Em meados de outubro, Margaret avisou James e Pam que logo seriam os testes de quadribol, e, no dia marcado, os dois se dirigiram para o campo de Quadribol, junto com Sirius. Peter ficara no dormitório estudando e Lupin ficara o ajudando com algumas matérias, mas os dois tinham prometido que estariam torcendo pelos amigos e que estariam no primeiro jogo deles, já que tinham certeza que entrariam para o time.

James estava bastante confiante, afinal, tinha certeza de que estaria no time e já tinha jogado antes, na frente da escola inteira. Pam estava um pouco nervosa, mas garantiu que não era nada que poderia prejudicar seu desempenho durante os testes.

Sirius se despediu dos amigos e foi se sentar nas arquibancadas, desejando sorte a James e Pam, e os dois últimos entraram em campo, onde Margaret já tinha começado o teste dos artilheiros. Ela não viu James e Pam no meio da confusão de alunos.

No final, Davi Gudgeon e uma garota que já estava no time no ano anterior continuaram no time, além da própria Margaret, é claro. E a garota passou para os batedores.

Para essa categoria, foram escolhidos dois garotos fortes do sétimo ano. James aprovou a escolha. Afinal, além de voarem bem, os garotos tinham uma mira ótima e força extraordinária.

Então, finalmente o teste para goleiro.

James sorriu para Pam, encorajando-a. Não se podia dizer que o tempo estava dos melhores. Não tinha vento, isso era uma vantagem, mas o sol estava forte e com certeza dificultaria a visão de Pam, mas ela respirou fundo entrando na fila para o teste.

Na verdade, só tinham quatro pessoas concorrendo a goleiro, contando com Pam. Uma garota de cabelos cacheados e loiros que iam até a altura dos ombros; um troglodita do sétimo ano que parecia ser incapaz de se equilibrar em uma vassoura; e um garoto de quatorze ou quinze anos com o nariz pontudo, cabelos vermelho e ar de malandro.

Pam era a menor entre eles. O quer dizer que, por ela, a goles tinha mais chances de passar. A garota sorriu sem graça para James, que ainda tentava a alegrar.

A loira foi primeiro. Ela era ótima. Das seis jogadas, ela defendeu cinco. Embora Pam achasse que teria conseguido defender a última goles, a garota era uma adversária a quem ela devia temer.

Aparentemente Pam tivera uma impressão errada do troglodita. Ele conseguia voar. E, com seu grande corpo, quase conseguia bloquear todos os aros de uma vez só. Mas, como era pesado demais e não voava com tanta agilidade, acabou por defender apenas quatro das seis goles.

Pam respirou fundo. O troglodita estava fora.

O garoto ruivo com cara de malandro foi o próximo. Ele montava uma Nimbus 1001 igual a de James e Pam não pode deixar de sentir uma fagulha de raiva por isso.

O garoto voava razoavelmente bem. E, de um jeito ou de outro, acabou defendendo cinco goles, errando apenas a primeira.

E, então, finalmente, era a vez de Pam.

Ela subiu na sua vassoura e voou até os aros. Margaret sorriu ao reconhecê-la.

_Oi! – ela cumprimentou. – Está pronta?

Pam assentiu.

_Ótimo. Não precisa ficar nervosa. Só vou jogar a goles seis vezes e você tem que pegar. Acha que consegue fazer isso?

Pam assentiu mais uma vez. Era claro que conseguia pegar a goles. Estava ali por causa disso!

_Então, vamos começar. – disse Margaret, sorrindo amavelmente.

A morena jogou a goles pela primeira vez e Pam não demorou mais do que dois segundos para perceber que ela ia para o aro da esquerda. Voando rapidamente até lá, Pam apanhou a goles com uma das mãos.

_Muito bom! – elogiou Margaret, enquanto Pam jogava a bola de volta.

Margaret jogou mais uma vez a goles, desta vez no aro da direita. Pam voou até lá, e, desta vez, defendeu o gol com o cabo da vassoura.

_Ótimo, ótimo! – disse a mais velha. Talvez fosse o sol, mas Pam podia jurar que os olhos da outra brilhavam.

Margaret jogou a goles mais duas vezes e Pam fez defesas espetaculares, se soltando conforme as jogadas iam passando e se esquecendo que os outros a assistiam com interesse.

Mais uma jogada.

Pam apanhou a bola, por poucos centímetros.

Ela tinha defendido as cinco primeiras goles. Agora se ela acertasse a última, entraria no time.

_Certo, agora, se você pegar essa goles, está no time. – disse Margaret, como se lesse seus pensamentos. – Mas sem pressão, ok?

Sem pressão uma ova, Margaret! pensou Pam.

Margaret se preparou e atirou a goles.

Pam, nervosa, voou para um lado, mas logo percebeu que a goles tinha ido para o outro, e, dando um puxão para o lado certo, ela se aproximou da goles. Por um momento, ela sentiu a bola roçar-lhe os dedos e no outro…

Ela tinha pegado a goles! Era isso, estava no time! Tinha pegado a bola!

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James sorriu. Pam tinha conseguido! Ela estava no time!

Ele viu Margaret e Pam descendo e conversando aos murmúrios, provavelmente combinando os horários dos treinos e coisas do tipo.

Um garoto forte passou do lado de James e se reteve, o analisando de baixo a cima.

_Você é o James Potter? – ele perguntou.

_Sou. – disse James, um tanto curioso.

_Então foi você quem roubou meu lugar como apanhador? – ele disse, um pouco nervoso.

Só aí James percebeu que o garoto era Davi Gudgeon, a quem ele avia substituído no último ano.

_Ah, cara, me desculpe, eu só…

Mas, para a surpresa de James, Davi riu.

_Tudo bem. – ele disse, colocando uma mão no ombro de James. – Repita isso quando quiser certo? – ele seguiu andando.

James ergueu as sobrancelhas. Tinha sido um tanto estranho, mas tudo bem. Ele estava acostumado com Sirius e Pam.

Margaret dispensou os outros candidatos à goleiro, dizendo que Pam fora a única que conseguira defender todos os lances e que por isso ela seria a goleira.

A garota passou sorridente por James, o abraçou, desejou-lhe sorte e correu se juntar a Sirius na arquibancada, onde os dois sorriam e conversavam aos sussurros. O de óculos desejou ter ouvidos biônicos para poder ouvir o que os amigos cochichavam.

Além de James, havia mais cinco pessoas que se candidatavam à apanhador. O garoto logo viu que os três primeiros não conseguiam nem ao menos achar o pomo, solto no ar. O quarto era um garoto pequeno do primeiro ano que não conseguia nem ao menos se equilibrar na vassoura direito. O quinto, um garoto do terceiro ano chamado Dirk Cresswell, a quem James já tinha visto uma vez ou outra vez, era seu único real adversário, mas James tinha quase certeza de que poderia superá-lo.

James foi o último e ele teve a impressão de que Margaret tinha feito isso de propósito, para poder dedicar atenção especial a ele, sem ter que se preocupar com os olhos.

Os olhos da menina brilhavam quando James subiu na vassoura e ela saltou o pomo de ouro. O pomo voou soltou por alguns segundo e, do chão, James ouviu Margaret gritar:

_Vai! – e apertar um botão em um cronômetro, que indicava que seu tempo tinha começado.

Quando tempo ele levaria para encontrar o pomo e apanhá-lo?

James aguçou os sentidos. A visão e a audição fariam diferença.

Não demorou muito e James conseguiu avistar um pontinho dourado perto da cabeça de Margaret e mergulhou na direção da garota. Ela, aterrorizada, abaixou apenas no último momento e James voou por cima dela, continuando agora na cola do pomo.

Ele esticou o braço. Se ele pudesse se esticar só mais um pouquinho…

James apanhou o pomo. Podia sentir-lhe debatendo-se em suas mãos, as frágeis asinhas lutando para continuar a voar.

Porém o garoto não conseguiu parar a tempo e acabou batendo de cara no aro do meio. Ele sentiu uma dor muito forte no nariz e, levantou a mão até o rosto percebeu que o nariz sangrava.

James viu quando Margaret, Pam, Sirius e mais algumas pessoas que estavam presentes correram em sua direção.

_O que aconteceu? – perguntou Margaret, que chegara primeiro e se ajoelhara ao lado do garoto.

_Acho que quebrei o nariz. – disse James, com uma voz engraçado.

_Merlin! – exclamou a garota. – Licença, licença, saiam da frente! – ela gritou para o amontoado de pessoas que estavam envolta deles. – Deixem o garoto respirar!

Margaret ajudou James a levantar, embora isso não fosse necessário e começou a guia-lo para fora do campo.

No meio do caminho, Sirius e Pam os pararam.

_O que aconteceu, James? – disse Pam, em uma voz preocupada.

_Ele quebrou o nariz - disse Margaret. - Estou levando ele para a Ala Hospitalar.

_Vamos com vocês - sentenciou Sirius.

_Não, não vão. – disse James. – Não preciso que todos fiquem em cima de mim. Não estou morrendo. Apenas… Peguem minha vassoura e me esperar no dormitório, certo? – ele disse, dirigindo-se mais para Pam do que para Sirius, já que sabia que seria mais fácil para a garota entender.

Ela assentiu e saiu correndo, levantando Sirius junto, o puxando pelo punho, que quase caiu quando ela deu o primeiro puxão.

Margaret riu.

_Sua amiga é uma piada.

O garoto assentiu.

_Você tem razão. Ela é não é? Mas, ela é divertida e companheira também.

_E bastante bonita, você não acha? – disse Margaret, sorrindo e olhando diretamente para James.

_Não estou interessado. – disse James, que tentara forçar uma risada, mas fora impedido pela dor no nariz.

_Certamente que não. – disse Margaret, em um tom de voz que indicava que ela achava que James estava afim de Pam, mas que não queria contrariar o garoto.

_É sério! – brigou James.

Margaret riu.

_Tudo bem, então.

Eles andaram mais um pouco pela escola em silêncio e então, finalmente, James percebeu que seus dedos ainda apertava alguma coisa com força. As asinhas do Pomo ainda se debatiam em sua mão fechada.

James reconheceu o Pomo de Ouro. Não o tinha soltado quando batera no aro.

Sorrindo, ele abriu a mão, mostrando para Margaret o que tinha dentro dela. O Pomo voou alegremente em volta deles por alguns segundos antes de James voltar a capturá-lo.

Margaret sorria, animada.

James franziu a testa.

_Sabe o que isso significa? – ela perguntou.

O garoto negou com a cabeça.

_Significa que você está no time! Meus parabéns, James!

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Ele e Pam tiveram que vencer uma multidão para poder pegar vassoura de James, mas, depois de conseguir pegá-la e a Nimbus 1001 estar segura na mão de Sirius, os dois deixaram o campo, indo em direção castelo. Deixariam as duas vassouras, a de Pam e de James, nos dormitórios, antes de ir ver o amigo na enfermaria, mesmo contra a vontade dele.

Agora, que o susto já passara, Pam e Sirius riam de James ter batido no aro. O garoto, talvez, precisasse aumentar o grau de seus óculos.

Os dois continuaram a rir e indo em direção ao dormitório. Antes, tinham falado sobre o Olho-de-Opala que matara inúmeros cangurus na Austrália e um novo jeito de implicar com o Ranhoso. Precisavam contar isso para os outros. A ideia original fora de Sirius, mas quem a incrementara fora Pam. Como sempre. Porque na verdade, as travessuras deles não seriam nada se Sirius não as planejasse, mas fracassariam completamente se Pam não corrigisse os erros. Os dois funcionavam perfeitamente como uma equipe, um precisava do outro.