Morning Light escrita por Dani


Capítulo 25
XXII - Kicking and screaming


Notas iniciais do capítulo

Oi tributos, cap pequeninho porém importante, leiam as notas finais! Boa leitura :D



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– Mas... Eu beijei Dean. – conto a ela.

– Porque fez isso? – ela diz sem demonstra emoção.

– Mãe... Eu não me lembro de nada que fiz nessas duas últimas semanas. – falo procurando alguma expressão no seu rosto.

– Você estava bem estranha, muito calada. Eu e seu pai achamos que estava se isolando pelo cansaço que a viajem causa. Sempre alguém se isola por uns dias. Mas do que você exatamente lembra?

– Do nosso último dia do Distrito 4.

– Teremos que contar isso ao médico. – ela fala com um sorriso fraco e pega na minha mão. Andamos até meu quarto, que ela sabia onde era, e deitamos caladas. Ela disse que me esperaria dormir e que se eu me machucasse ela me seguraria.

Acabei deixando já que estava muito cansada e em poucos segundos perdi a consciência.

O sol me acorda no dia seguinte. Movo-me para o lado para apertar um dos botões que fecha as cortinas, assim como os que havia nos outros hotéis em que nos hospedamos e quase caio de cara no chão.

– Cuidado, bela adormecida. – Annelys me cumprimenta me chamando do mesmo nome que me chamou no dia em que acordei de meu pequeno “coma” no Distrito 8.

– Onde estou?

– Em um hospital. – ela fala triste, deitando a cabeça cheia de cachos loiros ao lado de minha mão. – Sua mãe decidiu trazê-la pra cá, durante a noite.

– Eu fiz alguma coisa? – pergunto preocupada.

– Se fez sua mãe não disse a ninguém. Ela apenas decidiu trazê-la dizendo que você precisava de um médico o mais rápido possível.

Bagunço o cabelo de Annelys, cansada.

– Quem diria que esta viajem daria nisso tudo? – pergunto a minha amiga.

– Primmie, eles acham que eu estou louca. – ela diz séria.

– Bem vinda ao clube. – respondo.

– Primmie, de verdade, eu ouvi algumas pessoas conversarem sobre mim assim que cheguei ao hospital para vê-la. – ela fala se aproximando e abaixando a voz.

– Porque eles acham isso?

– Descobriram que vi meu pai. – ela me conta com tristeza na voz.

– Como?

Ela olha para os lados se certificando que não há ninguém nos escutando.

– Contei apenas para Vênus, pouco tempo depois recebi uma ligação daquela magricela loira e alta.

– Mist. – completo.

– Sim, falando que era para eu vir ao hospital para te ver e aproveitar para ter uma conversa com o Psicólogo deles. – ela fala. – Quando perguntei o motivo, ela disse que a Capital se preocupa com “garotinhas que vêem os pais que estão mortos”. – ela termina fazendo aspas no ar.

– Ela parece bem irônica. – comento.

– Ela parece nos odiar. Não somos da Capital, talvez sejamos todos muito impuros para ela. – Annelys fala mostrando seu espírito de rebeldia, que esteve calado todo esse tempo, mas que eu sabia que estava ali.

Poucas são as coisas com que Annelys concorda. Além de querer ter nascido na época de reis e rainhas, ela completamente odeia a Capital e qualquer coisa ligada ao poder que a Capital exerce sobre os outros Distritos.

– Mas, você acha que Vênus que contou? – pergunto.

– Provavelmente. Além de você, ela era a única que sabia. E você não contou a ninguém, você passou a noite com Lucca.

– Parte da noite. – a corrijo.

Annelys dá de ombros.

– O que você sabe sobre, o dia em que bem... Lucca me viu beijando Dean? – pergunto.

– Ainda não se lembra de nada? – ela pergunta.

Nego com a cabeça e então ela começa a falar.

– Estávamos todos no baile. Em uma mesa enorme apenas para os descendentes dos Jogos. Então Dean disse que gostaria de falar com você. Vocês saíram e todos continuaram conversando, menos Lucca, que parecia um pouco incomodado. Então ele disse que iria tomar um ar e foi para o terraço com seu pai. – ela continua. – Mas então Vênus derramou algo no vestido e foi se trocar. Depois tudo que me lembro é de voltar para o quarto e ver um Lucca um tanto furioso. – ela termina.

– Se ele estava com meu pai, como ele me encontrou depois? – faço uma pergunta retórica, não espero mesmo que Annelys saiba a resposta.

– Assim que Vênus subiu no elevador, poucos minutos depois seu pai desceu e voltou ao baile.

Olho para ela.

– Você acha que eles estavam juntos? Vênus e Lucca? – pergunto-a.

Ela dá de ombros.

– Mas se ela saiu contando algo que eu pedi para guardar como segredo... E contou logo aquela loira metida. – Annelys parece enfurecida. Quando ela está enfurecida ela arregala os olhos e coloca um sorrisinho sem humor e um tanto insano nos lábios.

– Eu nunca confiei nela. – alguém fala ao pé da porta e eu e Annelys nos viramos. Quem fala é Lori.

– Lori conhece ela há mais tempo que nós duas. – Annelys fala enquanto Lori se senta a cama.

Ficamos nos olhando sem saber se podemos ter uma conversa ali no local, já que agora parecem que as paredes têm olhos e ouvidos.

– Quantos dedos tenho aqui? – um homem que deve ter uns trinta e poucos anos me pergunta colocando uma luz horrível e cegante em meus olhos.

– Três.

– Qual seu nome? – olho para meus pais perguntando com os olhos se eu realmente preciso responder aquilo. Eles ficam apenas me olhando, parecendo preocupados por eu demorar a responder.

– Primrose. Rue. Everdeen. Mellark. – digo lentamente mostrando que me lembro de cada um deles.

– Quantos anos? – pergunta-me.

– 17. Em alguns dias terei 18. – respondo e me dou conta de que é verdade. Se nós demorarmos mais alguns dias na Capital, passarei a ter 18 anos ali mesmo.

– Tudo bem. Memórias acumuladas durante a vida estão intactas. – ele diz e o outro médico, que está sentado atrás de uma mesa metálica, ajeita seus óculos redondos e anota em um papel coçando a barba já branca.

– O que você fez semana passada, Primrose? – ele pergunta finalmente.

Abaixo a cabeça me sentindo derrotada.

– Não me lembro.

Depois de muitas perguntas, as quais me sinto uma inútil por não saber responder, ele me libera e diz que devo ficar ali em observação por um tempo. Quando entendo ali, penso ser naquele hospital metálico e deprimente. Mas não, posso ficar normalmente no hotel, eles só ficarão de “olho” em mim.

Tudo bem.

Quando estamos saindo do hotel, Lori vem e acompanha a mim e aos meus pais. Fico contente por saber que ela está falando comigo novamente. Mas há algo estranho.

– Me soltem. – ouço gritos histéricos e agudos. – Me soltem agora.

– Você precisa de ajuda garotinha. – um dos enfermeiros diz.

Viro-me de costas e vejo toda a cena. Dois enfermeiros seguram Annelys e ela está gritando e tentando esmurrar os dois, mas não consegue. Um terceiro enfermeiro vem e injeta-lhe uma injeção com um líquido rosado no pescoço de minha amiga e ela já sem forças se entregando ao poder do remédio que agora corre em suas veias diz em um suspiro sufocado: - Primmie, não deixe que eles te peguem.

Saio correndo para pegá-la pendendo no braço daqueles dois enfermeiros quase parecendo sem vida, mas alguém me segura com uma força assustadora. Uma unha pontuda arranha minha pele e viro para trás com uma fúria que não parece minha.

– Mist, solte-me. – grito com a loira que parece ter duas vezes minha altura. – Ela precisa de ajuda.

– E não é da sua ajuda. Duas garotinhas insanas não podem se ajudar. – suas palavras tiram toda minha força e fúria. Sinto-me paralisada ao ouvir suas palavras, então faço o que eu não deveria fazer. Dou um soco no seu rostinho de boneca.

Ou ao menos, tento.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Leitores eu queria falar com vcs, semana passada me comprometi a postar três vezes na semana, porém pouquíssimas pessoas comentaram então eu decidi o seguinte, se neste capítulo tiver de 18 reviews acima eu postarei quarta, se houver menos de 18 postarei apenas sexta. Espero que tenham gostado *-* Vocês viram o TCA? Nosso Josh estava D-E-M-A-I-S pegando aquela pancha linda maior que ele, porém ele fez isso like a boss *-*