Alternative Pairing escrita por Hana chan


Capítulo 18
Entre exceeds e Dragon Slayers


Notas iniciais do capítulo

Aí você vem e me pergunta: "Por onde você andou que esqueceu essa fic, e de onde diabos tirou esse casal bizarro?" Daí eu respondo: tava sem idéias legais pra escrever AP, aé que a _Real da Lis-chan no Twitter, que diga-se de passagem, está enrolada com o _Real do Rogue, me propôs esse desafio. E eu nem amo desafios... e-e
Bem Lis-chan, aqui está, como prometido!
Espero que gostem =3



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Tudo começou com um ataque aéreo e um pequeno ser desprotegido.

Os magos tentavam se reorganizar o melhor possível naquele caos assustador. Eram muitos os feridos, e um número doloroso de nakamas desaparecidos. Todos se esforçavam para se manterem otimistas, mas estava complicado.

Ah é, e pra piorar a situação, seus estimados Dragon Slayers lutavam lá fora, sozinhos. A poeira que caía do teto e os golpes que rebeveravam em forma de ondas de choque traziam nós em todas as gargantas. Dentro de cada ser, o ímpeto e o desejo desesperado de ajudá-los, de lutar ao seu lado. Mas eles não podiam. Aquela luta cabia apenas a eles, e se eles insistissem acabariam apenas atrapalhando.

Em um canto afastado, corações sofriam silenciosos. Levy estava encostada em Lucy, há um bom tempo sem dizer uma única palavra, com curativos em sua testa e bochecha. A loira apenas afagava carinhosamente os fios da amiga com o coração em colapso por não fazer a menor ideia do que se passava com aquele mago teimoso que invadira seu coração. Lucy também estava preocupada; queria saber como estavam Natsu e Wendy.

Ao seu lado, Charlie deixava que lágrimas ocasionais escorressem, assustada diante da probabilidade real de perder Wendy. Por fim, Lisanna observava o vazio distraidamente, abraçada aos joelhos e com Happy em seus ombros. Parecia estar com o pensamento muito longe.

E realmente estava.

Mas o mais surpreendente era o que ela guardava com tanto cuidado contra o peito, com a mesma gentileza que uma mãe conserva sua criança. Os questionamentos a respeito da presença da exceed ali nunca foram verbalizados, e ela agradecia imensamente por isso. Passou os dedos por seu pelo verde e macio, vendo o peito subir e descer sob o tecido rosado. Frosh acabara de adormecer.

Lisanna se remexeu inquieta, ao que Happy correspondeu com uma ligeira olhada de esgueira, se recostando um pouco mais nela.

-Eles...vão ficar bem, não vão?

Um silêncio hesitante se fez presente, antes que Lucy o quebrasse cautelosa.

-Precisamos confiar neles.

A albina assentiu distraidamente, apertando mais contra si a criaturinha adormecida. Ainda sentia em seus ouvidos a promessa que se firmara poucas horas atrás. Sons de uma promessa que a ligavam de forma inevitável àquele que, até poucas horas atrás, era inimigo de sua guilda.

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Eles não deram atenção, ninguém dera atenção. E agora estava acontecendo; o céu desabava sob suas cabeças.

-Todos pra baixo, nas masmorras! Tem um lugar onde vão ficar seguros!

Natsu gritava a plenos pulmões, tentando fazer seus companheiros deixarem de teimosia e entenderem que, desta vez, seriam apenas eles. Makarov, Erza e Mavis foram forçados a intervir, já que a maioria deles apenas aprumava a guarda e se preparava para lutar.

-Mas, velhote... - Laxus tentava argumentar. - São milhares deles! Além disso, acho que eu também conto como Dragon Slayer aqui, ou não?

-Se você tivesse como pai um monstro escamoso ao invés daquele crápula do Ivan talvez as coisas fossem melhores e eu te deixasse ir, mas como não é esse o caso, apenas ande! - O Mestre suspirou, o peso de toda a sua vida refletido em seus olhos. - É com eles agora...

Laxus assentiu inconformado, mas finalmente concordou em fazer alguma coisa. Ajudou a evacuar os muitos feridos, e guiava membros de guildas ao esconderijo.

-Happy, vai de uma vez! - Natsu praticamente jogou seu gato na direção dos demais, por mais que ele insistisse em ficar. - Cuide do resto por mim!

-Você também, Charlie!

-Nada disso, Wendy!

Gajeel suspirou e olhou de esgueira para o seu gato. Esse entendeu a deixa e colocou ambos debaixo de seus braços à força.

-Agora, vão!

Lily correu na direção oposta, encontrando Lucy e Lisanna às portas do salão subterrâneo. Colocou o exceed nos braços da albina e gentilmente entregou a gatinha a Lucy, que a segurou com firmeza.

-Precisamos ir agora...

-E a Levy? - Lily perguntou meio preocupado. - Eu vi a loucura que ela tentou fazer...

-Ela vai ficar bem. Podem ir vocês, eu vou esperar pela Mira-nee e pelos magos da Blue Pegasus.

Eles assentiram e a deixaram. Ela bem que tentou fazer com que o filhote fosse junto, mas ele se negou veementemente.

-Já que não posso lutar junto com o Natsu, quero ao menos fazer o que puder aqui!

Ela assentiu.

-Tudo bem, vamos ter cuidado.

Se escondendo por entre os escombros, e lutando pra ficar longe do olfato apurado daquelas bestas sedentas, Lisanna e Happy buscavam algum sinal dos membros faltantes. De vez em quando uma aparição surpresa acelerava seus batimentos ao máximo, fazendo com que cada vaso desconhecido pudesse ter sua pulsação sentida. Happy se esforçava pra voar sem ser notado.

-Lisanna, aqui!

Mirajane surgiu, desfazendo a sua transformação de Satan Sitri e com o corpo apreensivamente sujo de sangue; sua irmã rezou pra que não fosse o dela. Atrás dela, Ren, Sherry e Jura traziam Eve e Milliana à tiracolo. Estavam inconscientes.

-Mira-nee, andem logo!

-Não encontramos a Chelia, temo que ela possa ter feito alguma besteira... - Sherry estava quase chorando por sua prima.

-Não se preocupe, Lyon está lá dentro com ela. Wendy a desmaiou à força.

Ela suspirou aliviada, e eles entraram apressados. Lisanna ficou por último, mas justamente quando ia entrar rumo à proteção, uma voz fina chegou a seus apurados ouvidos.

-...gue...gue...

-Happy, ouviu isso?

O gatinho negou, mas se concentrou um pouco mais.

-Rogue... - A vozinha chorosa estava um pouco mais próxima, mas ao mesmo tempo sumia sufocada pelos soluços.

-Parece aquela exceed...da Sabertooth! - Ele sussurrou em seu ouvido.

-Consegue ver onde ela está?

Ele se arriscou voando a cinco metros do solo, prudentemente escondido por uma grossa camada  poeira. Olhou de um lado para o outro, antes de ver uma pequena sombra imóvel a poucos metros de onde a albina estava.

-Ali, perto daquela coluna quebrada! - Ele desfez a magia e desceu em seus ombros.

-Happy, me dê cobertura.

-Lisanna, é perigoso!

-Sim, mas eu nunca deixaria alguém pra trás. Vamos, tem dois deles vindo pra cá.

As massas famintas e gigantescas se aproximavam depressa, mas os dois foram mais rápidos. Em poucos segundos, Lisanna mudou para o Take Over Guepardo, correndo o mais rápido possível e a encontrando rapidamente.

-Rogue... - O olhar da pequena a localizou, encharcado de lágrimas. - Onde está o Rogue?

-Eu não sei, mas precisamos irar você daqui logo. - Ela sorriu gentilmente, tentando acalmá-la. - Vem comigo. E não se preocupe, eu protejo você.

Frosh soluçou uma vez, antes de estender os bracinhos para ela. A maga a segurou com firmeza, dizendo a Happy que se segurasse com força antes de correr veloz para o lugar pré-determinado.

-LISANNA, CUIDADO!

Ela virou tarde demais; um dos dragões os localizara e agora corria, a mandíbula aberta, os dentes afiados prontos para perfurá-los. Ela ainda tentou mudar de forma para se esquivar, mas um poderoso rugido a desconcentrou, levando os três ao chão. Ela sentiu uma dor forte nas costelas, mas reprimiu quaisquer sinais de dor. Precisava se mostrar firme aos dois.

O rugido não cessava, impedindo de alguma forma que ela se defendesse ou fugisse. Puxando Happy ao chão e usando seu corpo como escudo, ela ignorou os gritos dos dois enquanto viam a pata enorme descendo a eles com intenção mortal. Happy e Frosh tremiam, e ela apenas os abraçava forte.

-Rogue... - Fro soluçava.

Como se fosse um chamado, o mago negro surgiu entre eles e a criatura, rugindo em resposta e o atordoando por um momento. Antes que ele fosse capaz de se recuperar, Rogue avançou em sua direção e atacou com uma fúria que gelou o sangue das fadas.

-Ele...é forte... - Lisanna murmurou.

-N-nem se compara com as lutas do torneio...

-N-não é um inimigo que eu queira irritar...

-Será que ele...é mesmo o Rogue?

Era uma pergunta válida, ela pensou enquanto ficava de pé. Mas, a julgar pelo sorriso na face de Frosh, aquele era mesmo o seu dono.

-Rogue, Rogue!

Ele não se virou, atacando com os caninos expostos e levando o dragão negro para mais distante deles. Eles o viram juntando energia das sombras e a usando em um único ataque gigantesco, que levou o dragão ao chão.

Dois segundos depois, ele caía de joelhos, ofegante.

-Rogue! - Frosh se desvencilhou dos braços de Lisanna e o alcançou rapidamente, pulando em seus braços. Rogue retribuiu ao abraço com gentileza. - Está bem?

-Estou. - Respirou fundo. - Onde estava, Frosh! Achei que tivessem pego você...

A voz dele morreu devagar, o enlace se apertando um pouco mais forte.

-Eu fui procurar o Rogue e me perdi, mas aquela moça salvou a Fro! - Ela apontou sorrindo para Lisanna. Esta meneou a cabeça, como um sinal de que não havia sido nada.

Ele se aproximou dela, um sorriso leve no rosto, e se curvou elegantemente parra agradecê-la.

-Muito obrigado por salvá-la. Estou em débito com você.

-N-não foi nada, que isso! Ninguém fica pra trás, não é? Além disso... -  Ela afagou a cabeça de Happy, sorrindo gentilmente. - ...eu também tenho pessoas importantes...ou exceeds, no caso.

Rogue assentiu, ainda com a gatinha nos braços. Suas feições endureceram com algo nos céus.

-Precisam ir. Tem muitos deles ainda, não posso protegê-los daqui. - Os lábios se curvaram em uma linha fina. - Nem a você, Frosh...

-Fro quer ficar com Rogue!

-Não, você vai. Precisa se esconder em algum lugar!

-Ela pode ficar conosco. Temos um esconderijo, e eu me asseguro de que ela ficará bem.

Fro estava chorosa de novo, mas Rogue a entregou a Lisanna. Sabia perfeitamente onde a sua pequena preciosa deveria estar naquele momento.

-Poderia mesmo fazer isso?

-Poderia não, eu vou. - Ela a segurou nos braços.

-Precisam ir neste momento. Vamos, eu protejo vocês!

Ela assentiu, os dois exceeds seguros em seu peito. As costelas ainda queimavam, mas ela deixou pra pensar nisso mais tarde. Tinha outras prioridades naquele momento.

Por algum motivo, aquela situação não lhe parecera nada estranha, seres que eram inimigos até pouco antes se ajudando a sobreviver. Pelo contrário, ela sentia profundamente que podia confiar nele. Como...como confiava no Natsu.

Ignorou a ligeira sensação de calor, percebendo que já estava às portas do esconderijo. Sua irmã a esperava impaciente e preocupada.

-Lisanna, onde estava?

-Depois eu te conto, Mira-nee.

Ela se virou, notando com contentamento que Rogue ainda estava lá. Apesar do cenho franzido de preocupação, ele sorria de leve.

-Tomem cuidado...

Ele afagou a cabecinha de sua companheira, para logo em seguida, surpreendentemente, acariciar os fios lisos da maga. Lisanna sentiu as bochechas esquentando, mas manteve a postura.

-Se parece mesmo com ela... - Rogue murmurou para si mesmo. Em seguida, ele deu as costas e se foi.

-O que ele quis dizer com isso? - Ela se perguntou, mas logo teve a atenção desviada para a expressão suspeita de sua irmã mais velha.

-Ora ora, eu não sabia que o seu tipo eram os Dragon Slayers, achei que fosse só o acaso...

-C-calada, Mira-nee! - E as duas adentraram o labirinto em busca de seus nakamas.

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 Agora, ela suspirava tristemente, concentrada no calor dos dois exceeds encostados em seu corpo. Não lembrava de ter visto o Happy tão triste antes. Tão calado...nem a Charlie ele tentara consolar. Quanto tempo fazia? Como eles estariam lá? O que ela não daria pra espiar ao menos um pouco...

-Lucy, onde vai? - A voz baixa de seu filhote a tirou de seu transe.

-Eu ouvi alguma coisa...acho...acho que são eles!

Ela estava de pé, caminhando lentamente na outra direção. A albina levantou-se e a acompanhou, acordando Frosh no processo.

-Mmmnnn... - Ela esfregou os olhinhos sonolentos. - O que foi?

-Não sei ainda.

Ela olhou ao redor, seus grandes olhos negros buscando alguma pista do motivo de tanta comoção.

-Rogue? Rogue voltou!

-Natsu!

Os gatos saltaram de cima dela ao mesmo tempo, voando rapidamente para fora do recinto. Lisanna correu em seu encalço, preocupada.

-Happy, Frosh! Voltem, é perigoso!

Eles não a ouviram. Segundos depois, dois Dragon Slayers entravam em seu campo de visão, cada um abraçando seus respectivos mascotes efusivamente. Ela suspirou aliviada, contendo uma ou duas lágrimas de felicidade.

-Natsu! Tá tudo bem?

-Rogue, se machucou?

-Are are, estou bem, Happy! - O rosado sorria abertamente, abrindo os braços para as companheiras que se jogavam contra ele. - Calma Lucy!

-Foi complicado, mas finalmente conseguimos conter uma parte dos que estavam nos atacando. - O moreno comentou, ainda com os olhos em Fro. - Mas esse foi apenas o primeiro esquadrão, as coisas ainda ficarão bem piores.

-E o Gajeel? A Wendy, onde estão? - Questionou uma Erza exageradamente agarrada ao pescoço de Natsu.

-Estão lá. - Ele apontou para os dois um pouco mais para a esquerda. O mago de Ferro parecia bem mais machucado do que os demais. - Aquele idiota tentou fazer tudo sozinho e podia ter morrido.

-Eu ouvi essa, Salamander! - Gajeel gritou ao longe.

-Eu sei! - E ele riu.

Lisanna estava muito feliz, mas sentiu o olhar desviando involuntariamente para Rogue. Ele não parecia estar muito machucado, mas também não saíra ileso. Frosh o abraçava com carinho.

-Nee nee Rogue, a moça que parece a Yukino fez a Fro dormir!

Ele sorriu para ela, se dirigindo para a maga em seguida.

-Desculpe o trabalho.

-N-nada, ne-nenhum trabalho, não se preocupe! - "Porque está gaguejando, sua tonta?"

Rogue pareceu ficar meio sem jeito com a citação ao nome de sua ex-companheira, mas ela achou ser só sua imaginação. O mago parecia exausto, sentando-se de modo desconfortável no chão e encostando a  cabeça na parede de pedra. Fro se aconchegou a ele, feliz.

Lisanna achou melhor deixá-los sozinhos, e deu as costas. No entanto, uma pequena mãozinha segurou em sua perna, chamando a atenção.

-Quando Rogue sair de novo, a Fro pode ficar com você?

Ela corou de leve, mas se agachou para fazer um carinho na cabeça da gatinha. Olhou de esgueira, como que pedir a permissão de seu dono, mas este continuava de olhos fechados.

-Sempre que quiser.

-Hai!

E ela se sentiu bem, sabendo que ia tê-los por perto mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Tô achando que vou fechar essa fanfic nos 20 capítulos mesmo, ams pra isso preciso pensar em dois casais que fechem com chave de ouro. Quam tiver sugestões...
Até a próxima, kissus!



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