Alternative Pairing escrita por Hana chan


Capítulo 15
Identidade própria


Notas iniciais do capítulo

Yooooh, miina!
Capítulo grande, grande mesmo, eu nunca imaginei que ia ficar tão empolgada escrevendo sobre esses dois!As palavras começaram a sair e quando eu vi já tinha ido!Mas admito que adorei o resultado final, um personagem que eu detesto interagindo com uma que eu amo...
Espero que gostem, boa leitura!



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Laxus observava, meio entediado, a movimentação típica da guilda.A grande maioria dos magos estava em polvorosa por conta de uma matéria exclusiva da Sorcerer relatando, com riqueza de detalhes, o retorno triunfal da, novamente, guilda número um de Fiore.E, para tanto, é claro que nenhum outro repórter seria escolhido a não ser o efusivo e descontrolado Jason; em menos de três minutos de visita ele já bater ao seu próprio recorde de mais "Coooool's" ditos de uma vez só.

–Tsc!Que ridículos...

Ele lembrava muito bem que a última matéria do tipo fora a gota d'água para que ele reivindicasse aquela guilda como sua.Claro, hoje sabia ser uma besteira sem tamanho, mas ver aquele bando de magos bêbados e palhaços rolando sobre barris ou, como era o caso da Lucy, usando até mesmo o corpo pra chamar a atenção e conseguir um espaço maior na revista, ele sentia resquícios daqueles antigos sentimentos tornado a aflorar.Mas não faria aquilo de novo, de jeito nenhum; sua época de insanidade e sede de poder se fora, e agora ele era apenas mais um daqueles magos bobos e idiotas.

De novo.

Aquilo não o agradava muito, mas ele admitia em seu subconsciente que era melhor do que estar sozinho, isolado e banido do mundo em que crescera.Tomou um longo gole de rum forte gentilmente cedido (leia-se: roubado) de Cana, desviando as suas preocupações para a queimação em eu esôfago.

–Titânia, que cooool!!!!Pode me dizer o que vai ser da guilda agora que voltaram a ser o número um de Fiore?

Erza delicadamente responder ao loiro hiperativo, tentando ao máximo não dar respostas que tivessem dupla interpretação.

–Mirajane, a nossa modelo mais bela de todos os tempos!Quando vai nos dar a honra de uma nova e exclusiva sessão fotográfica destacando o seu retorno triunfal?

A albina sorriu.

–Quem sabe um tempinho depois de lançarem aquel especial apenas para adultos da nossa linda colega Jenny?Não quero ofuscar o momento de ouro dela...

Era óbvio que ela estava ansiosa por aquele especial, depois de derrotar a sua rival em um dos eventos dos jogos; e, visto a quantidade de sangue que começou a se acumular no chão, ela não era a única.

–E o que poderia dizer da readmissão do Dragon Slayer Laxus à Fairy Tail?Pelo que eu me lembro haviam alguns antigos boatos sobre vocês dois ser-

Ninguém conseguiu prever o soco que fez o repórter ser arremessado contra a parede oposta ao balcão de bebidas, ainda gargalhando e anotando freneticamente em seu bloquinho.

–Cool, cool, cooool!A nossa Mirajane está cada vez mais incrível!!!

Por quanto tempo aquilo ia continuar?Saco...ele resolver dar uma caminhada antes que aquele maluco colocasse os olhos nele e resolvesse assediá-lo.Sacudiu a poeira da roupa e levou a garrafa pela metade consigo; ela ainda seria muito útil.

–Ahhh, minha pequena Strauss, nunca tive a oportunidade de entrevistá-la após o seu triunfante retorno dos mortos!O que sente estando mais uma vez junto á guilda que você ama?

Ela respondeu candidamente, se sentindo um pouco envergonhada.Não estava acostumada a ser o centro das atenções.O mago nem se daria ao trabalho de permanecer por mais cinco segundos ali, se não houvesse vislumbrado algo de estranho nos olhos da maga.Alguma coisa...diferente, mas ao mesmo tempo familiar.

O que seria mesmo?

–O que pode nos dizer daqueles boatos sobre a Mira e o Laxus?Será que não teria nenhum furo pra nos dar?

–Haha, nenhum que me faça dormir ilesa hoje á noite! - Ela sorriu sem graça, ante o olhar assassino da demônia.

–Maravilha, fotos e palavras exclusivas da irmãzinha da Mirajane.Onde está o Elfman?Preciso de palavras de homem!Cooooolll!!!

Ele a deixou só, e logo que a algazarra mudou de foco ela se viu livre pra respirar aliviada e rosnar.Laxus ergueu as sobrancelhas, desconfiado.Previu que poderia arrancar um pouco de diversão dali, e saiu calmamente.

Lisanna observou a bagunça aumentando, e desta vez os entrevistados eram os membros do time que vencera os Jogos Mágicos.Ou seja: era questão de tempo até que Gajeel tentasse matá-lo.Ela esfregou o braço esquerdo, tentando evitar aquela expressão triste.

–Lisanna?Algum problema?

A voz calma do Freed chegou a seus ouvidos.Ela e a Raijinshuu haviam se aproximado um bocado durante as batalhas contra a Sabertooth e a Raven Tail, e de vez em quando ela e o mago das runas conversavam um com o outro.

–Não, nenhum Freed-kun, pode ficar tranquilo!

–Parece um pouco chateada.Foi alguma coisa que o Jason perguntou?

–Não, pode deixar!Vou dar uma volta, até mais tarde!

Ela caminhou até a porta da frente, com uma incômoda sensação de solidão e abandono.Apesar da festa que todos faziam do lado de dentro, ela realmente não estava no clima pra nenhum tipo de comemoração.Aspirou melancolicamente o ar quente da cidade; não ajudou muito.

–Irritada?

Ela se sobressaltou; não notara o loiro ali.

–Laxus?O que faz aqui fora?

–Não responder a minha pergunta. - Ele permaneceu enconstado na parede, de braços cruzados.

–Não, só...sufocada.

–Sufocada por causa do barulho, da bagunça ou por não aguentar mais ser apenas a "irmãzinha da Mira"?

–C-como é que você...do que está falando?

Laxus fez um gesto para que ela o seguisse, com seu clássico ar de entediado.Lisanna estava desconfiada, mas obedeceu.Estava curiosa a respeito das palavras dele.

O loiro caminhou por poucos metros, antes de parar em um bar qualquer e sentar em uma mesa ao ar livre.Ela sentou ao seu lado, ainda intrigada.

–E então?

–O quê?Achei que tivesse sido claro o suficiente!

–Na verdade não chegou nem perto...

Ele empurrou a garrafa em direção a ela.Lisanna a cheirou, meio desconfiada.Mas estava mesmo desanimada, então empurrou alguns goles pra baixo sem culpa.

–Ahhh, essa é forte!

Suas bochechas começaram a exibir alguns traços de rosa, uma reação típica de quem se embriaga facilmente.

–Vai com calma, não quero precisar ter que te carregar até em casa!

–Então quais as suas intenções ao me enbriagar, senhor banido da guilda? - Ela tomou mais dois goles, sentindo a cabeça ficar um pouco mais leve.

–Nenhum, além de te fazer solta a língua.E é bem provável que funcione, você deve se embriagar fácil e ficar muito obediente quando está alcoolizada, que nem a sua irmã.

Ela bateu com a garrafa na mesa, irritada e já um pouco ébria.

–Você também não comece com isso!Que coisa mais irritante!

–O que é irritante? - Ele jogou a isca.

–Esse negócio de "irmã da Mira, irmã do Elfman".Eu não sou a Lisanna, sou só a irmãzinha da modelo e demônia da Fairy Tail!E isso já tá me enchendo!Garçonete, traz outra dessa aqui!

A moça se sobressaltou um pouco, mas obedeceu com a afirmativa visual de Laxus.Agora ele entendia muito bem o que vira de tão estranho nos olhos dela durante a entrevista; era a inconformação, aquela resignação de não ter uma identidade própria e estar sempre à sombra de um parente forte e famoso.

Ele entendia muito bem aquele sentimento.

O copo chegou, e ela o virou como se houvesse recém-saído de uma maratona de 24 horas no deserto.Laxus aproveitou e tomou mais um pouco também.

–Mas porque é que eu tô te contando essas coisas?Nós nem somos amigos!

–Wow, calma aí pirralha, nada de virar um tigre e me morder!Eu só tava curioso, além de precisar urgentemente sair daquele covil de antas!

–Não devia falar assim da nossa guilda!

–Estou mentindo?

Ela sorriu de escanteio, ainda mais leve do que antes.Agora parecia que a língua se soltara sozinha, e ela não conseguia refrear o acumulado de anos.Precisava desabafar.

–Sabe, desde sempre a Mira-nee era a mais chamativa de nós três, e eu realmente não ligava quando era pequena.Até aquela época eu ainda era a Lisanna.Mas, depois de voltar de Edolas, parece que todo mundo se esqueceu do meu nome e só me chamam de "irmãzinha da Mirajane"...em alguns casos do Elf-niichan também.Eu aguentei o quanto pude, mas eu não aguento mais isso, eu sou eu e não a sombra de alguém!

Ele arregalou os olhos; nunca a vira tão falante e indignada antes.Na concepção de Laxus, ela era apenas mais uma maga boba alegre e, ele precisava admitir, a mais nova dos Strauss.Mas aquele tipo de situação realmente mudava uma pessoa, ele era prova disso.

–Sabe que estou começando a duvidar de você ser mesmo aquela menininha de antes?Sei lá, devem ter te trocado no meio do caminho!

O cômico reencontro que os dois tiveram na ilha Tenrou lhe voltou à mente.

–Eu já te disse que sou a verdadeira, que coisa!Mas vem cá, você já me fez abrir o bico, então é a minha vez: você e a Mira-nee realmente tiveram um caso?

–Achei que tivesse de saco cheio de falar da sua irmã!

–Fofoca nunca é demais...

Sua expressão maliciosa o deixou, como era mesmo a palavra...interessado, é isso.

–Não.Nunca tive nada com a Mirajane, e mesmo que tivesse acontecido algo eu não teria nenhum motivo pra esconder. - Ele bebeu mais um pouco de cerveja. - Pra não dizer que nunca estivemos juntos, teve uma época em que o Mestre nos mandava a Missões Classe-S secretas junto com a Erza, mas as brigas eram tão constantes que o timming era completamente arruinado.Resultado:quase todas as missões terminavam em fracasso.

Ela não pareceu convencida.

–Como vou saber que não está mentindo?

–Pergunte a ela.Me surpreente ter vindo tirar dúvidas comigo.

–O fato de eu estar aqui conversando com você já não deveria ser surpreendente o bastante?

Ele se calou por alguns segundos.Ela tinha razão.Laxus estava satisfeito por estar sendo positivamente surpreendido por alguém próximo a quem nunca dera a mínima atenção.

–Você é bem esperta, sabia?E tem um jogo de palavras interessante.Agora eu sei porque o Bickslow vai tanto com a sua cara!

–Ele vai? - Ela já estava meio fora de si.

O loiro assentiu, e aquilo era um fato.Desde que a albina se unira ao mago das marionetes pra sacanear sutilmente com a proximidade da Evergreen e do Elfman, ele se tornara fã dela.

–Isso é meio surpreendente...

–O fato de ele gostar de você?

–Não, ter bolinhas cor-de-rosa em cima da sua cabeça...olha, que divertido!

Ele ergueu uma sobrancelha.

–OK, já chega, hora de levar a pequena Strauss pra casa antes que pensem que eu andei me aproveitando de você!

Laxus ficou de pé e a ergueu contra a vontade, colocando o braço magro por cima de seus ombros.lembrou de deixar algumas notas de jewels em cima da mesa e, se não fosse a sua força, ele teria sérias dificuldades em forçá-la a andar.

–Não me chame de pequena Strauss, eu tenho um nome!É Lisanna pra você,senhor!

–Ok, ok...

–E você não vai se aproveitar de mim? - Ele mordeu o lábio para não rir da voz manhosa. - Que frouxo, Laxus...

–O quê, quer que eu te use e abuse e pra te deixar arrependida e envergonhada mais tarde?Não sabia que era tão liberal assim!

–Haha, a Cana tem toda a razão, os homens dessa guilda sã uns frouxos sem testosterona mesmo!

A vontade dele foi contestar aquela ofensiva com uma investida agressiva, mas não valeria a pena.Achou melhor ignorar tudo o que ela dissesse a partir de agora.

–Não faz meu tipo, prefiro as mais agressivas!

–Não pense que eu esqueci a sua sugestão de virar um tigre...

O caminho a partir daí foi mais silencioso, e ele agradeceu profundamente por isso.Ainda estava absorvendo a estranheza da situação de estar carregando nos ombros uma das magas da guilda a quem jamais dera o mínimo de atenção, isso depois de embriagá-la e arrancar os seus segredos mais profundos.

É, ele era um dragãozinho mau...



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–Itai...minha cabeça tá rachando no meio...

–Ainda não entendo isso, como é que você me desaparece no meio da entrevista e depois aparece do nada no quarto completamente embriagada?

A voz brava de Mirajane parecia apenas um zumbido na cabeça de Lisanna; a náusea e a ressaca faziam com que ela ignorasse qualquer coisa do meio externo.

–Eu já disse que não me lembro! - Era apenas meia-verdade. - Não quero ficar na guilda, Mira-nee, vou voltar pra casa...

–Você que sabe...

Ela levantou com o saco de gelo ainda na cabeça, uma expressão que lembrava bastante o Natsu dentro de um meio de transporte.Caminhou arrastadamente por alguns metros, olhando para o chão, mas percebeu que sua saída fora bloqueada por um grande e musculoso corpo.Além de familiar.

–Laxus?Ai, minha cabeça...pode me deixar passar, por favor?

Ele riu de esgueira, zombeteiro.

–Tá de ressaca, né?Bem que eu achava, depois de ontem...

–Shhhhh!Quer que alguém te escute?Vão acabar tirando conclusões precipitadas!

–Não vou tomar muito tempo, só vim te fazer um convite.

–Convite?

Como se fosse um código, neste momento surgiram detrás do Dragon Slayer a sua fiel escolta, Freed, Evergreen e Bickslow.Todos eles sorriam, com exceção da morena que parecia um pouco desgostosa.

Laxus voltou a falar:

–Entre para a Raijinshuu.

Lisanna piscou uma vez.Duas.Uma dezena.

–Entrar?Para a Raijinshuu?Eu?

–Não sei qual parte da frase você não entendeu! - Laxus zombou dela.Lisanna fez bico, irritada.

–Não estou com humor pras suas piadinhas, Laxus!

–Não é brincadeira.Realmente queremos que entre. - Desta vez era Freed que falava.

–Vamos nessa, preciso de alguém que me ajude a irritar a Evergreen! - Bickslow gargalhou, arrancando rosnados da companheira.

–Só estou fazendo isso porque o Laxus ordenou, não pense que reconheci o seu potencial, pirralha.Vai ter que lutar muito pra mostrar que é digna de estar ao nosso lado! - Evergreen se abanava, ainda meio descontente.

A albina ainda achava que era algum tipo de brincadeira, mas estava gostando daquilo.

Laxus lhe estendia a mão, sorridente.Após alguns segundos pensativa, ela a apertou com um sorriso.

–Tudo bem, eu aceito!Mas nem vem ficar dependendo de mim pra salvar o seu traseiro, Laxus!

–E eu te digo a mesma coisa, Lisanna!

Bickslow não perdeu a oportunidade e usou seus bonecos para arremessá-la ao ar repetidas vezes como comemoração, só parando quando ela gritou que precisava vomitar.Freed a amparou com uma expressão meio preocupada e ao mesmo tempo reprovadora, enquanto Evergreen murmurou alguma coisa sobre "falta de elegância".Laxus apenas observava, divertido.Sua guarda estava mais forte agora, e ao mesmo tempo mais divertida.

É, valia a pena voltar a ser uma das fadinhas idiotas e patéticas.Valia muito mesmo.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Até a próxima, kissus!



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