Ian Kabra estava em uma planície verde florida, e sentada ao longe, estava uma menina de mais ou menos a sua idade, uns quinze ou dezesseis.

Ela se vestia com um vestido branco que combinava perfeitamente com seus cabelos ruivos que caiam graciosamente sobre seus ombros. Ela levantou o olhar e deu pra ver seus intensos olhos cor de jade.

Ele correu até ela.

–Ian!- exclamou a menina.

–Amy, eu... - começou ele.

–Ian,você me traiu!- disse ela com tristeza- Por que você me traiu?

–Amy, escute-me. Isabel esta presa, agora nós podemos...

–Não Ian, nós não podemos nada.-uma lagrima escorreu pelo rosto da menina- Você me deixou na Coréia pra morrer, como já disse, não podemos nada.

–Mas Amy,por favor- ele sentiu uma lagrima, agora no seu rosto- Eu...Eu...

Quando Ian foi chegando perto, Amy virou o rosto.Lagrimas e mais lagrimas saiam de seus olhos.Ela se afastou:

–Ian- disse ela com uma voz tranqüila - Acorde!

–O que?Amy, eu sei que eu lhe trai, e isso provavelmente foi uma das coisas mais difíceis que eu já fiz.

–Ian,- insistiu ela- Acorde!

–Amy, me deixe terminar eu... eu não sei nem o que dizer... eu simplesmente não sei.

–Ian, já disse acorde logo seu preguiçoso!

–Amy... Peraí, preguiçoso?

–Ian, você é que pediu. - disse ela com um olhar doce- Um, dois, três...

Quando ela acabou de contar um som semelhante ao de uma sirene de caminhão de bombeiros tocou alto em seu ouvido.

Ian acordou assustado.

Ele virou-se para constatar onde estava. Estava num avião, o seu avião. Ao seu lado, a irmã o olhava com um olhar travesso.

–Natalie- disse ele meio atordoado- O QUE FOI ISSO?

–Um aplicativo simulador de sirene- disse ela erguendo seu novo IPhone- Sabia que existem 33 tipos de sirene?A minha favorita é a 24.

Ela apertou no celular e mais uma vez soou uma grande sirene.

–NATALIE!!!- disse ele saindo de sua poltrona, jogando as cobertas que estavam em cima de si próprio para correr atrás da irmã- SUA PESTE!!

–Que foi maninho?- disse ela , pulando alguns bancos- Por um acaso eu atrapalhei seu sonhos com a princesa Amy Cahill, no seu castelo de cristal?

–NATALIE! É MELHOR QUE SAIBA VOAR, PORQUE QUANDO EU TE ALCANÇAR É ASSIM QUE VOCÊ VAI DESCER DESTE AVIÃO!!!

–Não vai ser preciso, Senhor- disse seu piloto, na frente do avião- Já estamos quase chegando.

–Por isso eu te acordei- disse Natalie fazendo uma careta- Nhé, eu tentando te fazer um favor e você vem querendo me tacar do avião, Definitivamente, eu tenho o pior irmão do mundo.

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“Definitivamente, eu tenho o pior tio do mundo” pensava Amy Cahill. Ela, o irmão (que estava feliz da vida com milhões de pacotes de salgadinhos) e a au pair Nellie Gomez estavam em um avião para o Havaí. E aí estava o problema para Amy, ela não queria ir para o Havaí. Ela mal queria sair de Boston. “Mas nãããããããããããão, tio Fiske tinha de inventar esta bendita viagem, e agora nem veio conosco.” Pensou Amy consigo mesma.

–Por que mesmo que o Tio Fiske não veio com a gente?- perguntou Dan, que claramente havia chegado a esta conclusão de uma maneira diferente que a dela, já que ele estava adorando a viajem.

–Apareceu um pequeno imprevisto com a viagem, – disse Nellie colocando seus famosos fones de ouvidos- Mas não se preocupem crianças, ele só quis que tudo saísse perfeito nesta viagem. Mas acho que hoje mesmo ele pega um avião.

Então Nellie voltou para a sua musica. E só sobraram ela e o irmão, que mexia em seu notebook, igual na busca pelas pistas, á dois anos atrás. Desde então os dois irmãos haviam mudado, Amy havia pegado um pouco da personalidade do irmão e vice-versa. Sim, Dan continua colecionando todas as coisas possíveis e Amy continua lendo sempre que possível, porém Dan estava mais responsável, e Amy, Amy não ficava trancafiada o dia em uma biblioteca, ela saia com as amigas, brincava e ria como uma adolescente comum.

E até seus parentes odiáveis os visitavam as vezes. Jonah,Dan e Hamilton haviam virado amigos ( não podemos dizer ótimos amigos porque não é totalmente verdade) e Amy e Sinead também.

Porém uma coisa às vezes a incomodava. Um rosto. Um olhar. Um sorriso. O sorriso de Ian. Ela sabia que não poderia haver uma amizade entre eles. Claro que ela perdoara a maioria de seus parentes por quase tentar matar a ela e ao irmão, mas com ele havia sido diferente. Mesmo sabendo que aquele beijo havia sido falso ele era tão...

“Amy, sua boba, estúpida pare de pensar nele” restringia ela consigo mesma. “Pense em coisas boas: livros novos, Ian,[não,pare de pensar nele] as palhaçadas de minhas amigas, quando o irmão a deixava em paz... Um, dois, três, Respira. Peraí, por falar em Dan, o que ele esta fazendo?”

–Dan o que você esta fazendo?- disse ela olhando para a tela onde estavam abertas três janelas. A primeira estava aberta num joguinho de alienígenas. A segunda estava no Msn e a terceira num site de uma imobiliária havaiana.

–Eu, estou escolhendo o meu quarto. - disse ele passando rapidamente a tela- Fala aí o endereço da casa.

–Sei lá.

–Como assim “sei lá”?

– Dan, a única pessoa que sabe é a Nellie, - disse ela apontando para Nellie que estava balançando a cabeça loucamente no ritmo de alguma musica maluca.- E agora, acho que não vai ser muito útil para dar informação.

–Aaaaah!- disse o menino triste, fechando a janela da imobiliária e voltando para o joguinho- Morre alien morre!