Imprinting escrita por Mila


Capítulo 32
Arrastando consigo


Notas iniciais do capítulo

Atrasei um dia. Hehehe
Sentiram minha falta?
Sei que sentiram, mas acalmem-se, conversamos mais lá em baixo.



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LUKE

—Eu estou bem. - Madson dizia repetidas vezes. - Estou bem, estou bem! Não preciso ir para o hospital.

Nós já estávamos dentro do hospital, a caminho da sala.

—Você só vai tomar soro. - digo.

—Mas eu estou bem... - ela resmungou, deixando que eu e uma enfermeira arrastasse-a pelo corredor do pronto socorro. - Sou forte. Quer ver? Se eu te bater agora, tenho certeza que vai doer...

—Claro, Madson. Ninguém está duvidando da sua for...

Ela não me deixou terminar, esmurrou meu braço. Como sempre, não doeu.

—Viu?

—Ai. - disse automaticamente. - Você é muito falei.

—É claro que eu sou. Vamos embora...? Eu não quero ir pro hospital... - ela parecia uma criança sonolenta que não queria ir para a escola.

—Mas você não vai pro hospital. - assegurei-lhe.

Ela ergueu os olhos para mim, e se corrigig:

—Eu quero sair do hospital... Não preciso disso... Sou forte, lembra?

Quando chegamos a sala consigo fazer com que ela se deite na maca.

—Eu quero ir embora... - ela disse depois que se deitou.

A enfermeira balançou a cabeça para os lados.

—Vou pegar um calmante.

—Luke, eu vou morrer! - Madson guinchou assim que a enfermeira saiu.

—Ei. - pego as mãos dela. - Chega de drama. Você não vai morrer.

—Mas a Ashley morreu - ela observou - , por que eu não posso morrer?

Começou o assunto delicado.

—É claro que você vai morrer. - eu disse, e depois quase vomitei. Madson, morrer? Até parece que eu deixo. - Mas não vai ser hoje. Vai ser depois de mim, com certeza.

Ela ajeitou-se melhor na maca.

—Você pretende morrer em breve?

—Não...

—Que bom. - ela soltou. - Não estava afim de ir agora.

A enfermeira voltou nesse momento com um comprimido e um copo com água, que entregou a Madson. Em seguida, ajustou o soro no braço dela.

—Está se sentindo bem? - ela perguntou.

Madson confirmou com um aceno de cabeça. A enfermeira pediu licença e saiu.

—Você vai ficar aqui? - ela me questionou.

—Pergunta boba.

—Tem razão... Foi mal.

Assim que ela não disse mais nada, fiquei desesperado. Tinha que encher a cabeça dela com alguma coisa para ela esquecer de Ashley.

—Pensou em mais algum nome pro nosso menino?

Ela direcionou o olhar para mim, surpresa. Quando se recompos, disse:

—Adivinha.

—Não faz suspense. - pedi com um beicinho.

Ela me ignorou.

—Tam. Tam. Taaaaaaaaaam...

—Adam! - chutei.

—Adam? - ela enrugou a testa.

—Adivinhei?

—Da onde você tirou isso, rapaz?!

—Achei que fosse algum nome que rimasse com o seu "Tam. Tam. Taaaam...".

—"Am"? Não é uma terminação legal. - disse com certo nojo.

—Há muito nomes que terminam em "am". Aposto que de algum você gosta.

—Duvido. - ela empinou o nariz.

Comecei a listá-los nos dedos:

—Sam... Ian... - a cada nome que eu falava ela mexia a cabeça para os lados. - Ethan... Nathan...

—Ah. - ela corou. - Desse eu gosto.

—Sabia! - exclamei, contente. - Todo mundo gosta de um nome que termine em "an".

—Qual você gosta?

—Nathan. 

Então nos encaramos e parecemos perceber o que decidimos ali. Seria Nathan.

Cutuquei a barriga dela.

—Ei, garoto, você gosta de Nathan?

Madson riu, seca.

—Ele não tem que gostar. Os pais decidem e pronto. Eu não gosto do meu nome.

—Eu gosto do seu nome.

—Quer pra você?

—Não... pode ficar.

Alguém atrás de mim pigarreou. Virei-me e vi a enfermeira parada na porta.

—Senhora Hunt, o delegado está aqui fora quer falar com você.

—Ai. Ai, ai, ai, ai, ai! - Madson reclamou repentinamente. - Eu estou... cof cof cof, muito mal! Manda o seu delegado pra casa dele. Cof, cof, cof. Hoje não tem conversa. Eu to morrendo...

—Entendi o recado. - A enfermeira revirou os olhos e saiu da sala.

Olhei para Madson, fazendo o sinal de não com a cabeça.

—Você não presta, sabia?

—Falou o cara que foi imprintinado.

Continuo fazendo o gesto com a cabeça.

—E é uma péssima atriz.

Ela ergueu a mão livre para cima, como uma estrela de cinema.

—Funcionou, não funcionou?

***

MADSON

—Luke. - chamei-o enquanto voltávamos para casa a pé, depois que a enfermeira me deu alta e eu relatei minha parte dos acontecimentos ao delegado. - Estive pensando nos Allen.

—Madson...

—Não, me escuta. Estive pensando... Como eles perderam sua filha, talvez eles se sentissem... hm, felizes, se fossem os padrinhos de Nathan. Eles são boa gente e acho que vão ficar mais alegres se puderem "começar de novo" com um bebê.

Ele sorri para mim.

—Gosto da ideia. Ter padrinhos humanos também é bom caso... algo aconteça com a gente e com os Lobos... É um jeito de mantermos ele seguro.

Acabei sorrindo também.

—Ótimo. Mais um item resolvido.

Cinco minutos depois de entrarmos em casa, a campainha tocou.

—Madson! - minha mãe me esmagou num abraço.

—Grunhi. Caramba... ela me amava?

—Você me deixou tão preocupada! Pensei que fosse perder o bebê.

—Nathan é forte. - respondi.

—Nathan? Já escolher o nome?

—Sim... Faz um tempinho.

—Nathaniel! Uau! Que nobre!

—Não, mãe... É Nathan. Nathan.

—...iel! Acrescente só essas letrinhas e pronto! Perfeito! Escolha excelente, minha filha. O primeiro neto, Nathaniel. O segundo, Edward, mas se for uma menina, Madelaine!

—Como assim?! Quando eu te contei que estava grávida, você quase me matou. Agora me fala que quer mais?

—Ah, tudo leva tempo e planejamento... e lindos nomes, claro.

—Com status sociais. - disse só para mim mesma.

—Argh! - ela bateu na própria testa e depois cobriu a boca com a mão. - Estava me esquecendo dos Allen! Tadinhos... como reagiram a isso? A perda de um filho... Oh, que horror! Tenho que prestar minhas condolências...

Agarrei o braço dela.

—Ainda não conversei com eles. Acho que estão precisando de um tempo, mãe. Não vá atacá-los com sua compaixão exagerada, ok? Isso só vai desesperá-los ainda mais. -

—Eles estão desesperados? - exclamou, horrorizada.

—Não, não. Quer dizer, eu não sei. Dê um tempo a eles, mãe. Eu também preciso conversar com eles, mas ainda é cedo.

A porta se abriu novamente. Meu pai entrou seguido de Luke.

—Madson, como você está? - ele também me abraçou. - Tudo certo?

Fiz que sim.

—Só não está certo para os pais de sua amiga, não é? Que perda trágica. Ataque de animais? Ashley era uma garota tão boa...

Luke pigarreou.

—Mad, já contou aos seus pais o nome de nosso filho?

—É mesmo! - meu pai quis saber, curioso.

—É mesmo! Conte para o seu pai, Madson! - minha mãe me incentivou.

—O nome será Nathan. - disse.

—Nathaniel. - minha mãe interveio. - Conversamos sobre isso.

—Mãe, é Nathan.

Ela bufou, mas riu logo em seguida.

—Falta pouco para ele nascer! - disse empolgada.

—Já viram o quarto? - Luke perguntou.

—Ficou pronto? - meu pai sorriu.

—Madson atacou o shopping esses dias. - contou.

Subi com meus pais para mostrar o quarto. Quando mostrava o que comprei para eles, ouvi batidas na porta.

—Vou ver quem é. - Luke disse.

Então ouvi um barulho que parece um estouro.

—O Mike já chegou? - alguém gritou lá de baixo. Acho que é Thai.

—Madsonzinha! Cadê você, meu chuchu? - outro idiota gritou. O que? Era Drake? O que deu nele?

—Quem são esses? - meu pai perguntou.

De repente algo bateu na janela do quarto. Minha mãe gritou. Mike rolou para dentro como uma fruta em uma ladeira, não como um ninja.

—LADRÃO! - minha mãe berrou.

—Mike! - alguém, lá em baixo, adivinhou. - Pega ele!

—Meu chuchu, eu vou te salvar! - Drake gritou heroicamente.

Escuto eles subindo as escadas. Posiciono-me na porta do quarto, com os braços abertos, impedindo a passagem deles.

—Madsonzinha! - Drake me abraça e me levanta do chão. - Fiquei tão preocupado com você e seu baby!

—Me larga, seu esquisito! - protestei.

—Minha mãe brigou comigo por eu não me preocupar com minha cunhada, então finge que me ama. - ele sussurrou em meu ouvido.

—Não exagera. - resmunguei.

Ele me soltou.

—Cade o infeliz do Mike?

Atrás de mim, Mike guinchou. Virei-me para olhá-lo. Que grito foi aquele? Então entendi: Meu pai batia no garoto com o sapo de pelúcia de meu filho.

—Para! - gritei. - Vai estragar a pelúcia!

—E eu? - choramingou o garoto largado no chão.

—Você é imor... - Thai começou a dizer, mas parou quando Luke pisou em seu pé.

—Vocês conhecem ele? - meu pai perguntou, apontando para Mike.

—Não! - Mark respondeu do corredor. - Pode matar!

—Conhecemos. - disse rapidamente.

—Por que você entrou pela janela? - ele o questionou.

—Porque... eu sou muito bom nisso.

—Não, não e não. Quase quebrou a cama. - respondi.

—Vamos descer? - Luke sugeriu.

E a manada desceu, quase derrubando minha casa, mas desceu.

—Mas a minha mãe disse que eu sou especial. - Mike choramingou.

—Ela também disse que você é bonito. - Kluke disse, malignamente. - Ela mentiu.

Zack riu e cutucou Thai que riu também e cutucou Drake, um pouco forte demais, e aí os três brutamontes começaram a se estapear na minha sala.

Enquanto Mike balbuciava teimosamente. Kaio, que olhava indiferente para tudo aquilo, segurava Mark para que ele não esmurrasse o irmão. Kluke olhava para os três como se eles fossem patéticos. Luke não conseguia acreditar que esses loucos estavam brigando na frente dos meus pais.

—Luke! - berrei, irritada.

Em um instante, Luke puxou Drake pelos cabelos, Kaio largou Mark e empurrou Zack para o outro lado, e Thai levou um chute (naquele lugar) de Kluke.

Minha casa era realmente pequena, principalmente quando ficava cheia de homens super bombados.

—Madson, querida, você já está melhor? - Ouvi a voz de Sally vinda de algum lugar. Procurei-a no meio daqueles garotos e achei-a ao lado de Mark e Mike.

—Sim. - respondi sorrindo um pouco.

Quando me encontrou, me abraçou com força, perguntou mais uma vez se estava bem e foi cumprimentar meus pais.

—Ah, Madson! Esqueci! - Kaio falou de repente. - Compramos para você... Fizemos uma vaquinha.

Ele ergueu um enorme Lobo de pelúcia na minha direção. Desequilibrei-me e quase caí quando tentei segurar aquilo.

—Puxa é tão... Luke.

—É pro bebê. - Thai explicou. - Porque ele será um...

Kluke deu uma cotovelada nele, fazendo-o alar a boca.

—... fofinho. - ele completou. - Igual a pelúcia.

—Obrigada. - consegui dizer quando o lobo parou de me sufocar. - Ele vai gostar. Tenho certeza.

—É claro que vai. - Drake disse. - Fui eu que escolhi, porque o baby da Madsonzinha é especial. Né, mãe? - Ele disse abraçando meus ombros, beijando minha testa e olhando para Sally significativamente.

Meu pai cutucou minha mãe e lhe falou algo baixinho. Ela respondeu:

—Não sei. Realmente não sei.

Nossa, estão falando de mim, certeza.

—Tenho ótimos amigos. - resmunguei.

—A. Mi. Gões! - Drake me abraçou, amavelmente.

Iupi.

—Essa cena me deu nojo. - Kluke resmungou.

—Concordo com você. - empurrei Drake para longe de mim.

—Madsonzinha, espera! - Drake cantarolou. - Tem comida?

—Pra você não, meu anjo. - respondi no mesmo tom meigo.

Minha mãe me cutucou.

—Madson, você... você já ficou... fica com todos esses garotos?

—O que?

—Sabe mesmo qual é o pai de seu filho?

—Mãe! - protesto. - Não viaja! Eu nunca ficaria com todos esses garotos bombados...

É. Não fez muito sentido.

—Eu amo o Luke. - disse rapidamente. - Só ele.

—Oi? Falou de mim? - Luke surgiu de repente me abraçando.

—Claro. - respondo, irritada. Cara, as pessoas não param de surgiu do nada! - Estava dizendo para mamãe que você é o único com quem eu transo.

Então Luke e minha mãe fazem cara de peixe e eu dou um sorrisinho.

—Assunto esclarecido? Agora, quem pode me explicar por que Mike pulou minha janela?

Mark passou o braço pelos meus ombros e sussurrou em meu ouvido.

—Ele disse que corria mais rápido em forma humana que nós em forma de Lobo. Apostamos e ele perdeu.

—Mas por que ele pulou minha janela? - insisti.

—Não sei! Ele é meu irmão, mas é estranho!

Até que fazia sentido dentro desse universo louco.

Percebi que minha mãe ainda estava ali, olhando-me com suspeita. Então notei que realmente era uma cena estranha: Luke ainda enlaçava minha cintura com o braço, Mark apoiava-se em meus ombros e sussurrava em meu ouvido, e Drake me chamava de chuchu. Suas suspeitas eram lógicas, confesso.

(N:B:// Uuui!)

Desvencilhei-me de Mark e Luke. Minha mãe me dava medo com suas suposições estranhas. Na verdade, ultimamente, muitas coisas me davam medo.

***

MADSON

O velório era o pior lugar da cidade. Eu só havia visitado-o antes uma última vez: Quando meu pai morreu. Foi uma experiencia horrível, estava chovendo e minha mãe não conseguia controlar as lágrimas nem na frente dos filhos.

Agora eu estava de novo aqui, com Madson, que escondia o rosto em meu pescoço e chorava de vez em quando.

Eu havia usado o argumento que ela era poderia passar mal de novo, mas ela entrou em um vestido preto e me questionou se eu iria ou não com ela. Eu vim, claro.

Só não entendi por que Mark veio junto.

Ele se aproximou de uma menina loira que estava sentada em um dos bancos mais a frente. Percebi que flertou com ela e levou um tapa na cara. Quando ela fez isso, puder ver seu rosto: Era a menina que foi com os pais fazer o reconhecimento de corpo. Devia ser a irmã da outra garota morta.

Porém, diferente do caso dos Allen, essa garota estava mesmo morta. Provavelmente foi atacada por Ashley na floresta. Isso explica o por que do pedacinho de tecido compatível com Ashley foi encontrado junto com o corpo.

Bom, é uma explicação para os Lobos, não para os humanos... e isso inclui Madson.

—Luke. - ela sussurra, em meu pescoço. - Ashley foi atacada por um vampiro, não foi?

Afaguei os cabelos dela.

—Sim.

Mesmo que seu conhecimento da "morte" seja mais verdadeiro e completo do que o que todos aqueles no velório sabem, não é a verdade exata. Ashley era um vampiro, e Madson não poderia saber disso. Foi a partir de então que arrastei comigo esse segredo pelos próximos meses.


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Notas finais do capítulo

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Beijos e até sexta que vem se eu conseguir!



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