Entrelinhas escrita por ariiuu


Capítulo 11
Tente se convencer disso -Pré Triângulo de Florian


Notas iniciais do capítulo

Eu tentei trazer o capítulo mais cedo, mas infelizmente não deu. Muitos imprevistos aconteceram. Não foram imprevistos de fim de ano, até porque, natal e ano novo é indiferente pra mim, mas cá estou eu com mais um. Peço a todos que acompanham ler as notas finais do capítulo. Vai ter algo importante lá.
Sei que Triângulo de Florian nem é um arco, mas tive que colocar assim, já que o próximo é Thriller Bark.
Neste teremos: Desânimo, olheiras, guerras internas, esclarecimentos, brigas leves, brigas pesadas e confusões sentimentais.
Divirtam-se.



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Capítulo 11 – Tente se convencer disso...
[Pré Triângulo de Florian]


- Você devia saber que por aqui não haveria tantos gravetos. Nesta parte da floresta há muitas árvores primárias...

- Heh... Você realmente não entende nada, não é...?

- E o que eu deveria entender...?

Zoro passou a se aproximar lentamente da ruiva. Quando o moreno ia encurtando a distância entre ambos, ela passou a sorrir de canto.

- Que não te trouxe aqui à toa...

- Você me trouxe? Eu te guiei até aqui!

- Então tente guiar isto... – O espadachim tocou a nuca da navegadora com a palma da mão e aos poucos foi puxando o rosto da mesma para perto do seu. Nami não impediu. Antes facilitou o enlace na cintura que ele fizera com a outra mão logo depois. Ela também se sentiu livre para vincular os braços no pescoço do moreno. Os olhares extasiados se encontraram e permaneceram imóveis por longos e deliciosos segundos. Segundos fatais, que lhes instigaram a se conter um pouco mais, apenas para proporcionar um tipo de adrenalina na expectativa.

O moreno deslizou lentamente as mãos pelas curvas da cintura esguia. O contato direto com a pele dela era tão apetecível, que parecia estar encostando-se a uma refinada porcelana. Uma das missões mais difíceis que tivera, era de se manter são, diante da beldade que era sua companheira.

- Nami...?

- O quê...?

- Quando vai confessar que está apaixonada por mim?

- Eu não estou...

- Não está?

- Não...

- Tem certeza?

- Tenho.

- Mesmo?

- Sim.

- Eu acho que não.

- É claro que sim.

- Sim? Então você assume que está apaixonada por mim?

- Sim!!! Quer dizer... Não, eu não estou!!!

- Não é o que parece...

- Zoro, eu... JÁ DISSE QUE NÃO ESTOU APAIXONADA POR VOCÊ!!! - A ruiva protestou em alto tom, se sentindo indignada. Foi quando o empurrou para longe ao bradar exaltada.




- Você não está apaixonada pelo Zoro? Tem certeza? – Franky indagava ao perceber que repentinamente a navegadora havia acordado da soneca que estava tirando em cima da mesa da cozinha do Sunny, gritando tais palavras quase ensurdecedoras.

- O-QUÊ!?? FRANKY!??

- Sim.

- Aah... E-eu... Não... Você não... – A garota olhava ao redor da cozinha, completamente alarmada e envergonhada ao constatar que o ciborgue e qualquer um que estivesse ali pudesse ter ouvido a afirmação absurda que a mesma fez inconscientemente.

- Não se preocupe. Não tem mais ninguém aqui. – Franky dizia enquanto pegava uma garrafa de cola na geladeira.

- Aah... Mas eu-

- Eu já entendi tudo! – O ciborgue mostrou o polegar, sorrindo marotamente.

- Hã...? O que você... Entendeu...? – Nami fez uma careta indecifrável, se sentindo perplexa ao perceber que o marceneiro pudesse ter tirado uma conclusão absurdamente precipitada.

- O suficiente para perceber que você está de quatro pelo espadachim. Agora se me der licença, vou para a oficina trabalhar na construção de uma nova arma para o Sunny. Até mais!

- Espere!!! Você está equivocado! Eu não estou-

*BLAM*

A porta havia sido fechada rapidamente. Nami ficou parada de uma forma ridiculamente ignorável.

Há vários dias a ruiva estava sofrendo com insônia. Desde que se reencontrou com Cain, vinha tendo vários tipos de pesadelos com o seu passado. Quando finalmente caiu no sono, acabou sonhando com a coisa mais impossível e irreal que existe: Ela e Zoro no maior Affair. Aquilo definitivamente só podia ser algum tipo de castigo pelas coisas ruins que havia feito no passado.

-

-

- Wouhohohohoho!!! Incrível Zoro!!!

- Zoro, eu também quero iiiiir!!!

- Sem essa Chopper, eu que sou o próximo!!!

- Mas você não pode ficar de pé na prancha, Luffy!!!

- Nem você!!!-

- CALEM A BOCA OS DOIS! – Sanji dava uma bofetada na cabeça da rena e do capitão que observavam de longe Zoro fazendo diversas acrobacias aéreas em cima de uma prancha de Wakeboard, segurando uma corda que estava presa no Jet Ski que Usopp dirigia. Sanji ainda observava os dois companheiros babarem na diversão do espadachim e voltou a se zangar.

– Se vocês caírem no mar eu não vou nadar pra socorrê-los!

- Você é mau Sanji... – Resmungava o capitão.

- É Sanji... Por que não podemos andar só um pouquinho...? – A rena protestava enquanto segurava o galo na cabeça.

- Por que você vai caçar algumas frutas para a sobremesa especial que vou fazer. E o marimo vai com você. – O cozinheiro mandava Chopper numa tarefa em conjunto com o espadachim. Todos haviam ancorado numa pequena ilha. Então toda a tripulação concordou passar um dia por lá.

- Mas agora!?

- Sim, agora. MARIMOOOOOO VENHA AQUI!!! – Sanji gritava no intuito de Zoro ouvir sua voz.

- Que tipo de frutas?

- Frutas ácidas.

- Nami não deixou você tocar nas laranjas não é mesmo...? – Robin se aproximava dos companheiros enquanto sorria como de habitual.

- Robin-Chwan!!! Vou fazer uma apetitosa torta cítrica para a sobremesa de hoje!!! – O cozinheiro rodeava a companheira enquanto seus olhos em forma de coração pulavam de seu rosto.

- Tenho certeza que ficará deliciosa. – A morena respondia animadamente.

- O que você quer Ero-Cook? – Zoro acabava de subir para o convés. Ele estava encharcado.

- Vá com o Chopper na floresta da ilha procurar por limões.

- Por que quer limões? Alguém no navio está doente?

- Mas é claro que não seu idiota! Não está vendo que vou preparar uma sobremesa especial para a Robin-Chan e a Nami-San!?

- Isso não é da minha conta. – O espadachim virou de costas.

- Volte aqui, maldito!

- Vocês não se cansam de discutir? – Nami entrava na conversa repentinamente com uma expressão completamente assombrosa. Ela estava com uma feição abatida e olheiras eram nítidas.

- Nami-San!!! Vou preparar uma sobremesa par-

- Eu já sei... Apenas faça silêncio... Sua voz está me irritando. – Interrompia o cozinheiro, e a aura obscura que a mesma emanava no local passou a afetar todos que estavam ali presentes, de forma que se perguntavam internamente por que ela estava tão horripilante.

- Nami, por que não descansa um pouco? – Robin sugeria para a companheira que parecia estar esgotada.

- Eu quero ajudar a procurar as frutas. Vamos logo... – A ruiva pegava a corda para descer do navio.

- O que há com ela? – Indagava Usopp.

- Talvez ela não esteja comendo carne direito. – Luffy respondia confuso.

-

-

- Zoro...?

- Sim?

- Por que a Nami resolveu seguir sem nós? Ela não está em boas condições físicas para andar sozinha... – A rena perguntava preocupada.

- Eu não vou me meter nas decisões dela. Se ela quer ficar sozinha, então que fique.

- Mas-

- Vamos logo embora levar esse limões para aquele cozinheiro idiota.

- Sei... – Chopper sorriu de canto.

- O quê? – Zoro franzia o cenho.

- Eu sei muito bem por que quer voltar para o navio tão rápido... – O médico tentou esconder o riso, mas falhou miseravelmente.

- Hã? Como é...? – O espadachim continuou sem entender.

- Você quer dormir o dia todo!

- O quê!? É claro que não!!!

- Quer sim! É só isso que você tem feito todos esses dias enquanto não chegamos à ilha que o Log está apontando!

- Eu não estou dormindo o dia todo! Só estou recuperando a energia dos últimos treinos! – O moreno tentava justificar. Ele sabia que Chopper estava certo, porém não daria o braço a torcer.

- O Sanji trabalha bem mais do que você... – A rena falou mais baixo que o comum, mas o companheiro havia ouvido e automaticamente se exaltou.

- Repita isso se não quiser mais viver! – Zoro apanhou Chopper pelas costas e passou a encará-lo de forma irritada.

- Não quero! – Respondia birrento.

- Certo! Então vamos embora agora! – O espadachim passou a correr pela floresta enquanto continuava segurando o companheiro pelas costas.

- Zoroooo, me solta!!!

- Quando chegarmos à margem vou te jogar no mar. – O moreno sorriu de forma assombrosamente terrorista.

- O quê!? Nããããão!!! – E assim os dois seguiram o caminho de volta para o navio.


-

-

- Olhem! É o Zoro e o Chopper!!! – Luffy gritava animadamente enquanto via a cena intrigante do espadachim jogando a rena no mar.

- Esse marimo é mesmo um idiota, e... Hey... Onde está a Nami-San? Ela não tinha ido com os dois?

- É verdade. Será que ela não veio junto com eles? Será que eles a deixaram sozinha na floresta? – Usopp tentava entender por que a ruiva não acompanhava os dois companheiros que já se dirigiam ao Sunny.

Robin observou a cena e os comentários dos amigos. Mesmo com o olhar sério, não mostraria que estava preocupada com a companheira, pois nenhum deles sabia que a mesma havia se encontrado com um ex-colega de trabalho e estava um pouco deprimida por conta disso. Nami não queria que ninguém do navio soubesse do ocorrido, pois já bastava o espadachim ter se intrometido na hora em que acertava as contas com Cain.

- Você deixou a Nami-San sozinha naquela floresta seu cabeça de alga!? – Zoro mal havia subido no Sunny e Sanji já estava gritando horrores em seu ouvido.

- Ela está sozinha por que quis! Agora pare de gritar comigo, seu cozinheiro mulherengo!

- Seu-

- Sanji. A Nami deve estar querendo ficar sozinha. Vamos deixá-la em paz por enquanto.

- Mas Robin-Chwan...

- Não fique triste. Quando ela voltar, provavelmente vai estar faminta... – Robin sorria. Ela sabia como fazer com que Sanji parasse com aquele teatro dispensável.

- É verdade Robin-Chwaaaaaaaan!!! Vou agora mesmo preparar a torta de cítrica para deixar na geladeira! Quando a Nami-San voltar, ela vai estar geladinha!!! – O cozinheiro corria alegremente na direção da cozinha.

- Idiota... – Zoro resmungava enfadonho enquanto observava o loiro correr abobalhadamente.

-

-

Na floresta, Nami havia entrado numa cachoeira e ficado debaixo dela por vários minutos. Ela não estava preocupada com o fato de que alguém poderia chegar repentinamente e vê-la despida. Ela não estava preocupada se os seus companheiros estranhariam a sua ausência. Ela não estava preocupada com mais nada além de seus próprios pensamentos que insistiam permanecer nos acontecimentos passados. Tudo por que seu encontro com Cain havia feito com que a mesma tivesse tomado um grande choque de realidade. Uma realidade tão sombria que faria de tudo para apagar.

Enquanto mantinha a cabeça debaixo da água da cachoeira, percebia o quanto o mundo podia ser cruel e que talvez nem mesmo merecesse ter nascido, afinal, qual era o seu propósito? Por anos roubou várias pessoas. Pessoas as quais nem mesmo se lembrava da fisionomia. Também não tinha o número exato do total de vítimas que tiveram seus tesouros furtados. E no final, para quê tudo aquilo? Arlong mostrou que nunca cumpriria sua promessa e ela teria de viver sobre a perseguição constante dos tritões. Foi muita sorte ter encontrado pessoas que compraram sua briga. Luffy e os outros realmente mereciam muito mais do que ela poderia oferecer como navegadora, mas ainda assim, se sentia indigna demais para tal. Cogitou a possibilidade de deixar o bando se fosse necessário, pois eles não precisavam de alguém como ela.

E assim o dia foi passando. Após a ruiva sair da cachoeira, ficou horas parada e sentada numa pedra, apenas observando a água cair.

-

-

- Hey, Nico Robin!

- Sim?

- Até quando vai ficar aí olhando pra essa ilha? Se está preocupada com a garota por que não vai atrás dela?

- Ora, isto é um tanto grosso de sua parte, Franky. – A morena sorriu de forma misteriosa.

- Por quê? – O ciborgue arqueou uma sobrancelha.

- Em vez de me mandar ir atrás dela, por que não se oferece para vir comigo? – E mais uma vez ela sorriu, mas dessa vez o cinismo ficava evidente.

- Me pergunto o que você está planejando dessa vez... – Franky desviou o olhar para o outro lado, onde alguém parecia bem irritado.

- Será que vocês dois poderiam parar de falar nessa altura!? Eu estou tentando dormir! – Zoro repreendia os companheiros que falavam mais alto que o comum.

- Ohh, Zoro, você estava aí? Não te vimos! – Robin mais uma vez exibia seu cinismo descarado.

- Não me provoque, pois não estou para brincadeiras hoje. Quero dormir, então sumam logo daqui!

- Você estava ouvindo a nossa conversa, não é? Por que não vem com a gente? – Mais uma vez Robin cutucava.

- Não obrigado. O espadachim rebatia indelicado.

- Por que não, cara? Será que você não sabe que essa floresta é suuuuuuper perigosa? – Franky sacava a tática de Robin e então resolveu ajudá-la.

- Não vi nada de perigoso lá.

- Isso por que você não viu o tamanho do penhasco do outro lado da ilha. E se a Nami não tiver prestado atenção? Ela pode ter caído de lá!

Zoro havia virado o rosto, mas seus olhos arregalaram. Ele não sabia que aquele lugar tinha um penhasco, e do jeito em que a ruiva estava, não era difícil se desequilibrar e cair.

- Espero não me arrepender por isso. – O espadachim que antes estava sentado e encostado nas laterais do navio, pulou repentinamente de cima do mesmo. Como se não bastasse ser atentado pelos dois companheiros, ainda se via preocupado com a navegadora. Ele não sabia que a tal floresta representava tanto perigo assim.

Franky e Robin sorriram um para o outro no momento em que viram Zoro caminhando rumo à floresta. A dupla foi logo em seguida.

-

-

Nami continuava parada, sentada na pedra em frente a cachoeira. Por mais que tentasse, seus pensamentos estavam presos no passado.

*Nami flashback*

- Nossa... Esse já é o seu vigésimo nono caneco... Ultimamente você está bebendo além da conta. - Cain sorria de canto enquanto olhava para a ruiva de forma petulante.

- Eu já tinha decidido que ia encher a cara hoje. Espero que não pretenda me parar.

- Imagine... Está sendo bem divertido ver você se tornar uma dependente do álcool.

Enquanto Nami permanecia no balcão da taverna bebendo, Cain observava o local. Ele fixou o olhar num grupo de garotos que pareciam não ter muita experiência com bebidas. Um deles parecia se esforçar para mostrar aos amigos que ele era um Drinker experiente, mas o loiro constatava que era pura cena.

- Na-Chan... Está vendo aquele garoto ali?

- Quem?

- Aquele grupo de adolescentes parece ser bem inexperiente com bebida. Por que não vai até lá ensinar a eles como se faz?

- Aquelas crianças ali? Tá brincando...! São jovens demais para agüentar uma noite toda de bebedeira. Vou até lá. – A ruiva se levantava do banco do balcão, mas foi surpreendida pela mão de Cain em seu braço.

- A propósito... Localizei o alvo. Aquele garoto de cabelos negros e casaco de couro. – O loiro cochichava discretamente.

- Por que ele?

- Por que ele está pagando bebidas caríssimas para o grupo. Deve ser algum riquinho metido à besta, e também... – Cain pausou a frase após encarar o garoto fixamente mais uma vez. Nami arqueou uma sobrancelha.

- Ele está carregando algo de valioso? – A garota indagava.

- Ele está carregando uma Lapis Lazuli no pescoço. Isso é o bastante pra você...? – Cain sorria em tom de deboche.

- O quê!? Como pode ter certeza que não é falsa!? Essa pedra é...-

- Uma das mais valiosas do mundo. E não discuta comigo, Nami. Por acaso está duvidando sobre minha habilidade em reconhecer pedras preciosas? Não seja ingênua. Seja discreta.

Nami olhava atentamente para o pescoço do garoto. A pedra realmente esbanjava um brilho diferente de qualquer outra pedra que tinha visto. Naquele momento ela percebeu o quanto sua vida como ladra no East Blue era limitada. Se navegasse pelos outros mares, o que poderia encontrar? A ruiva começou a sorrir maliciosamente.

- Nami fique atenta. Há outros que também estão de olho nele... – Cain interrompia os devaneios da companheira, que logo em seguida mostrou uma postura determinada e demasiada intrépida.

- Então... Estou indo... – A ruiva ajeitou o vestido, e então se dirigiu para a mesa onde o grupo de garotos se encontrava. Vários homens suspeitos que também estavam na taverna observando o tal garoto passaram a encará-la com desconfiança.


*Fim do flashback*



-

-


- O que você está fazendo deitada nessa pedra há essa hora, bruxa?

- Hã...? – A ruiva abria os olhos com dificuldade, enquanto sentia os raios solares agregados a imagem do rosto de Zoro em sua frente preencherem suas vistas. Ela permaneceu deitada, mesmo depois de acordar. A regata rosa e o short branco jeans estavam úmidos por que havia se secado com eles logo depois que saiu da cachoeira. Os cabelos ruivos estavam completamente desordenados e bem mais ondulados que o comum.

- O que você está fazendo aqui...? – Perguntava com o tom de voz mais baixo que o usual.

- O que estou fazendo aqui!? Todos estão preocupados com você! Pensamos que tinha caído do penhasco!

- Hã...? Penhasco...? Claro que não... O único que cairia do penhasco é você, que nunca sabe onde vai parar... – Mesmo com a voz da navegadora mostrando desânimo em demasia, Zoro sentiu a veia pulsar instantaneamente em sua testa.

- Vamos logo embora para o navio. Aquele cozinheiro pervertido preparou uma coisa gostosa pra você comer, então-

- Eu não vou.

Um silêncio brotou na mesma hora. Zoro franziu o cenho.

Em breve anoiteceria e sabe-se lá como aquela floresta ficaria a noite, e então ele ouve a coisa mais irreal do mundo: Nami dizendo que iria ficar. Ela era medrosa demais para suportar um lugar como aquele a noite. Ele não estava acreditando na situação que a ruiva havia chegado.

- Mas que raios está acontecendo com você!? Por que está agindo como se nada fosse-

- Me atingir? É... Você tem razão... Já fui acertada por tudo de ruim que a vida pode proporcionar... Sabe... Viver como uma ladra todos esses anos nunca fez com que enxergasse algo tão óbvio que-

- Cala a boca. Você está começando a me irritar... - Quando deu por si, o espadachim já havia falado. Ele não estava agüentando ver toda aquela cena patética com a ruiva.

- Heh... Eu sabia que você não teria saco para ouvir meus desabafos reprimidos... Pode ir embora agora, Zoro...-

Repentinamente Nami teve seu braço enganchado pela mão áspera do espadachim que a levantou de cima da pedra logo em seguida. Os dois ficaram com os rostos bem próximos. A ruiva olhou um pouco atônita para o companheiro, pois foi tudo muito rápido. Já ele, direcionava a cólera de seu olhar de forma abrasadora nela.

- Quando vai parar de ser tão dramática!? – A voz dele era tenebrosa.

- De novo me chamando de dramática...? Sério, eu não tenho nem ânimo de discutir com você hoje, Zoro... Por favor, pode ir embora treinar, dormir, ou seja lá que raios você faz naquele navio... - Nami fechou os olhos e sorriu desanimadamente logo em seguida.

- Então eu não tenho escolha senão te levar a força. – O moreno pegou a garota no colo no mesmo instante. Aquilo causara certa indignação, mas ela não tinha forças para reagir. Nami sabia que discutir com ele seria em vão, pois Zoro era mais teimoso que qualquer outro animal na face da terra. Ela não queria voltar para o navio e ter de fingir estar bem. Ela não queria seguir o percurso do navio enquanto não resolvesse seus conflitos internos. Ela não soube como reagir, então a única coisa que lhe restou foi...

Zoro se surpreendeu com os pingos quentes que haviam caído em seu braço repentinamente.

- Nami...? Por que você está... Chorando...?

- É só que... Eu não tenho forças pra suportar isso... Me desculpe... – E as lágrimas continuaram caindo sem parar. Naquele momento Zoro via-se num dilema. Pela primeira vez ele tinha que admitir: Ela não estava sendo dramática. Ainda que não conhecesse as raízes das guerras internas da garota. Como poderia fazer com que ela se sentisse melhor? Ele não sabia nem mesmo o que dizer para que ela parasse de chorar. Nessa hora, por mais que pensasse não conseguia chegar a uma conclusão e fez a primeira coisa que lhe veio à mente.

- Pare com isso... Você é forte e já passou por tantas coisas ruins... Mas... Se ainda quiser chorar, eu estarei aqui para enxugar as suas lágrimas... – De uma longa pausa antes de continuar. - De crocodilo...

Mesmo com o rosto encharcado, Nami o encarou perplexa. Aquilo mais parecia uma cena de filme de comédia. Um paradoxo bem típico do espadachim. Zoro a encarou de volta, se certificando se aquilo era o bastante para fazer com que a choradeira cessasse. E foi o que aconteceu. Nami continuou desacreditada com o que ouvira e sua segunda reação depois de se sentir abismada foi rir. A ruiva riu como louca. Uma das qualidades que mais apreciava em Zoro era a capacidade do mesmo ser absurdamente imprevisível. Por mais que ela dissesse pra si mesma que seria impossível se recuperar rapidamente, ela não esperava que acabasse numa situação daquelas.

- Você... Acha que estou fingindo é...? – A navegadora tocava a ponta do nariz do espadachim com o dedo indicador. Um sorriso de canto germinou naturalmente em seus lábios e aos poucos ela foi sentindo um novo choque de realidade lhe invadir violentamente. Este era a rotina que tinha com os Chapéus de Palha.

- Acho que é impossível aceitar que você esteja chorando de verdade, mas seja como for, é melhor você aceitar a si mesma e parar de olhar o passado.

- Mas Zoro... Eu fiz coisas terríveis... Coisas nas quais você não sonharia...

- Tipo o quê? Roubar uma velhinha?

- Pior que isso... – A face da ruiva se desmanchava mais uma vez num mar de obscuridade. Zoro se perguntava o que ela poderia ter feito de tão grave.

- Você não precisa me dizer nada. Eu não quero ouvir nenhuma história dramática, então-

- Um caçador de recompensas matou um garoto que eu estava perseguindo, na minha frente e por minha culpa. – A navegadora dizia num fôlego só, como se não agüentasse segurar aquele capítulo negro por mais tempo em sua garganta. Zoro a colocou no chão logo em seguida.

- Sua culpa? Algum mal entendido?

- Não exatamente. Isso aconteceu por que naquela época estava bebendo mais que o comum, e pra completar... O dinheiro havia subido demais a minha cabeça... Eu simplesmente calculei tudo errado porque estava bêbada.

Zoro estranhou as últimas palavras da companheira.

- Então você já foi alcoólatra e mais ambiciosa do que é hoje? Interessante...

- Não há nada de interessante em perder o controle de si mesma por causa de bebida e dinheiro... Uma vida foi tirada por meu egoísmo e mesquinhez... – O tom melancólico da garota fazia com que Zoro compreendesse o drama dela. - Então ela havia passado por traumas que não seriam facilmente apagados? – Pensava ele.

- Devo deduzir que depois desse episódio ruim você fugiu? – O espadachim indagava, tentando entender a conclusão da história, pois odiava delongas.

- Sim. A morte daquele garoto inocente foi o ponto culminante da minha volta para o East Blue, então eu fui até a pousada onde eu e Cain estávamos hospedados. Entrei no quarto dele pensando que estivesse dormindo, mas não o encontrei... Porém havia uma carta em cima de uma cômoda com o selo da Kurokaze. Por mais que aquilo não me interessasse, aquela faccção já havia pedido para me juntar a eles antes, então acabei lendo a mensagem por instinto de defesa. – Nami deu uma longa pausa antes de prosseguir. – Eles haviam mandado Cain me levar para o Submundo depois daquela temporada no South Blue. Eu fique assustada, pois não iria me juntar a eles. A única alternativa que tive, foi de levar a jóia que roubamos de um nobre e que estava guardada desde então. Ela seria levada ao chefe da Kurokaze, pois era muito valiosa. Aquilo seria o bastante para pagar as despesas da viagem de volta para a vila Cocoyashi e ainda sobraria muito... – Mais uma vez a ruiva pausou com as explicações longas.

Zoro não perguntou mais nada. Tudo o que ela lhe dissera foi suficiente para entender o que a afligia. E aquilo definitivamente explicava o porquê da mesma dar sua vida tão facilmente pelos moradores de sua vila natal, afinal, se apenas a suposta morte de uma pessoa lhe fizera aquele estrago, o que uma população inteira poderia lhe causar?

- Nami... Imagino que não tenha sido fácil, mas você precisa esquecer a morte desse garoto. Não podemos navegar rumo às nossas ambições se você estiver presa ao passado. Portanto, trate de se livrar desses pensamentos de culpa de uma vez por todas. – O tom grosseiro e indelicado do espadachim não era nenhuma novidade para a ruiva, mas por mais que tentasse esquecer, aquilo definitivamente não era uma tarefa fácil.

- Eu não posso me esquecer disso... Várias vezes tenho pesadelos sobre a forma em que ele foi assassinado...

- E como foi?

- Um corte extenso na barriga... Ele perdeu muito sangue...

- Quem o matou foi um caçador de recompensas?

- Sim. Com uma espada.

- E por acaso saiu alguma nota num jornal sobre a morte do garoto? – O espadachim sabia que mortes por caçadores de recompensa chamavam a atenção da mídia.

- Eu não li jornais por várias semanas depois disso... Mas pela aparência dele, era fato que pertencia a alguma família importante da ilha. – Nami permaneceu cabisbaixa. Tudo aquilo era ruim demais para recordar.

Zoro suspirou e fez uma careta. A ruiva arqueou a sobrancelha por não entender a feição atual do companheiro, mas ele esclareceu tudo logo em seguida.

- Eu poderia não te dizer isso, mas... Como vejo o quanto está se sentindo mal por causa da culpa... Já parou para pensar que esse garoto pode não ter morrido? – Nami arregalou os olhos em resposta.

- Não Zoro. É impossível que ele tenha sobrevivido àquele golpe.

- Tem certeza? Já recebi vários cortes na barriga, perdi muito sangue e não morri. – O moreno sorria debochado.

- Não posso comparar um garoto com um monstro como você... – A carranca óbvia germinava.

- O corte pode não ter atingido nenhum ponto vital.

- Mas-

- Você não pode ter certeza se não averiguou. – Rebatia de forma agressiva.

- Por que você... Está me dizendo isso...?

- Por que já estou cansado de você ter motivos para reclamar... Qual será a sua próxima desculpa? Ter atropelado um golfinho?

- Você não sabe como me senti naquele momento... Guiei um garoto inocente para a morte... E sabe o que fiz logo em seguida? Fugi... De medo... Repulsa e raiva de mim mesma... – Mais uma vez a navegadora inclinava a cabeça para baixo. Aos poucos, novas lágrimas inundaram a face da ruiva. Zoro revirou os olhos de irritação.

- Me desculpe... Acho que estou estragando mais uma vez seu plano de me deixar mais animada e-

O sorriso audacioso e desaforado do espadachim foi a última coisa que Nami pôde visualizar logo após de ser arremessada para dentro da cachoeira.

*SPLASH*

- Zoroooooooooooooooo!!! S-seu idiota!!! – A garota protestava com fúria. O cenário que a levava de volta para o passado em que tentava esquecer foi totalmente quebrado pelo espadachim, que manteve a feição descarada muito visível.

- Hey Nami, a água está muito gelada? Não consigo ouvir o que você diz!

- Ora seu... – Imediatamente a ruiva nadou até a beirada da cachoeira. Ela estava encharcada e aos poucos foi trilhando para onde o companheiro estava.

- POR QUE FEZ ISSO!?? – A ruiva passou a gritar mais que o normal.

- Por que está gritando tão alto? Entrou água no seu ouvido? – Zoro continuaria provando a navegadora quantas vezes fossem necessárias naquela hora.

- Você é um idiota! Como ousa me jogar na água num momento em que estava aflita e distraída? Isso é muito baixo vindo de você!

- Baixo? Como eu poderia fazer você calar essa boca, hein!?

- O quê!!? Por que VOCÊ não cala essa boca!?

- Vem me fazer calar a boca, sua bruxa!!!

- Com muito prazer! – Nami se aproximou rapidamente e empurrou o moreno para dentro da cachoeira no mesmo instante. Zoro não teve como reagir. Tudo o que a ruiva pôde contemplar, foi o baque que o mesmo sofreu contra as águas e logo depois sua exclamação em reprovação ao seu ato.

- O quê Zoro!? Eu não posso te ouvir!

O espadachim saiu da água completamente ensopado e com uma carranca horripilante. A ruiva soltou um riso abafado.

- Nami...?

- O quê...?

- Posso te fazer um favor se quiser...

- Eu agradeço, mas acho que não vai precisar. E seja como for, você não é de prestar favores a ninguém, que dirá a mim.

- Não se preocupe. É uma forma simples e rápida de acabar com suas memórias ruins.

- O que poderia acabar com minhas me-

O moreno que ainda estava encharcado, pegou repentinamente a companheira no colo mais uma vez e passou a correr com a mesma em seus braços. Ambos estavam completamente molhados.

- Hey, pra onde você está me levando!!?

- Se te atirar de uma cachoeira não deu certo, quem sabe do penhasco.

- O-QUÊ!?? Por que está me levando pra lá!!? Aliás, você sabe onde fica o penhasco?? Por que se não souber, corremos o risco de cair nós dois!!! – Os gritos da ruiva podiam ser ouvidos por Robin e Franky que optaram por seguir em silêncio a dupla briguenta.

Zoro percorreu pela margem da cachoeira que era bem extensa. Nami ainda surtava com a decisão ridícula do companheiro.

- Essa brincadeira não tem graça! Me ponha agora no chão!

- Pare de gritar no meu ouvido sua bruxa! Estou te fazendo um favor!

- Você nunca teria coragem de me matar, Zoro! Pare de agir como uma criança!!!

- Pare você de agir como uma garotinha covarde! – Zoro havia parado de correr com a ruiva em seu colo. A garota ficou atônita com o brado do moreno, que foi tão intenso e agressivo, diferente das outras vezes, pois seu olhar era abrasador. Ela abaixou a cabeça, consentindo a repreensão.

- Você está certo... Não devo agir desse jeito infantil... Devo encarar os fatos e seguir em frente... – A navegadora dizia suspirando.

- Não é só com isso... Você precisa ser mais sincera consigo mesma em outras coisas... – A voz do espadachim dessa vez soou mais significativa em outro sentido, ao qual Nami não havia dado tanta importância desde o reencontro com Cain. Os olhos dela abriram mais que comum e ela sentiu um nó na garganta, mas para se certificar se suas teses estavam corretas, resolveu jogar um verde.

- Sincera com você também...? – Os olhos rodearam algumas árvores da floresta, de tamanho nervosismo.

- Você não precisa ter obrigação de ser sincera comigo com palavras. Seus gestos já comprovam o que eu já sei. – Zoro sorriu de canto. Nami corou violentamente em resposta.

- Eu acho que você está fantasiando demais... Se quisesse, teria qualquer homem aos meus pés, e não escolheria um espadachim grosso e estúpido que mal sabe se guiar...

- Tente se convencer disso... – O olhar penetrante do companheiro invadia os sentidos da ruiva de forma impetuosa. Seu sorriso descarado e totalmente insinuante rendia a ansiedade de sair dali correndo. Ele estava tão certo sobre suas desconfianças em relação aos sentimentos da navegadora, que ela mal podia esconder a reação inibida, onde o rosto avermelhado era o sinal mais nítido.

Algumas árvores atrás, Robin e Franky assistiam a cena. Ambos sorriram com satisfação depois de presenciarem secretamente a cena dos dois companheiros.

- Acho melhor voltarmos pro navio... Nossa missão hoje foi completada com sucesso. – Robin alegava, enquanto desviava os olhos para as árvores ao redor.

- Essa missão não foi tão difícil assim. Esses dois são transparentes demais. É só darmos um empurrãzinho e eles finalmente vão se acertar. – Franky sorria enquanto ajeitava os óculos.

- Bem... Suponho que daremos esse empurrãozinho juntos daqui pra frente... – A morena indagava, esperando que o companheiro se tornasse seu cúmplice na tentativa de juntar Zoro e Nami.

- Com certeza... – Enfim, o marceneiro concordava que ajudaria a arqueologa a mexer os devidos pauzinhos para que o casal se entendesse de vez.

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No final da tarde, a dupla de cabelos verde e laranja resolveu ficar por mais tempo ali. Depois de conversarem ainda mais sobre o ocorrido com a ruiva, ela logo pegou no sono. O sol estava se pondo, e o moreno ficou com pena de acordar a companheira. Decidiu então levá-la no colo pela terceira vez, ainda que se perdesse junto com a mesma, por causa de seu péssimo senso de direção.

Zoro foi muito jeitoso ao carregá-la, pois não queria que a mesma acordasse. A expressão serena da garota rendeu um sorriso terno por parte do mesmo. No caminho, aos poucos foi se achegando ao pescoço do espadachim, que continuou caminhando sem dificuldades, afinal, ela era leve e seu corpo flexível prestava obediência aos delicados movimentos que ele fazia.

Nami levou os braços em torno o pescoço dele, aproximando a face da curvatura, pousando a maçã do rosto no local. Embora fosse repentino, o moreno sentiu-se confortável com aquela aproximação. Aos poucos ouviu a companheira balbuciando algo, e então resolveu inclinar a cabeça para tentar entender o sussurro abafado.

- Hn, Gosto... – Zoro arqueou uma sobrancelha. “Gosto”? Foi isso que ele tinha ouvido?

- Nami... Do que você gosta...? – Tentou instigá-la a falar, e logo foi surpreendido por palavras que jamais sonharia em ouvir.

- Eu gosto... Do seu cheiro...

Zoro ficou extático. Ele sempre soube controlar suas emoções nas situações mais críticas, mas naquele momento ele falhou miseravelmente. Sentiu o rosto arder intensamente diante das recentes palavras da companheira. Aquela revelação foi tão surpreendente que pela primeira vez se sentiu nocauteado pela ruiva, pelo menos naquele sentido. Era como se ela lhe inspirasse sentimentos. Estes os quais estavam estancados no mais profundo e intrínseco do seu ser. Ele percebeu que aquela relação de companheirismo e inimizade com a navegadora estava tomando um rumo que nem mesmo ele pôde prever. Não tinha idéia aonde aquilo chegaria, tal como os caminhos que sempre tomava. Mais do que nunca, não se sentia apenas perdido na sua atual rota com a ruiva em seus braços, mas também sobre o caminho que sua relação com ela estava tomando.

Enquanto Zoro tentava se encontrar em seus devaneios, a navegadora continuou com o rosto encostado no pescoço dele, sentindo o aroma particular que lhe hipnotizava deliciosamente. A paz que lhe invadia naquele momento a fazia se desvencilhar totalmente de seus traumas e receios, mas somente por que ele foi capaz de tirá-la de um pesadelo e lhe mostrar uma paisagem tão primorosa e surreal como a de um fascinante sonho.


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Notas finais do capítulo

Talvez esse capítulo não tenha surpreendido tanto, até por que o passado sombrio da Nami não teve nada demais. Só uma morte não certificada de um garoto inocente. Eu ia fazer algo bem mais tenebroso, mas devido aos problemas que estou tendo, nem tive como estimular minha criatividade. Me desculpem se acabei com as expectativas de vocês nesse capítulo :/
Notícia ruim: Estou sentindo falta de alguns reviews, e confesso que esperava ter alguns deles no capítulo anterior, até por que foi o capítulo que mais me matei de escrever... Isso é um pouco frustrante, então por favor, procurem me entender... Mediante a isso, se este capítulo que estou postando agora em Dezembro não tiver os reviews esperados, vou atrasar a postagem. Então: Leitores fantasmas e leitores que sempre marcam presença aqui: Deixem seus comentários e sugestões.
O próximo é o capítulo de Thriller Bark. Zoro e Nami agirão um com o outro completamente diferente de como estão acostumados :]
Nos vemos no próximo ~/