Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 22
Capítulo 7 - Feliz Natal!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :)



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Quando Remus olhou para trás encontrou a cena mais estranha que podia estar esperando. Pam, Peter, Sirius e James estavam sorrindo para ele!

O que eles estavam fazendo? Por que estavam sorrindo? Seriam eles loucos? Remus sempre soube que tinham alguns parafusos a menos, mas…

Aquilo era insanidade pura e crua!

Ele sentiu vontade de sair correndo e gritando.

Mas isso foi só por um breve momento de loucura ao ver toda aquela insanidade.

Não, Remus era calmo e controlado. Não se desesperava por pior que fosse a situação.

Ele respirou fundo, voltando a raciocinar.

_Me desculpe? – ele disse, piscando repetidamente, como se não acreditasse que aquele quadro fosse real e que ele estava sonhando, logo acordaria.

_Eu disse que estamos bravos porque você não contou nada para a gente! Foi crueldade da sua parte, sabia?

Ele piscou de novo, do que ela estava falando? Eles tinham descoberto que ele era um lobisomem e, por não ter contado para eles, Remus era cruel? Qual o problema dela?

_Pammy, eu… - ele começou, logicamente, mas foi interrompido.

_Remus! Você é um lobisomem! Isso é incrível! – exclamou Sirius, em alto e bom som.

_Shh!! Fale baixo, por favor! – o garoto quase implorou. – Alguém pode ouvir!

_Que ouça! Vamos contar para o mundo inteiro! Vai ser divertido. – disse James, em um sorriso de todos os dentes.

Os olhos de Remus se arregalaram ligeiramente.

_Você é maluco?

_Qual o problema, Remus? Vai ser engraçado! – James rindo.

_Isso não é engraçado! Não é divertido! – zangar-se Remus. – Não é minimamente divertido! É a minha maldição! Algo horrível que eu vou ter que carregar até a morte! Não é engraçado! É horrível!

Remus vislumbrou, com o canto do olho, Pam mordendo o lábio inferior e soube que a amiga estava prendendo o riso, mas, ignorou-a.

O lobisomem respirou fundo e voltou a se sentar em sua cama, mas desta vez de frente para os amigos.

_Então, vocês não vão deixar de ser meus amigos?

James balançou a cabeça.

_De modo algum. Você pode ser o que for. Um lobisomem, um vampiro, pode até ser uma tartaruga ninja, que nós não vamos deixar de ser seus amigos. Nunca

Remus sorriu feliz. Eles eram os melhores amigos que ele podia ter desejado.

_Bom, - disse Pam, batendo palmas uma vez e se levando do chão. – Agora que já sabemos sobre seu “probleminha peludo”. – A garota fez aspas com as mãos. Remus sorriu. – Queremos que você nos conte como é ser um lobisomem. Ah! E não se esqueça de contar sobre a Casa dos Gritos! Preciso saber sobre a Casa dos Gritos! – ela olhou para trás e viu os outros três amigos, então, indicando eles e a si própria, ela corrigiu: - Nós precisamos.

Remus riu da amiga. Ele tinha um carinho especial pela garota sorridente. Ela era divertida e engraçada e sempre o fazia rir, além é claro, de ter um encanto feminino que os outros obviamente não tinham.

_Bom, tudo começou quando eu era bem mais novo. Um lobisomem invadiu meu quarto enquanto eu estava dormindo e me mordeu. Desde então eu me transformo todo o mês. Mas, não culpo o outro lobisomem. Não foi culpa dele. Perdemos totalmente a consciência dos nossos atos enquanto estamos transformados. Quando vocês chegaram a Casa dos Gritos tive que lutar contra o lobo que existe dentro de mim para não sair correndo atrás de vocês. Tentar atrasar a mim mesmo. – ele riu, sem humor. – Nunca mais façam isso. Da próxima vez, eu posso perfeitamente acabar matando um de vocês.

Ele pensou na frágil Pam a sua frente, que ouvia com paciência e interesse toda a história. Não podia sonhar em machuca-la. Ela era como uma irmã mais nova para ele. A Botão de Rosa do grupo. Frágil e pequena. Apesar de ele saber que ela sabia perfeitamente se defender sozinha, preferia se esquecer desse pequeno detalhe.

E Remus contou toda a história. O qual era ruim se transformar, Dumbledore aceito-o em Hogwarts, coisa que nenhum outro diretor faria, a Casa dos Gritos…

Tudo.

Ele não ocultou nada dos amigos e se sentiu como se estivesse tirando um peso enorme das costas. Era bom não ter segredos com os amigos.

*~~*~~*~~*~~*

James pulou da cama rapidamente, animado e começou a correr pelo quarto, tentando acordar Peter e Sirius.

Peter se sentou esfregando os olhos; e Sirius, depois de resmungar algumas palavras incompreensíveis, fechou os olhos novamente e jogou a cabeça de volta para o travesseiro.

James o sacudiu, gritando.

_Acorda! Acorda Sirius! É Natal! Acorda!

Depois que todos eles ficaram sabendo sobre a licantropia de Remus, ou, como passaram a falar, o “probleminha peludo”, ficaram ansiosos pela próxima lua-cheia, garantindo à Remus que iriam o visitar durante o dia, o que foi negado por ele. Felizmente ou infelizmente, nenhum deles saberia dizer ao certo, a próxima lua-cheia começava um dia depois das férias de Natal começarem também. E o último dia de lua-cheia acontecia justamente no Natal, então, ele passaria o feriado trancado lá.

James, Sirius, Peter e Pam haviam dito que poderiam ir lá levar os presentes para ele e passar o dia para ele não ficar sozinho, mas o amigo recusara a proposta, dizendo que era muito perigoso. Mas, os outros quatro não iriam obedecer Remus. Iriam vê-lo, quer ele gostasse, quer não. Pelo menos, os quatro tinham conseguido convencer os pais de que podiam ficar em Hogwarts no Natal.

Naquele exato momento Pam adentrou o quarto, levando nos braços várias caixas e embrulhos, presentes de Natal. A menina deixou que tudo caísse na cama desocupada de Frank.

_Feliz Natal, garotos! – ela exclamou, em um gesto que abrangeu os três meninos presentes.

_Feliz Natal para você também, Pam. – disse James, suspirando. – Agora dê um jeito de acordar o Sirius.

_Por que eu? – disse a menina, um pouco irritada.

_Porque você é a única que tem paciência com ele. – respondeu o de óculos.

Pam sorriu amavelmente antes de se sentar na cama Sirius, ao lado do moreno. Então ela aproximou bastante a boca da orelha dele.

_Sirius? – ela chamou, em um tom de sussurro. – Sirius, acorde.

O garoto apenas se remexeu e balbuciou qualquer coisa.

_Sirius, levanta logo! – ela disse um pouco mais alto – Sirius olha! O Ranhoso está entrando no dormitório! – desta vez ela gritava.

O moreno levou um susto tão grande que caiu da cama, do lado oposto ao que Pam estava sentada. Logo depois ele ficou em pé, trazia a varinha na mão, apontando-a para todos os lados, procurando um inimigo imaginário.

_Onde? O quê? Onde?

Pam, James e Peter estavam gargalhando, o que fez Sirius perceber que estava sendo enganado. Ele sorriu, sem graça.

_Há, há, há. – ele falou, sem humor. – Muito engraçado!

_Não me culpe! – exclamou Pam, a voz uma oitava mais aguda por causa das gargalhadas. – Você quem não queria acordar!

Sirius rolou os olhos.

_Vocês não tem coisa melhor para fazer do que ficar rindo como idiotas? – ele perguntou, irritado, enquanto pegava uma roupa limpa e se trancava no banheiro.

Pam, James e Peter riram por mais algum tempo antes de ela se levantar e pegar os embrulhos que havia deixado sobre a cama de Frank.

_O que são? _ perguntou James.

_Ah! Presentes é claro. – ela procurou no monte três pacotes idênticos e jogou um para James. – Pegue!

O garoto, com uma habilidade digna de apanhador, pegou o embrulho no ar e o encarrou por um tempo, tentando descobrir do que se tratava.

_Abre logo, seu bobo! Não vai te morder! – disse Pam, enquanto entregava um segundo pacote para Peter. – Ou pelo menos eu espero que não.

James não riu da piada de Pam e abriu o presente, ainda um pouco ressabiado.

_Hum… Pam? – ele chamou, quando viu o que era. – Acho que você me deu o presente errado. – ele mostrou o livro que tinha em mãos para a garota, ela, porém, riu.

_Não está errado, James. É isso mesmo. Abra-o. – ela pediu e ficou o olhando, ansiosa.

James olhou desconfiado para a amiga.

Ela riu.

_Abra de uma vez!

O garoto suspirou, vencido, abrindo o livro e então se surpreendendo ao encontrar vários de Sirius, Peter, Pam, Remus e dele próprio sorrindo para ele e acenando para ele.

_Eu tirei ao longo do ano. – disse Pam, feliz, ao ver a cara de bobo do amigo. – Enquanto vocês não estavam olhando. Foi isso que eu comprei com o dinheiro da aposta. Uma máquina fotográfica!

_Aposta? – perguntou Peter, franzindo a testa.

_É, aposta. A aposta que eu e o James fizemos no começo do ano. Quem mandava os parabéns pelo aniversário do Sirius primeiro. Eu já estava economizando algo dinheiro, com os dois galeões deu certinho para comprar a câmera.

_Por que você não contou para a gente? – perguntou James, ainda impressionando com o que a amiga fizera.

_Ora, porque iria estragar a surpresa! – Pam riu. – Ficou legal não ficou?

_Tá brincando? Ficou ótimo!

Pam se sentiu corar.

_Obrigada, James!

Sirius saiu do banheiro, parecendo bem menos irritado do que antes, e já pronto para irem à Casa dos Gritos.

_Sirius! – exclamou Pam, entregando-lhe um embrulho idêntico ao de James e Peter.

O garoto abriu o presente e ficou com uma cara tão besta quando a de James. Ela riu e explicou para ele que tinha comprado uma câmera e que tinha batido as fotos em segredo.

_Pam! Como você consegue? Parece uma gata! Batendo fotos sem a gente perceber! Isso é impossível!

A menina riu.

_No começo foi bastante difícil esconder o flash, mas vocês são cegos, então eu consegui. Algumas fotos eu pedi para o Daniel Jones, da Corvinal, bater. Espero que tenham ficado boas.

_Ficaram incríveis!

_Hum… Será que você não se importa de esperar lá embaixo, Pam? – perguntou James. – Eu e Peter temos que nos trocar.

Pam sorriu.

_Claro que não!

E ela pegou todos os outros embrulhos que ela tinha levado e ia saindo quando Sirius a chamou.

_Quase me esqueci de lhe dar isso! – e ele estendeu um pacote para a amiga.

James e Peter fizeram o mesmo.

Pam, que já carregava outros quatro presentes que ela própria recebera dos pais e um de Remus, pediu para eles colocarem os presentes em cima dos primeiros e desceu junto de Sirius para a Sala Comunal, onde ela abriu os presentes que lhe pertenciam.

A garota ficou satisfeita com o que tinha ganhado. Cinco bombas de bosta, duas xícaras mordentes, o novo disco da Emmy Portus (sua cantora favorita), uma pena para escrever feita de pena de faisão e alguns doces. Sirius a ajudou a abrir todos os presentes.

Não demorou muito para os outros descerem e os quatro se enfiaram embaixo da Capa da Invisibilidade de James, indo até o Salgueiro Lutador e usando uma vara longa para apertar o nó da arvore, que imediatamente ficou paralisada. Apesar de com neve seus pés deixarem pegadas no chão, ninguém pareceu perceber que os quatro, ainda invisíveis, entraram no túnel subterrâneo do Salgueiro Lutador.

James enrolou a capa e aguardou em um dos bolsos das vestes, enquanto Pam sacudia a cabeça e tirava alguns flocos de neve dos cabelos escuros.

Os quatro seguiram caminho pelo túnel, andando até o fim e sumindo para a Casa dos Gritos, que, a não ser pela luz entrando pelas frestas nas janelas vedadas com pedaços de madeira, estava exatamente igual à primeira vez em que eles tinham entrado ali.

Eles subiram as escadas, fazendo um barulho alto a cada passo.

Quando chegaram ao quarto que Remus normalmente ficava, encontraram o amigo sentado na cama de dossel, envolto de várias cobertas, olhando para a porta e tentando entender o que ou quem estava fazendo todo aquele barulho.

Ele pareceu aliviado ao ver os amigos no começo, mas não demorou a ficar levemente irritado.

_Eu não disse que não era para vocês virem aqui? – ele disse sua expressão gentil se transformando em uma carranca.

_Ah, Remus! Pare com isso! É Natal! – disse Sirius, em meia a uma de suas risadas que mais parecia um latido.

Pam entrou correndo no quarto, abraçou Remus e lhe entregou o embrulho onde ele encontraria o álbum de fotos feito por ela mesma. Ele abriu o presente e ela lhe explicou a mesma coisa que havia explicado para os outros.

_Obrigado, Pammy.

Ela sorriu e se sentou na cama ao seu lado, forçando a cabeça dele a se deitar em seu colo e ajeitando melhor suas cobertas.

_Meu filhinho…

Remus sorriu para a amiga.

_Mamãe…

Os dois riram e ela começou a mexer em seus cabelos castanhos, enquanto James e Sirius tentavam abafar risadas e fingiam vomitar.

Remus olhou para eles e franziu a testa. Pam fechou a cara.

_Não ligue para eles, Remmy. Eles estão com inveja porque eu sou só sua mamãe.

Sirius riu.

_Pam, entenda, se algum dia você tiver algum filho, vai acabar o matando!

Ela ficou mais brava ainda.

_Sabe, Sirius, acho que eu não vou precisar ser mãe para matar alguém. – ela disse, o encarando com um olhar nada amigável.

Sirius engoliu em seco. Sabia o que a amiga podia fazer quando ficava brava.

Pam voltou a dedicar seu tempo a Remus e continuou fazendo carinho nele, o ninando, cantando cantigas bruxas para o embalar. Ele era o bebê dela e ninguém podia mudar isso.

Depois, quando ela finalmente se cansou de tratar Remus como um bebê e ele se sentou, os cinco amigos ficaram conversando, contando piadas, brincando e rindo. Passaram assim o resto do dia, até que começou a escurecer e Pam, Peter, Sirius e James tiveram que voltar para o castelo


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