Imprinting escrita por Mila


Capítulo 34
Péssima hora


Notas iniciais do capítulo

Chegueeeei na hora certa dessa vez.
Muito obrigada Lara sollo, por comentar no capítulo anterior. Alegrou meu dia.

Nos vemos lá em baixo, muchachos.



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LUKE

Incrivelmente minha mãe não estava em casa.

—Ultimamente eu quase não a vejo mais. - Drake disse. - Ela vive saindo de casa.

—E para onde ela vai? - perguntei.

—Não sei. Sinceramente, eu nunca perguntei.

—Puxa. Você é bem atencioso. - reprendi-o.

—Eu tenho a minha vida, cara!

—A sua vida não é a única com que você deve se preocupar.

—Certo. Chega de briguinhas de irmãos? -Kluke reclamou. - Tia Sally deve ter ido ao mercado, seus exagerados. Daqui a pouco ela chega. Vamos esperar até ela voltar.

Todos nós? - Thai perguntou. - Não podemos ir embora?

—Quer saber, vai. Vai logo. - eu disse. - Vão... arrumar a mala. De qualquer forma vamos para o Canadá. Se der vamos hoje mesmo.

—Mark, você vai levar o seu gorro? - Mike questionou o irmão enquanto saiam da casa. - Eu fico gatinho com ele.

—Você não fica "gatinho" nem se brincar com um novelo de lã.

Bufei e afundei no sofá desbotado de minha antiga casa.

Hoje é sábado, pensei. Quanto tempo antes da guerra? Uma semana, no máximo. Precisamos convencer a outra alcateia a se juntar a nós o mais rápido possível. Será que eu sou bom em persuasão?

"Olá. A paz do mundo depende da ajuda de vocês." Certo, isso foi horrível.

Hm... "Temos um inimigo em comum. Precisamos nos unir para combatê-l... " Nossa, não. Muito super heróis.

"Olá, velhotes. Acho melhor vocês virem com a gente. Não? Acho que não apresentei vocês aos meus amigos. Esse é o Big, e esse é o Bang. Uhum. Eles são uns pestinhas". Parei. Que tipo de pensamento foi esse? Me pareceu uma mistura de clichê hollywoodiano com pornografia e faroeste estilo "vou explodir seus miolos, caipira de merda". Esse pensamento entrou na lista dos mais estranhos.

—E Madson? - Kluke perguntou-me, tirando-me, felizmente, de minhas alucinações.

—O que tem ela? - questionei, tentando focar na realidade.

—Ela está grávida. - ela respondeu com seu característico olhar de "você é um alienígena por não compreender isso". - E você vai viajar. Não conversou com ela sobre isso.

—Ah, é. - falei. - Claro. Eu vou conversar com ela.

Kluke balançou a cabeça para os lados, lastimável.

—Judiação. Logo essa criatura para ter um imprinting!

Bufei e levantei-me do sofá.

—Vou ligar para ela.

—Isso. Diga que vai viajar para sua esposa por telefone. - disse sarcástica. Ela enfiou-se na cozinha antes que eu tivesse tempo de respondê-la.

Alô?

—Madson? Está ocupada?

—Luke? O que você está fazendo na casa da sua mãe? Pensei que você estivesse atrás do vampiro.

—Já acabei com ele...

—Meu herói.

—... Mas eu e os outros tomamos uma decisão. Estou aqui porque estou esperando minha mãe chegar em casa para eu lhe contar também. Vem para cá.

—Hm. Está bem. Tenho medo de suas decisões, Luke.

—Não se preocupa. Vem pra cá, tá?

—Tudo bem. To indo. Beijo.

—Beijo.

Kluke saiu da cozinha com um saco de Doritos, antes de se enfiar no corredor, falou:

—Quando Madson parar de te socar, me chama. Vou estar em meu quarto.

***

Madson entrou pela porta bufando.

—Ai, socorro. Foi... uma caminhada... muito longa para uma grávida... de dez meses.

—Madson, você está com oito.

—Luke, meu amor, não diga coisas que não sabe. - ela cambaleou até a cozinha e tomou dois copos de água seguidos. Limpou a mão com a boca antes de perguntar: - Hm. Oi. O que você quer me dizer?

—Então, eu e os garotos conversamos e entramos em um acordo: Vamos ir atrás da alcateia de minha mãe... no Canadá.

—Oi? Canadá? - ela ergueu os olhos para mim. - Luke, olha para mim! Nathan já está quase nascendo! Não posso viajar!

—Você não vai. - respondi de cabeça baixa. - Eu vou.

—Depois que Nathan nascer? - ela perguntou, mas pareceu que só queria uma confirmação.

—Na verdade, hoje mesmo. - confessei.

—Mas que DIABOS você está falando? - ela gritou. Jogou uma colher do balcão em mim. - Seu estúpido! Eu estou quase parindo e você quer viajar pro CA-NA-DÁ?!

—Não é uma viagem à lazer. É à trabalho.

—Você não trabalha! É um vagabundo! Um lobinho vagabundo! Seu filho vai nascer enquanto você estiver passeando!

—Ele não vai, não. - disse seriamente. - Faltam quatro semanas!

—Não! Ele vai nascer sim... de desgosto ao pai!

—Madson, eu sei...

—Não, não. Tudo bem! Vai lá! Pega uma canadense que fala "françoá" e engravida ela também. Só volta quando ela estiver dando a luz, ok?!

—Eu... - então parei. - Espera... Você está com ciúmes?

—É claro que não! Estou com raiva. Com tanta raiva! Quero que você morra! Não ligo de ser viúva, é melhor que ter um lobinho idiota e sem vergonha... ESTÚPIDO, como marido!

—Madson! - exclamei. - Eu sei do seu estado, e é exatamente por isso que eu vou! - segurei-a pelos ombros. - Não dá mais pra ficar correndo perigo!

Ela me olhou, emburrada e assustada.

—Você tem que voltar logo. - ela disse. - E se eu descobrir que você estava se divertindo, eu arranco o seu couro e uso de casaco de pele! - ela chacoalhou a mão e me olhou extremamente irritada. - E quando voltar eu espero que volte a trabalhar, porque se não eu te chuto de casa!

—Mas que gritaria é essa? - minha mãe entrou em casa, pegando um elástico na mesinha próxima da porta e prendendo o cabelo com ele.

Madson cruzou os braços e rebolou até o sofá, caindo sentada nele.

—Conte para sua mãe, Luke, o seu plano brilhante.

—Plano brilhante? - minha mãe grudou seus olhos em mim e sentou-se ao lado de Madson no sofá. - Que plano, Luke?

Narrei para ela a história do vampiro que encontramos na floresta e contei sobre a decisão dos Lobos de nos unirmos com a outra alcateia.

Ela ficou congelada por um instante, apenas olhando sem piscar para mim, até que ela se dobrou e começou a rir alto. Tão alto e inesperadamente que até Madson assustou-se e pousou uma mão nas costas dela, perguntando se estava bem.

—Mãe?

—Você está brincando! - ela riu.

—Hm, não. Eu não estou.

Ela jogou uma almofada do sofá em mim com força.

—Você não pode fazer isso!

—Por que não?

—Eles não vão querer ajudar vocês. É uma guerra, Luke. Acha que eles vão querer morrer porque vocês estão com problemas?

—Do jeito que fala parece que eles são os monstros. Mãe, vamos combater um inimigo comum! Vampiros! Por que eles não nos ajudariam?

—Eu não sei! Talvez porque não queiram morrer?

Eu nunca vi minha mãe tão surtada assim.

—Vale a pena tentar. - falei sem jeito.

—Não! - ela gritou. - Você tem que ficar aqui e bolar um plano inteligente com a sua alcateia.

—Mãe, era a sua antiga alcateia. Sua família. Por que está tão receosa assim?

—Você... - ela não sabia o que dizer. - Você não pode ir!

—Por que? - perguntei.

—Porque seu filho está quase nascendo! - ela berrou, surpresa pela resposta vir tão rápido.

—Luke, sua mãe é uma genia! - Madson exclamou - Já pensou em ouvi-la?

—Ei, a briga acabou? - a cabeça de Kluke apareceu no corredor. - Ah, a tia Sally chegou! Por que não foi me chamar, Luke?

Ela arrastou-se para a sala e sentou-se aos pés de Madson.

—Então, em que lugar do Canadá está nossa nova equipe?

—Eu não vou dizer! - minha mãe levantou-se num pulo e cruzou os braços igual minha esposa. Teimosas. - Não vou dizer nadinha de nada.

—Por que não? - Kluke estranhou, pegando só parte da conversa. - O que foi que o Luke fez?

—Eu não fiz nada! Ela que é esquisita!

—Luke! - Madson me repreendeu. - Não fala assim da sua mãe.

—Olha quem fala. - Kluke resmungou, brincando com o rasgo de sua calça jeans.

—Mãe. - chamei, pegando a mão dela. - Estamos indo para o Canadá porque o perigo é muito grande. Não queremos que a vida de mais ninguém nessa área acabe. Qual é, você consegue me entender.

Ela ficou novamente quieta, paralisada. Pensei que ela tivesse compreendido, mas só gritou comigo novamente:

—Não! Eu não consigo te entender.

—Mãe! Por que não?

Madson e Kluke trocaram um olhar de "Fala sério, como homem é burro!", e então Kluke explicou:

—Sua mãe não quer que você vá porque está com medo de reencontrar a antiga alcateia!

Franzi a testa.

—Por que ela estaria?

—Porque ela fugiu. - Madson respondeu, a testa também franzida, como se estivesse estranhando minha falta de compreensão. Qual é o problema dessas mulheres ultimamente? Elas estão ainda mais estranhas!

—É o seguinte, Luke Hunt. - minha mãe apontou um dedo para minha cara. - Você vai e volta o mais rápido que o mais rápido possível. Vocês voltam, lutam contra os vampiros, vencem e eles voltam para o Canadá e nunca mais vocês vão se ver novamente, entendeu?

Fiquei assutado com a decisão dela, mas confirmei.

—Se é assim que você quer...

***

MADSON

—Você vai ficar bem? - Luke me perguntou, em frente de casa, enquanto nos despedíamos.

Não.

—Vou. Vai, vai logo. Quanto mais cedo você for, mais rápido volta. De preferencia antes do nascimento de seu filho, ou considere-se um homem morto.

—Eu vou voltar. - ele disse e ergueu meu queixo. - Fica bem.

—Boa viagem, Luke. - sussurrei.

Ele beijou meus lábios por um momento e depois se afastou, recolhendo a mochila no chão e se afastando.

***

—Você vai ficar bem? - Luke me perguntou, em frente de casa, enquanto nos despedíamos.

Não.

—Vou. Vai, vai logo. Quanto mais cedo você for, mais rápido volta. De preferencia antes do nascimento de seu filho, ou considere-se um homem morto.

—Eu vou voltar. - ele disse e ergueu meu queixo. - Fica bem.

—Boa viagem, Luke. - sussurrei.

Ele beijou meus lábios por um momento e depois se afastou, recolhendo a mochila no chão e se afastando.

É. Eu estava com uma péssima sensação.


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Notas finais do capítulo

Oiee, gostaram?
Comentem.
Até sexta que vem
p.s. se alguém tiver alguma sugestão para nome de capítulo.



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