Morning Light escrita por Dani


Capítulo 22
XX - Down in the Capitol


Notas iniciais do capítulo

[SECOND PART FINALE] Oie tributos, estou de férias AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA finalmente *-* Como agora estou com um tempinho a mais para escrever decidi postar 3 capítulos essa semana. O de hoje que é o último da segunda parte, o prólogo da terceira parte e o primeiro capítulo da terceira parte. BOA LEITURA!!
*leiam as notas finais se possível*
OBS. Para ouvir a música do capítulo sem interromper a leitura da fic recomendo que clique no link com o lado direito do mouse e clique em abrir link em outra guia ou janela ;)



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– Eu sei que não somos amigas, mas não há ninguém aqui que não saia do cômodo quando eu entro, então. – ela diz limpando os olhos verdes marejados. – Acho que você é a única que nunca me deixou falando sozinha.


– Qual o problema? – digo ignorando suas queixas.


– Exatamente isso. – ela fala abraçando com força os joelhos em frente ao corpo. – Eu acho que me perdi com o tempo, sabe. Eu sempre me senti como se fosse a pior em tudo, então decidi agir sempre como se fosse a melhor. Isso não me levou a nada.


Apenas continuei olhando para ela, sem saber o que dizer.


– A única pessoa que um dia conseguiu gostar de mim, eu magoei. – ela diz se referindo a Lucca. – E ele conheceu alguém que merece ele mais que eu. E a Lori, bem, desde que fiquei com Lucca, ela tem um ódio mortal por mim e nunca superara isso.


– Por quê?


– Ela é completamente apaixonada por ele. – ela revira os olhos grandes como os de uma boneca. – Mas eles cresceram juntos, ele a vê como uma irmã.


Ela dá de ombros.


– Não acredito.


– Você não é muito perceptiva. – ela comenta gesticulando com as mãos o tempo todo. – Mas como eu dizia, parece que todos me odeiam e eu me odeio também. – ela conclui. – Talvez se os Jogos não tivessem acabado eu tivesse algum valor, já que seria Carreirista com toda certeza.


– Não fale algo tão idiota. – digo.


Ela dá uma risada no meio das lágrimas.


– Por isso vim parar aqui. Você parece ser uma das únicas pessoas que parece falar o que pensa. Você não cresceu no mesmo berço de mentiras que eu e todos aqui.


Encosto a cabeça na parede falsa do trem.


– Isso explica porque eu sinto que estão me escondendo sempre alguma coisa, nunca me contam tudo.


– Eles não querem te corromper. – ela faz aspas no ar quando diz a palavra corromper. – Mas você está indo a Capital. Você não será a mesma depois de ir a Capital. Lá é onde todas as cobras estão.


– Que tipo de cobras?


Ela dá de ombros.


– Ao chegar, você percebe. Se você não se deixar levar, eles te tratarão como uma rainha, claro, mas não acredite neles. Nada na Capital é o que parece ser.


Limpo uma lágrima dela que descia na lateral esquerda de sua face cheia de pintinhas claras.


– Você pode ser completamente agradável, Vênus. – conto a ela. – Estamos conversando e eu não senti a necessidade de deixar o cômodo, ainda.


Ela ri. Parecendo mais nova agora que está sem a maquiagem carregada e as roupas extravagantes.


– Não é fácil quando todos esperam que você seja perfeita e tudo que você sente sobre si é o contrário. – ela abaixa os olhos. – Não queira ser a filha do prefeito, ainda mais do Grande Distrito 1.


– Eu sou apenas a filha do tordo. – dou de ombros a fazendo rir.


Vênus se levanta rápida e vai até a porta.


– Obrigada por me... Ouvir. – ela fala com o corpo fora do quarto e a cabeça na soleira da porta me olhando.


– Apenas me avise quando aparecer para que eu não fique nua. – finalizo e ela sai pela porta.



Deito-me na minha cama e fico presa entre lembranças da infância e devaneios escuros. Zonza, abro os olhos várias vezes tentando entender onde estou e o que está acontecendo, numa dessas vezes vejo que Annelys entra em meu quarto, tranca a porta, e deita-se do meu lado.


Há lágrimas em seus olhos e sei o motivo: seu pai.


Desde que seu pai morreu Annelys é atormentada pelos piores pesadelos, pesadelos que mostram as várias formas que ele pode ter morrido, já que a Capital nunca disse nem a ela e nem a mãe como realmente aconteceu, apenas disseram que encontraram o corpo já em decomposição.


– Não chore. – consolo ela. Ficamos meio abraçadas até que os devaneios definitivamente me levam dali.


Eu estou correta. Era a coisa certa a se fazer.

Começo a caminhar com dificuldade em um lugar que se parece com um castelo, algum castelo dos filmes medievais que Annelys tanto ama.

Entro em um salão enorme e vejo uma fila de pessoas.

Na verdade, duas filas.

Na fila direita estão os homens, na esquerda as mulheres.

Começo a andar entre eles e vejo que são rostos conhecidos. Ao me verem alguns sorriem mais a maioria vira o rosto.

Vejo Effie, Octavia, Riley. E então mais e mais pessoas.

Visualizo Lori e ela grita meu nome acompanhado de algum xingamento, quando ela faz isso, meu corpo solta uma risada rouca e alta, e eu mesma me surpreendo com isso.

Continuo andando e vejo Vênus com a cabeça baixa, ao seu lado Dean me olha com os olhos tão negros quanto à noite, com os punhos amarrados, mas ele os aponta para mim, como se eles estivessem amarrados para minha proteção.

– Me diz que não é verdade, docinho. Por favor. – Um Haymitch com as mãos e os pés acorrentados me pede, mas eu grito para que ele se cale e ele cai de joelhos. Vejo lágrimas caindo em grande intensidade de seus olhos e isso me dá uma fúria indescritível.

– Não perca seu tempo. – digo a ele.

Continuo caminhando entre as duas filas então vejo Annelys em um vestido branco conversando com o nada, e ela não me vê, mas não me aproximo. Não me aproximo de ninguém.

As últimas duas pessoas da fila direita são Lucca e meu pai.

Dou dois passos para o rumo de Lucca e então paro fitando seus olhos azuis que estão muito sérios.

– Quem é você? – ele pergunta falando baixo.

– Eu sou o tordo. – eu falo e dou um sorriso doentio para ele. – E você, apenas um covarde.

Ele abaixa a cabeça fitando suas mãos também acorrentadas.

– Primrose. – meu pai chega perto de mim e levanta meu queixo com as mãos. – Você fez o que havia de se fazer.

– Eu sei. – eu digo então continuo andando, subo alguns degraus e paro de frente a um espelho.

Estou vermelha. Literalmente, vermelha.

Coberta de sangue dos pés a cabeça. Estou com um vestido negro e curto, mas cada parte de mim que há apenas minha pele e nenhum tecido, está coberta de sangue, ainda líquido e fresco.

Tiro de minhas costas o que me fazia caminhar com dificuldade. Uma espada de prata.

Olho meu reflexo nela. Os meus lábios estão maquilados de vermelho e meus olhos com uma maquiagem escura.

Deito a espada ao lado do corpo que estava na minha frente. Deitado. Morto.

– Eu te declaro morta. – eu digo quando me agacho ao lado do corpo, dou uma risada e finalizo: - O mundo está livre de você, Katniss Everdeen.



– Primrose, pare. Pare agora. – gritos histéricos me tiram daquele enorme castelo.


– Annelys. – digo e abraço minha amiga. Lágrimas febris caem dos meus olhos.


Annelys se afasta de mim e começo a me perguntar o quanto daquilo foi um devaneio.


– Prim, olhe o que você fez. – ela fala segurando meus dois braços.


Ambos os braços estão arranhados e vermelhos, um deles está começando a sangrar.


– Eu não fiz isso. – nego com a cabeça em desespero.


– Prim, eu acordei do meio da noite com você se debatendo com tanta força que parecia que você estava tentando se machucar. – ela fala quase gritando. – Eu vi Prim. Você dizia o nome da sua mãe e fazia isso com seus braços.


Coloco a cabeça entre as mãos.


– Minha mãe.


“Ela é o mal, Primrose.” Ouço uma voz desconhecida dizer.


Annelys me olha com os olhos cada vez mais arregalados e assustados.

– Você ouviu isso? – pergunto a Annelys.


– Seus gritos abafados? Sim.


Nego com a cabeça.


Ela não pode me ouvir, amorzinho”. A mesma voz que falou antes me conta.


Chacoalho a cabeça tentando fazer parar.


Não há para onde fugir, Primrose.”

– Eu estou ouvindo... Vozes. Na minha cabeça. – digo a Annelys.


– Não, isso não pode estar acontecendo. – ela começa falando. – Você só está ainda sonolenta. É apenas isso. Nada, além disto. Apenas está afetada por algum de seus sonhos.


– Como você sabe de meus sonhos?


– Você me contou alguns ontem.


Nego com a cabeça.


– Ontem quando chegou chorando, nós apenas nos abraçamos e dormimos. – digo a ela.


– Primmie, isso foi semana passada, quando ainda estávamos no Distrito 4.


Coloco a mão nos lábios e depois instintivamente na cabeça.


– Eu não me lembro – digo a ela com minha voz ficando mais aguda a cada palavra - Onde estamos? – pergunto a ela, mas ela nem mesmo me responde quando Lori abre a porta do quarto e nos chama. Saímos de mãos dadas, mas Annelys solta minha mão e sai correndo para a janela mais próxima.


Lucca está sentando em uma poltrona lendo um livro, penso em cumprimentá-lo com um beijo, mas quando digo um simples oi ele se levanta e sai sem ao menos me olhar.


– Lucca? – sussurro quando vejo a poltrona vazia.


– Venha logo, você estava ansiosa. – Vênus me puxa pela mão. – Seja bem vinda a Capital.


– Capital?


– É incrível não é mesmo? – ela fala e várias luzes acertam em cheio meus olhos, mas eu não consigo prestar atenção nelas por causa das vozes, por causa do que Annelys me disse e claro, por causa de Lucca.


– Vênus, há quanto tempo tivemos aquela conversa em meu quarto? – pergunto.


– Aquela em que você está como veio ao mundo, completamente nua? – ela pergunta rindo.


Afirmo que sim com a cabeça.


– Umas duas semanas, qual o problema? – ela me pergunta e eu acho que vou desmaiar, mas tudo o que eu faço é ficar em silêncio olhando para tudo e todos que estão ali, tentando me lembrar desses últimos dias.


Há apenas um problema: a última coisa de que me lembro é do meu último dia no Distrito 4.




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Notas finais do capítulo

Então amores? Não me xinguem :) Queria falar com vocês sobre as duas partes finais da fic. Eu tirei uns minutinhos pra planejar cada capítulo da fic, até o final, e eu estava seriamente pensando em uma segunda temporada, mas após planejar cada cap eu decidi fazer uma temporada só com quatro partes, as próximas partes terão um número menor de capítulos, e pretendo postar bem rápido. Muito obrigado pelo apoio e recadinho para os leitores-FANTASMAS: quanto mais rápido eu conseguir reviews mais rápido postarei, ou seja, se pouquíssimas pessoas comentarem neste só postarei duas vezes na semana como tinha combinado antes. Não custa nada me deixar contente com um reviewzinho né? MAY THE ODDS BE EVER IN YOUR FAVOR! E aos leitores novos que infelizmente não comentaram ainda: Sejam bem vindos ♥
---PARA OS QUE SE INTERESSARAM na fic baseada em Morning Light: https://www.fanfiction.com.br/historia/242566/Hey_I_Love_Yah