Imprinting escrita por Mila


Capítulo 22
Poucas mudanças


Notas iniciais do capítulo

Volteeei
Nem demorei vai, parem de reclamar, seus papagaios.
Mentira, vocês são lindos, maravilhosos, perfeitos...



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Quatro meses depois

LUKE

Farejei o ar.

Nada.

Drake esticou seu corpo de Lobo na grama e se coçou nela.

Hm... hm, ah! Que delícia!

O que você está fazendo?, perguntei. Estamos no meio de uma inspeção para ver se o território está limpo!

Hm, é. Pensou ele, sarcástico. Fique quanto tempo quiser procurando pelos frios, enquanto eu descanso aqui nessa grama gelada.

Mark se perguntou que merda Drake estava fazendo.

Merda? Deite aqui e veja se continuará achando uma merda! Meu irmão respondeu.

Mark pensou: não é uma má ideia, mas logo afastou o pensamento. Vamos terminar logo essa ronda?

Feito, concordei, também cansado. Deveria ser umas cinco da manhã.

Exatamente, Drake concordou com os meus pensamentos, preguiçoso.

Mark, você vai para lá e eu para cá. Certo?

Fantástico. Ele falou, também entediado com tudo isso.

Eu corri até os limites da cidade, tentando me concentrar somentos nos cheiros que sentia, porém era difícil com Drake cantando mentalmente a música "I'm sexy and I know it", fazendo com que imagens de um Lobo gigante se esfregando na grama aparecesse na minha cabeça.

Não tenho culpa se "I'm sexy and YOU know it"!.

Drake, na boa, para de pensar. Pediu Mark, do outro lado da cidade.

Qual é o seu problema, Drake? Perguntei. Tá precisando de uma namorada?

Os pensamentos de eu irmão mais novo se tornaram, primeiro, envergonhados e depois raivosos.

Pra quê? Para ser pai com 22 anos? Quer dizer, 23? É, não. Valeu.

UH! Fez Mark. Pegou pesado. Se fosse eu, não deixava.

É, pensei no mesmo tom irônico. Eu tenho uma casa, uma namorada e vou ter um filho. E o Drake tem o que? Uma graminha fresca para ficar rolando?

Mark começou a rir. Sorte minha que nós nãos estávamos próximos, porque um Lobo rindo é o barulho mais estranho dessa planeta.

Nossa! Ele falou. Agora ficou pessoal.

É, a relação de Drake com a grama é beeeem pessoal.

"I'm sexy and WE know it", ok? Não precisa ficar com ciuminho. Pensou meu irmão.

Eu ri. Não aguentando mais segurar as gargalhadas. E daí que um Lobo rindo fazia o mesmo som que um bando de hienas com tuberculose?

"You have paxion in your pants and don't have no girlfriend, girlfriend!" Cantei.

"I'm sexy and I know it" Drake continuou a música, enquanto rolava na grama.

O.K. Riu Mark. Acho que a ronda acabou.

"Because I'm sexy" e venci esse jogo. Concluiu meu irmão.

***

Nos transformamos e caminhamos em direção a aldeia.

—Que horas são? - perguntei, observando o sol nascer meio alaranjado.

Mark bateu na janela da casa dele. Mike ergueu a cabeça do travesseiro, assustado.

—Alienígenas?

—Mike, que horas são? - perguntou o irmão mais velho.

O menino jogou a cabeça no colchão e a cobriu com o travesseiro.

—Ai... se... uer. - ele resmungou, a voz abafada pela cama.

Mark apontou para um relógio no criado mudo de Mike.

6h51min

Soltei um palavrão.

Trabalho daqui a nove minutos.

Não esperei uma reação de Drake e Mark e corri para casa o mais rápido que eu podia em forma humana.

Abri a porta de casa e vi que as luzes estavam apagadas: Madson havia saído.

Subi as escadas correndo e vesti uma camisa e outra calça.

Na cozinha, enfiei na boca pão e leite. Sem diminuir o ritmo, peguei minha chave no balcão e só parei quando vi um bilhete escrito:

Luke, já fui para o trabalho. Espero que você não tenha esquecido do seu e não tenha encontrado nenhum vampiro durante a ronda (você demorou demais dessa vez. Fiquei preocupada). Enfim, hoje é seu aniversário. Parabéns! Nos vemos no almoço. Beijo.

Madson.

P.s. Me lembre de buscar Tyler na rodoviária.

Vampiro? Não. Nenhum. Ultimamente eu era mais humano.

***

—Surpresa!

—É hoje? - perguntei, realmente surpreso.

Minha mãe bateu em meu ombro.

Era meu aniversário de vinte anos.

Eu não tinha me lembrado disso. Quando eu encontrei o recado de Madson hoje de manhã, me dando os parabéns, eu mal percebi isso. Também não me toquei quando mamãe falou a semana inteira que queria fazer um almoço especial e queria todos presentes. E quando eu vi toda aquela gente reunida em volta das mesas de piquenique da aldeia, eu achei que foram todos atraídos pelo cheiro da comida.

Tudo bem que o aniversário também era surpresa (surpresa para todo mundo, porque só minha mãe e Madson estavam sabendo disso; os Lobos podiam me contar por pensamento), mas mesmo assim, se não fosse a festa surpresa só o fato do meu aniversário ser hoje já foi uma descoberta.

O pai de Thai (Sim, a aldeia toda estava lá) me deu uma calça nova, minha mãe me deu uma camisa social preta e uma calça, ganhei de Madson um jogo de cama com lençol, fronha e cobertor - já que o último eu rasguei... longa história, não queira saber. - Drake disse que não me daria um presente, Kluke me entregou uma coxinha de frango enquanto dava um sorriso amarelo - ela tinha esquecido - , e Mark foi sincero ao bater em meu ombro e dizer: "É, esqueci do seu aniversário, cara."

A entrega de presentes e os cumprimentos foram rápidos, pois todo mundo estava com fome, inclusive eu.

O engraçado era que a comida era "A Comida", pois minha mãe tinha caprichado bastante. E a quantidade de comida era absurda, um dinossauro - ou mais especificamente um bando de Lobos - poderia comer aquilo tranquilamente. Comer bem assim e coisa boa era coisa de outro nível.

A coxa de frango que Kluke me deu estava ótima, e isso foi bom já que garantiu a minha antes que acabasse tudo em dois segundos.

Senti um cutucão no meu flanco direito.

—Ei, tudo bem? - perguntou Madson.

—Como você pode... - ela puxou meu rosto para o dela. Inclinei-me para que ela pudesse me beijar. - aprontar tudo isso e não me contar nada?

—Como você pode esquecer seu aniversário? - ela rebateu.

—Lembrando que você é imortal... - falou Mark, sentado a minha frente, sem deixar de ouvir nossa conversa sussurrada.

Mike sorriu diabolicamente para o irmão.

—Você vai ter que me aguentar eternamente.

—De repente, seria legal morrer. - resmungou ele, massageando as têmporas.

—Vire essa boca para lá! - Madson protestou. - A única coisa que precisamos agora é de mortes.

—E outro imprinting. - comentou Mike.

—Um o que? - perguntou Tyler.

Chutei ele por de baixo da mesa e Mark deu um murro em seu ombro.

—Ai!

—Besteira. - falou Kluke. Ela tentou soar descontraída, mas não conseguiu esconder o nervosismo. - Tipo... uma maldição

Printing? - perguntou Tyler com a testa enrugada. Ainda bem que ele tinha entendido errado a palavra. - Maldição?

—É. Isso aí. Como vai o bebê, Madson? - perguntou Kluke rapidamente.

Madson captou a intenção dela:

—Ótimo. Ele vai ser bom em esconde-esconde: Já sabe se esconder atrás do cordão umbilical.

De repente, perdi a vontade de comer o macarrão de meu prato.

—Não vamos falar de órgãos durante o almoço. - decidiu Mark. Balancei a cabeça, concordando com ele.

Tyler olhou para a irmã.

—Acho que é uma menina.

—Menino. - respondeu Kluke, focada em enrolar a maior quantidade possível de macarrão no garfo.

—Gêmeos. - Mike se pronunciou. - Um casal.

Olhei para ele, assustado.

Dois?

Depois olhei para Madson, perguntando com um olhar se aquilo era verdade. Ela respondeu me fuzilando com o olhar. Virou-se para Mike:

—Está querendo dizer que eu estou gorda?

Ah.

Mike chacoalhou os ombros.

—Acho isso.

—Acha errado. - rebateu Kluke, imediatamente. - A minha ideia está certa e a sua completamente errada.

—Como completamente? - Mike questionou. - Minha ideia tem cinquenta por cento da sua!

—Ah, e você sabe de matemática agora?

Tyler riu.

Eu, Mark e Madson suspiramos. Estávamos no meio de uma conversa paralela. Uma discussão paralela.

Ao meu lado, Madson estava sentada e ao lado dela estava Tyler, que conversava com Kluke, sentada à frente dele, e esta, por sua vez, estava do lado de Mark que estava do lado do irmão mais novo, que estava a minha frente, fechando o ciclo.

—Mark, você... - começou Madson, mas Mike bateu o punho da mesa e ela parou.

—QUER APOSTAR? - o moleque gritou.

—Eu aposto. - aceitou Kluke, mexendo a cabeça enquanto gesticulava.

—Eu também! - Tyler animou-se. - Acho que é uma menina.

—Menino.

—Gêmeos. Casal. - Mike apostou.

Madson respirou fundo para manter a calma e não dar uma voadora na cara do garoto.

Tyler cutucou ela.

—Madson, quando você vai descobrir.

—Hoje de tarde - ela resmungou.

—Então, perdedores, aproveitem as poucas horas que ainda têm antes da derrota. - provocou Kluke.

—Do que você está falando, baixinha? - sorriu Tyler, bem-humorado. - Você vai perder.

Kluke sorriu, gostando das provocações.

Ela era boa nisso.

—Ah, é? Como pode ter tanta certeza?

—Como? Tente imaginar Madson sendo mãe de uma menina!

—Ei! - protestou Madson e empurrou a cabeça dele para o lado, sem usar força o suficiente para machucá-lo.

—Ei! - gritou Mike, do outro lado da mesa, quase pulando em cima de todas as comidas para ser escutado. Mark teve que empurrar o irmão de volta pro lugar dele antes que sua coxa de frango fosse parar no sovaco de Mike. - Quem vai ganhar sou eu! Olha o tamanha da barriga dela!

Madson jogou um ossinho nele.

—Cale a boca, criatura.

Mark mastigou a coxa de frango dele como se estivesse comendo bagaço.

Então Drake apareceu de repente e bebeu meu refrigerante, arrotou e devolveu o copo vazio. Não tive tempo nem de responder.

—Como uma pessoa pode ser sexy bebendo refrigerante? - perguntei em tom de brincadeira para Mark.

Ele entendeu e se aprumou um pouco mais no banco, feliz por o assunto ser outro.

Madson arrastou o copo de Tyler para mim.

—Imortais. - ela resmungou. - E Tyler não vai tomar mais refrigerante. Chega de cafeína por hoje.

—O que foi aquilo na ronda de hoje? - ela perguntou.

—Aquilo o quê? - perguntou Madson, sem entender que falávamos de Drake rolando e cantando I'm sexy and I know it.

—Drake deu um ataque de caren...

Mike deu outro soco na mesa, e Mark, por reflexo, agarrou o pescoço do irmão. O mais novo deu um soco no peito do mais velho, que o soltou.

—Que foi? - Mike se irritou.

—Para! - rugiu Mark.

—Hora do parabéns! - cantarolou minha mãe, aproximando-se de nossa mesa com um mega bolo (novamente, quando eu digo mega é para você imaginar um dinossauro, um dos maiores, tipo um bronqueossauro).

Imediatamente, todo mundo se levantou e começou a bater palma.

Estávamos brigando? Não, ninguém estava brigando.

...béns, — Mark continuou. - para você!

Madson puxou os pratos e minha mãe colocou o bolo na minha frente. Em cima do mega bolo tinha duas velas. Dois e três. Vinte e três.

Pelo segunda vez hoje me assustei: É meu aniversário!

***

MADSON

O vento se chocou em meu rosto, fazendo com que meu cabelo me chicoteasse.

Tremi.

Eu vestia um moletom rosa claro com um símbolo da paz em rosa escuro estampado no meio da blusa. Era novembro, o último mês antes do inverno.

Luke passou seu braço pelo meu ombro e me puxou para perto dele.

Quente. Como ele conseguia permanecer tão quente nesse frio? (Esqueça por um momento o fato que ele é um super Lobo imortal)

—Obri... - espirrei. - gada.

Ele riu um pouco, como se dissesse "É, realmente não foi nada. Tive um imprinting, lembra?"

Viramos a esquerda e entramos na clínica de ultrassonografia. Mal abrimos a porta e a secretária nos empurrou para dentro de uma sala dizendo que um paciente tinha faltado e nós éramos os próximos a ser atendidos.

—Olá. - o jovem médico nos cumprimentou. - Srta. Singh, por favor, deite-se aqui. Vamos começar. O bebê se mexeu?

—Uhum. - confirmei.

Ergui a blusa e ele passou o gel em minha barriga redonda, com o aparelinho. Imagens apareceram na tela.

Apertei os olhos, procurando identificar o sexo do bebê.

O médico começou a falar da saúde do bebê enquanto apreciava as imagens obtidas pela ultrassonografia. Ele estava muito surpreso: era um bebê muito forte. É claro que era! Filho de um super Lobo, você esperava o quê? Mas ele não sabia disse, e eu fiquei quieta.

—É um menino? - perguntou Luke, interrompendo o médico com sua animação.

—Esse é o cordão umbilical - o médico falou devagar, confuso.

—É uma menina! - ele se corrigiu.

—O cordão umbilical está em cima de novo? - compreendi.

O doutor nos olhou com atenção.

—Ainda não sabem o sexo? Com seis meses?

Como assim ainda não sabem o sexo? Quase dei um golpe ninja o cara - teria sido uma cena engraçada se você imaginar uma mulher barrigudinha voando.

Luke também fechou a cara e eu esperei para sermos expulsos da clínica, porque pela expressão, parecia que ele ia matar o médico ali mesmo.

Apertei a mão dele, um alerta: Calma!

—Realmente, - disse o médico. - o cordão umbilical impede a visão da genitália.

—De novo? - rugiu Luke. Ele ainda queria matar o homem - sua mão apertava tanto a minha que machucava.

Passei a mão na lateral da barriga, onde não tinha o gel.

—Vamos... Mexe um pouquinho.

Nada.

Filho da mãe.

—Luke, pega... Pega o chocolate na minha bolsa, por favor.

Ele enrugou a testa. O médico começou a protestar, e Luke, percebendo isso, tomou aquela oportunidade para irritá-lo: Ele me deu o chocolate.

Mordi-o.

Mais uma vez.

—Está se mexendo! - exclamou Luke. - Puxa, ele gosta de doce!

Até mesmo o médico se empertigou, esperançoso.

—Continue.

Comi o chocolate até terminar. O médico passou o mouse em cima de uma região e falou com um sorriso

—Estão vendo? Esse negócio cumpridinho... É um menino!

Eu e Luke sorrimos.

—Temos um menino que gosta de doce. - ele riu, enquanto inclinava-se para me beijar.

—E um médico estranho. - cochichei no ouvido dele.


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Notas finais do capítulo

Comenteeeeeem,
lalalá!
Comentem *-*



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