Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 14
Capítulo 14 - A Capa da Invisilidade à Lua Cheia


Notas iniciais do capítulo

Bom, tive um comentário pedindo para postar o próximo capítulo. Então, aí está. Mas, eu quero comentários nos dois capítulo, pode ser? Porque, eu tenho 25 leitores. Por que eu só recebo dois ou três comentários em cada capítulo? A opnião de vocês é importante para mim!



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 _Vocês têm certeza de que ele veio por aqui? – sussurrou Pam, abaixando-se para passar embaixo de alguns galhos.

_Claro que sim. Agora cala a boca – disse Sirius, que já estava começando a se irritar com Pam, que perguntava isso de cinco em cinco minutos.

Ela pôs-lhe a língua, mas como estava muito escuro, o moreno não pôde ver.

James, Sirius, Pam e Peter estavam se apertando embaixo da capa da invisibilidade do primeiro.

Eles estavam seguindo Remus floresta adentro. Sabiam que era a última oportunidade que teriam antes das férias de verão, então estavam quase correndo atrás do amigo, mas precisavam parar de tempo em tempo para cobrir uma parte descoberta aqui ou ali, não podiam deixar que Remus os vissem.

Já era a terceira vez em que faziam isso. Mas sempre que Remus entrava na floresta, não demorava muito e os quatro o perdiam de vista, tendo que voltar para o dormitório, insatisfeitos.

Mas estavam decididos, dessa vez iriam conseguir, iriam achar o amigo e descobrir aonde ele ia todo mês.


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_Cuidado, James – disse Pam – Você pisou no meu pé!

Com seus insistintos lupinos, Remus podia ouvir os amigos cochichando não muito longe dele. Ele sempre sabia exatamente onde eles estavam, graças a Pam, que ficava falando o tempo todo. Tinha que agradecer a sua “mamãe” mais tarde.

_Pam, será que eu vou ter falar mais uma vez? – disse um irritado Sirius – Cala a boca!

_Quer saber de uma coisa, Sirius Black? – disse ela, em um tom mortífero. Pam tinha tendência a falar o primeiro e o último nome da pessoa quando estava realmente zangada – Eu estou fora. Não aguento mais isso.

Remus ouviu os passos furiosos de Pam e virou a cabeça para vê-la. Apesar de estar tão escuro, ele conseguiu vê-la aparecer do nada e marchar em direção ao castelo.

_Pam, não! – disse Sirius, em tom de desculpas – Volta aqui. Eu não quis dizer isso, eu…

_Esquece, cara – e Remus reconheceu a voz de James – Depois nós podemos falar com ela. Agora achar o Remus é nossa prioridade.

Mas o garoto tinha aproveitado da distração dos amigos para se esconder atrás de uma árvore, na escuridão, onde eles não poderiam vê-lo a menos que fossem como ele.

Monstros.

Abominações.

O que eles com certeza não eram.

_Onde ele está? – disse Sirius.

_Eu não sei. Eu não vi – falou James – Você viu, Peter?

_Não. Eu estava distraído ouvindo a discussão de vocês.

Remus não podia ver, mas tinha certeza de que se pudesse, veria James franzindo a testa.

Ele pôde ouvir o som de alguma coisa cortando o ar e soube que eles tinham retirando a capa da invisibilidade.

_Estranho… - murmurou o de óculos.

_Ele sumiu de novo, James – disse Peter – Aonde você acha que ele foi?

_Eu não sei. Mas ano que vem, vamos descobrir. Eu tenho certeza. Agora, vamos.

Os passos dos três garotos fizeram barulhos altos enquanto eles pisavam nas folhas secas e voltavam para o castelo.

Eu espero que você esteja errado, James. Pensou Remus. Espero que você esteja errado.

Não podia deixar que os amigos descobrissem o que ele realmente era. Ou então tudo estaria acabado. Pela primeira vez na vida desde que fora mordido, ele estava sendo feliz. E um segredo tolo podia colocar tudo a perder. Não podia deixar que eles soubessem, afinal… Quem gostaria de ser amigo de um monstro como ele?

Já era a terceira vez que os amigos o seguiam, mas ele sabia disso há mais tempo, quando ouvira James e Sirius contando seus planos à Peter e pedira para a enfeira deixá-lo ir sozinho até a Casa dos Gritos, a partir de então. Ela o tinha olhado feio, mas concordado. Então, toda a vez ele ia até a floresta, dava algumas voltas até despistar os amigos e finalmente ia para o Salgueiro Lutador, apertava o seu nó e ia para a Casa dos Gritos.



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_Pam! – gritou Sirius, quando viu a barra da capa da amiga sumindo na escada em espiral que levava ao dormitório feminino.

_Relaxa, cara. Quando ela se acalmar, vai pedir desculpas. E mesmo se não pedir, e daí? Vocês não vão deixar de ser amigos, de qualquer jeito – disse James, sentando-se em uma das poltronas – Sei disso por experiência própria.

_Tudo bem – disse Sirius, sentando-se com um suspiro na outra poltrona.

Peter ocupou a terceira poltrona.

_Mas então, quais as hipóteses para o Remus se emprenhar na floresta uma vez por mês? – perguntou Sirius.

James suspirou.

_ É exatamente esse o problema. Eu não tenho nenhuma hipótese. Não faz sentido nenhum.

_Certamente que não. Mas, se fosse eu, eu teria entrado lá por causa de alguma garota.

Esse era o novo vício de Sirius. Ele tinha descoberto que era louco pelas garotas do sétimo ano e, apesar de saber que elas eram muita areia, estava levando James pelo mesmo caminho.

_Cala a boca, Sirius, sim? – disse James – Não estamos brincando.

_É, mas você tem que admitir que elas são bem bonitas, não?

_Sim… - e James se permitiu sorrir com essa visão, balançando a cabeça logo depois para espantar esse pensamento – É sério, Sirius.

Sirius bufou.

_Tudo bem, tudo bem – fez-se um momento de silêncio – Quem quer saber qual meu novo plano para a festa de encerramento?

_Sirius, é…

_Eu sei, eu sei – Sirius o interrompeu – É sério, eu sei. Mas a festa de encerramento também é.

James suspirou, vencido.

_Tudo bem. Fale o seu plano de uma vez por todas! – ele disse, bravo.

Sirius lançou um olhar preocupado para o amigo, antes de dar de ombros e começar a tagarelar algo sobre fogos de artifício, corujas dançantes e todo o tipo de maluquice.



*~~*~~*~~*~~*~~*


Certo, Sirius, seu idiota!

Pensava Pam enquanto descontava sua raiva em um tinteiro que tinha encontrado perto de sua cama, atirando-o contra a parede com força.

O tinteiro se espatifou e a tinta se esparramou por todos os lugares.

Pam sentou em sua cama e esperou que ela estivesse se acalmado antes de se levantar, pegar a varinha e murmurar “Reparo” para consertar o tinteiro e devolvê-lo ao seu lugar de origem.

Sirius era um idiota.

James era um idiota.

Peter era um idiota.

Remus era um idiota.

Todos eles eram.

Então, por que ela os amava tanto? Isso a deixa com raiva. Não saber o porquê.

Mas no fundo, ela sabia. Sabia que era porque ela própria era uma idiota.

Do que lhe importava saber o que Remus fazia todos os meses na Floresta Proibida? Nada, na verdade, apenas acalmaria sua curiosidade, mas ela ainda estava irritada demais para pensar mais sobre o assunto.



*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*


Agora Remus estava passando pelo túnel subterrâneo que levava até Casa dos Gritos. Era a última vez que fazia isso antes das férias de verão. Depois, voltaria para casa e tentaria manter contato com os amigos por meio de Artemis. Por falar em Artemis, Pam tinha ficado meio brava ao descobrir o nome da corujinha. Não podia acreditar que sua “deusa da sabedoria” teria que compartilhar o espaço com a “deusa da lua”. Remus tinha dado boas risadas por causa disso.

Pam era engraçada e Remus gostava disso nela. Considerava-a uma verdadeira amiga, mas mesmo para ela (ou principalmente) ele não tinha coragem de contar sobre sua licantropia, embora gostasse muito dos carinhos que ela fazia quando ele voltava, machucado e abatido.

Era engrado isso, afinal. Engraçado com os amigos cuidavam dele, apesar de ele ser um monstro. Uma fera terrível. Talvez fosse melhor ele não voltar no ano seguinte. Talvez fosse melhor mesmo. Tinha falado sobre isso com Dumbledore, mas o diretor dissera que não havia motivo algum para ele não continuar na escola e que os professores o elogiavam bastante. Remus devia muito ao diretor.

Ele tinha acabado de alcançar a casa.

Sim, Remus tinha chegado.

Com um longo suspiro, ele correu os olhos pela casa antes de subir para o quarto que estava usando desde o começo do ano para as transformações.

Não passou sequer um minuto até ele começar a sentir as costumeiras dores, a sensação horrível de seu corpo mudando sem sua permissão. A transformação começara, sentiu muita dor, como sempre. Ele sentiu cada coisa do corpo mudar, crescer ou diminuir, esticar ou encolher. E sentiu a roupa rasgar. Era sempre assim. De repente já não era mais ele quem mandava em seu próprio corpo, ele perdera a noção de seus pensamentos e só conseguia pensar em uma coisa.

Carne. Carne humana.

Sim, ele queria caçar, queria sentir o prazer no medo de sua vítima antes de ele devorá-la.

Mas ele estava preso. Não podia sair dali. Isso o enchia de ódio.

Com raiva, ele começou a arranhar as paredes, louco para se libertar.



*~~*~~*~~*~~*~~*


James tinha ouvido pacientemente cada uma das ideias de Sirius. Mas ele realmente não queria pensar sobre isso.

Porque para ele, pensar sobre o banquete de despedida era a mesma coisa que pensar que logo ele estaria deixando Hogwarts.

E James não queria deixar Hogwarts.

Agora ele estava no seu dormitório, deixado em sua cama, ouvindo a respiração dos outros três garotos que agora dormiam.

O tempo que passara em Hogwarts no seu primeiro ano tinha sido ótimo. Apesar de ter brigado bastante, ele também fizera verdadeiros amigos, que pretendia conservar a vida inteira.

Sem sono, ele se levantou e olhou pela janela.

A lua cheia brilhava, alta, no céu. As estrelas enfeitavam essa visão e era possível ver a Floresta Proibida, onde os animais noturnos estavam acordando e Remus estava fazendo sei-lá-o-quê.

James ainda tinha mais um mês em Hogwarts antes das férias de verão.

Era uma sorte Pam ter dado a ele e Sirius o Espelho de Dois Lados, assim ele podia manter contato com a amiga e o amigo. E James também podia mandar corujas para Remus e Peter.

Não tinha com o que se preocupar.

Mas talvez ele estivesse assim não pelos amigos. Iria manter contato com eles de qualquer jeito.

Talvez estivesse assim por causa do que não estar em Hogwarts podia tirar ele.

A começar por Lily.

Como ele poderia mandar uma coruja para ela? Seria patético.

Oi, Lily. Eu sei que eu odeio o seu melhor amigo e que você me odeia, mas senti saudades e resolvi mandar essa coruja só para saber como vai sua vida. Tudo bem? Continua tão explosiva quanto na escola? Espero que o Ranhoso tenha morrido. Então você pode chorar a morte dele no meu ombro enquanto eu dou boas risadas. Com ironia, James.

Completamente patético, beirando o ridículo.

Ele também sentiria falta das marotagens com os amigos. De aprontar com o Ranhoso.

James sentiria falta do Quadribol. No ano seguinte, seria o apanhador fixo, e iria provar para Pam que ele não era péssimo coisa nenhuma. Iria capturar o Pomo tão rápido que ela nem seria capaz de entender o que acontecera.

Passaria as férias inteiras se matando de tanta curiosidade, tentando decifrar o Problema Lupin. O que o garoto fazia quando sumia uma vez por mês? E por que ele sempre ia para a floresta e sumia tão rápido aos olhos deles?

E nunca achara que fosse dizer isso, sentiria falta das aulas.

Era verdade, sentiria falta da Profª. McGonagall ralhando com ele, Sirius e Pam por ter feito alguma brincadeira, sentiria até mesmo falta das detenções.

James saiu de seus pensamentos e voltou a olhar a paisagem pela janela. Ele podia ver a faia que estava acostumado a se sentar com os amigos. Sentiria falta disso também.


Pensar na faia fez com que ele pensasse na tarde de inverno em que eles tinham feito a Guerra de Bola de Neve e em como a neve tinha voado para todo lado.

Pensar nisso o fez se lembrar de que, como fogo, o contato de sua mão com a de Lily poderia ter derretido da a neve, se eles continuasse de mãos dadas.

Era isso, depois de deixar seus pensamentos correrem soltos, eles tinham voltado para a ruiva.

James estava novamente pensando em Lily Evans, quando se deitou em sua cama e finalmente adormeceu, ouvindo os sons noturnos vindos da Floresta Proibida.



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Notas finais do capítulo

E sim, esse é o penúltimo capítulo do primeiro ano. :(
Mas, o segundo ano está chegando, e promete ser cheio de novidades.
BBK,
Cassie