Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 113
Bônus - Em Algum Lugar Acima das Nuvens


Notas iniciais do capítulo

1 de setembro... Suponho que seja adequado que termine justo hoje.PS: Obrigada a Lily e a Ciba que recomendaram a história!



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Foi com uma fisgada estranha no umbigo que Pam sentiu-se finalmente parar de cair. Não se sentia firme no chão, na verdade, não tinha muita certeza se tinha o corpo e era ela própria firme, mas sentia a cabeça ainda um pouco tonta, e olhou o branco completo ao seu redor com olhos arregalados e confusos.

Não sabia onde estava. Tudo o que sabia era que de alguma forma existia vida após a morte, pois tinha certeza de que não estava mais viva.

Colocou-se em pé, sentindo os joelhos (ainda tinha joelhos?) ralados e doloridos com a queda repentina.

Tentou gritar por alguém, mas descobriu que a voz não passava por sua garganta, então apenas olhou em volta, procurando entender onde estava.

Uma imensidão de branco e névoa, nada mais do que isso para todos os lados.

Foi quando viu alguém se aproximando dela por um dos lados. Não conseguiu identificar de primeira a pessoa, pois era capaz apenas de ver um vulto andando – quase flutuando – em sua direção.

Estreitou os olhos, tentando ver quem era, mas não conseguiu, então apenas esperou que o homem se aproximasse, enquanto identificava os cabelos pretos um pouco abaixo dos ombros, os olhos cinzas, o sorriso debochado no rosto, e a expressão divertida.

­­– Sirius! – ela gritou, agora o bolo em sua garganta se desfazendo, e se sentindo como se pudesse voltar a falar finalmente.

Correu até ele, abraçando o homem com força, sentindo seus cabelos em suas mãos, a sua respiração uniforme, a pele quente, as mãos dele em suas costas apertando-a contra seu corpo…

Naquele momento teve certeza de que estava morta. De que outro jeito estaria tocando, sentindo, vendo e abraçando Sirius?

­– Não acredito que é você mesmo! – ela disse, afastando-se dele e observando seu rosto, tocando suas bochechas e percebendo que ele era tão real quanto ela, e que parecia bem mais jovem do que quando morrera.

Ele riu alto sua risada canina que ela tanto sentira falta.

– Vai com calma! – exclamou. – Temos toda a eternidade para você me tocar a vontade, ok? Antes de qualquer coisa me diga como estão os gêmeos?

– Os gêmeos? – Pam repetiu em uma careta. – Você fez de propósito, não fez? Morreu de propósito para não ter que cuidar daquelas pestes?

– Nunca te deixaria sozinha de propósito. – ele disse, um pouco ofendido, mas Pam não pareceu notar.

– Você queria a menina, você devia ter tomado conta dela. Kath não consegue ficar quieta e normalmente não gosta que Brian fique também. Algumas vezes pensei seriamente em mandá-los para você! – gritou, irritada.

Sirius sorriu, selando seus lábios para que se acalmasse.

– Não gosta dos nossos filhos?

– Gosto. Amo eles, como poderia não amar? Mas tenho mesmo que gostar de tudo o que eles fazem? São duas pestes! E você me deixou sozinha com eles!

Finalmente a frase fez sentido na cabeça de Pam e ela tentou dar um soco no peito dele. Ele a deixara sozinha durante todo aquele tempo…

Mas, vendo o que ela pretendia, Sirius segurou os braços dela.

– Calma, calma…

– Você me deixou sozinha, Sirius Black! Sozinha! Sabe quantas vezes eu desejei que estivesse lá? Afinal, você tinha prometido que ia ficar comigo…

– Calma ­– repetiu, olhando para os olhos dela profundamente, e sorrindo com seu ataque de raiva. – Eu te amo. E não vou mais te deixar, certo, Felina?

Ela sorriu também, avançando para seus lábios com desespero, como se nunca mais pudesse fazê-lo. E foi naqueles beijos e abraços apertados e ardentes que James e Lily os encontraram.

A risada da ruiva denunciou a presença deles.

– Ei, aluguem um quarto! – gritou James, sorridente.

Sirius parou de beijar Pam, mas não soltou a cintura dela, apenas olhou para trás e viu o casal abraçado.

– Você já viu algum quarto por aqui, Pontas? – perguntou. – Se conseguir achar um, ficarei feliz em alugá-lo.

A risada de James foi mais alta ainda.

Pam olhou para os antigos amigos. Lily parecia ruiva, linda e inteligente como podia se lembrar dela, os olhos verdes brilhando como duas folhas ao sol. James usava as mesmas roupas da noite em que morrera, os cabelos pretos pareciam tão espetados e rebeldes como em vida, os óculos redondos pareciam um pouco tortos e a morte não fora capaz de acabar com suas piadas e brincadeiras.

O casal parecia jovem e bonito como Sirius. Pam se perguntou se ela também era jovem e bonita.

Livrou-se por fim das mãos firmes de Sirius abraçou o casal, primeiro James, depois Lily.

– Vem. – a ruiva disse, gentil, – Vamos encontrar os outros.

– Os outros também estão aqui?

– Todos estão aqui! – James respondeu, como se fosse óbvio, e Pam não passasse de uma criança pequena.

Os três amigos levaram Pam para dentro da névoa, Lily e James mais a frente, e Sirius com um dos braços sobre seus ombros, beijando seu nariz, testa, bochechas e boca de tempo em tempo.

– Te amo. – ele murmurava.

– Porter! – Pam ouviu a voz aguda que não ouvia há tanto tempo. – Por que demorou tanto? – brigou enquanto se aproximava da morena e lhe abraçava fortemente. – Lene estava começando a se tornar insuportável: “Pam não teria feito isso, Pam teria dito aquilo…”.

Finalmente Pam percebeu que era Dory com seus cabelos loiros penteados e bonitos, e apesar de tudo, ficou feliz em vê-la.

– Bom te ver também.

– Fez um bom papel me substituindo como madrinha do Harry… - disse, por fim, ainda abraçando apertado.

Então foi a vez de Lene abraçando Pam, quase a matando enquanto o fazia. Ela tagarelou incansavelmente sobre como não acreditava que demorara tanto tempo assim para ficar com Sirius e como aquilo lhe custara um pedaço de sua dignidade.

– Como assim stripper? – perguntou Pam assustada, enquanto ouvia a outra falando.

Lene se limitou a rir alto, os cabelos escuros esvoaçando maravilhosamente como se fosse uma modelo, os olhos escuros brilhando.

– Nada melhor do que estar morta… - ela disse, referindo-se ao fato de que sabia tudo sobre Pam, enquanto a outra ignorava boa parte de sua vida, e foi se abraçar a um loiro que Pam não conhecia.

Percebeu que ali não era tão embaçado e cheio de névoa como antes. Parecia até ensolarado, embora continuasse a ser branco como neve.

–Remmy! – ela gritou quando viu o amigo lupino. Ele também parecia mais jovem e bonito. Um pouco cansado como sempre, mas muito melhor do que ela lembrava em vida.

Ela se jogou para cima do amigo, abraçando-o com força.

– Não sei se estou com feliz em te ver aqui ou não… - ela murmurou.

– Não pense que já o perdoei por ter casado com a Nymphadora. – Sirius, atrás de Pam, disse para Remus.

– Você estava beijando a Pam até agora.

– Felina não é uma criança! - Sirius protestou.

– Eu também não, Sirius. – disse Tonks, materializando-se do que pareceu do nada.

Pam largou Remus, e abraçou-se a amiga.

– Eu queria poder ter feito alguma coisa. Eu queria… - ela murmurou apenas para a mulher que tinha seus cabelos rosa. – Teddy…

– Ele vai ficar bem. E vai saber que os pais morreram lutando por um lugar melhor para ele, como eu sei que Kath e Brian também vão. ­– Tonks disse, surpreendia por ter o peso da mulher de repente em cima de si. E, quando Pam finalmente se afastou, ela disse: – Nossa, Pam, como você está bonita!

Pam sorriu. Assim vieram suas confirmações de que ela também parecia jovem e bonita como todos os amigos.

Ela virou-se para James, logo atrás dela:

– Peter… – murmurou, buscando saber que fim tivera o amigo traidor.

– Ele esteve aqui por um tempo. – James respondeu. – Mas disse que precisava encontrar alguém… Ele a chamou de Fadinha Verde. Não sei exatamente quem é. Não o odeio tanto assim… Mas de qualquer jeito Peter não importa agora.

Sirius sorria para ela.

– Acho que ainda tem algumas pessoas que querem te ver.

E ele a levou para longe dos amigos, até um lugar um pouco afastado, e onde ela viu os pais abraçados como dois namorados. Assim que a viram, eles se voltaram e foram em seu encontro, e Pam chorou as lágrimas que não chorara antes enquanto deixava que Beth e Martin a confortassem. Mal podia acreditar…

Quanto tempo ela ficou abraçada com os pais, não saberia dizer, mas quando voltou para junto de Sirius, ele murmurou para ela:

– Tem uma última coisa que eu quero te mostrar.

Ele se ajoelhou, fazendo uma espécie de recorte no chão branco com os dedos. Foi possível ver alguma coisa se formando no lugar onde não havia mais o estranho chão branco e quando Pam também se ajoelhou pôde ver que se trava de duas crianças.

– O tempo passa diferente aqui. Às vezes mais rápido, às vezes mais devagar do que em vida. E eu também tenho a impressão de que podemos ver o futuro e presente se quisermos, apesar de não podemos interferir em nada. – Sirius sussurrou para ela.

Enquanto ele dizia aquilo, Pam percebeu que o menino e a menina que olhavam deviam estar com seus onze anos e andavam lado a lado animados pela King’s Cross.

É bom você ir para a Grifinória. – ela disse com a voz infantil. Era uma menina bonita, tinha os olhos cinza brilhando no rosto, os cabelos pretos presos em um rabo alto, o nariz e a boca tão parecidos com os de Sirius. – Eu tenho certeza de que vou para lá e não quero ficar sozinha.

Você não me acha corajoso, Kath-Beth? – perguntou o menino, sorrindo, mas era óbvio que por atrás da mascara divertida estava a preocupação de acabar em outra casa.

A menina torceu o nariz para o outro, que tinha os cabelos alguns tons mais claros que o dela e os olhos eram de um azul próximo do cinza.

Não me chame assim. – ela disse.

Sirius passou a mão por cima da imagem, e ela se desfez. Quando Pam olhou de novo, viu a mesma menina e o mesmo menino, mas eles pareciam alguns anos mais velhos.

Onde achou isso? – perguntou o menino.

Estava nas coisas do tio Harry. – ela respondeu, sorrindo animadamente.

Acho que devia voltar isso no lugar! – ele disse, preocupado. ­– Vai nos meter em encrenca.

– Você se preocupa demais, Brian. ­­– Ela debochou enquanto colocou o mapa velho e amassado em cima de uma mesa para que os dois pudessem ver. – Eu não sei quem os Marotos são. – Ela disse, com um sorriso cheio de malícia – Mas eles parecem ser as pessoas mais legais do mundo! – virou-se então para o menino. – Brian! Eu tive uma ideia! Nós seremos os novos Marotos!

– Só eu acho que isso vai dar merda?

– Não. – Ela concordou. – Mas a gente já fez tanta merda que uma a mais não vai fazer diferença.

Sirius passou a mão de novo pela imagem, e desta vez tudo voltou a ficar branco.

Pam olhou para ele.

– Kathleen e Brian…

Ele assentiu enquanto os dois se colocavam de pé.

– Eles darão continuidade ao nosso nome. – disse Remus atrás de Pam, apesar de ela não saber de onde ele tinha vindo.

– Isso mesmo! Vão mostrar para Hogwarts que os Marotos ainda não morreram! – disse um James animado, também se juntando a eles.

Pam sentiu enquanto Remus e Sirius pegavam suas mãos, um de cada lado. E sabia que James também pegara a mão de Sirius, fazendo uma corrente.

– Eles manterão nossa memória viva – ela concordou com os amigos. – Serão tão Marotos como nós um dia fomos.

– Afinal de contas, uma vez Marotos, sempre Marotos. – e Sirius beijou os lábios de Pam, não apenas selando a promessa de que o amor deles seria para sempre, mas também que a amizade deles duraria para além da eternidade.

E, eu juro, foi assim que aconteceu.


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Notas finais do capítulo

Não sou boa com despedidas. Então vou simplesmente dizer que vocês foram os leitores mais fieis, legais, divertidos que eu já tive, que eu me diverti pacas escrevendo a fic, que espero que vocês também tenham.E também gostaria de agradecer todos vocês que acompanharam os Marotos até o final.BlueBerryKisses,Cassie