Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 104
Capítulo 2 - Minha Palavra Favorita


Notas iniciais do capítulo

Meus agradecimentos à Bella Lilian Potter, obrigada pela recomendação! :D
Espero que gostem do capítulo



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Primeiro de novembro.
Para alguns, dia de todos os santos. Para outros, o dia depois do Halloween , e para mais tanto, o dia antes do dia dos mortos. Ou simplesmente um dia sem graça no meio de dois feriados, no qual a maioria das pessoas emendava, e apesar de não se importar muito para o significado dele, davam graças a Merlin por mais esse dia de folga. Mas de uma forma geral, o primeiro de novembro não representava muito mais do que um dia estúpido espremido no meio de dois grandiosos. Alguns achavam, porém, um significado especial nele.
Para Pam, o aniversário do dia que em que Sirius fora preso, Peter fugira, Alice e Frank enlouquecerem e ela teve que esconder.
Para Sirius, o aniversário de Pam.
A mulher bloqueara todos os sentimentos bons que podiam vir com seu aniversário, esquecendo-se dele para dar importância aos acontecimentos ruins e fazer alguns momentos de seriedade em homenagens aos afetados com as tragédias desse dia.
Já Sirius preferia o contrário. Ele afastava as lembranças do terrível dia de anos atrás e só lembrado do aniversário de Pam, dando ênfase especial a ele, tentando impedir que tal dia se tornasse em um dia sombrio e querendo alegrá-lo ao máximo.
Mas apesar de toda a insistência de Sirius, ele não conseguiu convencer Pam de que eles deviam fazer alguma coisa grandiosa para o aniversário dela, apesar de no final ganhar, pelo menos, uma pequena comemoração ao estilo dele.
E isso queria dizer que no momento os dois estavam aos amassos envoltos nos lençóis de uma cama de casal.
O problema talvez, é que tivesse começado no corredor e ao fazê-lo, não tinham se dado conta de qual quarto entraram antes de deitar naquela cama.
Apesar de a casa ter vários quartos e até mesmo ganhado recentemente mais camas a fim de abrigar mais membros da Ordem, Sirius e Pam tinham se espremido no antigo quarto dele.
E não que eles não gostassem do quarto, mas ele contava com apenas uma cama de solteiro. Como resultado disso, Pam dormia na cama enquanto Sirius arrumara uma cama improvisada no chão.
Eles poderiam ter escolhido uma cama de casal, mas preferiram não fazê-lo. O problema, na verdade, era que a única cama de casal da casa ficava no antigo quarto dos pais de Sirius. O mesmo ficava quase o tempo todo fechado e isolado do resto da casa, com medo talvez, que os espíritos dos Srs. Black voltassem a casa.
Mas, sem perceber, agora Sirius e Pam estavam deitados na cama velha e barulhenta daquele quarto aterrorizante. Eles “comemoravam” ao estilo de Sirius e se Pam não tivesse aberto os olhos naquele momento, receosa em estar ofendendo as memórias do aniversário de todos aquelas tragédias, não teriam percebendo onde estavam.
– Sirius… - ela começou, tensa. – Olhe.
O homem parou por alguns momentos de beijá-la e procurou o que ela olhava com tanto cuidado. Não demorou a perceber onde estavam.
– O que é que tem? – perguntou.
– Não vamos estar… - ela começou com cuidado, com medo de soar infantil ou mesmo covarde para ele. – Incomodando os espíritos?
– Ah, - ele sorriu, com sarcasmo. – Você tem razão. – olhou para cima, talvez procurando os “espíritos” de quem Pam falava, e gritou: – Ei, mamãe, papai! Eu estou com uma traidora na cama de vocês, e vocês não podem fazer nada! Como se sentem com isso?
Pam sorriu também enquanto ele voltava a avançar para sua boca e ela o puxou para mais perto. Eles viviam o presente, e no momento estavam determinados a não deixar os fantasmas do passado se intrometerem na vida deles.
Porém, antes que pudessem ir mais longe, ouviram a campainha no andar de baixo soar alta. Sirius se afastou dela e sorriu com culpa.
– Deve ser o Aluado com o bolo.
Pam levou apenas o espaço entre a batida de um coração para perceber o que acontecera, mas por alguns milésimos de segundo ficou confusa, sem entender o que se passava, antes de fechar a cara.
– Você é péssimo para cumprir promessas, sabia? – ela o repreendeu. – Eu tinha dito que não!
– Vamos lá, Pam! É seu aniversário, você merece um bolo! E, além disso, não é uma comemoração grande. Somos só eu, você e o Remus.
E então ele se levantou da cama, sendo seguido por uma irritada Pam, descendo as escadas e antes de abrir a porta, gritando para confirmar que era mesmo Remus.
– Sou eu sim, seus idiotas! – veio a voz do outro lado. – Abram logo a porta!
Sirius e Pam se entreolharam confusos. A voz soava como Remus, mas as palavras não confirmavam tal fato. Aquele não parecia o tão calmo e controlado Remus Lupin que eles conheciam.
– Abram a porta! – o homem do outro lado da porta gritou de novo.
Incertos, Pam e Sirius se entreolharam de novo, mas a verdade era que nenhum deles sabia o que fazer. Então, quando Pam gritou que se era mesmo Remus, que provasse, e o homem do lado de fora continuou, agora mais irritado:
– Claro que sou eu, Pammy! Se não fosse, como eu saberia que você tem vergonha e nunca contou para ninguém da mancha na sua…
Nesse momento ela abriu a porta rapidamente, impedindo o amigo de continuar a falar. Sirius ria prazerosamente da cena. É claro que sabia onde ficava a mancha que Remus mencionara, afinal, explorara o corpo da menina muitas vezes nos últimos meses, além de ela já ter confessado quando eram mais novos para todos os marotos sobre tal coisa, mas ela simplesmente não podia o ouvir falar sobre isso em voz alta.
– Certo, eu acredito, é você. – ela disse. – Nunca mais fale isso ok?
Pam olhou repentinamente para o quadro da mãe de Sirius, achando que talvez ela fosse começar a gritar pelo barulho que eles faziam no corredor. Mas ao contrário disso, ela continuou calada, o que foi um alívio.
Porém, antes que qualquer um deles tivesse tempo de fazer qualquer coisa, Remus caiu no chão sem que Pam ou Sirius pudessem impedir.
Os dois correram para os amigos. Mas foi só quando Remus começou a falar alguma coisa sem sentido e eles sentiram o hálito de álcool, que perceberam que ele estava bêbado.
– Remmy… - Pam começou devagar. – Você tem bebido?
– Não. – ele disse, mas seu hálito o denunciando completamente.
– Ah, Remmy… - Pam olhou para ele com compaixão e tristeza, afinal sabia que o amigo só bebia quando alguma coisa ruim acontecia na vida dele. – Vem.
Pam e Sirius o ajudaram a se levantar e sentaram-no na mesa grande da cozinha, tentando entender o que acontecera.
E, assim que Pam começou a preparar uma poção para fazê-lo voltar à sobriedade, Remus começou a falar.
– É a maldita Umbridge de novo. Está tentando aprovar aquelas leis estúpidas outra vez. Quero dizer, agora eu não poderia mais entrar em nenhum restaurante ou bar. Nem andar em parques ou sentar em bancos públicos. Então eu entrei no primeiro pub que eu encontrei e bebi um pouco para provar para ela que ela não manda em mim.
Sirius e Pam já haviam ouvido falar sobre Umbridge uma vez ou outra pela boca de Remus. Não sabiam exatamente quem era, mas sabiam que era pedaço de lixo fedorento e esperavam vomitar se a encontrassem algum dia. Isso porque, durante o tempo em que ficaram escondidos com Remus, tinham ouvido o lobisomem reclamar sobre a mulher com cara de sapa várias vezes. Pelo que parecia, ela estava sempre tentando criar leis contra os híbridos e aquela não seria a primeira vez que tentaria aprovar leis anti-lobisomens.
– Sabe, Aluado, você não devia se preocupar tanto com isso. – continuou Sirius, que apesar de saber o absurdo do que o amigo acabara de ouvir estava bem tranquilo. – Se qualquer um do Ministério tiver um mínimo de consciência, não vai apoiar essas leis. Eu não me importaria tanto com isso. – ele disse enquanto se apoiava nas pernas traseiras da cadeira que estava sentado.
– E você sabe que não tem que provar nada para ninguém. – disse Pam, preocupada em acalmar o amigo enquanto segurava o líquido da poção firme nas mãos e o aproximava Remus, o ajudando a levá-lo à boca. – Você é especial do jeito que é, Remmy. Você é muito melhor do que essa Umbridge, não tem que provar nada para ela.
Assim que Remus terminou de tomar a poção completa, Pam e Sirius o ajudaram a levantar da cadeira e ir para o sofá da sala. Além da poção de Pam tirar o mal estar da bebida e deixar a pessoa mais perto da sobriedade, ela também induzia ao sono e agora Remus começava a fechar os olhos.
– É. – ele disse, deitando no sofá. Eles poderiam tê-lo levado para uma cama, mas todas ficavam no andar de cima, então essa era uma missão que não poderiam realizar com o amigo naquele estado. – Eu acho que vocês têm razão. Eu vou…
Mas ele nunca chegou a completar a frase. Acabara de deitar e estava no mais profundo sono. Pam correu pegar um cobertor no armário do corredor do andar de cima para cobri-lo, cuidado dele como se fosse seu verdadeiro “filhinho”, e só então se voltou para Sirius.
Ele forçou um sorriso.
– Bom, parece que ele não trouxe seu bolo. Sinto muito.
Foi a vez de Pam sorrir.
– Não tem problema. Eu não queria um bolo de qualquer jeito. – e então jogou os braços ao redor do pescoço dele. – Eu só quero… - ela se aproximou dele, – você.
Sirius também sorriu, olhando para a garota, e então selou seus lábios rapidamente.
– Shh! – ele pediu silêncio. – Ou vai acordar o Remus!
– Então vamos para um lugar que ele não possa nos ouvir. – e ela foi à frente, o puxando pela mão e o guiando para o andar de cima, de volta ao quarto dos Srs. Black.
Ou melhor, isso seria o que ela teria feito, se a campainha não tivesse tocando antes. Desta vez, porém, a mãe de Sirius começou a gritar. Pam tentou calá-la enquanto Sirius adiantava-se para a porta.
A mulher ouviu Sirius gritando para alguém do outro lado, mas não percebeu quem era por estar ocupada demais com a Sra. Black. Mas quando finalmente o quadro se calou, e Pam se voltou para a porta e Sirius, ela viu quem era o visitante.
E, apesar de envelhecido, Pam o reconheceu. Não podia acreditar, mas era verdade. Depois de todo aquele tempo, depois de tudo o que passara… Apesar do tempo, ele ainda tinha a mesma expressão bondosa, o mesmo sorriso caloroso que a envolvia em uma sensação prazerosa de nostalgia e a remetia a um passado distante. Era ele… Aquele homem…
Então ela correu em sua direção, implorando para que as pernas não falhassem naquele momento. O homem a abraçou com força e ternura, tentando compensar todo o tempo perdido.
E nos braços dele, Pam chorou. Chorou de alegria, chorou de alívio, chorou de saudade. Havia um misto de emoções dentro dela e tudo o que sabia era que queria que o homem a abraçasse para sempre e a protegesse de todo o mal.
– Papai… - ela murmurou, enquanto ouvia as palavras de consolo e desculpas dele. – Eu senti tanto a sua falta… Desculpe-me…
E então ela viu Sirius, sorrindo para aquele momento feliz da reunião de toda a família que Pam ainda tinha. Ele não tinha mais ninguém vivo na sua própria, mas podia imaginar o que Pam sentia e estava feliz por ela.
– Obrigada. – ela murmurou para o amigo, ainda sem soltar o pai.
Sabia o que Sirius devia ter feito e se sentia agradecida por isso. Aquele com certeza fora o melhor de todos os presentes de aniversário.
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Quase dois meses depois…
Era Natal. Ah, doce época. E Pam e Sirius estavam mais felizes do que nunca com a presença dos Weasley (com a exceção de Arthur), Harry, Hermione, o pai de Pam, Olho-Tonto e Remus. Sabiam que ficariam sozinhos depois do almoço porque todos eles pretendiam ir até o St. Mungus a fim de visitar Arthur que fora mordido por uma cobra em uma missão da Ordem, mas não se deixavam abalar por isso. Os dois estavam simplesmente contentes demais com a presença de tanta gente para o Natal e alegres por não passarem a data sozinhos no odiável Largo Grimmauld.
Ainda lembravam-se do dia em que pela primeira vez o quadro do tataravô de Sirius (um dos únicos que ele não tinha destruído com a arrumação da casa) apareceu com uma notícia boa de Dumbledore, dizendo que os Weasley e Harry estavam indo para lá…
E quando eles haviam visitado o Sr. Weasley no hospital pela primeira vez, Pam não conseguiu se conter e perguntou tudo sobre como o St. Mungus estava. Pretendia voltar a trabalhar lá quando limpasse seu nome e queria estar preparada quando esse momento chegasse.
Mas no momento eles comiam o almoço de Natal. Em meio ao peru, as conversas altas, clima natalino e ocasionais risadas, Sirius resolveu aproveitar o oportunidade para fazer algo que já tinha planejado com Remus mais cedo e para quem já pedira certa ajuda, afim de que tudo saísse perfeito. Ele também já falara com Sr. Porter, que ficou feliz com a ideia.
– Gente… - ele começou, ficando de pé. – Será que eu posso ter um minutinho da atenção de todos vocês? Eu tenho que dizer uma coisa para alguém muito especial e gostaria que todos ouvissem. Eu juro que não vou demorar muito…
Enquanto ele falava, as pessoas foram se calando uma a uma e ele não demorou a ter os olhos de todos sobre si. Por um momento hesitou. E se alguma coisa desse errado? E com todas aquelas pessoas olhando para ele…
Mas quando se lembrou de seus tempos em Hogwarts e em como ele e os outros Marotos tinham mandado em tudo, fazendo algumas coisas bobas sem saber se iriam mesmo funcionar, mas sempre com a mesma confiança, ele se sentiu dotado de uma coragem extra e respirou fundo antes de continuar, agora sem um pingo de hesitação.
– Pam. – ele virou-se para a mulher sentada ao seu lado, pegando as mãos dela. – Eu te amo, Felina. Eu realmente amo. Mais cedo eu conversei com o seu pai e com o Remus… Bom, nós conversamos sobre o futuro. – agora ele olhava bem nos olhos dela, que parecia confusa, mas divertida. – Eu disse a eles o que eu quero para o meu futuro, independente de qualquer coisa. E o que eu quero… - ele continuou, fazendo uma pequena pausa e sorrindo para ela, - é você.
Todos faziam silêncio de túmulo. Seria possível ouvir um alfinete caindo no chão. Mas Pam não saberia dizer o que cada um estava fazendo, se já haviam entendido onde Sirius queria chegar. Ela só tinha olhos para ele.
– Você fez parte do meu passado, faz parte do meu presente e eu quero muito que faça parte do meu futuro. – os olhos de Pam brilhavam enquanto Sirius continuava. Não conseguia se mexer, não tinha reação. – Bom, - ele disse, soltando as mãos dela por um tempo e buscando alguma coisa no bolso. – Eu só queria dizer que eu te amo muito mesmo. Então… Casa comigo? – e ele abriu uma pequena caixinha, mostrando um anel que ele pedira ajuda para Andie para escolher e dera a ela o dinheiro para comprá-lo, uma vez que ele não podia sair dali.
Pam olhou de Sirius para o anel com o diamante algumas vezes. Surpresa, sem acreditar. Olhou enquanto para as pessoas que encaravam o desenrolar da cena parecendo tão surpresos quanto ela, com pequenos sorrisos e ela tinha quase certeza que aquilo nos olhos de Hermione e da Sra. Weasley eram lágrimas.
Finalmente voltou a olhar para Sirius e agora sorria quanto tanto era possível.
–Sim! Sim! – ela disse. – Eu aceito!
Então ela deixou que Sirius colocasse o anel nela, antes de cair em seus braços, sorrindo como nunca, enquanto ouviam os aplausos iniciados por Fred e George.
E naquele momento Sirius teve certeza. Se um dia sua palavra favorita fora “não”, naquele momento era “sim”.


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Notas finais do capítulo

Comentem, ok? Sério, gente, se eu conseguir um comentário de cada um que lê a fic no momento eu ganho a aposta! Por favor, me ajudem!
BBK,
Cassie