Entrelinhas escrita por ariiuu


Capítulo 5
Monstro insensível! - Pré Ilha de Drum


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco, eu sei. Tive que viajar e ficar duas semanas fora (na verdade ainda não cheguei de viagem u.ú). Também tenho meu trabalho que me consumiu bastante nas últimas semanas, mas enfim. Mais um fresquinho para os acompanhantes :]
Neste capítulo que é passado antes da tripulação entrar na ilha de Drum, resolvi explorar alguns pontos entre nosso casalzinho briguento. Como respondi em alguns reviews, vou escrever passo a passo uma cadenciada aproximação entre Zoro e Nami através dos arcos. E ainda temos muitos pela frente que abrirão várias portas para novas possibilidades entre os dois. Só acompanhando para ver até onde eles podem chegar.
E neste teremos alguns esclarecimentos no por que Zoro e Nami sentiram a necessidade de se aproximarem mais um do outro. Desavenças, agradecimentos, gentilezas e gracejos estão presentes neste. Espero que gostem ^/



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Capítulo 05 – Monstro insensível! [Pré Ilha de Drum]


– Eu tenho um pedido a todos... Sendo apenas uma convidada no navio de vocês, não deveria exigir esse tipo de coisa... Mas meu país está entrando em colapso e preciso chegar até lá o mais rápido possível... Agora cada segundo é precioso! Sendo assim... Eu quero pedir que esse navio siga diretamente para Alabasta... A todo o vapor!

Luffy & Cia lançavam olhares circunspectos para Vivi. Sua apreensão era compreensível, afinal, um milhão de vidas estava em jogo.

– Com toda certeza... Essa foi a nossa promessa... – Nami sorria acuada.

– Então vamos encontrar logo uma ilha com um médico. Precisamos da Nami curada o mais cedo possível... Para que possamos seguir viagem para Alabasta. Só assim esse navio conseguirá a velocidade máxima!

– Pode apostar! Não tem outro jeito de acelerarmos. – Luffy sorria satisfeito.

– Tem certeza? Você é a princesa e tem este problemão para se preocupar. – Usopp indagava, temendo que a mesma pudesse se arrepender em perder tempo.

– É exatamente por isso que precisamos da Nami-San curada imediatamente.

– Muito bem, Vivi-chan! Estou ainda mais apaixonado. – O cozinheiro aprovava a postura da garota.

– Ela é corajosa... – Zoro admirava sua determinação.

– Sinto muito ter deixado você preocupada. Mas não se esforce demais Nami-San. – A princesa se aproximou da navegadora que mostrava dificuldades em se manter de pé.

– Desculpe... Vivi... Mas acho mesmo... Que dessa vez... Estou mal de verdade...



Já era mais de uma da manhã e a tripulação repousava. Zoro ficara encarregado de vigiar o navio.

Nami estava de cama e sua febre não tinha baixado. Mesmo com toda a dor, havia se acostumado com a alta temperatura, já que a mesma não cessava nem por um minuto. Estava dividida entre o sono e as más condições em que corpo se encontrava. Em um de seus cochilos acabou tendo um pesadelo com o dia em que Bellemelle foi morta diante de seus olhos. Ela se remexia de um lado para o outro, atormentada com as cenas de Arlong e sua gangue, recém chegados na ilha Cocoyashi.

– Bellemere-San!!!

– Nami... Nojiko...

– Eu queria comprar os livros e as roupas que vocês queriam tanto... Qualquer coisa que quisessem... Desculpem não ter feito nada por vocês... Não fui uma boa mãe...

– Não queremos mais nada! Só não morra, por favor! Fique com a gente!

– Você era da Marinha nãe era? Ainda deve ser boa... É só matar eles!

– E quando eu acabar o mapa do mundo, pra quem eu vou mostrar?

– São suas filhas?

– Sim! Você não vai machucá-las, não é?

– Se você entregar sua vida, não vou.

– Você vai ser a primeira a servir de exemplo. Vai morrer por seu amor idiota!

– Nojiko... Nami... Eu amo vocês....


– Não! – A ruiva se levantava completamente alarmada e em estado ofegante. Parecia que tinha feito um imenso esforço físico. Estava esgotada, quando percebeu que tinha suado muito durante o pesadelo.

– Como se não bastasse estar doente... Ainda tenho estes pesadelos... – A garota olhava ao redor de seu quarto. A escuridão tomava conta de toda a alcova. Bastou ficar apenas dez segundos observando todo o cenário para tomar um choque de realidade, daqueles quando alguém acaba de despertar rapidamente e percebe que tudo era apenas um sonho.

– Preciso de água... – Nami se levantava da cama com dificuldades. Pegou o casaco que estava pendurado na cabeceira e acendeu o abajur que estava em cima do criado mudo. Caminhou lentamente até a escrivaninha e recolheu uma lanterna na gaveta. Subiu as escadas de modo pausado, temendo tropeçar em algum degrau. Dirigiu-se à cozinha do navio, cambaleando várias vezes pelo corredor até chegar a seu destino. Estava tonta, cansada, com febre e dores por todo o corpo. Fazia muito tempo desde que adoecera pela última vez, mas ainda assim não se lembrava de ter pegado qualquer doença que lhe deixasse de cama. E o pior de tudo era atrasar a rota do navio por conta de sua saúde debilitada.

– Precisamos de um médico... – A ruiva se preocupava em como seria seguir pela Grandline sem alguém que tivesse bons conhecimentos em medicina. Precisavam de um médico na tripulação imediatamente.

Após ter se hidratado, apanhou a lanterna novamente e passou a caminhar em direção ao quarto, mas reparou que o clima começava a mudar. O navio parecia se mover para dentro de uma frente fria.

– Acho que vou para fora ver como está a rota. – Fechou o zíper de seu casaco por conta do tempo que havia esfriado e rumou para o convés, ainda cambaleante. Quando cruzou a porta sentiu um forte vento gélido no rosto e ao mesmo tempo avistou Zoro de imediato. O espadachim virou a face para encarar quem estava atrás dele.

– Nami? O que está fazendo aqui? Você devia estar dormindo... – O espadachim foi pego de surpresa. Ele pensava que naquele momento qualquer um poderia aparecer por ali, menos Nami.

– E deixar o navio em suas mãos? Só se estivesse louca. Quase pegamos um ciclone gigantesco por causa da sua incompetência.

– Não tenho culpa se você resolveu ficar doente durante a viagem. – Respondia com rispidez, como habitual.

– Da próxima vez aviso um mês antes que vou ficar doente. Então quem sabe você não possa fazer algo a respeito... – Nami estava com a face exaurida e ao mesmo tempo enrubescida. Seus olhos se mantiveram semicerrados por causa do vento oscilante. Os lábios adquiriram um tom avermelhado. Seus gestos estavam mais vagarosos que o comum.

– Heh.... – Zoro lançava um meio sorriso diante da última frase de Nami. Mas este era um sorriso bem diferente de todos os outros que a navegadora já tinha visto.

– Qual é a graça?

Estava reparando... Você não cede nunca, não é? – O olhar que exprimia seriedade, gerava um aspecto bem diferente do que estava acostumada. Nami não entendia a pergunta que parecia ter sido feita com o propósito de atingi-la de modo grosseiro. Neste meio tempo, a garota notou que estava fazendo um enorme esforço para se manter em pé. Precisava voltar a repousar, pois seu corpo estava muito fraco e pedia por isso. Porém tentou disfarçar tudo o que vinha sentindo naquele momento. Não gostava de preocupar ninguém com seus problemas e também não deixaria Zoro ver parte de sua fraqueza. Se mostrasse alguma vulnerabilidade diante do mesmo, toda a sua pose magnificente se quebraria em pedaços.

– Só porque te chateei com a dívida você fica magoado? Você é bem sensív-

– Você acha que pode me enganar? – Zoro cruzava os braços e encarava a navegadora seriamente. Ela piscou várias vezes, tentando entender o que ele queria dizer. Confessava para si mesma que seu raciocínio estava lento naquele instante, mas a pergunta soava óbvia demais. Ele sabia. Sabia que ela não estava em condições de ficar em pé, quanto mais continuar ali, tomando aquela brisa gelada.

– Você está bem? – A ruiva ergueu a mão, tocando-a na testa do espadachim, na tentativa de averiguar a temperatura do mesmo.

– É você quem está com febre aqui, sua idiota! – A advertência acompanhando o clássico ranger de dentes serrilhados¹ era notável.

– Zoro... Vamos negociar a dívida agora? – Ela tentava contrafazer, mudando o foco da conversa e arriscando transparecer posição de ataque, mesmo estando doente.

– Então é isso? Você acha que pode ultrapassar seus próprios limites? – O moreno se encolhia em seu casaco ao término da frase. Sua indignação por parte da postura forçada da navegadora era evidente.

– Zoro... Pare com esse drama. Eu estou bem.

– Certo, vamos negociar a dívida. Mas não pense que vou facilitar para você. Vou pechinchar sem parar. – O moreno se perguntou até onde Nami iria. Ele não seria nenhum pouco complacente com ela, a menos que a mesma deixasse de ser arrogante e assumisse que não estava bem.

– Pechinchar? Você está louco? Não te disse que a cada dia os juros crescem mais?

– Não quero saber.

– O quê?

– Já que o pagamento será a vista, quero um desconto. – Zoro cruzava os braços e apoiava as costas na balaustrada do navio.

– Desde quando você tem dinheiro? – A ruiva perguntava atônita. Não estava acreditando que finalmente teria a dívida quitada.

– Isto não importa. Diga-me quanto pode descontar.

Nami parou para raciocinar se aquilo de fato era real. Zoro pagaria mesmo a dívida? Será que não estava sonhando? Estava tão mal que nem conseguia pensar direito. Não estava com disposição física para tal.

– Posso abater os juros de três dias. – Ela tossiu após o término da frase.

– E quanto dá?

– Trinta mil berries.

– Pouco.

– O quê? – Perguntava sobressaltada.

– Pode baixar mais. – O espadachim começava a sorrir de modo cínico. Ela começava a cogitar a hipótese dele se aproveitar da situação em que se encontrava no momento. Talvez negociar a dívida naquela hora não tivesse sido uma boa idéia.

– Eu não posso baixar mais que isso. Entenda de uma vez por todas que-

– Eu já entendi. – O moreno interrompia descortês.

– Entendeu o quê? – A garota arqueou uma sobrancelha, averiguando o que ele estava tentando fazer.

– Que sua febre está cozinhando seu cérebro. – Zoro respondeu indelicadamente, e não se importava com o que ela diria depois.

– Você está me fazendo de idiota?

– Você não baixaria nem um por cento dessa dívida se estivesse em seu estado normal, Nami. - A ruiva ficou sem palavras. Ele jogou e teve seu alvo certeiro. Se estivesse mesmo em seu estado habitual não teria feito papel de idiota. Mesmo coagida, tentou virar o jogo a seu favor.

– Seus joguinhos não funcionam comigo, Zoro. Não adianta tentar me passar a perna, porqu- A navegadora não conseguiu terminar a frase, pois sentiu-se tonta o bastante para perder o equilíbrio das pernas e a visão ficar um pouco embaçada. Antes que pudesse ver, Zoro já estava em sua frente, lhe segurando pelos ombros. A mesma se viu totalmente escorada no torso do espadachim.

– Pare de se fazer de forte. – Por mais que Nami tentasse manter seu jeito ostentoso, Zoro jogaria em sua cara mil vezes que no momento ela era apenas uma garota fraca, sem forças até para argumentar sobre seu assunto favorito, que era o dinheiro.

– Não estou me fazendo de forte... Só estou um pouco tonta... – A ruiva não conseguia raciocinar direito. Os pensamentos estavam desordenados. A única coisa que lhe roubou a atenção foi a posição em que permaneceu junto de Zoro. De alguma forma, a proximidade lhe ocasionou uma intensa sensação de conforto. Uma impressão familiar, mas que no momento não se lembrava de onde sentira tal.

– Você está bem? – O espadachim perguntava, desconfiando que talvez fosse cômodo para a navegadora se apoiar nele por causa da tontura.

– Estou... – Nami limitou-se apenas numa palavra como resposta. A ruiva nunca diria para Zoro que aquela situação era inapropriada para ambos, devido ao ameno efeito antes já sentido. Ela já havia pensado nisto antes, porém não deu tanta vazão para tal, mas curiosamente admitia naquele exato momento que quanto mais se aproximava dele nas mais diversas situações, tinha vontade de aumentar as porções. Quando chegou a tal conclusão, sentiu um frio agudo na barriga e no mesmo instante resolveu se afastar. Seria o mais sensato a se fazer numa situação ao qual se imaginava íntima de Zoro.

– Vou voltar pro meu quarto... – Desviou em direção à porta, mas a visão embaçada e a fraqueza nas pernas a nocauteou mais uma vez, fazendo-a perder o equilíbrio novamente. Viu-se apoiada no espadachim pela segunda vez.

– Não sei o que mais me irrita em você... A sua ganância ou sua teimosia...

– Me deixe em paz, seu marimo estúpido. – Zoro arregalou os olhos quando a mesma terminou a frase. Marimo? Nami nunca o chamou de marimo antes. - Só pode ser a febre. – Concluía ele.

O tempo estava tão frio e permaneceram tão próximos novamente, que ela pôde sentir a respiração dele bater em sua nuca. Não sabia explicar, mas algo muito intrigante estava acontecendo ali. Desde quando ficar a poucos milímetros de Zoro lhe causara tamanha placidez? Talvez levasse o companheirismo corsário com o espadachim mais a sério do que pensava. Por isso o motivo de sentir a necessidade de aumentar a proximidade de ambos. Ou então estava delirando por causa da febre. - Porque haveria outra explicação? – Ela pensava enquanto permanecia estática naquela situação.

– Eu não vou descontar os juros de três dias... Zoro... – A ruiva dizia de modo suspirado. Havia perdido a maior parte de suas forças naquele momento.

– Não precisa. – Ele sorriu em resposta.

As folhas das laranjeiras dissuadiam no decorrer dos segundos. A gélida brisa ondulante meneava algumas madeixas ruivas, que conseqüentemente tocavam de leve o rosto do espadachim por parte da proximidade de ambos. No mesmo instante o moreno apanhava uma das mechas da navegadora, impedindo-as de se agitarem através da atmosfera versátil que os cercava. Surpreendia-se pelo modo como os fios escorriam por entre os dedos, estimulando sua maciez tênue. Tal movimento era instigante, quando por fim percebia a concisa distância entre ambos, que desde então veio diminuindo ao decorrer do tempo. Aquilo definitivamente não lhe desagradava. Desde o episódio em Arlong Park, Zoro refletiu muito, até chegar à conclusão de que Nami e Kuina eram realmente parecidas. Esta era a sensação familiar que havia sentido desde que começara a conviver com a ruiva. Ela de fato parecia com sua antiga companheira, não por sua mesquinhez ou ganância, mas por sua força e determinação. Nami não podia sequer sonhar que ele pensasse tais coisas à seu respeito. Ele não a deixaria descobrir.

O constante sopro gelado pairava ao redor do espadachim e da navegadora. Nami arfava de modo descompassado, até sentir seu corpo sendo erguido, tendo uma ligeira surpresa ao ver Zoro lhe pegando no colo.

– Me ponha no chão. – A ruiva exclamava com exaltação.

– Não me faça ficar com a consciência pesada por não ajudar uma garota doente. – O moreno rebatia de modo incivil.

– Eu não estou te pedindo nada. – Respondia indelicada mais uma vez.

– Não estou esperando você me pedir algo. Faço porque quero. – E então Zoro começou a se locomover com Nami em seu colo no mesmo instante. Depois de tudo que havia pensado e sentido, ela já tinha desistido de argumentar com ele. Não tinha vontade de fazê-lo. A situação estava cômoda demais. Não. Talvez cômoda não fosse a palavra correta para classificar... Mas sim afável. Deixou-se envolver pela circunstância que lhe foi oferecida, consentindo que seu companheiro a levasse até seu aposento. Deslocou as mãos até o pescoço do moreno, enlaçando-o, na tentativa de se manter firme em seu colo.

Os dois permaneceram em silêncio. Nami atentava para o jeito cauteloso como ele a carregava, até relembrar-se do episódio em que Usopp lhe contara que Zoro tinha uma namorada. Ela se perguntou várias vezes se tal fenômeno era mesmo verdade. Calculou que mesmo se ele tivesse, não devia se intrometer. Já bastava a cena em Whiskey Peak em que o mesmo afirmou que não havia tal pessoa assim em sua vida, talvez por acanhamento por parte do atrevimento dela ou qualquer outro motivo importante que não lhe revelaria. Ele jamais falaria sobre tais coisas com ela. - Jamais. – Dizia para si mesma.

Zoro terminava de descer as escadas lentamente com Nami em seu colo, e no decorrer do caminho, o espadachim tropeçou num livro que estava jogado no chão, conseqüentemente desequilibrando-se, onde os mesmos incidiriam diretamente para baixo. Mas a queda foi amortecida pela cama flexível. O espadachim caia em cima da navegadora em decorrência ao deslize.

– Hey, seu desastrado, preste atenção! – A ruiva rezingava, batendo no peito do moreno com os punhos fechados.

– A culpa é sua por deixar suas coisas jogadas no chão! – Zoro protestava indignado. Ele lhe estava fazendo um favor, e mais uma vez ela mostrava sua ingratidão através de suas típicas ofensas.

A posição de ambos era um tanto comprometedora, mas não se deram conta de tal, por parte da clássica altercação que parecia completamente natural entre ambos. Bastavam estar perto um do outro e trocarem algumas palavras, que logo surgiam os debates, as brigas por motivos corriqueiros, as agressões físicas por parte da navegadora, as ameaças e cobranças de dívidas... Tudo era automático e cíclico demais.

Nami ficou em silêncio, conjeturando a situação, que apesar de irritante, lhe aprazia a ponto de se esquecer por algum momento que estava doente. Ela demonstrava isto através de sua atual feição, que antes era de pura ranzinza, mas aos poucos tornou-se serena.

Zoro sentia algo parecido, porém seu instinto de defesa ainda lhe cercara. Sua guarda estava sempre em alta, mesmo se tratando da ruiva. Sua postura manteve-se rija até então, porém intrigou-se com o modo em que sua companheira mirou-lhe a face. Ainda que não confiasse totalmente nela, mesmo estando naquele estado tão vulnerável, ele sabia que ela precisava descansar. Decidiu voltar para a vigia e fez menção de se levantar, mas foi impedido pelas mãos da garota que envolveram seu rosto repentinamente, o que fez com que o mesmo arregalasse os olhos logo em seguida.

– O que está fazendo? – A pergunta que transparecia a pasma reação do espadachim ocasionou um leve divertimento para a navegadora. Ela sabia que sua iniciativa seria um ato de surpresa para o mesmo.

– Isto é simples... – A garota comprimiu a distância entre ambos, sussurrando tão baixo a ponto de ter sua voz quase dissipada pelo barulho do vento que oscilava na parte de fora do navio. Zoro se manteve de maneira prolixa, e se perguntou o que fazer numa situação onde se deparava com as recentes e inesperadas atitudes de Nami.

– Obrigada... - A garota terminou a frase transcorrendo um confino sorriso na tentativa de agradecer ao companheiro por conduzi-la até seu quarto. Zoro ficou estático e engoliu a seco. Foi tudo tão súbito para o moreno, que sua reação foi engatar os pulsos da ruiva e dizer a primeira coisa que lhe passou pela mente.

– Você está tentando me contaminar com esta doença? – Uma pausa pairou entre os dois.

Hã? – Um ponto de interrogação surgia na mente da navegadora. – O que você está dizendo? Te contaminar? Você está louco? – Nami espantou-se com tamanha ignorância. Ela estava sendo sincera de verdade. Sua última pergunta era um completo absurdo.

– Heh... Saiba que sua tentativa foi em vão... Eu nunca fiquei doente antes. – Um cínico sorriso decorreu na mesma hora. O espadachim achou que o momento era propício para se vangloriar pela sua alta imunidade, transpassando uma espécie de hierarquia onde Nami estava abaixo dele neste quesito.

– Seu... – Uma veia formou-se na testa da ruiva. Ela assistia ao sorriso do moreno que sobressaia escárnio em demasio e se condenou por deixar que Zoro lhe fizesse um favor. Seu orgulho gritava explicitamente.

Monstro insensível! – Quando Zoro deu por si, Nami já havia lhe empurrado para longe de si. A ruiva passou a atacar várias coisas na direção do espadachim, que saia do quarto se defendendo dos objetos que lhe eram lançados.

– Você vai acordar os outros. Pare de fazer escândalo! – O tom impertinente do moreno não apartaria os alvoroços de Nami. Ela estava tão descontrolada que nem sequer se lembrava que estava queimando em febre.

O espadachim fechou a porta com furor. Depois de toda a gentileza que fizera pela ruiva, era assim que ela o compensaria? Definitivamente ela era uma bruxa. Não podia confiar nela, por mais que quisesse. A navegadora era perigosa demais para terem um convívio mais contíguo. Nami. Seu codinome = Problema. Ou Dívida, se assim fosse.

A garota finalmente aquietou-se em sua cama, encolhendo-se nos cobertores por causa do frio.

– O que esse idiota tem na cabeça? Não posso sequer ficar ao seu lado por um minuto. – A ruiva condenava o companheiro de todas as formas possíveis. Não acreditava que pensou em estar mais próxima dele. Isto era definitivamente impossível. Não tinham nada a ver e ele era extremamente irritante, além de estar lhe devendo dinheiro.

– Que um raio caia em cima desse espadachim estúpido. – Foi uma das últimas coisas que a navegadora pensou antes de cochilar.

Atchim! – O espadachim espirrava enquanto andava pelo convés. Mas aquilo estava longe de ser um resfriado.


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Notas finais do capítulo

¹ O clássico ranger de dentes serrilhados de One Piece é tão comum, que precisava colocar isto aqui :D
Não sei se a fanfic está agradando a todos, mas estou em esforçando. Há vários pontos que poderiam ser mais explorados, no entanto me sinto um pouco incapacitada para escrever detalhadamente no momento. Não posso me dedicar muito tempo à escrita, pois tenho muitas coisas mais importantes para fazer. Mas saibam que eu amo de verdade escrever. É um hobby que me enche de alegria, e saber que há várias pessoas lendo e aprovando faz com que minha criatividade floresça cada vez mais. Estou aberta à sugestões. Sintam-se á vontade para opinarem sobre esta fic :]
O próximo capítulo acontecerá em Alabasta. Prometo caprichar.
Não esqueçam os reviews :]
IntérRR, povão ^/