Entrelinhas escrita por ariiuu


Capítulo 9
Se você morrer eu te mato! - Pós Water 7


Notas iniciais do capítulo

Olá galerinha linda, como estão vocês?
Mais uma vez me desculpem pela demora, mas dessa vez penei pra escrever este. Confesso que fiquei um pouco perdida no que fazer, por que sinceramente, não quero acabar com esse chove e não molha entre eles. Acho que por enquanto está ótimo assim, porém, coisas inesperadas acontecem no capítulo de hoje. Preparem os corações! Acatei a sugestão da leitora namikdt, e inverti os papeis dos personagens neste capítulo. Então teremos: Riscos, desespero, lágrimas, toques físicos incitantes e prolongados, novas confusões e conclusões precipitadas. Embora seja um Pós Water 7, a maioria do capítulo ocorre num flashback.
Divirtam-se :]



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Capítulo 09 – Se você morrer eu te mato! [Pós Water 7]


– Mensagem urgente da sala de controle. Estaremos entrando no trilho e isso irá aumentar nossa velocidade consideravelmente. Por favor, segurem-se para que somente sofram pequenos machucados.

– Então nos machucaremos de qualquer jeito? - Nami ouvia tudo aquilo desacreditada e com uma carranca inconfundível. Como Kokoro-San conseguia ser tão cínica daquela forma? Toda aquela situação com o trem desgovernado causava arrepios.

– Zoro... Acho melhor nos segurarmos nessas barras d-

O trem Rocketman deu várias chacoalhadas para o lado esquerdo e direito abruptamente e de forma violenta. Nami não pôde terminar nem mesmo a frase, pois ela Já estava prestes a colidir com as paredes do trem.

– Aaaaah!!! – Seu grito fora exclamado completamente desesperador. Ela fechou os olhos por instinto e nem mesmo viu um vulto se aproximando rapidamente para perto de si. A única coisa que constatou frações de segundos depois foi que estava por baixo do corpo do espadachim, envolvida pelos braços do mesmo.

Depois de abrir os olhos e piscar algumas vezes, percebeu a gravidade da situação. Ela poderia ter sofrido um forte choque contra a parede, mas Zoro havia corrido ligeiramente para perto dela, lhe abraçando fortemente e permitindo que o corpo dele sofresse a colisão no lugar dela. Por conseqüência, ambos caíram no chão logo em seguida, e a ruiva estava agora por baixo do moreno. Ele ainda estava pressionando densamente o corpo dela contra o dele com seus braços, cuidando para que nenhum outro movimento brusco do trem pudesse feri-la. A feição espantada da ruiva era notável. Temia que o companheiro tivesse se machucado com a colisão.

– Zoro por que fez isso!? Você está bem?

Ele ainda não havia abertos os olhos e permaneceu com os mesmos fechados por algum tempo. Tempo considerável para que Nami começasse a ficar ainda mais apreensiva.

– Fale alguma coisa! Eu sei que você não está desmaiado!

Zoro abriu os olhos subitamente com um sorriso de escárnio no rosto. Nesse momento Nami teve um ponto de interrogação pintado em sua face.

– Mas que surpresa... Eu pensei que você começaria a chorar desesperada...

Ela não pôde acreditar no que acabara de ouvir. Várias veias subitamente apareceram na testa da garota. Era óbvio que ele se referia ao ocorrido há poucos dias. E ainda assim, como ele podia ter esse tipo de pensamento num momento tão delicado como aquele? Naquela hora a única coisa que Nami menos queria era que mais um companheiro se sacrificasse pelo bem dela. Por mais que tivesse um lado medroso, estava disposta a morrer por qualquer um deles. Se perguntava se Zoro estava mesmo levando a história de Robin a sério.

– Você não... – Pausou a frase, temendo que dissesse algo inconveniente naquele momento. Então preferiu apenas se calar por hora. Zoro ficou esperando que ela terminasse a frase, mas a garota não disse mais nada. Ela sentiu que o peso dele estava cedendo, pois a moreno havia decidido se levantar de cima dela. A navegadora fez o mesmo logo em seguida e ambos se encaram por alguns segundos. A feição severa de Zoro já era habitual, diferente da expressão incomodada de Nami. Ele percebia que aquilo podia ser demais para ela, afinal Robin carregava um peso muito mais considerável que todos eles já haviam carregado. Era inacreditável, até mesmo para ele que aquela mulher pudesse fazer algo tão significativo para o bem da tripulação, mas era desnecessário permanecer afligido por conta deste fato.

– Você não acha um pouco triste essa situação...? Primeiro Usopp... E agora Robin... Não pensei que estas coisas pudessem acontecer tão repentinamente... – O desânimo da ruiva poderia ser facilmente contagioso se Zoro tivesse um espírito fraco. Mas este não era seu caso. E naquele momento ele era o mais propício a passar força e coragem para a navegadora.

– Pare de ser sentimental... Isto não vai mudar a situação. – O jeito ríspido e seco dele não havia causado nenhum efeito na ruiva no momento. Prova disto foi a forma como a mesma continuou o encarando, sem nenhuma reação.

– Eu sei... Mas Robin não podia ter feito isso-

– Se quer salvá-la, sugiro que mude imediatamente esse humor, ou isto só vai nos atrapalhar. – Dizia severamente.

– Atrapalhar? Por que você é tão grosso e arrogante? – A ruiva virava de costas para o moreno e cruzava os braços. – Monstro insensível...

– Você acha que vai me atingir me chamando desse jeito? Eu até gosto desse apelido... – Sorria de modo petulante, enquanto Nami virava-se de frente para ele mais uma vez com uma feição impertinente.

– Pois não deveria! Até mesmo nessas horas você é um idiota impassível que não pensa nem um pouco nos sentimentos das outras pessoas e não se interessa em saber os motivos qu-

Nami teve a frase interrompida pelo som do baque de uma das mãos de Zoro na parede do trem, e ela foi forçada a recuar para trás, pois ele havia entrado em sua frente, deixando-a um tanto atônita pela repentina aproximação. O moreno havia se achegado a ela e fechado todo o campo de visão da mesma, numa posição intimidadora. Ela estava cercada pela parede do trem e pelo corpo do espadachim que lhe impedira de sair de seu enlace. A ruiva permaneceu assustada enquanto o mesmo continuava com o braço estendido e palma da mão encostada na parede. Nami arqueou a sobrancelha quando mirou o semblante enfadado do espadachim.

– O que pensa que está fazendo...?

– Já estou cansado de seus discursos autoritários...

– E daí!? Também estou cansada de suas grosserias! Você não se importa com o que outros pensam, e está sempre usando essa massa encefálica musculosa de forma errad-

Todas aquelas palavras fizeram o espadachim agir instintivamente a ponto de segurar os pulsos da navegadora e os prender contra a parede na altura do pescoço da mesma, dispondo-a de forma completamente vulnerável perante ele.

– Zoro... O que está fazendo...?

– Pergunte isso para si mesma. Onde está a sua pose insolente agora...? – O olhar cáustico e obscuro do moreno causava certo acovardamento na navegadora. Ela testemunhava tal olhar apenas nos combates mais sérios onde o mesmo defrontava o inimigo de forma intimidadora e audaz. Mas ela não era um inimigo, então por que ele estava agindo daquela forma? A ruiva piscou várias vezes e sentia os pulsos pressionados começarem a latejar.

– Você está me machucando... – Ela dizia de modo sussurrado, porém o moreno não diminuiu nem um pouco a força aplicada na pressão dos pulsos dela e continuou encarando-a com furor. Tudo aquilo estava lhe assustando, mas ele não se importava. Ela precisava aprender de uma vez por todas a tratar todos daquele navio de forma civil, e não somente com suas costumeiras birras que custavam gritos ou até mesmo bofetadas inesperadas.

– Por que acha que todos precisam acatar seus caprichos? Quando vai parar com essas futilidades?

– Nós já discutimos sobre isso em Jaya... E também isso não justifica a forma como está me tratando agora. Eu já disse que está me machucando...!

– Se apenas isso lhe fizesse parar, mas... – Ele aproximou os lábios para perto do ouvido dela e passou a dizer coisas inaudíveis. Nami fez uma careta incompreensível naquele instante, desacreditando das palavras que acabara de ouvir. Já o espadachim esbanjava um sorriso malicioso, demasiando petulância descarada, porém os dois foram surpreendidos.

– Olha Gonbe! Os One-Chan estão se amassando escondidos!

– Nyah! Nyah!

– Chimney!!? – A ruiva exclamava espantada. A garotinha e o coelho se encontravam do lado de fora do trem e apareceram repentinamente na janela que a ruiva havia deixado aberta, ambos de cabeça para baixo bisbilhotando a cena. A pose dos dois naquele momento era completamente comprometedora. Quem entrasse no vagão pensaria que o espadachim e a navegadora provavelmente estavam mesmo dando uns amassos ou algo do tipo, já que Zoro estava pressionando Nami na parede e segurando seus pulsos, deixando-a um tanto exposta diante do mesmo.

– Podem continuar se pegando... Vamos fingir que não vimos!

– Nyah! Nyah!

– Hey espera sua garotinha travessa!!! – O espadachim havia corrido para a janela a fim de capturar a menina e explicar o mal entendido, porém ela e o coelho já haviam voltado para cima do vagão e continuaram andando por cima dele.

– Tarde demais seu idiota... – A ruiva cruzava os braços, totalmente ranzinza, com várias veias na testa de tamanha cólera.

Ela continuou fitando o companheiro com o semblante aflito. Suspirou desfeita e desviou o olhar para a janela. Lá fora os membros do Franky House faziam muito barulho. A chuva não havia cedido por um minuto e o trem ainda tentava entrar nos trilhos. Luffy gritava lá fora algumas coisas quase inaudíveis por causa do barulho das ondas e de alguns trovões. O cenário era assustador e a situação ainda mais. Era óbvio que estavam marchando para a morte, mas naquele momento aquilo pouco importava para todos. A determinação era muito mais forte do que qualquer outra coisa.

Enquanto Nami observava atentamente as ondas pela janela, pela segunda vez o trem fazia novos movimentos inconsiderados e ela sentiu os braços do companheiro lhe apertarem de novo. Ela corou logo em seguida, porque além da proximidade, se lembrou das palavras antes proferidas por ele e não teve como não se recordar do incidente de antes.

*Zoro e Nami Flashback*

Antes de chegarem à próxima ilha cujo Log apontava, a tripulação enfrentava uma das maiores tempestades desde que chegaram à Grandline. Nami tentava fazer com que o navio saísse do curso de um tornado que se encontrava a um quilômetro.

– Sanji-Kun puxe o velame com mais força! Usopp segure direito esse negócio e- Chopper! Pare de correr pra lá e pra cá e ajude o Usopp!

Caiam vários trovões ensurdecedores e isso fez com que Chopper e Usopp pulassem de susto.

– Aaaaah!!! Nós vamos naufragar!!! Vamos naufragar!!! Vamos naufragar!!!

– CALEM A BOCA E AJUDEM! – Nami urrava com fúria com a típica feição de dentes serrilhados.

Robin, fique longe da balaustrada do navio e... – A ruiva repentinamente ficou boquiaberta e esbanjou uma tenebrosa expressão de espanto.

– P-P-P-P-P-Por quê estamos indo diretamente para dentro do tornado e... LUFFY!?? – Ela gritava exaltada após fitar o capitão com um pedaço de carne na boca enquanto caminhava tranquilamente pelo navio em meio àquele cenário totalmente tenebroso. O céu estava muito escuro. Vários trovões caíam ao redor, e as ondas estavam praticamente indomadas. O tornado estava agora há quinhentos metros do navio.

– Não se preocupe Nami! O Zoro ficou encarregado do leme! – O capitão sorria marotamente com sua habitual tranqüilidade. Mesmo naquelas condições absurdas que o navio se encontrava, ele encarava tudo como uma aventura.

– COMO É QUE É!!?? VOCÊ DEIXOU AQUELE IDIOTA CONTROLAR O LEME!??

– Sim... Por quê? Algum problema? – Ele sorria como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Usopp e Chopper ficaram pasmados, enquanto Robin segurava o riso.

– AAAH!!! É MESMO!!! ZORO NÃO TEM NOÇÃO DE DIREÇÃO!!! – O capitão se dava conta da burrada que havia feito. Quando seu estômago roncava, ele perdia a noção do perigo ou da realidade.

– Você é tão inteligente quanto um jumento, Luffy... – Usopp escarnecia do capitão.

– Heey seus malditos!!! Me ajudem com as velas!!! – Sanji gritava enquanto segurava várias cordas com muita dificuldade.

–Luffy... EU VOU TE MATAR!!! – A navegadora desceu as escadas e pulou em cima do capitão, dando várias bofetadas na cabeça do mesmo.

– Navegadora-San... Acho melhor você assumir o leme. Deixe tudo aqui fora com a gente. – Robin dizia calmamente, e aquilo tranqüilizava a ruiva. Então a mesma correu para dentro da sala de controle. Chutou a porta com força e se deparou com Zoro dirigindo o leme com muita tranqüilidade. Aquela cena era completamente absurda.

– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO SEU IMBECIL!?? – Desferiu um soco no rosto do espadachim que voou imediatamente para o outro lado da sala.

– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO SUA BRUXA!?? – Perguntava indignado, enquanto segurava o rosto agora machucado.

– Eu é que pergunto! Você sabe pra onde está levando o navio??

– Luffy me disse para ir para a direita e foi o que fiz.

– O quê!? Será que você não vê que as correntes mudam? Nós ficamos andando em círculos o tempo todo enquanto o tornado continuou se aproximando! Por que Luffy te deixou comandando o leme!?

– Ele disse que você pediu.

– Eu jamais deixaria essa tarefa pra um perdido que nem você!!!

– Pare de gritar comigo sua mulherzinha arrogante!!!

– Vá agora ajudar o Sanji-Kun com as velas, seu cérebro de músculo!!!

– Não precisa gritar sua bruxa... – Ele esfregava a bofetada no rosto, enquanto se dirigia para o convés onde todos estavam devidamente ocupados.

– Agora está explicado por que entramos na corrente do tornado... – Usopp constatava incrédulo após ver o capitão comendo um pedaço de carne rapidamente.

– Mas que droga... Estamos cada vez mais perto daquele tornado... – O cozinheiro dizia preocupado.

– Se o navio for atingido por ele, corremos o risco de sermos destroçados e termos nossos pedaços espalhados pelo oceano... – Robin descrevia o terror que os esperava como se tudo fosse natural.

Enquanto isso, Nami tentava fazer com que o navio saísse do curso do tornado, mas pela janela averiguou que o mesmo estava desgovernado. Correu então para o convés exaltada.

– Pessoal, estamos sendo tragados pelo tornado!!! – A ruiva dizia de modo desesperado enquanto caia no chão por causa dos movimentos bruscos do navio.

– Mas e agora? O que vamos fazer?? – Sanji perguntava

– Eu vou destruir aquele tornado. – Luffy dizia convicto.

– Já se esqueceu que é um usuário? – Robin advertia o capitão que via-se vulnerável diante daquela situação grave.

– Tudo parecia estar se despedaçando bem na minha frente...
– Tão repentino que não pude prever o próximo passo...


– Nós vamos naufragar! Vamos naufragar! Vamos naufragar! – Usopp e Chopper gritavam em conjunto enquanto corriam desesperados de um lado para o outro.

– Nami-San, o que vamos fazer!?

– Eu estava de mãos e pés atados... Não sabia aonde ir, nem o que fazer...
– O que devia fazer?? Quem me diria o que fazer??


– Hey Nami, O Merry já está cheio de danos!!! Não podemos pegar esse tornado! O que vamos fazer!?? – Usopp gritava desesperado.

– Será que era isto que muitos no East Blue diziam sobre a Grandline?
– Todo esse desespero fazia parte da trama?


– Nami!

– Nami!!! O que faremos??

– PAREM! EU PRECISO PENSAR!!! – A garota estava com as duas mãos na cabeça enquanto permanecia sentada no chão. Quando resolveu abrir os olhos, se deparou com o espadachim em cima da balaustrada do navio e em posição de ataque. Ela lhe encarou completamente perplexa.

– Zoro...? O que pensa que vai fazer!??

– O que acha que vou fazer...?

– Não acredito que está pensando em cortar um tornado!!! Isso é quase impossível! Ele vai te tragar e fazê-lo em pedaços!!!

– Bem... Alguém precisa fazer alguma coisa, ou então todos estaremos perdidos. – Retorquia ríspido.

Nami não conseguia discernir as palavras do moreno. Será que ele sabia que aquilo poderia lhe matar? Sentiu-se assustada por pensar que podia perder um companheiro por causa de um fenômeno da Grandline. Aquele pesadelo não podia ter escolhido pior hora para acontecer.

– Você... Não pode fazer iss-

– De qualquer forma, fui eu quem colocou o navio no caminho do tornado. Por tanto é minha responsabilidade tirá-los desse perigo.

– Não seu idiota! Eu sou a navegadora!!! Sou eu quem tem a responsabilidade de tirar o navio da trilha do perigo!

– Zoro! Vamos pensar em algo! Sempre damos um jeito nas piores horas e-

Luffy não conseguiu completar a frase, pois o navio acabara de entrar ainda mais na corrente do tornado e feito um movimento brusco. Todos foram arremessados com muita força para o lado direito. O baque na balaustrada foi tão forte que todos ficaram inconscientes. Zoro havia fincado duas espadas no chão para não ser arremessado junto. Luffy tentou impedir que o Zoro saísse de perto, mas foi atrapalhado por uma onda que o arremessou para as laterais do navio mais uma vez, deixando o mesmo fraco e também inconsciente.

– O navio estava muito perto do tornado e já estava virando. Zoro equilibrou-se novamente na balaustrada, se posicionando no estilo Niitoryu. A posição paralela das duas espadas e a forma como o espadachim se concentrava em manter o centro do tornado como alvo deixava claro que aquele não seria um golpe comum. Exigiria muito de sua força física, capacidade e raciocínio.

Niitoryu... – Em questões de segundos o navio começava a tremer, mas Zoro já havia pegado impulso e dado um salto da balaustrada.

– TOROU!!! – Duas imensas barras serviam de projéteis direcionados ao tornado. A pressão do golpe era tão forte que perceptivelmente o tornado foi dividido em três. Mas Zoro sabia que precisava dissolver completamente aquele fenômeno da natureza, então ainda nos ares finalizou a técnica.

– OTOROU!!! – E o mesmo golpe foi realizado mais uma vez, só que para baixo. A potência da técnica era tão vigorosa que era como se o tornado tivesse explodido. O mar ficou ainda mais agitado, formando uma onda imensa que partiu para cima do navio. Já o espadachim foi arremessado ferozmente para longe, indo diretamente para o mar.





Depois de ter cortado o tornado, Zoro caiu inconsciente no mar e foi arrastado pelas ondas. Todos permaneceram desacordados, porém Nami abriu os olhos com um pouco de dificuldade alguns segundos depois.

Após olhar em volta e ver todos os companheiros caídos no chão, lembrou-se de Zoro, porém ele e o tornado haviam desaparecido. O mar ainda estava agitado e a tempestade continuou forte. Naquele momento ela permaneceu atônita e desesperada por não ver o companheiro em nenhum lugar ao redor.

– Zoro!!! Zorooooo!!! – Os gritos da ruiva eram incessantes. Ela procurou por todos os cantos do oceano, mas não havia nem sinal dele.

– Aah... Me sinto fraco... – Luffy acordava se queixando da debilidade causada pela água dor mar.

– Nami?? Onde o Zoro está?? – A navegadora permaneceu calada por alguns segundos.

– Hey Nami!!!

– Precisamos procurá-lo... – Ela dizia de modo suspirado.

– Droga... Precisamos acordar os outros! - Naquele momento o garoto tentava acordar os companheiros caídos. Nami continuou calada e cabisbaixa.

– Sanji! Acorde!!! – Luffy chacoalhava o cozinheiro freneticamente pelo colarinho. Aos poucos o loiro abria os olhos, e quando o garoto se deu conta ele já havia levantado e começado a gritar.

– NAMI-SAN!!! ROBIN-CHAN!!!

A ruiva olhava para todos os cantos do oceano, até avistar algo totalmente inesperado.

– Não pode ser...

– Nami? – Luffy estranhava o tom de voz da companheira enquanto acordava Usopp.

– Nami-San, o que foi!?

– Há uma ilha bem ali... – A navegadora dizia de forma sussurrada e completamente desacreditada. Aquela ilha não foi apontada pelo Log Pose. Algo estava errado.

Chopper e Robin acordaram e Usopp ainda estava inconsciente. A tempestade continuou e o oceano bradava com suas oscilantes ondas. O navio estava com as velas soltas, e o vento o levava para a costa da suposta ilha. A ruiva estava com o emocional completamente desconsertado. Além de se sentir inútil cuja situação lhe implorava para que tivesse tomado uma atitude para tirar o navio daquelas condições, ainda tinha que lidar com o fato do companheiro ter se arriscado pela segurança de todos e ainda sumido no mar.

– Zoro... – A ruiva sussurrava melancolicamente. Seu coração estava atordoado. Ela não admitiria perdê-lo num incidente como aquele.

– Usopp acorde!!! – Luffy chacoalhava o companheiro pra todos os lados que aos poucos foi abrindo os olhos, porém permaneceu imóvel.

– L-Luffy...? O que acontece-

– NAMI!!?? – O capitão havia deixado o atirador cair e bater com a cabeça no chão ao constatar que a ruiva havia tirado as sandálias e pulado no mar.

– Nami!? O que você está fazendooooo!?? – O garoto contestava, sem entender por que ela havia decidido sair do navio daquela forma e estava nadando rumo à margem.

– Eu entendo bem o que ela está fazendo... - Luffy ficou ainda mais confuso após a frase de Robin, que parecia analisar a situação e chegar a algum tipo de conclusão.

A navegadora nadou rapidamente à costa e logo começou a correr pela praia.

– Seu idiota! Por que fez isso? E quanto às suas ambições? E quanto aos seus companheiros? – A ruiva corria velozmente e olhava para todos os cantos da praia, procurando desesperadamente pelo companheiro.

Todos estavam achando a atitude de Nami um tanto estranha. Ela nem sequer havia esperado o navio chegar à costa e pulou no mar rapidamente como se tivesse plena convicção de encontrar Zoro por lá.

Luffy... Por que a Nami-San não esperou o navio chegar à beira do mar...? – O loiro não estava entendendo a postura da garota. Todos ali, até mesmo Chopper sabiam que Zoro era forte. Não seria um tornado que lhe pararia, tão pouco o mataria. Ela era uma testemunha da vigorosa força do espadachim, e não fazia sentido se desesperar tanto.

– Eu não tenho idéia, mas... Ela está certa. Vamos procurá-lo também. – O capitão dizia seriamente enquanto colocava o chapéu de palha na cabeça.

Robin ficou olhando para a praia. Havia muitas árvores logo adiante e era perceptível que aquela ilha era pequena, mas o que mais lhe chamava a atenção era a reação inesperada de Nami. Ela estava muito alterada emocionalmente e aquilo atrapalharia mais do que ajudaria.

A chuva não cessou por um instante e a ruiva continuava encharcada. Continuou correndo rapidamente, no ímpeto de encontrar o companheiro por ali. Sua intuição gritava violentamente que o acharia, e nem mesmo os dez minutos percorrendo a costa conseguiram lhe deixar cansada. Ela estava perdida num turbilhão de pensamentos negativos que não lhe deixavam raciocinar direito. Para ela, era inaceitável perder um companheiro daquela forma.

Continuou correndo pela margem, e sua respiração estava extremamente ofegante, quando por fim avistou algo suspeito na borda da praia. Estreitou o olhar ao se deparar com um borrão. As gotas da chuva estavam atrapalhando sua visão. Teria de se aproximar para averiguar o que de fato era. Ela correu o mais rápido que pôde e subitamente assustou-se com a cena que vira. Zoro estava jogado de braços abertos na beira do mar.

– Zorooooooo!!!? – Rapidamente e desesperadamente se aproximou do companheiro que estava muito machucado. Sua camisa havia sido totalmente rasgada, bem como seu corpo que estava com alguns cortes. Zoro estava desacordado e quando Nami agachou-se para averiguar o pulso, percebeu que os batimentos estavam fracos. O espadachim não estava respirando.

– Droga... Eu preciso fazer alguma coisa... – A ruiva tentava raciocinar, mas estava dissuadida demais para pensar em como salvá-lo. Imediatamente posicionou as mãos no peitoral do moreno e passou pressioná-lo múltiplas vezes.

– Respira! Zoro respira!!! Você precisa reagir! – Freneticamente, Nami pressionava várias vezes o peitoral com mais e mais força, mas não obteve resposta. O espadachim simplesmente não reagia.

– Seu idiota! Não ouse partir desse jeito egoísta! Se você morrer eu te mato!!!

Assustada, Nami verificou mais uma vez o pulso e este estava ainda mais fraco que antes. Sem saber o que fazer, voltou a massagear mais uma vez o peitoral, no intuito de fazer com que o companheiro conseguisse reagir.

– Por que você está fazendo isso comigo...? – Antes que percebesse, várias lágrimas caiam de seu rosto e as gotas de chuva misturaram-se com as mesmas.

– Por que, Zoro...? Por que está me castigando assim...? – A navegadora que agora estava cabisbaixa, chorava ainda mais, temendo perder o companheiro naquelas circunstâncias. Atentou para o semblante plácido, observando as gotas molharem o rosto dele, e o canto esquerdo dos lábios machados de sangue, quando então se lembrou de algo que poderia tirá-lo daquela situação. Era tão óbvio, mas o desespero não havia lhe deixado raciocinar direito. Ela passaria fôlego pra ele. Era a única saída.

Se aproximou ainda mais do espadachim, levando as mãos ao rosto do mesmo. Ela sentia que precisava se preparar ainda mais psicologicamente, mas não poderia perder mais tempo. Se ele estava ficando sem pulso e não respirava, provavelmente tinha engolido muita água. Cabia a ela fazer aquilo, porque se sentia responsável pelo desastre do tornado, onde não havia cumprido seu papel como navegadora, e principalmente... Precisava salvá-lo.

– Zoro... Me desculpe...

E instantaneamente seus lábios alcançaram os dele. Timidamente e receosamente forçou a passagem, para que pudesse soprar seu fôlego e trazê-lo de volta ao cenário. Aos poucos a ruiva intensificava o ar que antes estava preso em seus pulmões para os dele, mas mesmo sem reação ela continuaria tentando.

Enquanto a chuva continuava caindo, e a navegadora ainda tentava fazer com que o espadachim reagisse, ela não pôde conter novas lágrimas que insistiam descer dos olhos sem sua permissão. Estava Desesperada demais para suportar toda aquela situação e se pudesse, daria todo o ar que tinha para que ele pudesse respirar. Ela faria qualquer coisa pra que ele abrisse os olhos novamente. Ela se esqueceria de qualquer desentendimento mútuo, trivial ou grave para que ele lhe chamasse de bruxa de novo. Ela esqueceria até mesmo a dívida, mas somente para que pudesse encarar seu sorriso arrogante toda vez que se deparava com um oponente forte. Sim, ela admitia pra si mesma que aquilo lhe impulsionava a imaginar como seria o encurralar e dizer sobre todas as vezes que o apreciava daquela forma, mas apenas se ele reagisse.

Mas ela parou.

Respirou ofegante enquanto atentava para o rosto dele. Nem mesmo um sinal que mostrasse a reação que ela tanto esperava.

Abatida, repousou o rosto no peito dele, tentando ouvir os batimentos cardíacos.

– Zoro... Por favor... Não morra...-

Quando menos esperava, Nami sentiu uma forte batida. O coração havia pulsado de forma vigorosa, e quando levantou o rosto para encará-lo constatou que ele havia tossido e cuspido muita água. E continuou até perceber que ele estava respirando de novo.

Mesmo que pudesse, ela não queria controlar dessa vez suas lágrimas. Levou as mãos aos ombros dele, aproximando mais uma vez seu rosto ao do companheiro para verificar se o mesmo estava respirando. E ela pôde sentir a respiração dele invadir sua face ao se deparar com o fim daquela trágica situação.

– Seu idiota... Nunca mais faça isso... – A ruiva sussurrava perigosamente perto dos lábios que antes haviam sido atraídos aos dela para que pudesse lhe passar seu fôlego e então se deu conta do quanto eram incrivelmente macios. Seu rosto estava tão chegado ao dele que sentiu vontade de acariciar mais uma vez aquele mesmo espaço tão unicamente agradável. E foi o que ela fez. Talvez a dor de sentir que podia perdê-lo desacorrentou um impulso desenfreado, lhe convencendo à loucura de beijá-lo naquelas circunstâncias. Seus lábios moldavam-se deliciosamente aos dele de uma forma delirante, e não imaginava que aquela carícia pudesse lhe deixar tão fora de órbita a ponto de sentir o mínimo de sanidade submergir ao barulho da chuva. Ainda se sentia um pouco aflita e desolada, mas o martírio que rapidamente se transformou num momento propenso a um toque físico que, quimicamente lhe entorpeceu foi essencial para acordá-lo sem que ela percebesse.

Quando Zoro abriu os olhos, teve seu campo de visão encoberto por mechas ruivas molhadas e seus lábios sendo preenchidos por um toque extremamente delicado, que imediatamente lhe instigou de forma prazerosa e desigual. Em frações de segundos ele compreendeu o que acontecia, relembrando-se automaticamente do sonho que havia tido com a ruiva, semanas atrás. Embora as circunstâncias não fossem as mesmas, aquela Nami afetuosa em sua frente era semelhante a do sonho, e ele se sentiu fortemente atraído por ela e pelo modo vagaroso e meigo como a mesma conduzia o beijo. Mas não conseguiria manter-se sóbrio se tivesse ainda mais daquele estímulo enlouquecedor, pois quanto mais recebia, mais deseja ter e principalmente retribuir. Então decidiu suspender a deleitosa carícia.

Abruptamente levou as mãos à nuca da navegadora, que arregalou os olhos logo em seguida.

– Ahh, Zoro!!! – Afastou-se rapidamente do espadachim que mantinha o cenho franzido, estranhando completamente as recentes reações da ruiva. No fundo ele queria rir, mas se conteve, pois ela poderia tirar conclusões precipitadas. Ele então se levantou, ficando sentado de frente para ela, e passou a lhe encarar de forma indiferente.

– Eu suponho que você... Tenha uma explicação convincente pra isso... – E lançou um olhar letífico para a navegadora, mas por dentro estava se divertindo. Queria ver até onde ela iria se justificar pelo beijo nada acidental que havia lhe dado.

– E-e-e-e-eu estava... Eu estava... E-eu te encontrei jogado nessa parte da praia e vi que não estava respirando, e-então e-eu... Fiz apenas o que qualquer pessoa faria ao e-encontrar com alguém que acabou de se afogar... – Nami sentiu o rosto esquentar violentamente. Ela jamais diria que sentiu vontade de beijá-lo de verdade, então desde o início tudo não passaria apenas de uma simples respiração boca a boca. Ao menos era isso que ela queria que o espadachim pensasse, mas aquilo não o havia convencido.

Nami tentou escapar do olhar incompreensível que Zoro lhe lançara, mas foi vencida por um movimento repentino do mesmo, que já havia se posicionado completamente em sua frente e ficado a poucos centímetros de distância.

– O-o que foi...? – Antes que Nami pudesse entender o real sentido da proximidade, ele já havia invadido seu espaço, ficando suficientemente perto de seu rosto. Foi então que inesperadamente o espadachim concedeu uma lambida suave na beirada dos lábios da ruiva.

– Esse sangue... É meu... – Zoro dizia quase inaudível, e sua voz soava mais rouca do que o normal. A navegadora permaneceu parada, com os olhos mais abertos que o comum e perplexa pelo que acabara de acontecer. Provavelmente quando o beijou, um pouco do sangue que escorria pelos lábios dele foi passado para os dela.

A ruiva não conseguiu esconder o rosto enrubescido. Seus gestos naquele momento mostravam um embaraço um tanto engraçado pelo que o espadachim julgara, e naquele momento ele tirava novas conclusões a respeito de Nami. Seria também a hora mais propícia para se vingar dela.

– Não ache que me convenceu com essa desculpa de respiração boca a boca. Você é a mais interessada em encomendar a minha morte. Por acaso estava injetando algum veneno pelos meus lábios?

– Como é? Eu salvei a sua vida!!! Como pode me tratar assim!?

O espadachim ficou em silêncio e novamente passou a se aproximar da navegadora. Relutante, Nami tentou se afastar, mas ele a agarrou pela cintura, deixando claro através de sua atual expressão que não a deixaria fugir de seu enlace.

– M-Me larga... – A garota tentava apartar os braços torneados do moreno ao redor de sua cintura, mas ele era mil vezes mais forte do que ela, então era óbvio que não teria êxito.

– Não é isso que você realmente quer...

– Zoro... Já disse pra me largar... – Por instinto, Nami havia fechado os olhos. O moreno aproximou os lábios para perto do ouvido dela e passou a sussurrar algumas palavras.

– Admita que você... Está apaixonada por mim...

Apaixonada.

Nami sentiu como se seu estômago fosse uma pequena gaiola onde borboletas se debatiam de forma frenética. O coração descompassado, o sangue que circulava cada vez mais forte por todo o rosto, as pernas trêmulas, as mãos suando frio, a respiração que insistia não chegar aos pulmões e a frase coerente que arriscou formular em vão não evitaram que tentasse se livrar do enlace.

– V-Você... Deve ter engolido água demais... E-então o sal invadiu seu cérebro e... Ag-gora est-tá dizendo essas coisas... S-sem sentido... – A suposta ofensa que soou como uma repreensão quase contida servia de estímulo para o espadachim que sorria arrogantemente em resposta. Queria torturá-la mais um pouco.

– Por que está gaguejando...? Eu te causo tantas reações assim...? – Cada palavra era proferida pausadamente num tom extremamente sexy e instigante. A ruiva não conseguia processar toda aquela situação, mas precisava se livrar do enlace, ou ela acabaria por se derreter nos braços dele definitivamente.

– Não Zoro! Eu não estou apaixonada por você! Isso tudo foi um mal entendido, e, por favor... Me solte! – Nem mesmo ela aceitava a possibilidade de estar apaixonada por ele. Para a ruiva, aquela afirmação era completamente absurda e fora de cogitação. - Foi tudo química! – Pensava ela. Poderia ser tudo, menos paixão.

O moreno lançou um novo olhar enigmático para a companheira, que mais uma vez ficou sem entender.

– V-Você não vai me soltar...? – Desviou o rosto tentando esconder a face violentamente enrubescida.

Ele não respondeu. Apenas se afastou rapidamente, dando alguns passos à frente.

A navegadora suspirou aliviada logo após se separarem.

– Nami...

– O-o quê...?

– Obrigado por me salvar. – Zoro virou-se de volta para a ruiva e presenteou a companheira com mais um de seus belos sorrisos. Já ela, virou o rosto tentando mostrar reprovação e esconder todo o constrangimento que ele havia lhe causado. Apesar de tudo, ouvir um ‘obrigado’ era tão inédito que tinha vontade de gravar a cena, só para assistir diversas vezes.

– Pois saiba que sua dívida triplicará por ter salvado sua vida. – Dizia em tom arrogante.

– Que seja... – Retorquia desinteressado enquanto caminhava pela chuva.

– Hey seu idiota, volte aqui! O navio está daquele lado!

*Fim do Flashback*






Luffy, Franky House, Galley-La e os outros estavam agora no mesmo vagão. O trem não só havia entrado nos trilhos, mas Luffy e Zoro também deram cabo da onda gigante durante a Agua Laguna. No vagão, Zoro e Nami discutiam sem parar por motivos banais, como de costume.

– Sua bruxa!

– Seu idiota!

– Hey... Por que vocês dois não se acalm-

– NÃO SE META! – Zoro e Nami diziam em uníssono de forma sombria, repreendendo Zambai.

– Cara, não adianta separá-los. Em briga de casal não se mete. – O marmanjo Tilestone tentava abrandar a situação.

– Não, não! Não é assim que se diz! É: em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher! – Kiwi corrigia.

– Ma-ri-do... e... - Mu-lher? – Zoro dizia sílaba por sílaba de forma perplexa. Os olhos mais arregalados do que o normal.

– Ninguém mete a colher? – Vocês por acaso tem noção do quão absurdo é essa frase? Eu nunca me casaria com esse desorientado! – A ruiva gritava indignamente enquanto apontava para o espadachim.

– Eh...? E por acaso você acha que eu seria louco a ponto de me casar com uma mulher tão mesquinha e egoísta?

– Pelo menos sei andar sozinha por aí e não preciso de ninguém para me acompanhar!

– Você é só uma garotinha magrela que não tem forças nem pra se defender de uma mosca!

Todos do Franky House e os rapazes da Galley-La olhavam atentamente de forma perplexa para os dois.

– Eles realmente se comportam como se estivessem casados...

– O grau de intimidade é bem alto...

– Só casais conseguem brigar desse jeito...

– NÓS NÃO SOMOS TÃO ÍNTIMOS ASSIM!!! – Zoro e Nami recriminavam todos que insistiam na história absurda onde os dois se tratavam como um casal íntimo.

– Mas vocês estavam se amassando àquela hora nesse vagão! – Chimney afirmava convicta.

– Ohh... Então é mesmo verdade? Estava muito na cara... Só não disse nada por que achei que os deixaria constrangidos.

– O que estava muito na cara Kokoro-San? – Nami perguntava enfurecida.

– Mas Chapéu-de-palha-Nee-Chan, você não é o capitão? Vai permitir que os dois se amassem no navio??

– Se amassar? Como assim Chimney? – Chopper não entendia a expressão da garotinha.

– Tanuki-Chan, você é muito inocente! Essas coisas não podem ser compreendidas por crianças!

– E O QUE VOCÊ PENSA QUE É? CHIMNEY!!! – Franky House e Galley-La repreendiam indignados.

– Hmmmm... – Luffy franzia o cenho com ar de desconfiança. A carranca era diferente. Ele encarava Zoro e Nami de uma forma bem inédita.

– Hã...? Você não caiu nessa, não é Luf-

– Zoro... Nami... Não quero que voltem a se amassar no navio. – A voz do garoto era tenebrosa.

– Eh...? – Você não percebe que isso é um mal entendido?

– EU JÁ DISSE!

O espadachim e a ruiva se assustaram com o brado do capitão. A expressão dele era bem séria. Eles não esperavam que Luffy pudesse ser tão rígido com essas coisas.

– Certo! Não quero que vocês voltem a se amassar no navio de novo. Já bastam as cenas que vemos todos os dias dos dois. Se ainda assim continuarem brigando às escondidas vocês podem acabar tendo um desentendimento mais sério e não quero perder meu espadachim e nem minha navegadora. Temos que ficar todos unidos!!! – No mesmo instante Luffy sorria marotamente como uma criança.

– Luffy-Nee-Chan? Você sabe o que significa se amassar, não é?

– É claro que sei! Eles estavam brigando tanto a ponto de cair um cima do outro e se amassarem! – O garoto ria abobalhadamente.

Zoro e Nami fizeram uma careta incompreensível ao mesmo tempo. Como Luffy podia ser tão inocente? A expressão ‘se amassar’ para ele foi traduzida como ‘brigar’. O espadachim e a navegadora cogitaram a possibilidade de se atirarem do trem no mesmo instante.

Todos olhavam incrédulos para o agora sorridente capitão.

– Esse garoto é mais burro que uma ostra... – Kokoro-San dizia enquanto virava a garrafa de Sakê.

Todos conversavam distraidamente sobre o suposto romance dos dois, enquanto Nami se relembrava do que Zoro havia lhe dito minutos atrás, quando o trem ainda tentava entrar no trilho.

*Zoro e Nami Flashback*

– Nós já discutimos sobre isso em Jaya... E também não justifica a forma como está me tratando agora. Eu já disse que está me machucando...

– Se apenas isso lhe fizesse parar, mas... – Ele aproximou os lábios para perto do ouvido dela e passou a dizer coisas inaudíveis.

– Eu realmente me lembro de algumas coisas que você me disse na praia, enquanto estava quase consciente... Do seu desespero em me salvar... Então admita... Admita de uma vez que isso tudo não foi apenas compaixão...

*Fim do Flashback*


O rosto da ruiva havia corado violentamente e ela tentou esconder o constrangimento. Apesar de tudo, agradecia à Chimney por ter aparecido justamente naquela hora, assim não teria que responder aquela pergunta, pois nem mesmo ela sabia a resposta.

Enquanto raciocinava sobre o ocorrido, a pequena e inconveniente Chimney atacava mais uma vez, percebendo que a ruiva estava mais vermelha que o normal.

– Nami-Nee-Chan? Você está com febre? Ou será que tudo isso é por causa do Zoro-Nee-Chan?

– A-ah, o-o quê!? Do que você está falando sua pestinha!!? – Nami agarrava a garota pelo cabelo e chacoalhava pelos ares enquanto Luffy ria da cena.

– Ba-Chan!!! Socorrooooo!!! – Pedia ajuda de forma desesperada.

Zoro que olhava o céu pelo vidro da janela fechada, sorria de modo benevolente ao se recordar das últimas façanhas com a ruiva.

– Sua idiota...


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Notas finais do capítulo

Galerinha, espero que tenham gostado deste. Espero também que tenha superado o capítulo passado xD Confesso que tirei todas as idéias do fundo da caixola pra reproduzir esse, então faço um apelo aos que acompanham: Dêem sugestões. Sim, elas ajudam, até por que serve como uma pesquisa para saber o que vocês querem ler. Leitores Fantasmas: Apareçam de uma vez! Quero a sugestão de vocês também! Não pensem que vocês também sairão ilesos! Tenho tentado escrever algo bem fiel ao roteiro original, e estou bem satisfeita com o andamento da aproximação do Zoro e da Nami. E confessem... Esses joguinhos entre os dois são bem interessantes, não acham? =DD
O que posso adiantar do próximo é que veremos um conselho doído da nossa arqueóloga para nossa navegadora e mais sobre a bonita amizade entre Zoro e Chopper. Acho que tenho focado muito no nosso casal briguento e esquecido os personagens maravilhosos que existem na série. Está na hora de usá-los mais, então eles aparecerão com mais freqüência daqui pra frente.
Espero os reviews.
Até o próximo ^/