Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 17
Capítulo 2 - O Beco Diagonal


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! E obrigada pelos comentários do último capítulo.



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Regulus já tinha estado no Beco Diagonal, depois do Caldeirão Furado, algumas vezes. Para sacar dinheiro, comprar roupas novas e presentes, e no ano anterior, para comprar o material do irmão para Hogwarts. Porém nenhuma das outras vezes tinha lhe causado tanto entusiasmo quanto aquela. Sim, naquele ano seria a vez dele. Ele iria para Hogwarts pela primeira vez. O que queria dizer que ele já era grande o suficiente para ter sua própria varinha! Sua primeira varinha! Isso era emocionante!

            _ Do que será a sua varinha, em irmãozinho? – provocou Sirius, o empurrando levemente. – Qual é o nome da árvore da idiotice, mesmo? – e ele sorriu com própria piada.

            O garoto, porém, não sorriu. Regulus era mais novo, mas era muito mais maduro do que Sirius. Ele lembrava-se da mãe gritando e praguejando quando soube que Sirius tinha sido selecionado para a Grifinória. Regulus não pretendia ser uma desgraça para a família como o irmão estava propenso a ser, ele honraria o nome da família Black.

            _Provavelmente é o cedro. – retrucou Regulus.

            Sirius fechou a cara.

            A varinha do mais velho era de cedro e fibra de coração de dragão.

            Um pequeno sorriso brotou nos lábios de Regulus, quando viu que o irmão ficara sem resposta.

            _O que houve, Sirius? Perdeu a fala?

            _Eu não lhe devo satisfações. – ele disse emburrado.

            Regulus riu brevemente e voltou sua atenção para as lojas e as pessoas no Beco Diagonal. A magia estava presente com muita intensidade ali, e isso fazia com que o garoto se sentisse bem.

            _Aonde vamos primeiro, mamãe? – ele perguntou, se virando para trás.

            A mulher sorriu gentilmente.

            _Deixo a sua escolha, meu pequeno.

            _Vamos a Artigos para Quadribol. – sentenciou Sirius.

            A Sra. Black olhou feio para o filho mais velho, como se o repreendesse por ter ousado falar, então voltou a olhar de modo gentil para Regulus.

            _Aonde você quer ir, querido?

            O mais novo sorriu alegremente, animado.

            _Vamos ao Olivaras! – ele anunciou.

           Eles andaram até a loja de varinhas e quando chegaram em frente ela, a Sra. Black torceu o nariz, mostrando seu desagrado com o estado de conservação da mesma.

            A loja era estreita e feiosa. Letras de ouro descascadas sobre a porta diziam Olivaras Artesãos de Varinhas de Qualidade desde 382 A.C. Havia uma única varinha sobre uma almofada púrpura desbotada, na vitrine empoeirada.

            Um sininho tocou em algum lugar no fundo da loja quando eles entraram. Era uma lojinha mínima, vazia, exceto por uma única cadeira alta em que a Sra. Black se sentou. O Sr. Black ficou de pé ao seu lado, segurando sua mão e Sirius olhava aborrecido para tudo, um pouco atrás de Regulus.

            Não demorou muito e um homem velho veio do fundo da loja. Tinha os cabelos brancos e os olhos grandes e azuis.

            _Boa tarde. – ele disse. – Como posso ajuda-los?

            _Boa tarde, Sr. Olivaras. – disse o Sr. Black. – Viemos comprar a varinha…

            _Oh! Sr. Black! – o velho exclamou, ajeitando os óculos, parecendo finalmente reconhecer a família. – Vocês estiveram aqui no ano passado não é verdade? – e seus olhos se fixaram em Sirius. – Para comprar a varinha do jovem Sirius.

            O Sr. Black assentiu.

            _Suponho que tenham vindo comprar a varinha do mais novo hoje.

            _ Isso mesmo. – confirmou a Sra. Black.

            _Certamente. – ele fez uma pausa. - Não tenha medo. – disse o Sr. Olivaras, para Regulus. – Se aproxime. Nós só vamos tirar algumas medidas.

            Um pouco acanhado, Regulus andou até o velho. Não demorou muito e o garoto começou a desejar que o Sr. Olivaras piscasse, estava começando a ficar com medo de seus grandes olhos prateados, que olhavam para ele, o avaliando.

            _Qual o braço da varinha? – perguntou ele.

            Regulus parou e pensou um pouco, antes de responder:

            _O direito.

            _Certo, certo. – e ele pegou uma fita métrica com números prateados do bolso. – Estique o braço, por favor.

            Regulus fez o que lhe tinha sido pedido e o Sr. Olivaras pediu do seu cotovelo até a ponto do dedo médio.

            _ Agora me lembro. – disse ele. – Você esteve aqui ano passado com o seu irmão, não esteve? – Regulus assentiu. – Então já sabe cada varinha tem um núcleo. Aqui na Olivaras nós usamos pelo de unicórnio, fibra de coração de dragão e pena de fênix.

            Não demorou muito e Regulus percebeu, como no ano anterior, que a fita estava medindo sozinha e que o Sr. Olivaras continuava tagarelando algo que ele já não ouvia mais.

            _Chega. – disse o velho por fim e a fita caiu no chão, imóvel, como se nunca tivesse se mexido antes. – Certo Sr. Black. – ele continuou estendendo uma varinha à Regulus. – Experimente essa. Faia e pena de fênix. Boa para transfigurações. Vinte e nove centímetros.

            O garoto pegou a varinha e, como Sirius no ano anterior, a sacudiu, até que um abajur próximo explodisse.

            _Não. – disse o Sr. Olivaras, retirando rápido a varinha de sua mão e pegando outra. – Bordo e fibra de coração de dragão. Vinte e sete centímetros.

            Regulus fez mais alguns movimentos, agora sentindo-se um idiota.

            Mas, novamente, o Sr. Olivaras tirou a varinha de sua mão, balançando a cabeça.

            O menino olhou para trás e encontrou o olhar da mãe, que o encorajava.

           _Tente essa. – disse o Sr. Olivaras, lhe entregando outra varinha. – Azevinho e pelo de unicórnio. Trinta e quatro centímetro.

            Regulus pegou a terceira varinha e soube que seria aquela, podia sentir um leve calor entre os dedos. Ele apontou a varinha para nenhum lugar em especial e, como no ano anterior com o irmão, a varinha começou a soltar luzes coloridas, que pareciam fogos-de-artificio.

            Regulus foi aplaudido pelos pais. A Sra. Black mais alto do que o marido.

            _Ora, ora! Bravo! – exclamou o Sr. Olivaras, tomando a varinha da mão de Regulus, guardando-a em uma caixa e a embrulhando.

            A Sra. Black se levantou, a saia preta roçando levemente no chão.

            _Oh, Regulus! Foi magnífico! – ela disse, enquanto o apertava contra o peito.

            Sirius rolou olhos enquanto bufava. Isso era tão entediante! Ele desejou que os amigos estivessem ali com ele.

*~~*~~*~~*~~*~~*~~*

            Pam olhou para mãe, não muito certa.

            A Sra. Porter riu.

            _Não tenha medo. Não pode te machucar.

            A garota bateu com a varinha em um dos tijolos acima das latas de lixo no sujo bar-hospedagem que era o Caldeirão Furado, um lugar freqüentado exclusivamente por bruxos.

            Apareceu um buraquinho no tijolo em que a varinha de Pam havia tocado, que foi se alargando cada vez mais, até dar passagem para a garota e a mãe.

            Pam já tinha estado ali algumas vezes. A última vez na mesma época, no ano anterior, com o mesmo objetivo, comprar o material para Hogwarts.

            Mas, desta vez, ela também estava certa de duas outras coisas. Encontraria os amigos, James e Sirius, e compraria sua primeira vassoura.

            Pam e a Sra. Porter andaram lado a lado.

            _Aonde você quer ir primeiro? – perguntou a mãe. – Comprar o material ou a sua vassoura.

            Pam sorriu. A mãe sabia a resposta. Ela queria comprar a vassoura, óbvio.

            _Sei o que você quer. – A Sra. Porter disse. – Mas, primeiro precisamos ir ao Gringotes e comprar o material. Sinto muito.

            Pam suspirou, também já esperava por isso.

            _ Depois vamos procurar James e Sirius?

            A Sra. Porter assentiu.

            _ Depois vamos procurar James e Sirius.

            Pam sorriu brevemente. Já fazia muito tempo que não via os amigos. Mais de um mês…

*~~*~~*~~*~~*~~*

            Ali estava James. Finalmente. Artigos para Quadribol. Depois de uma tarde irritante, em que ele tivera que comprar livros, penas, um caldeirão novo, um conjunto de vestes novo e tantas outras coisas. Ali estava ele, finalmente. Iria comprar a vassoura.

            A loja não estava muito cheia, por isso, James não levou muito tempo para encontrar Pam.

            Ele se virou para trás e levou um dedo aos lábios, pedindo para os pais ficarem em silêncio. Chegando bem perto de Pam, ele soltou uma exclamação.

            _Buh!

            A garota virou-se calmamente e disse:

            _Você está me devendo dois galeões.

            Nada de “James, que saudades!” ou “Nossa, James, há quanto tempo”. Ela nem ao menos se assustou.

            _Estou muito bem sim, obrigado por perguntar, Pam. E eu também senti sua falta. – ele disse irônico.

            Pam riu.

            _Senti sua falta, James! – ela disse, antes de se atirar nos braços dele. – Melhorou?

            James assentiu e Pam riu mais alto ainda.

            _Também veio aqui para comprar sua vassoura? – ela perguntou.

            James assentiu, apesar da pergunta idiota. Tinha vontade de falar: “Não, Pam. Vim para uma loja de artigo para Quadribol para comprar uma coruja!”, mas ele conseguiu se manter calado.

            _E você ainda está me devendo os dois galões - ela cobrou de novo.

            _Estou dizendo que minha carta chegou primeiro. Tenho certeza.

            _Eu falei com Sirius. Ele disse que a minha carta chegou primeiro. – ela deu ênfase ao “minha”.

            _Só acredito vindo do Sirius. – ele sentenciou. – Por falar nisso, onde está o Sirius?

            Pam deu de ombros.

            _Não o vi em lugar algum. E olha que eu estive aqui quase o dia inteiro.

            _Eu também. – concordou James. – Será que ele não veio?

            _Talvez devêssemos enviar uma coruja? – sugeriu Pam.

            Mas, ela mal acabou de dizer isso e o sino da porta tocou mais uma vez. Quando James e Pam se viraram para ver quem era, encontraram os cinza olhos brincalhões de Sirius.

            _Falando nele… - murmurou James.

            Sirius andou sorrindo até os amigos. Abraçou primeiro a James e depois Pam.

            _ E então? – Sirius perguntou. – Como vocês estão?

            _ Melhor agora. – falou Pam, olhando de um amigo para o outro. – Não vou mais ficar sozinha.

            Sirius riu fracamente.

            _Eu preferiria ficar sozinho a ter que ficar com eles. – e o garoto apontou para os pais com a cabeça, que agora conversavam com os pais de James e olhavam ressabiados para a mãe de Pam, um pouco distante.

            Pam fechou a cara.

            _Espero que seus pais não tenham nada contra minha mãe, James. – ela disse pronta para ir embora, caso a resposta fosse positiva.

            _Não. Claro que não. – ele disse, franzindo a testa. – Por que teriam?

            _Pergunte para os pais do Sirius - a garota disse seca.

            James olhou para os próprios pais e os Srs. Black, conversando e então para a Sra. Porter, um pouco afastada.

            _Ah! – ele tinha entendido. – Não, meus pais não são assim não.

            _Não liga para eles, Pam. – falou Sirius, colocando a mão no ombro da amiga. – Eles também não gostam de mim. – disse, dando de ombros. – Acho que na verdade eles não gostam de ninguém.

            Pam sorriu quando Sirius fez uma careta.

            _Certo, agora Sirius diga para o James que minha carta chegou primeiro – pediu Pam.

            Sirius riu fracamente, achando graça da repentina mudança de humor de Pam.

            _Tá. A carta da Pam chegou primeiro, James! – disse o garoto.

            James olhou feio para Sirius, o que fez Pam rir.

            _Podia ter me ajudado né cara? Agora vou ter que pagar dois galeões para a louca da Pam! – ele murmurou, mas Pam ouviu fazendo com que ela risse mais ainda.

            _Da verdade você não pode escapar, James. Passa o dinheiro de uma vez.

            James bufou e entregou duas das moedas de ouro para Pam.

            _Já sei exatamente o que eu vou fazer com isso. – ela disse, guardando o dinheiro no bolso interno de sua capa.

            _O quê? – perguntou Sirius, erguendo as sobrancelhas.

            _Ah! Isso você ainda vai ver. – ela disse, sorrindo.

            James e Sirius olharam desconfiados para Pam.

            _Bom, se vocês me derem licença. – disse a garota. – Eu estava olhando uma vassoura para comprar.

            _Eu também! – disse James.

            _Eu não. – Sirius murmurou, fazendo Pam rir fracamente.

            _Deixo você dar umas voltinhas na minha. – a garota garantiu.

           Os três rodaram a loja a procura de uma vassoura boa e barata, mas não era nada fácil achar uma. Finalmente Pam se decidiu por uma Cleansweep 8.

            _Mas e você James? – a garota perguntou.

            _Hum… Eu queria mesmo era uma Nimbus 1001…

            _Mas olha o preço! Custam os olhos da cara! – Pam continuou.

            _Eu sei, eu sei… - ele disse pensativo. – Vou pedir para os meus pais. Eles vão comprar com certeza.

            _Eu queria ser rica assim… - suspirou Pam. – Capaz de sair gastando meu ouro com qualquer bobagem…

            _Vassouras não são bobagens, Pam. – disse James sorrindo e se afastando indo em direção aos pais.

            Pam suspirou de novo, olhando para os lados e finalmente se sentando em várias caixas empilhadas que continham as quatro bolas do tradicional jogo.

            _ Você não pode sentar aí. – disse Sirius.

            _ Shhh!! Sei que não – ela sussurrou. – Mas, esse ano vamos fazer alguma coisa no banquete de abertura?

            _Como se desse tempo. – disse Sirius. – Mas, acho que melhor não continuarmos a fazer essas coisas nos jogos ou qualquer coisa mais especial. Gasta muito explosivo que poderíamos usar com coisas mais importantes.

            Pam balançou a cabeça.

            _Mas, tem você tem tido notícias do Lupin? – perguntou o garoto.

            Pam balançou a cabeça de novo, desta vez, negativamente.

            _Não. Tem alguma coisa muito errada com ele. Pode ser que nós não tenhamos descoberto o que é no ano passado. Mas nesse, nós vamos descobrir. Sério. – então ela sorriu, maliciosamente. – Ainda mais com o meu binóculo novo…

            _Um binóculo? – disse Sirius, cruzando os braços e arqueando as sobrancelhas. – Que binóculo?

            _O que eu comprei hoje. Especialmente para isso. É mágico. Pode encher no escuro, de uma distancia de até dois mil metros e através de objetos. E outras coisas que não nos serão importantes.

            Sirius sorriu. Nesse ano, eles iriam descobrir o que Remus tanto fazia enfiado dentro daquela Floreta.

*~~*~~*~~*~~*

            James insistiu tanto com os pais, mais tanto que (e também por influencia dos Black, que assistiam ao garoto implorar, o que com certeza constrangera o Sr. e a Sra. Potter) os pais acabaram concordando em levar a Nimbus 1001. Agora, nem que Pam quisesse muito, ele ainda seria o apanhador.

            Mas agora, já em seu quarto na Mansão Potter, ele percebera isso. Tinha se esquecido de perguntar à amiga que posição ela queria, mas ainda estava convencido de que ela tentaria a vaga de apanhador.

            O garoto contemplava a vassoura em seu quarto, deixada em um canto para que nada pudesse quebrá-la. A sua preciosa Nimbus 1001. A vassoura que os levaria a vitória do Torneio de Quadribol naquele ano.

            Porque ele tinha certeza de que iriam ganhar. Sentia isso. Que os outros times os aguardassem. Naquele ano James Potter estaria no time de Quadribol e todos eles seriam massacrados.


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Notas finais do capítulo

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