Imprinting escrita por Mila


Capítulo 30
Novas medidas para novos problemas


Notas iniciais do capítulo

Oi, voltei.
Como eu disse, um capítulo por semana agora. Provavelmente será sempre na sexta, mas se houver alguma coisa o capítulo será postado outro dia.
Era para ele ser postado hoje as duas da manhã, mas aí eu percebi que eu marquei o dia errado. Postaria só amanhã.
Mas aqui está! Boa leitura!



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LUKE

Eu estava com uma péssima sensação. Era como se uma dúzia de vampiros estivesse em minha mente dançando polca - eu nem sei como se dança isso, talvez seja aquela "tcha tcha tcha", ah então era salsa... Enfim, de qualquer forma, horrível.

Já tinha empurrado minha cama de solteiro, que eu trouxe de casa, para o quarto do bebê na posição que Madson havia pedido. Então abri a janela e senti um cheiro horrível. Comecei a tremer... nada bom.

Pulei a janela, atravessei a rua e me embrenhei na floresta, correndo em forma humana rapidamente. Cheguei até a aldeia e encontrei todos os Lobos para o lado de fora. Até minha mãe estava ali no meio com as mãos nos bolsos do jeans.

—Demorou, ein? - falou Drake, irritado. Ele, assim como todos os outros também tremiam.

—Estão todos sentindo... tudo isso? - questionei.

Eles confirmaram.

—Só estavamos esperando seu comando. - disse Mark.

Assenti.

—Então vamos.

—Cuidado! - ouvi minha mãe gritar e, ao dar uma rápida olhada para trás, vi ela a esfregar as mãos nervosamente.

Corremos para atravessar a clareira que era ocupada pela aldeia, mas ao ouvir meu nome, parei.

—Luke!

Eu olhei para trás e vi uma mulher magra de cabelos castanhos correndo em minha direção, arfante. Ela tinha a idade parecida com a de minha mãe, era casada com um amigo de meu pai, ela tinha um filho, um garoto uns anos mais novo do que eu, que brincava comigo quando... Uou.

—Meu filho, - ela arfou quando se aproximou de mim. - Zack, ele se transformou!

Atrás de mim, Drake estalou a língua.

—Se você tinha alguma dúvida antes sobre os vampiros... agora não tem mais.

Suspirei e fingi que não ouvi o que Drake disse.

—Vamos encontrá-lo... e ajudá-lo.

Os olhos aguádos dela piscaram agradecidos.

—Obrigada, Luke. - ouvi-a dizer enquanto vira-me e me transformava.

Todos os instintos de Lobo bagunçaram-se com os pensamentos de cada um que ia se transformando depois de mim. Um rugido escapou de minha boca enquanto corria.

Concentrem-se. Avisei-os mentalmente. Prestem atenção em seus instintos.

Eles se acalmaram um pouco. Pensamentos mais baixos continuaram entrando em minha mente, mas não tão desnecessários quanto os anteriores. Graças a isso consegui colocar meus instintos em primeiro plano, mesmo que continuasse correndo.

Os frios deveriam ter estado pela floresta nos últimos dias - o cheiro estava horrível. Eu também conseguia sentir um cheiro novo, de minha espécie, deveria ser Zack...

Madson.

De repente novas sensações tomaram conta de mim. É impossível de explicá-las, mas eu senti uma leve dor pelo corpo, e foi como um aviso, imediatamente eu já sabia: Madson.

O que tem Madson?

O que aconteceu?

Eles me perguntaram, obviamente percebendo a forte reação que tomou meu corpo.

Eu não sei. Disse. Preciso descobrir. Vocês encontram Zack e... vão tentando acalmá-lo. Eu pretendo voltar logo. Eu já tomava uma direção diferente da deles. Caso contrário... Não fiquem na floresta, voltem para a aldeia.

***

MADSON

Eu quase morri do coração. Sério. Não é todo dia que você encontra um cadáver.

Tapei o nariz com a mão e inclinei-me um pouco. Impossível de definir quem é, o estágio de decomposição é avançado. O corpo é fino, talvez seja de uma mulher...

Alguém, por trás de mim, agarrou meus ombros. Dei um pulo alto e quase gritei de novo. Quando me virei, vi apenas Steve.

Deixei o ar escapar por minha boca. Acalme-se, coração, calma.

—Madson, você está bem?

—Falou o cara que quase me casou um infarto.

—Ah, meu Deus... o que é isso? - ele gritou.

—Caramba. - o Dr. Hapborn passou por mim e se achegou ao lado do defunto, também cobrindo o nariz com a mão. - Steve,ligue para os legistas. Vamos precisar de mais ajuda com esse aqui.

—Deixa que eu ligo. - rapidamente me prontifiquei.

—Tem certeza? - Steve me perguntou, receoso.

Awn, que fofo! Só é desprovido de beleza, caso ao contrário já teria uma namorada (claro, não podemos esquecer que "falar menos" também ajudaria ele a ter uma namorada).

—Claro, Steve. Está tudo certo.

—Se você diz...

Fiz o caminho de volta e entrei na van. O cheiro estava melhor ali dentro. Quando fui pegar a lista de telefones importantes (para biólogos apenas, que outra pessoa precisaria do telefone dos legistas?), ouvi um barulho que me fez parar.

Olhei, ainda dentro da van, para a floresta ao meu redor.

Então, por entre o mato, encontrei grandes olhos brilhantes.

Luke.

Saí da van e me aproximei dele, ele também veio para minha direção.

—Luke. - sussurrei passando a mão em seus pelos. - Eu estou bem. Foi só um susto.

Ele fechara os olhos enquanto eu fazia-lhe carinho, agora os abrira novamente para me interrogar.

Suspirei.

—Há um corpo... morto aqui na floresta. Vocês não notaram nada de anormal por esse lado?

Ele não me respondeu obviamente, era um Lobo.

—Não é bom para você ficar por aqui, a equipe de legistas vão levar o corpo. Podem te ver. Isso vai demorar. Daqui a uma hora me encontre no laboratório.

Ele fez que sim com o focinho e, em seguida, balançou-o em minha direção.

Revirei os olhos.

—Eu estou bem, Luke. O bebê também. Agora vai, antes que eles voltem.

Relutante, ele saiu, porém não antes de lamber minha cara.

Incontrolavelmente eu sorri. Awn, Luke também era um fofo, mas, diferente de Steve, era gato, muito gato.

***

LUKE

Depois de algumas horas, após encontrar e conversar com Madson no laboratório até nossa casa, voltei para a aldeia e ajudei a acalmar Zack. Ele não é tão retardado quanto Mike, mas também não reagia bem a toda essa novidade. No final ele estava tão exausta que disse para ele descansar.

Aposto que se Zack estivesse aqui, ouvindo a conversa que nós estávamos tendo agora, iria querer se matar.

—Isso é muito estranho. - disse enquanto afundava-me no sofá. - Como pode estar acontecendo tudo isso e nós não percebermos?

—Acho que deveríamos ler mais jornal. - comentou Kaio. - Deve ter aparecido alguma notícia de desaparecimento, morte... ataque de animais, essas coisas.

—Acho que deveríamos reforças as vigias. - observou Kluke com uma expressão de guerreira.

Balancei a cabeça concordando.

—Com turnos mais longos e com mais de nós, para o caso de ... toparmos com alguém acidentalmente. - disse.

—Seria bom se nós não vigiássemos apenas essa cidade, mas as outras também. - Mark sugeriu.

—Mas eles têm uma vantagem, não é? - Drake falou. - Podem andar no meio dos humanos sem ninguém apontar para eles e dizer: "Olha um vampiro", porque eles têm aparências humanas. Agora nós já não podemos.

—E se nós vigiássemos a cidade em forma humana? - Thai pensou em voz alta.

—Nos transformaríamos assim que avistássemos um deles. - Kaio explicou.

—Não tem algum jeito de... segurar isso? - perguntou Mike. - Talvez se não nos aproximássemos tanto...

—É arriscado. - raciocinei.

—E se encontrássemos um frio na cidade... o que faríamos? Não podemos nos transformar na frente dos humanos. Estaríamos revelando nossos segredos. - Mark notou.

Eu batia o pé nervosamente no chão.

—E para os caras pálidas também. Eles não sabem sobre a transformação... - disse Drake. - Ah, eles sabem sim.

—O que? - perguntei. - Sabem como?

—Aqueles vampiros que encontramos uns meses atrás. Lembra do teatrinho que fizemos antes de atacá-los? Nos transformamos na frente deles, e alguns escaparam. Se há vários, como nós estamos sentindo, todos eles já devem estar sabendo de nós.

Cocei a cabeça.

—Tem razão.

—Oi? O que você disse? - perguntou Drake, fingindo-se de surdo. - Pode repetir, por favor?

Fiquei com vontade de retrucar "Oi? Você disse por favor? Repete que eu não acreditei", mas respirei fundo e tentei manter minha cabeça no assunto.

—Sem gracinhas, Drake. A coisa é séria. - fiz uma pausa para logo começar a falar de outro assunto: - Vamos vigiar as cidades também, em forma humana, mantendo distancia de todos aqueles que o cheiro se destacarem mais. Não vamos poder lutar contra eles em uma cidade, e arrastá-los para um beco ou para a floresta, para atacá-los é muito arriscado... mesmo se você for um "super Lobo". - olhei significativamente para Drake. - e extremamente forte e fodão - outra olhadela para Thai.

—Então se aparecer um vampiro, não podemos atacá-lo? - perguntou Thai.

—Não.

—Nem se ele matar um humano?

—Não. - respondi, mesmo não gostando da minha própria decisão. Seria difícil.

—Nem se ele matar vários humanos? - Thai insistiu.

—Dentro da cidade, não. E, novamente, nada de encurralá-los em um beco, de baixo de uma ponte, em um estacionamento... sei lá. Nem arrastá-los para a floresta. Apenas observar, assim poderemos descobrir o que eles querem.

—Sangue. - falou Kluke com sua ironia clássica. - O que mais poderia ser?

—É essa a questão: se há algo mais. Há muitos vampiros na cidade, muitos para um lugar só. Se é sangue que eles querem nosso problema não é tão grande, mas se houver alguma outra coisa... Então temos um grande problema.

Eles ficaram em silêncio, pensando e refletindo sobre tudo o que acontecia e minhas decisões. Esperei suas sugestões, observações e reclamações. Era importante ter outros pontos de vista para serem discutidos, ainda mais numa situação tão estranha como esta.

Depois de um tempo, Mike perguntou:

—Mas será que o vampiro que fugiu não contou como vocês eram para os outros?

—Podem ter contado, mas é difícil descrever alguém tão perfeitamente assim.

—Eles não têm "super poderes"? Quero dizer, alguns deles não têm? Será que, de repente, uma imagem de Luke, Drake e FULANO não estão circulando pelas mentes dos vampiros? - pensou Mike. Pela primeira vez, um pensamento dele tinha um pouco de razão.

Engoli em seco.

—Vamos rezar para que não tenham.

Mark trocou o peso para o outro pé.

—Quando começamos?

—Agora.

***

Cheguei em casa uma hora da manhã. A vigília continuaria com a outra metade da alcateia.

Minha cabeça doía de tantos assuntos a serem resolvidos. Primeiro esse bando de vampiros, depois Zack, seguido do cadáver... e Madson. Madson sempre seria minha primeira preocupação. Suspirei e subi as escadas. Por mais preocupado que eu estivesse com ela, não esperava encontrá-la acordada, sentada na cama, grifando palavras de um livro.

—Ainda acordada?

—Sem sono. - me respondeu antes de bocejar.

Eu sorri.

—Sem sono? - Troquei de roupa e me sentei ao lado dela.

Ela enroscou suas pernas na minha.

—Sinceramente, eu estou com medo, Luke. Estava esperando você chegar. - ela sussurrou. - Como estão indo as coisas com os Lobos? Conseguiu resolver alguma coisa depois que nos encontramos no laboratório?

Peguei o livro das mãos dela e coloquei no criado mudo ao meu lado, em seguida passei meu braço por seus ombros e fiz ela se apoiar em mim.

—As coisas estão complicadas. Vão demorar um tempo para se revolver.

—Como Zack está se saindo?

—Ele não ouviu a conversa que tivemos.

Ela riu.

—Acho que você fez certo, é muita informação em pouco momento para ele.

—Para mim também.

—Então... - ela bocejou de novo. - acho que devemos dormir. Mas pega outro cobertor para mim, por favor.

—Não acredito que está com frio.

—É claro que eu estou. Vai, na última gaveta da cômoda.

—Está bem. - arrasto-me para fora da cama.

Quando puxo a colcha de dentro da gaveta um papel cai no chão. Estico-me para pegá-lo e vejo que é um cartaz, aquelas que as pessoas pregam em postes para informar de algo desaparecido. Nesse caso era uma pessoa. Ashley Allen.

Viro-me na direção da cama, com a testa enrugada e ergo o papel para mostrá-lo.

—Madson, por que não me contou sobre isto?


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Notas finais do capítulo

Muitos POVS do Luke, não é? Sinto muito por isso, mas quem percebe que tem vampiros pela cidade são os Lobos e não os humanos. Além disso nos capítulos anteriores há muitas narrações da Madson.


Obrigada a vocês que leem minha história. Espero que estejam gostando. Manifestam sua opinião com uma coisa bem rapidinha do tipo "gostei", FIM. Só isso, já fico toda vermelha. UAHSUASHUASH


Beijoooos
até sexta que vem



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