– Ah, merda!! - exclamei, tapando a boca com a mão. O cheiro metálico me atingiu e eu tive que esconder o rosto no pescoço de Caroline para me controlar. Respirei fundo antes de olhar para o corpo no chão novamente.

Edward me encarou antes de gesticular para o corpo quase irreconhecivel e falar:

– É o professor Tunner, de história.

~~x~~

Título: Escolha: Edward Cullen ou Damon Salvatore?

SubTítulo: Acolhida pelo fogo

~~x~~

Tentei não respirar fundo, afinal, nunca me acalmou mesmo. Além do cheiro que viria.

– Vamos limpar a bagunça. - Emmett sussurrou e andou até o corpo.

– E quantas mãos você tem? - Rose o parou, apontando para o chão. Realmente devia precisar de mais de quatro de nós só para limpar o sangue do local, que chegava a ir do chão até o parapeito de uma janela quebrada na parede.

Me virei de costas e andei alguns passos, me encostando na lateral da parede de tijolos marrons não-milimetricamente colocados. Peguei o celular de Stefan novamente. Kassy Raposa? Quem era essa para ele desistir de uma pista que levasse a Elena? Quer dizer... O professor Tunner morto? Não encontro nada que possa ser uma pista sobre ela,

Mexi no histórico. Nenhuma mensagem desse mesmo número. Nenhuma ligação feita. As únicas fotos eram de Stefan e Elena em, o que parecia, um parque de diversão. Em algumas fotos dava para ver Caroline fazendo chifrinhos em Elena e Boonie ao fundo conversando com alguém que não aparecia, devido estar no canto. Olhei mais atentamente o histórico. Nada. Sobre Kassy Raposa a única coisa que tinha era seu número registrado, e a última mensagem recebida escrito um simples e pequeno 'socorro'.

– O que está fazendo? - Dei um pulo e olhei assustada para Damon, então Edward que vinha atrás dele. Ainda ofegante disse:

– Damon, quer me matar de infarto? Que susto. - disse me abanando com a mão direita, e escondendo o celular no bolso com a mão esquerda, tentando ser discreta e fugindo de sua pergunta.

– Isabella... - Edward chegou perto de mim e segurou minhas mãos. - Tudo bem? - Ergueu a sobrancelha.

Olhei de canto para Damon, que olhava para o estacionamento. Claro que Edward ia agir assim. Eu o havia beijado - burrice, admito - e depois acabei escolhendo Damon sem ele saber.

– Edward, olha... - Comecei, afastando suas mãos. Ele me olhou confuso. Me endireitei, afinal eu não precisava me preocupar com seus sentimentos. Ele me magoou, eu o magoou. Uma troca justa. - O que eu fiz hoje foi um erro.

Procurei alguma coisa no seu olhar.

– O que está dizendo?

– Que o que eu fiz foi errado, e eu não deveria ter...~

– Bella, não dica tolices. - Se aproximou de mim novamente. O afastei. - O que foi? - Então seu rosto ficou sombrio. - Prefere Damon do que a mim? - sorriu convencido como se em desafio.

– Sim, prefiro. - minha resposta pareceu um choque para ele. - Se me pedissem para escolher um dos dois, eu escolheria Damon sem pensar.

Tá, ele só queria meu sangue. Mas se ele realmente se apaixonou por mim e fez eu o amar também, significa que não era para eu e Edward ficarmos, de fato, juntos. Embora eu tenha meu mais novo coração de gelo, sinto que com Damon não vou quebrar a cara. Infelizmente meu ódio aumentou depois que Katherine me matou. Então eu ainda quero ir em bora e faze-lo sofrer. Pois mesmo que tenha sido por um momento, eu já fui para ele apenas mais uma.

Olhei para Damon, que estava me fitando. Embora não sorrise, parecia feliz com o que eu havia dito. Então encarei Edward novamente, observando atentamente sua reação. Ele piscou mais algumas vezes. Então se virou para Damon e - se eu não fosse vampira não teria visto - o pegou pela gola da jaqueta, o prensando contra a parede.

– Está mexendo com a mente dela? - O afastou e o bateu novamente contra os tijolos com tamanha força que fez uma rachadura.

– Edward!! - fui até ele e tentei puxar seu braço.

– Porque não diz você, telepata? - Damon sorriu irônico antes de ser batido contra a parede de novo, de modo que alguns pedaços de cimento cairam no chão junto com algumas partes de tijolos.

– Do que está falando? - perguntei, confusa. Edward praticamente rosnou a resposta:

– Não consigo ler a sua mente. É frustante. Mas a mente dele e daquela tal Katherine também era um mistério.

Encarei Damon, que tirou as mãos de Edward de si e o jogou para trás, fazendo-o cambalear um pouco.

– É porque bebemos sangue humano, Edward. Nem eu, nem a vadia morta, reprimimos nossa natureza.

Edward rosnou e me encarou.

– É isso que escolhe, Isabella?

Fiquei olhando de um para o outro, até finalmente encarar Edward nos olhos e responder firme:

– Sim, é a minha escolha.

Rosnou para mim de novo e saiu correndo. Encarei assustada o lugar onde ele estivera antes. Nem parecia que ele era aquele Edward que eu conhecia. Damon me abraçou e me escorei nele, deixando que ele sustentasse meu peso.

– Fico feliz de ouvir isso. - quebrou o silencio depois de algum tempo.

Ri leve e apertei os braços a sua volta.

– Hun... E eu poderia ouvir o mesmo? - ronronei a pergunta.

– Izzye... - me afastou um pouco, segurando meu queixo e fazendo-me encarar seus olhos. - Minha escolha sempre foi você. Ainda tem dúvidas quanto isso?

Sorri.

– Não, só que é sempre bom ouvir.

Segurou meu rosto entre as duas mãos.

– Eu. Amo. Você. - Falou devagar, como que para eu absorver cada palavra e seu significado. mordi o labio inferior, enroscando os braços ao redor de seu pescoço.

– Não acha que é um momento meio ruim para se declarar? - brinquei.

– Ah, tá. - sorriu irônico antes de continuar: - Então que tal: não respondeu minha pergunta. Aquele era o celular de Stefan, não era? O que fazia com ele?

– Pensando bem... - falei rapidamente e me aproximei. - é um ótimo momento para se declarar. - pisquei os olhos. A mais pura imagem da inocencia. Infelizmente ele via atravéz da impressão que eu queria passar.

– Aham. O que fazia com ele? - repitiu. Bufei e peguei o celular, entregando a ele.

– Sabe quem é Kassy Raposa? - perguntei apontando para a imagem do envelope, que indicava mensagem. Estamos na época de Email e SMS, e o símbolo de mensagem no celular ainda é um envelope com uma carta dentro?!

– Hãn... Não. Mas para digitar apenas um 'socorro' é porque ou é trote ou ela não tinha muito tempo para escrever.

– Eu chequei o histórico. Nenhuma ligação. Nenhuma mensagem além dessa. - suspirei. - Stefan faz o tipo de apagar histórico do celular?

– Nem de longe. - murmurou mexendo no celular. Então parou o que fazia e ergueu os olhos para me encarar. - checou o histórico?! - o encarei confusa. - estava bisbilhotando o celular do meu irmão? - perguntou meio incrédulo, como se tivesse descoberto que fiz coisa errada e ameaçava contar para minha mãe.

– Tipo assim, como você está fazendo? - abaixei o celular um pouco com o dedo indicador para que o visor estivesse no meu campo de visão. Feitiço virado contra feiticeiro. Ele estava lendo as mensagens.

– Touché. - disse antes de rir.

~~x~~

Onde estava Stefan? Edward sumira, ainda era denoite. O baile ainda acontecia mesmo com Tunner morto. Rosalie e Emmett ficaram para limpar a "bagunça".

Duas coisas me encomodavam: quem matou Tunner e quem é Kassy Raposa?

Boonie cruzou as pernas na poltrona. Caroline continuou se balançando para frente e para trás no tapete abraçando os joelhos. Me encolhi, aconchegando-me ainda mais em Damon no sofá. Me abraçou e passou o braço ao meu redor. Senti seus lábios na minha testa e sua mão afagava a minha. Não estava acostumada com isso, mas era bom.

Stefan entrou pela porta.

– Stefan, graças. - me levantei e andei até ele, parando abruptamente no meio do caminho. - Quem é essa? - Me referi a garota ruiva nos seus braços.

– Kassy Lenfox. Ela que me madou o pedido de socorro. - murmurou como se fosse obvio. A garota de, provavelmente, 4 anos dormia.

– Kassy Raposa... - balancei a cabeça negativamente. Trocadilho infame. (piadinha inglesa xP Lenfox. Fox=Raposa)

– Ela... - Stefan a deitou no sofá, então desviou o olhar para o tapete.

– O que houve? - ajoelhei-me ao seu lado e apoiei minha mão em seu ombro.

– Alguém matou seus pais. Só que não faz o menor sentido... - sussurrou de modo que eu mal teria ouvido se não estivesse tão perto dele. - Ela me chamou porque sabe o que sou e que eu poderia ajuda-la. Mas para seus pais foi meio tarde.

– Como a conheceu?

– Ela é sobrinha de Max, o cara para o qual você vendeu um carro.

– Como sabe que eu...

– E Elena? - Caroline perguntou de repente, me interrompendo.

~~x~~

– Tá, vamos tentar de novo. - Damon riu. Bati no seu braço. Boonie continuou: - Eu com o espírito, Caroline com a terra, Stefan com a água. E vamos tentar inverter Damon e Isa.

Me ajoelhei em uma das pontas do pentagama, na frente da vela vermelha, correspondente ao fogo. Boonie jogou um cabelo de Elena nem uma espécie de vasilha meio cálice meio taça que estava no ponto central. Damon acendeu a vela amarela, então ascendi a minha e passei os fósforos para Stefan que passou para Caroline e então Boonie.

Encarei minha vela. As chamas pareciam mais intensas do que das outras. Um calor tomou conta de me corpo; como se, de alguma forma, estivesse dentro de mim. Fizesse parte de mim. E só o que eu encontrei foi paz.

Também não sentia todo aquele ódio que Edward merecia receber ou a vontade de vingança que eu tinha com Edward ou Damon. No momento em que o calor se espalhou por cada pedaço que eu podia sentir de mim foi como se o fogo tivesse queimado tudo isso. Latejava a ponta dos dedos, os meus pulsos, tornozelos e a ponta dos pés. Mas tirando isso, a sensação era que chamas se misturavam a minha alma.

Então ouvi um grito, e parecia ser somente da minha cabeça. Quando os gritos cessaram veio novamente a sensação latejante nos dedos, pulsos e tornozelos. Pouco antes de eu conseguir decifrar o que uma voz havia me dito alguém apagou mina vela. E eu nao consegui saber que diabos significava 5734.

– O que? - Perguntei desorientata erguendo o rosto e vendo Caroline. - Que foi?

– Boonie disse para interromper.

– Porque?? - Perguntei irritada sentindo a sensação do fogo sumir instantaneamente, me trazendo de volta aos meus problemas e minhas vontades de vingaça e o sentimento de ódio.

– Porque deu certo. - Ela disse suspirando e parecendo frustrada.

A encarei. E minha expressão deveria ser de incredulidade. Parar tudo porque deu certo? Se deu certo não era para esperar acabar.

– Boonie disse para apagarmos as velas. - Stefan se encostou na parede, com as mãos para trás. - Damon demorou para apagar e você praticamente nem ouviu.

– Desculpe. - irônizei. - Estava ocupada demais ouvindo alguém gritar e tentando obter mais informações do número 5734, além da sensação que minha alma estava renovada.

Fui sacudida pelos ombros.

– Gritos? De quem? 5734, o que significa?

Tirei as mãos de uma Caroline afoita dos meus ombros.

– Não sei, droga!! Não me deixaram obter informação suficiente. Porque fez isso, Boonie? - dirigi a pergunta para ela, que estava com o cenho franzido.

– O ar aceitou Damon, o fogo aceitou você.

– E...? - pressionei-a, levemente(caham) irritada.

– E que não é qualquer um que é aceito pelos elementos. Quer dizer... Se eles lhes aceitaram é porque vocês dois precisam deles bem mais do que Rosalie e Emmett.

A fitei com raiva e incredulidade.

– Quer dizer que era um teste? Que você sabia que tinha grandes chances de não funcionar?

– Bom... É.

– E se não funcionasse?

– Aí eu chamaria Rosalie e Emmett.

– Ah, Boonie. Vai...~

– Izzye. Tente entender que os elementos acolhem quem percisa deles. Agora só é preciso saber porque eles acolheram vocês. - sorriu abertamente. Mas era óbvio que era falso.

– Tá, tá. eu só ouvi gritos e vi o número 5734. - fiz um gesto de desdém e desci as escadas, rumo a sala. Pude ouvir um "então tem haver com o fogo" vindo de Boonie mas ignorei.

Me sentei no sofá, erguendo a cabeça de Kassy e a colocando sobre minhas pernas. Acariciei seus cabelos e passei a mão levemente pelo seu rosto. Por um momento eu desejei ser ela. Tirando que ela sabia sobre Stefan, ela era inocente. ingênua, mas inocente. Se a inocência tivesse uma imagem, eu juraria que era essa garota. Se eu tivesse que escolher alguém para trocar de vida comigo, bom... Gostaria que fosse ela. Mas não a escolheria. Não sou tão egoista a ponto de estragar a vida dela.

Segui com o dedo os cabelos amontoados em duas tranças nas laterais. Ela se remexeu e piscou os olhos. Eram de um tom de cinza que lembravam um céu nublado; mas ainda assim me transmitia felicidade. Então se sentou assustada.

– Shh... - murmurei, a puxando de leve para perto. - Kassy, não é? - ela ascentiu. - Ei, não vou machuca-la.

– Quem é você? - perguntou com a voz trêmula. Bom, eu também me assustaria numa situação parecida.

– Pode me chamar de Isa. Sou amiga de Stefan. Ele está lá em cima.

Suspirou e se encolheu ao meu lado, abraçando minha cintura e afundando o rosto no meu pescoço. - Aquela coisa vai voltar, não vai?

– Não, não vai. - respondi após compreender a pergunta. - E se ele voltar não vai encostar em você.

– Ele matou meus pais, não foi?

– foi. - Sim, Podia até ser duro. Mas era a verdade. - Você tem 4, né?

– Tenho 6. Eu só sou baixinha. - ouvi sua risada. Ri junto com ela.

– Ei. - me encarou. - Sei que é ligada a Stefan, mas pode contar comigo quando quiser, tá?

– Tá. - ela não hesitou para responder. O que me fez sentir bem.

~~x~~

– Vou arrumar sua cama. - disse a Kassy antes de tirar o braço de Damon dos meus ombros e subir as escadas.

Ajeitei os travesseiros. A casa que Emmett e Rosalie haviam comprado eram grandes o suficiente para abrigar a maioria de nós. Emmett e Rosalie tinham um quarto, apesar de não dormirem nele. Então lá ficaria Boonie e Caroline. Tenho certeza que na cama daquele quarto caberiam 4 pessoas e ainda sobrava espaço. Stefan ficaria no do lado, seguido por Kassy.

– Bu! - dei um pulo e ri ao ver Kassy na porta com uma camisola branca com flores pequenas e distribuidas em azul.

– Vem cá! - A coloquei na cama e a cobri. - Boa noite, raposinha. - nós duas rimos e dei um beijo em sua testa antes de me virar. Mas antes que eu pudesse dar dois passos ela segurou meu pulso.

– Vamos ser amigas mesmo?

Sentei-me ao sei lado.

– Porque a pergunta?

– Porque sempre que eu arranjo uma amiga ela se muda. E eu queria saber se posso confiar em você que não vai embora.

– Não vou. - acariciei sua face e ela sorriu, segurando minha mão.

~~x~~

Me joguei na minha cama laranja/preta e afundei o rosto no travesseiro.

– Posso dormir com você? - ergui o rosto e olhei por sobre o ombro, encarando Damon.

– Fazer o que, né? - fui para o lado e ele se deitou, ignorando as cobertas.

– Não vai mudar muita coisa entre a gente, vai? - Pisquei os olhos. - Agora que sabe que sou vampiro... - murmurou.

– Não vai mudar quase nada. Já deixei isso claro, não foi? Só que está me devendo a resposta de "porque não contou?".

– E você me deve um jantar. - Sorriu de canto.

– Então você não me responde a pergunta e eu não janto com você e estaremos quites. - falei com a voz séria, mas por dentro estava morrendo de rir da sua cara.

– Não, não. Ainda me deve o jantar e você vai.

– Então tá. - Fui puxada para perto e ele ficou em cima de mim, sustentando o peso nos braços.

– É sua simples resposta? - perguntou divertido.

– Uhum... - murmurei sorrindo. Ele riu e me deu um selinho. Bufei e o puxei de volta, sentindo-o sorrir sobre meus lábios.

Deslizou uma das mãos até meu casaco e o puxou de um braço. Ergui as costas, facilitando o outro lado. Talvez amanhã me de um trabalho de o achar. Joguei longe sua jaqueta e nem prestei atenção para ver onde caiu. Retirou minha blusa e eu aproveitei que seus braços estavam para cima e fiz o mesmo com a dele.

Levou as mãos até as costas do espartilho e puxou a cordinha, desfazendo o lacinho.

– Dam! - o afastei. - não sei se esqueceu, mas.. Tem vampiros na casa.

– E tem um com você no seu quarto. E em cima da cama, veja só que coisa de hospício. - sorriu irônico.

– Estou falando sério. - Ele revirou os olhos.

– Dormindo. E o casal que não dorme não está em casa. - disse antes de me beijar de novo. Suas mãos desceram até minha saia, abrindo o botão.

– Ai! - reclamei ao sentir uma pontada no lábio inferior. O afastei e ele estava com o rosto transformado. Levei a mão até onde latejava e a ergui. Sangue... Seria muito perigoso ele beber meu sangue? Em parte da preocupação porque ele não pode saber ainda sobre mim. Em parte porque eu não sei se funciona.

– Isa... - murmurou, olhando para minha mão. Levei o dedo com sangue até seu rosto e passei sobre seus lábios. Então o puxei de volta, mesmo sabendo que isso não seria um beijo. Seria ele bebendo meu sangue. Arriscando a possibildade de ele descobrir, bom: dane-se. Mesmo assim: melhor que não descubra, né? Puxei seu rosto para meu pescoço. - Izzye, não. - murmurou, mas continuou ali.

– O que vai mudar? - perguntei ofegante e ignorei a dor no lábio inferior.

Beijou meu pescoço e eu arfei ao sentir suas presas roçarem na lateral do meu pescoço. Então veio a pontada de dor, seguida de prazer. Afundei os dedos nos seus cabelos e o mantive ali. Usei mais força - tentando ser em um nível aceitável - quando ele tentou se afastar, mas não adiantou muito. Encarei seus olhos negros enquanto levava o próprio pulso a boca e o mordia, levando aos meus lábios.

Antes que o meu rosto se transformasse segurei seu braço e escondi meu rosto nas mãos enquanto tentava beber sem deixar que meus dentes encostassem nele. Quando achei que estava bom, forcei meu rosto ao normal e o soltei.

– Izzye... - murmurou antes de voltar a me beijar. Abriu o segund botão da minha saia, de modo que faltava apenas um.

– Isa? - ouvi uma batida na porta. Damon se jogou para o lado e bufou enquanto jogava a cabeça para trás. Ri de leve e me enrolei no roupão de seda preto indo até a porta e abrindo somente o suficiente para que Damon não aparecesse.

– Sim, raposinha?

– Acha que pode me levar ao shopping amanhã?

– Hum... Eu tenho que trabalhar. - Maldita pet shop, maldita dieta de coelhos, maldita eternidade. Não, espera!! Retiro a última parte. - Que tal na quinta?

– Obrigada. - me abraçou.

– Não deveria estar dormindo?

– Ah, é que eu queria saber... Deixa para lá. - falou baixinho antes de se virar.

Ri e fechei a porta, me escorando na mesma. Damon bateu com a mão ao seu lado na cama. Me livrei do roupão antes de engatinhar até ele.

– Onde estávamos? - Sorriu malicioso.

– Que tal na parte de que tem escola amanhã? - o afastei. Ele bufou.

– Podemos faltar. - beijou meu pescoço.

– Eu acho que não. - o empurrei para o lado e me encolhi em baixo das cobertas.

Ele bufou de novo mas me abraçou.

– Você é chata, sabia?

– Acho que já me falaram isso...

Ficamos um momento em silêncio até ele o quebrar: - Faz tempo que não saio para comer alguma coisa...

– Não vamos jantar amanhã?

– Não foi esse tipo de comida a qual me referia.

– Ahh...

– Mas fico contente que queira jantar comigo. - Seu tom de voz era de alguém que sorria. Ameaçou se levantar e eu o puxei.

– Ao menos fique comigo até eu dormir... - pedi.

Senti seus braços me envolvendo e a inconciencia foi tomando lugar na minha mente.

~~x~~

Acordei com uma movimentação. Era Damon me soltando e saindo da cama. Provavelmente havia se passado meia hora. Fiquei de olhos fechados e controlando a respiração em profunda. Me remexi, de modo que se eu abrisse um dos olhos poderia ver a janela e a porta. Ele continuou andando até a janela ao perceber que eu não iria 'acordar'.

Abri um olho e fiquei em silêncio, observando-o abrir a cortina e ficar no parapeito. Mas ao invés de pular ele se transformou em um corvo e saiu voando, deixando poucas penas para trás.

Após alguns segundos sentei com tamanha rapidez que quase 'voei' para frente. Andei em passos rápidos até a janela e peguei uma das penas no parapeito bem a tempo, antes que o vento soprasse aquela ali também. Ela reluziu em arco iris.

Era ele!! Depois da festa de Caroline, as penas no meu travesseiro... Senti minha raiva crescendo. Ele que brincou com minha sanidade!!