Morning Light escrita por Dani


Capítulo 28
XXV - Losing all I have


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores, esse cap eu estou um pouco triste de postá-lo, porque tenho certeza que vocês ficaram um pouco mal com ele, mas como recompensa assim que completar os 18 reviews posto o novo cap, o outro é o último e realmente é um capítulo com muita revelação, e então comentem, e aliás todos que comentarem poderão ver o trailer da última parte antes de eu postar aqui. Então leiam&comentem :) ESPERO QUE GOSTEM!
PS. quero agradecer a leitora Nyssa que mandou uma recomendação muito linda, minha terceira rec esse mês, não consigo nem escrever o quanto estou feliz pelo carinho de vcs com a fic ♥ agora vou deixar vcs lerem, boa leitura!



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Conto a Annelys tudo que o médico disse e ela está perplexa.


– Mas e meu pai, Primmie? – ela diz. – Nós duas vimos ele.


– Eu sei. – digo. – Ninguém sabe que eu o vi também.


Ela dá de ombros.


– Melhor assim. Se não, te aprisionam aqui como fizeram comigo. – ela diz e então vejo a diferença gritante que há entre a Annelys de meus confusos sonhos com minha amiga de infância. Ela quer o meu bem, mesmo que isso signifique que fiquemos separadas por um tempo.


Dou um beijo em sua bochecha, como ela sempre faz com todos, para me despedir.


– Primrose, eu quero te mostrar seu novo quarto. – ouço uma voz atrás de mim. Na porta uma figura alta, atlética e loira está nos olhando.


– Eu já tenho um quarto. – respondo procurando algum sinal em seu rosto do soco que lhe dei. Nada. Sua pele continua como porcelana.


Maldita seja.


– Seu quarto no Pensatório. – ela diz com um sorrisinho nos lábios. Ann aperta minha mão. Ficamos ambas olhando para Mist como duas crianças assustadas e indefesas. – Primrose, você acha que iria voltar para hotel colocando em risco a vida de todos a sua volta?


– Mas eu... - começo a me explicar, mas no fundo não há explicação. Ela me encara com um olhar de superioridade.


– Seus pais sabem o quanto você é perigosa. – ela disse enfiando o dedo no meu ponto fraco. Meus pais.


– Eles disseram isso? – pergunto sem esconder a mágoa na voz.


– Primrose, nós vamos cuidar de você – ela diz sorrindo angelicalmente.


Maldita seja.


Annelys faz uns desenhos na minha mão com os dedos, um de nossos códigos que inventamos quando crianças, ele diz algo: Não ouça.


Trocamos olhares e sei que ela se refere a Mist.


Não ouça Mist.


Mist passa suas garras, quero dizer, mãos pelos meus ombros e começa a me guiar pelos corrredores brancos.


– Onde estão meus pais? – pergunto com um nó se formando em minha garganta.


– Você os assustou, pequena Primrose. – ela diz e começa a me olhar como se fôssemos grandes amigas. – Mas eu não tenho medo de você.


Eu tenho medo de você. Admito mentalmente.


– Não começamos bem, mas... - ela continua enquanto andamos. – Para concertar isso, eu escolhi pessoalmente quem cuidará de você enquanto estiver aqui.


– Quem? – pergunto com medo da resposta, então ela diz o impensável, ou melhor, o inaceitável: - Eu.


Ela diz e me deixa no meu quarto.



Porque foram embora sem se despedir?


Pergunto-me cansada. Deito mas não consigo dormir. Me sinto tão sozinha, tão vulnerável, tão vazia.


O quarto em que Mist me deixou tem uma pequena TV, uma cama e um banheiro. Alguns livros em uma estante e papéis em branco com lápis coloridos ao lado.


Eu amo desenhar e poucas pessoas sabem disso.


Começo a acreditar que realmente foram meus pais que me colocaram ali.


Mas porque não se despediram?


Abro a porta do meu quarto pela milésima vez. Surpreendentemente, a porta está destrancada. Mist trancou ao sair. Eu sei disso porque tenho checado de 5 em 5 minutos.


Estou descalça e com a roupa clara do Pensatório, como uma completa insana.


Ando sem fazer barulho. Não quero que ninguém me coloque naquele maldito quarto branco outra vez.


Subo escadas, ando por corredores, cumprimento algumas pessoas... Ninguém parece muito interessado em mim, o que parece estranho, já que deveriam se preocupar com uma paciente considerada perigosa andando livremente pelos corredores. Eles agem como se eu nem mesmo estivesse ali alguma das vezes.


Chego ao último andar. Quero ir ao terraço, ver a cidade, me sentir menos sozinha.


– Me soltem seus malditos. – ouço uma voz conhecida.


Tapo minha boca. Se eles me ouvirem andando por aí, vão me sedar como fizeram com Annelys. Coisas estranhas acontecem comigo normalmente, tenho medo do que posso fazer estando sedada.


– Eu vou levá-la e vocês nos deixarão em paz. Voltaremos ao nosso Distrito essa noite.


Vários homens estão lutando com um homem. Parece injusto e não quero acreditar em meus ouvidos, não pode ser ele.


– Eu vou levá-la. – ele grita e então ouço um estrondo. Um soco cala o homem. – Façam o que quiser comigo, mais deixem-na em paz. Deixem que ela volte ao Distrito e tenha uma vida normal. Ela é apenas uma criança.


– Nós não precisamos de você mais. – um homem de preto, muito sério, diz. Ele parece com alguém, porém nunca o vi antes.


– Por favor, ela é apenas uma criança. – penso alguns segundos se devo tentar ajudá-lo, mas há seis homens ali e tio Haymitch está ajoelhado no chão, com sangue pingando de sua boca cortada.


Ele começa a chorar. Nunca vi tio Haymitch chorar.


Os homens começam a rir.


– Ela sempre nos pertenceu. – o homem de preto diz. Os enfermeiros parecem todos armados com suas seringas cheias do líquido que pode colocar até um bestante para dormir. – Ela é nossa. – o homem diz e todos os pêlos do meu braço se eriçam, porque eu apenas sei que eles estão falando de mim.


– Por favor. – tio Haymitch implora e quando me vê, ele se desespera ainda mais, porém finge que não está me vendo. Ele começa a se remexer todo, entendo que ele quer que eu saia dali, mas estou paralisada. Não consigo me mover.


Os enfermeiros se preparam para sedar tio Haymitch, quando o homem de preto os para com um sinal com as mãos. Eles se olham.


– Não quero ele dormindo agora, por algumas horas. – ele fala. – Eu quero que ele durma e nunca mais acorde. Como eu disse, não precisamos mais dele. Tão descartável quanto o menino Odair.


Meu coração para por alguns segundos, mas então seu ritmo começa mais rápido que nunca. Meu peito arde e eu sinto que estou prestes a desmaiar.


Lucca e Haymitch são descartáveis. Lucca e Haymitch.


O homem de preto tira uma seringa diferente de um recipiente que ele guardava em seu casaco. Ele bate na seringa e eu e tio Haymitch olhamos o líquido vermelho.


– Isso aqui, meu caro, é capaz de matar até um bestante. – ele diz e arregalo os olhos. Eu mesma fiz a comparação com os bestantes faz poucos segundos, mas é provavelmente uma coincidência esquisita. Não é como se nossas mentes estivessem... - Interligadas. – o homem completa e me olha de relance.


Todos estão me olhando agora e não sei o que fazer, até que Haymitch solta um grito quando o homem enfia a agulha em seu pescoço. Quase posso sentir o líquido vermelho entrando no sangue de tio Haymitch e tirando dele toda a vida que ali havia.


– Não. – eu grito, eu berro, eu choro. Eu grito de um jeito assustador, quase me sinto fora de meu corpo, como se eu mesma não acreditasse que aqueles gritos fossem meus.


Os homens soltam o corpo, agora cada vez mais fraco de Haymitch. Seguro sua cabeça em minhas mãos.


– Não se vá. – eu começo a dizer entre lágrimas. – Não me deixe sozinha. – eu digo acariciando seus cabelos brancos. Ele me olha fixo e uma lágrima sai de seu olho direito.


E então sua cabeça começa a pender sem vida em meus braços.


– Você nunca esteve sozinha, minha dama. – o homem de preto diz e estende-me a mão.


Levanto-me e tento atacá-lo. Nunca senti tamanha fúria, quase sinto que quero matá-lo. Mas não sou assim e ao mesmo tempo imagino como seria beijá-lo. Ele parece tão belo e... O que estou dizendo?


Este homem acabou de matar Haymitch.


As lágrimas param. Imagino se tudo aquilo é um sonho.


– Não é um sonho. – ele dá de ombros. – Mas eu tenho uma informação importante, Everdeen. – ele começa quase sussurrando em meus ouvidos. Seus olhos são tão azuis e familiares. – Se você não se comportar, ou seja, não me agradar, talvez você encontre seu amoroso tio e também seu filhote de Carreirista mais rápido do que pensa. – ele diz sorrindo e então reconheço aquele sorriso. Reconheço aqueles olhos. Reconheço os cabelos loiros como ouro – Claro, se você acreditar naquelas baboseiras de vida após a morte. – diz o homem que tem uma semelhança física assustadora com Mist.


Depois tudo que me lembro é de uma enfermeira calada me dando banho, mas as lagrimas banham meu rosto com mais intensidade que a água morna que sai do chuveiro. Ela não me pergunta o porque das lagrimas e eu não quero dizer, não quero falar, pensar, não quero fazer nada. Uma das pessoas que eu mais amo acabou de ser morta na frente meus olhos.


Eles podem fazer isso com Annelys, ou Lucca, ou pior, meus pais e meu irmão.


Tento parar de chorar quando percebo que me entregar a eles é provavelmente o único jeito de salvar quem eu amo.






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Notas finais do capítulo

Comentem e tentem não me odiar muito, prometo que o próximo cap ta bem melhor. Comentem muito que posto ele amanhã mesmo.
Obrigada pelo apoio amores e quem estive odiando a fic, já que recebi um review falando algumas coisas assim, pode ter certeza que eu não vou mudar a fic nos últimos capítulos porque UMA pessoa reclamou :) e as chances de eu mudar a personagem principal porque UMA reclamou são menos que zero. Tirando isso, devo lembrar-lhes, quem comentar hoje ganha o link do trailer por MP. E sobre o tio Haymitch...esperem até o último cap desta parte, não sofram demais, pvfr...KISSES FROM D2!
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PS. Vocês viram a abertura das olimpiadas? A minha segunga banda favorita tocou no comecinho, os arctic monkeys, eu simplesmente pirei no cover deles de come together *-*
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PS2. Respondo os reviews assim q puder amores, é que tenho que terminar umas coisinhas agr *-*