Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 100
Treze Anos Depois - Capítulo 1 - Não me Esqueças


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse capítulo foi um pouco demorado, mas eu fiquei feliz. Espero que gostem.
Bom, vi que eu causei um pequeno alvoroço no capítulo anterior. Gente, sério, onde vocês entenderam que esse é o último capítulo da fic? O capítulo anterior foi o último do "Doze anos depois", só isso.
Ah, obrigada a todos que comentaram e estão me ajudando a ganhar a aposta! Com agradecimentos especiais para a divocas da Lady Slytheryn e da Ana B W pelas recomendações. Amei, meninas!



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Sirius saiu da caverna, onde eles estavam vivendo havia quase uma semana, com Pam aos seus calcanhares. Ele parece com pressa, ela pareceria nervosa.

– Não! Você não vai! Eu não vou deixar.

Pam se agarrou às vestes dele. Nada que ele fizesse ou dissesse mudaria isso. Ele não voltaria para a Grã-Bretanha.

– Me solta! Apenas me deixe ir. Eu preciso ir. Harry… - ele apontou para a carta que segurava do afilhado.

– Se você for pego… Se alguma coisa acontecer a você… - ela continuou, completamente surda a qualquer coisa que tivesse haver com aquela maldita carta. – Sirius, não faça isso comigo! Eu acho que morreria se alguma coisa acontecesse! Você é tudo o que eu ainda tenho!

– Pam, você precisa entender. A cicatriz…

– Dumbledore pode cuidar disso. Harry vai ficar bem. Por favor, fica aqui comigo! Aqui. Onde é seguro…

A carta de Harry chegara poucas horas atrás, e a coruja do afilhado ainda estava pousada não muito longe, observando a discussão dos dois e esperando por uma resposta.

Na carta Harry mencionava, em meio a tantas outras coisas sem importância, que sua cicatriz doera e que estava um pouco preocupado com relação a Voldemort, já que a última vez que a mesma doera daquele jeito o bruxo estava por perto.

Isso, é claro, foi o bastante para que Sirius decidisse que era preciso voltar para Grã-Bretanha. Tinham que proteger Harry, deviam isso a Lily e James. Mas, Pam sabia que não era preciso se arriscar tanto assim, que havia outras pessoas que podiam tomar conta de Harry tão bem quanto eles fariam. Afinal, como Pam ou Sirius poderiam salvar Harry se fossem pegos por dementadores? Não, o melhor era ficar onde eles estavam, seguros, e deixar que as coisas se arrumassem por si só.

Mas Sirius era a pessoa mais teimosa que Pam conhecia e estava realmente sendo difícil chamar o amigo à razão.

Mas ela admirava a coragem dele apesar de tudo. E Pam não estava agindo assim porque era covarde. Estava agindo assim porque sabia que se Sirius fosse para a Grã-Bretanha, seria entregue aos dementadores.

E tinha certeza de que não suportaria isso, ela simplesmente definharia até a morte.

– Sirius! Seja sensato, por favor!

– Sinto muito. – ele continuou, virando-se para ela e agora segurando os cotovelos de Pam com as duas mãos e olhando no mais profundo se seus olhos. – Mas acho que esse é um mínimo que eu posso fazer.

Ela viu toda a dor que havia em seus olhos. Suspirou, sabia pelo que o homem passara, pois ela estivera ao lado dele a maior parte do tempo, mas isso não era motivo para achar que podia simplesmente correr para o perigo sem se importar com mais nada!

Sirius se virou de costas para ela e continuou a andar. Pam correu atrás dele.

– Sirius! Não!

O homem parou, ela ficou bem atrás dele.

– Você não entende, Pam…

Ela ouviu a culpa na voz dele. A mesma culpa que pesava em sua mente. A culpa de ter sugerido que Lily e James usassem Peter como fiel do segredo, a culpa não ter conseguido matar ou ao menos entregar Pettigrew, a culpa de ter perdido todos aqueles anos na vida do afilhado, a culpa por terem sido tão estúpidos!

Porém, ela não disse nada.

– Pam… - Sirius disse o nome dela enquanto se virava de frente para a amiga.

Então Pam agiu por impulso.

Foi o mesmo instinto que a tinha feito se transformar durante a explosão que Pettigrew causara havia quase treze anos. Um instinto primitivo que ela não conseguia controlar.

Ela impulsionou os pés e por três gloriosos segundos, os lábios de Pam e Sirius se tocaram.

A morena se afastou rapidamente quando viu o que estava fazendo. Sirius a encarava de olhos arregalados sem conseguir se mexer.

– Ah, me desculpe, Sirius! Eu não queria. Eu fiz sem pensar… Eu… Eu… - ela falou apressadamente, pensando em uma boa desculpa e interpretando mal o silencio dele. – Foi sem querer, eu juro, eu só…

Sirius pegou os ombros de Pam, fazendo-a ficar quieta e surpresa.

Então ele puxou-a para si. Suas bocas se tocaram mais uma vez. E desta vez foi algo definitivo. Os dois queriam, e ninguém estava por perto para impedi-los.

O beijo representava mais do que um amor para ambos. Aquele era o resultado de um amor há muito acumulado, mas que ainda parecia quente como quando o perceberam pela primeira vez. No começo, nada mais do que um foguinho brincando em suas entranhas e os deixando com aquela sensação esquisita; agora parecia tão grande que os aquecia por inteiro.

Sirius a tinha nos braços, mas ainda não conseguia acreditar inteiramente nisso, temendo que talvez aquele beijo acabasse de modo não definitivo, como já acabara várias vezes antes, sempre interrompidos por alguém, sempre um obstáculo entre os dois. Mas, pela primeira vez, aquela não era verdade.

Já Pam estava determinada a decorar cada parte dele e o efeito que exercia sobre ela. Seus lábios nos dela, o cheiro engraçado de seus cabelos, as mãos firmemente seguras em sua cintura. Como era bom estar daquele jeito depois de apenas ter o feito em sua imaginação.

Naquele momento quase sagrado para eles, não havia mágoa por nenhuma das partes, apenas coisas boas podiam vir daquele beijo, a paixão, amor, a inocência.

Quando finalmente se separam, Sirius a puxou de volta para ele, abraçando-a com força e incapaz de permitir que ela fosse embora mais uma vez.

Ela voltou os olhos para ele e teve uma certeza.

Ele não ia soltar.

Ela não ia soltar.

Ficariam juntos por toda a eternidade.

Sirius também olhou para ela, e os olhos azuis encontraram os cinzas.

– Eu te amo. – ele disse, falando as palavras que ela tanto esperara para ouvir.

– Eu te amo. – os lábios dela se moveram delicadamente, falando as palavras que ele só a ouvira dizer em seus sonhos mais loucos.

Era isso. O sonho e a realidade se misturavam, tornando o momento único e mágico demais para existir, mesmo para os dois bruxos.

Os dois se beijaram novamente. Mas, desta vez, não com a pureza da primeira. Desta vez os dois pareciam determinados a compensar os vinte anos perdidos.

A verdade era que, ainda assim, não tinham certeza de que aquilo daria certo. Não sabiam se ficar juntos era a melhor, mas estavam dispostos, pela primeira vez, a arriscar.

Em certo momento os dois voltaram para dentro da caverna aos amassos, as costas de Pam apoiada na parede da primeira enquanto deixava que Sirius a beijasse.

E a verdade era que nenhum deles soube exatamente como, no final Pam estava sentada no colo de Sirius, os dois conversando e rindo como dois idiotas, confessando segredos sobre seus sentimentos que nunca tinham tido coragem de fazer até então.

­– E agora? – perguntou Sirius, quando eles ficaram sem assunto. – O que a gente faz?

A verdade era que nos sonhos deles a cena se desenrolava apenas até aquele ponto. Depois, como diziam, era história. Mas Pam tivera uma ideia melhor.

Ela se levantou.

– Vamos para a Grã-Bretanha. – então pegou uma pena e escreveu uma resposta no verso do pergaminho de Harry, entregando-a a Hedwig, que voou para longe. Então Pam olhou para trás e sorriu para Sirius. – Vai ficar parado aí para sempre?

Ele sorriu de volta para ela, agora não tão surpreso, feliz por perceber o que o beijo tinha feito.

Então os dois montaram em Bicuço, Pam agarrada a Sirius, e voaram em direção ao norte, voltando para casa depois de dois meses nada ruins na África. Pois não adiantava. Independente de quantos lugares eles visitassem ou vivesse, Hogwarts e seus arredores sempre seriam o mais próximo de um lar que eles jamais teriam.

E era para lá que eles estavam indo mais uma vez.

*~~*~~*~~*~~*~~*

Vários dias haviam se passado desde que Sirius e Pam deixaram a África e agora estavam na Rússia, depois de terem discutido muito e finalmente chegado à conclusão de que apesar de ser um pouco mais distante, era mais seguro por ali.

Claro que estava bem frio lá, mesmo sendo verão. Mas estavam passando por uma área particularmente perigosa, pois poderiam ser facilmente rastreados pelo ar. Então eles agora andavam em solo, dando algum descanso a Bicuço. Pam ia mais a frente com o hipogrifo logo atrás dela e Sirius estava um pouco atrás, um pouco distraído.

Eles tinham estado tão colados nos últimos dias que talvez fosse melhor mesmo que naquele momento estivessem dando uma trégua.

Sirius estava pensando em como era estranho e prazeroso estar realmente com Pam.

Estava pensando nos antigos amigos e ficou imaginando o que eles achariam disso. Achava que Alice, Lene e Lily ficariam animadas, James faria piada disso para sempre, Peter (o antigo Peter, que ele achou conhecer) ficaria com seus olhos lacrimejantes olhando com admiração para o casal, Frank entraria por um tempo na brincadeira de James, mas depois daria parabéns. Ele só não tinha muita certeza quanto a Remus, mas achava que talvez ele não fosse ficar muito feliz com a união. Afinal, Pam era sua “mamãe” e Sirius não tinha a melhor das famas com garotas…

Mas, a verdade era que não importava o que Remus dissesse. Estava realmente apaixonado por Pam (não que ele fosse contar a Remus ainda) e era isso que bastava.

Foi naquele momento – e Sirius quase não acreditou que seus olhos eram verdadeiros com ele – que ele viu uma moita com pequenas flores azuis.

Miosótis.

Ele se lembrar do nome da flor do mesmo jeito que conseguia se lembrar do seu cheiro, da sua beleza, da sua cor, da maciez de suas pétalas…

Era inacreditável que aquela fosse mesmo uma moita de miosótis.

Pois do mesmo jeito que ele nunca se esqueceria de Pam, Sirius se sentia incapaz de esquecer a flor.

Fazia pouco que descobrira as flores que ficavam na frente do duplex que ele dividira com Pam um dia chamavam miosótis. Mas, independente do nome, ele sentia uma estranha conexão com a flor. Talvez do mesmo jeito que o lírio um dia fora importante para James. Mas enquanto James idolatrara a flor branca por causa do seu nome, Sirius idolatrava a flor cujo nome desconhecera por muito tempo por sua cor.

Ah, sim. A cor.

A cor da flor era exatamente da mesma cor que os olhos de Pam e era por isso que sempre acreditara haver uma estranha conexão entre as duas coisas. Apenas mais tarde viera a descobrir que miosótis também é conhecida como “não-me-esqueças”, e que é a flor símbolo da fidelidade e amor sincero.

O que era verdade. Amor sincero. Fidelidade. Não me esqueças.

E ele não tinha esquecido, de fato. Nem nunca iria.

Pego uma das flores e andou um pouco mais depressa, alcançando Pam.

– Eu tenho uma surpresa para você, Felina. – ele disse e então mostrou a flor, colocando-a em sua orelha como fizera naquele Halloween de tanto anos atrás, pouco antes de saírem de casa para tudo dar errado.

Ao reconhecer o gesto, Pam sorriu.

– Não me esqueças. – ela disse, fazendo referencia ao nome da flor.

– Nunca.

E Sirius beijou-a rapidamente, satisfeito em poder fazer isso sem parecer estranho. A verdade era que levando em consideração que eles estavam oficialmente juntos fazia alguns dias, estavam indo bem rápido. Mas, era normal, afinal, apesar – ou por causa – de eles gostaram um do outro fazia tanto tempo, sentiam-se como adolescentes de novo enquanto estavam juntos e o mundo parecia mais colorido do que fora algumas semanas antes.

Quando se afastaram Sirius olhou fixamente para os olhos de vaga-lume de Pam e percebeu que eles pareciam brilhar mais do que nunca. Ou seria apenas pela proximidade?

Porém, foi nesse momento que uma coruja imensa apareceu e pousou no ombro de Sirius. Voltava com a resposta de Dumbledore com relação à carta que eles haviam mandado fazia alguns dias, avisando sobre a cicatriz de Harry e a volta dos dois para Hogwarts.

O diretor não tentou impedi-los, mas pediu que tivessem cuidado e os tranquilizou ao dizer que olharia de Harry no castelo, afinal as aulas já tinham começado havia algum tempo.

Sirius respondeu o professor e agradeceu pela milionésima vez tudo o que ele estava fazendo.

E então, logo depois que a coruja sumiu no céu, Sirius inclinou-se para dar mais um beijo em Pam, antes dos dois e Bicuço continuarem o caminho.


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Notas finais do capítulo

Bom, tem uma amiga e leitora que fez uma coisa muito perfeita para mim. Sério, olhem isso:
http://sphotos-b.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash3/480655_344902555633294_1683943220_n.jpg

Eu estou completamente apaixonada por essa fanart! Sim, é a Pam e o Sirius! Ficou muito legal! Então, gente, se vocês quisessem fazer uma fanart para a fic me mostrem ok? Eu adoro esse tipo de coisa... Me deixa tão feliz e me faz querer dar um abraço em cada leitor da fic...

Obrigada a todos!!
BBK,
Cassie