bem o menino disse isso e ele apontou a varinha para a gaiola do dragão. Mas precisamente para o cadeado, o que fez com que a gaiola se abrisse.

_Sirius! – gritou Pam. – Viu o que você fez!?”

Sirius riu ao se lembrar de que mais tarde a amiga tinha dito que não ficara brava por ele ter colocado a vida dos dois em perigo, mas porque ele não a ouvira. Na verdade, lutar contra o dragão, do jeito que eles tinham feito juntos, atacando o bicho nos olhos e o fazendo recuar, fora realmente divertido.

Quando voltaram, eles tinham deixado primeiro Pam em casa antes de passar no largo Grimmauld, para evitar problemas. Os Potter pareceram extremamente felizes em ter a garota com eles, mas sabiam que com os Black não seria a mesma coisa. Além do que, é claro, Pam dissera que não ficaria perto de pessoas que tinham algo contra sua família.

Sirius se levantou do sofá ao ver a criaturinha enrugada entrar na sala.

_Olá, Monstro. – ele cumprimentou, desanimado. – Se minha mãe me procurar, diga a ela que estarei no meu quarto.

E Sirius subiu as escadas ruidosamente, do jeito que sua mãe lhe dissera para não fazer.

Ele entrou no quarto onde estava escrito Sirius na porta e se deparou com um quarto digno de um grifinório.

O quarto era espaçoso e outrora devia ter sido elegante. Havia uma cama grande com uma cabeceira de madeira entalhada, uma janela alta obscurecida por longas cortinas aveludadas e um candelabro. Havia alguns pôsteres na parede de seda cinza-prateado.

Eram pôsteres de motos trouxas, algo por que Sirius se apaixonara e almejava comprar, também haviam sete cartazes grandes, de vermelho e ouro só para sublinhar sua diferença de todo o resto da família sonserina.

Era claro que todas essas coisas estavam coladas com um Feitiço Adesivo Permanente, ou então seus pais já teriam tirado tudo dali.

Sirius ainda pretendia colocar mais fotos e pôsteres, mas eram raras as vezes em que ele achava uma revista trouxa para fazer os recortes e irritar mais ainda seus pais.

Já fazia tempo que Sirius não entrava no quarto de Regulus, seu irmão, “o filho perfeito”, mas da última vez que entrara, percebera que ele tinha feito justamente oposto do irmão mais velho.

Tinha tentado ressaltar o quão parecido ele era com o resto da família, com os outros Black sonserinos.

Sirius se deitou na cama e fechou os olhos, sem perceber a transição gentil da realidade para o sonho.

*~~*~~*~~*~~*

_Sirius Orion Black! – Walburga Black berrou do andar de cima.

Regulus estava sentado na grande mesa de jantar, comendo devagar enquanto observava a mãe gritar pelo irmão que tinha se fechado no quarto e se recusava a descer depois que ficara sabendo que Andie, sua prima favorita, fora queimada da tapeçaria Black. Sirius tinha dito que faria uma greve de fome.

Para o mais novo estava tudo bem. Sirius sempre fazia coisas desse tipo.

E ele também sabia que Andie tinha merecido. Ela tinha fugido de casa para morar com o namorado secreto nascido-trouxa.

Um sangue-ruim, pensou Regulus, com desprezo.

Ele não entendia como o irmão tinha conseguido se estragar tanto, como ele tinha conseguido entortar tanto. O mais novo era um perfeito Black, um perfeito sonserino, enquanto que Sirius eram um rebelde e grifinório. Eles tinham recebido educação igual, porque seu irmão e ele eram tão diferentes então?

Regulus já não duvidava de mais nada que viesse de Sirius. Considerando que da última vez que Bellatrix, Rodolphus e Rabastan Lestrange, Ciça, Andie e os pais tinham ido até o largo Grimmauld, Sirius tinha colocado música trouxa no máximo. O que deixara os convidados horrorizados e seus pais envergonhadíssimos.

Regulus não faria isso. Jamais seria capaz de humilhar tanto assim os pais. Sirius era um caso perdido em sua opinião, ele não entendia porque os pais simplesmente não desistiam do grifinório e o deixavam ir morar com os Potter como Sirius tinha ameaçado tantas vezes.

Ali era um inferno, segundo Sirius. Regulus era o filho perfeito, o menor e melhor. Mas Sirius era o mais velho e por isso seria ele quem herdaria os bens da família Black, os pais tinham que garantir que o garoto começasse a se portar como um verdadeiro puro-sangue.

Regulus olhou para o pai a sua frente. O pai que se vestia tão elegantemente e que agora parecia cansado, chateado.

_Papai? – chamou o menino.

_Sim, meu filho? – ele disse gentil.

_Quando o Sirius vai tomar jeito?

O Sr. Black suspirou.

_Não sei, meu filho, não sei.

A Sra. Black desceu as escadas irritada, seu vestido longo roçando ligeiramente o chão.

_Orion! Vá dar um jeito no seu filho! Ele simplesmente se recusa a descer por causa da priminha! Talvez as férias com os Potter não tenham lhe feito tão bem afinal. Eles não levaram aquela garota imunda junto com eles? A tal da Porter? A traidorazinha do próprio sangue? Talvez Dorea não seja mais um bom exemplo como era antes de se casar com o Charlus Potter!

O Sr. Black suspirou.

_Deixe ele, sim, Walburga? Sentesse aqui conosco e esqueça o Sirius por uma noite.

_Mas, Orion, ele…

_Por favor. Deixe isso para lá por uma noite.

A Sra. Black se sentou, irritada, não demorou muito para Monstro aparecer ao seu lado.

_Monstro pode fazer alguma coisa pela senhora dele? A senhora dele quer que ele prepare alguma coisa para ela?

A mulher negou irritada.

_Não me chateie mais ainda Monstro. Vá embora.

O elfo estava indo para a cozinha quando a Sra. Black mudou de ideia e o chamou de volta.

_Não dê nada de comer a Sirius hoje. Ele não quis comer no horário, certo? Então que mora de fome!

*~~*~~*~~*

Estava perto da meia-noite e ele simplesmente não conseguia dormir. Sua barriga roncou. Tinha sido uma péssima ideia não ir jantar. Ele não sabia quanto tempo aguentaria até começar a definhar. Estava com tanta fome! Sirius nunca tinha sido deixado com fome antes. Ele nunca tinha sentido fome. Era um Black, oras.

Mas, ele também não daria o braço a torcer. Não desceria e pediria a Monstro que lhe preparasse alguma coisa para comer. O elfo contaria a sua mãe, e essa era última coisa que ele queria.

Sirius estava jogado sobre a cama, encarando o teto com olhos dementes, desejando que a comida simplesmente se materializasse do nada.

Ele não concordava de modo algum com que o tinham feito com Andie. Andie era sua prima favorita e não tinha culpa de amar um nascido-trouxa. Ninguém escolhe quem ama. No final das contas todo o Black que fazia alguma coisa descente era simplesmente queimado da tapeçaria.

Sirius não entendia como Andie tinha ido parar na Sonserina, sendo tão corajosa quanto demonstrara ser. Seria legal ter outro Black na Grifinória.

Mas Andie iria lhe tomar o posto de ser o primeiro Black na Grifinória e isso era algo do que ele se orgulhava. Não, talvez fosse melhor assim.

O largo Grimmauld e tudo o que ele representava eram coisas que Sirius odiava. Talvez algum dia ele resolvesse seguir o exemplo de Andie e deixar a família. Mas não ainda. Ele ainda não tinha para onde ir. Certo que já dissera que ele iria morar com os Potter, mas nunca tinha falado com James a respeito disso, eram apenas ameaças vazias.

James! Era isso! Ele iria mandar uma carta para James e o amigo com certeza lhe enviaria comida!

Sirius escreveu a carta e a mandou. Não demorou mais do que alguns minutos para a coruja voltasse trazendo um pacote com doces.


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Notas finais do capítulo

Obrigada para todo mundo!
BBK