Morning Light escrita por Dani


Capítulo 12
XI - Everything you wanna know


Notas iniciais do capítulo

TRIBUTOS VAMOS COMEMORAR, o fim da minha semana de provas chegou e me inspirou em um dos maiores capítulos de Morning Light. Espero do fundo do coração que gostem e quero desejar um enorme bem vindo a bordo aos novos viajantes que estão começando a ler ML agora. Espero que gostem ;)



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– Você não dá valor no meu trabalho. – suas mãozinhas gorduchas abanam seu rosto esverdeado enquanto tudo que consigo pensar é que se ela não fosse verde talvez ficasse vermelha de tanta raiva.

– Eu gostaria de ver o tom natural da sua pele. – falo sem querer e na mesma hora Octavia para de falar.

– É muito normal. – ela diz e se senta do meu lado. – Normal demais.

– Eu não acho que nada em você, por mais que você tente, é ou algum dia seria normal demais. – digo e ela dá um sorrisinho.

Ela tira um pedaço enorme de óleo enrijecido do meu cabelo e se levanta: - Chilies, Mylo, temos muito pela frente.

Eles me puxam, me esfoliam, e penso que estão arrancando meus cabelos, mas eles ficam mais sedosos e macios a cada segundo. Octavia anda como uma doida falando sobre algum vestido no telefone com alguém e nunca a vi assim antes.

– O que está acontecendo? – pergunto aos dois membros da minha Equipe de Preparação.

– O Distrito 4 está chegando. – Chilies diz e me dá uma piscadela como se isso explicasse tudo.

– E o 2 e o 1 também. – Mylo bate suas mãozinhas, com tatuagens prateadas nas laterais, em comemoração.

Movimento a cabeça como se compreendesse tudo sobre o que eles falam.

Lembro-me um pouco dos eventos desta tarde, conheci um garoto, Dean e perto de todas essas pessoas com quem tenho viajado ele parece tão simples e despreocupado. Tão estranhamente normal.

– Me desculpe mesmo. – eu dissera pela milésima vez enquanto caminhávamos pelo 8, nas aproximidades de minhas acomodações.

– Pare de se desculpar. – ele dissera calmo. – Você só ficará me devendo uma e eu sou bom em cobrar o que me devem.

Dei um sorriso incerto na hora pensando se ele falou sério quando disse aquilo. Conversamos um pouco e descobri que ele é do 3, ele é a ajuda que nós estávamos esperando para concertar o trem, na hora eu não pensei que era ele por parecer tão novo, mas era ele sim.

– Você vai continuar na viagem conosco? – perguntei quando estava quase voltando para o hotel para me limpar.

– O 3 e a Capital precisam de mim. – ele respondeu.

– Porque a Capital precisa de você? – perguntei.

– Você sabe, toda aquela tecnologia da Capital não é feita por eles, eles não sobreviveriam um dia sem nós lá fazendo tudo por eles.

Quando ele disse isso penso pela primeira vez na importância dos Distritos para a Capital. Sempre pensei nela como o centro de tudo, mas Dean a fez parecer tão frágil.

– E se nós também precisarmos de você? – eu disse e quando vi seu olhar percebi o quanto isso soou estranho, mas eu gosto muito de companhia e Dean parece boa companhia. Sua voz é calma, seu olhar paciente, seu sorriso preguiçoso. E ele é gentil.

– Bem, se precisarem de mim eu estarei aqui. – ele disse. – Mas só partirei pela manhã.

– Então acho que nos vemos no baile. – ele levantou a sobrancelha quando eu disse isso.

– Você está me devendo um e eu partirei pela manhã. – ele disse pensando por um segundo antes de prosseguir. – Porque você não quita sua divida indo comigo ao baile.

Arregalo os olhos.

A única vez que vi garotas sendo convidadas para irem a bailes com garotos foi em algum filme retro da Capital, nunca pensei que alguém realmente fazesse isso.

– Eu...é...- comecei falando mas ele me silenciou fazendo um sinal com a mão.

– Eu te busco após o por do sol. – ele disse.

– Você nem sabe qual meu quarto. – afirmei.

– É bem raro quando eu não descubro o que eu quero. – ele deu uma piscadela e voltou para o rumo do trem, o velho que estava como um louco no dia que o trem apresentou problemas estava lá e começou a parabenizá-lo assim que ele chegou perto de um grupo de homens todos com seus capacetes de proteção e uns cheios de fios na mão. Pela primeira vez reconheci pessoas do Distrito 3 e aparentemente agora irei ao baile com um deles.

Quando eu e Octavia ficamos sozinhas no quarto de hotel utilizado apenas para preparações e ela desliza em vestido rosa e simples, porem cheio de pequenos detalhes, pelo meu corpo.

Dou uma risada quando o tecido faz cócegas e depois se ajusta.

– Os tecidos daqui são simplesmente divinos. – ela comenta e então me deixa livre. – Recebemos um montão deles toda vez que passamos por aqui. Seus vestidos nos Distritos Principais serão divinos.

– Que bom. – dou um sorrisinho para Octavia como se eu entendesse de Distrito Principal ou qualquer coisa assim.

Fui direto para meu quarto, surpresa pelo conforto dos saltos, me perguntei se os de Effie também eram tão confortáveis, isso explicaria muito sobre o quanto ela é rápida mesmo usando aquelas coisas bizarras e altas.

Tio Haymitch está na porta.

– Docinho, cada dia você me lembra mais sua mãe. – ele diz. – Fisicamente. Por dentro você me lembra Peeta, menos quando é tão teimosa quanto Katniss.

– Não sou teimosa. – afirmo.

– Essa é a frase mais falada pelos teimosos. – ele diz e se aproxima bastante sóbrio. Como o baile se aproxima sei que essas são suas últimas horas sóbrio. – Quem te levará ao baile?

– Um garoto que eu conheci. – digo e ele parece um pouco triste, na maioria das noites temos acompanhado um ao outro, ou pelo menos até lá, quando chegamos ao baile ele me abandona e corre para suas eternas amantes. Bebidas.

– O menino Odair? – ele pergunta.

– Claro que não. – digo rápido demais e ele me olha de um jeito estranho.

– Nos vemos lá então. – ele diz e faz uma reverencia boba como se estivesse se afastando de alguma realeza. Às vezes acho que a bebida já entrou no sangue de tio Haymitch ou ele é levemente maluco. Mas amo ele assim, ele é na maioria das vezes quem mais me faz rir lá no 12.

Quando me viro um Dean bem elegante me aguarda. Ele viu a reverencia e tenta tapar o riso com uma expressão falsa de seriedade.

– Você poderia parar de aparecer toda vez que eu me viro. – digo brincando. – Se houvesse outra possa de óleo bem aqui...

Ele dá um risinho e seguimos para o baile, ele me guia de um jeito engraçado, desajeitado e então chegamos ao enorme baile que desta vez será no hotel.

Reconheço muitos rostos cumprimento meus pais, vejo Annelys na pista brincando com bolhas de sabão que saem de não sei onde, Riley está falando com Finn e tudo parece normal.

Não vou em todos os bailes, mas desde que vivo me sujando ou com o cabelo despenteado resolvi obedecer aos desejos de Octavia antes que eu deixe ela louca.

– Gosta de dançar? – Dean pergunta quando uma música mais lenta começa.

– Sou péssima nisso. – digo.

– Não se preocupe, perto de mim qualquer um parece um ótimo dançarino. – ele diz e vamos.

Estamos lá quando a vejo.

Seus cabelos vermelhos estão presos no alto da cabeça, usa um vestido decotado azul escuro, seus lábios estão vermelho sangue e ela carrega no braço direito apenas um de seus acessórios, ou é assim que os dois parecem juntos.

Logo se separam e eu quero me bater por prestar tanta atenção neles quando alguém tão divertido e gentil como Dean continua falando e dançando comigo. Vejo Lucca indo falar com meus pais e o três riem como velhos amigos.

Eu gostaria de saber do que eles estão falando.

– Você vai a muitos bailes? – Dean me faz desviar o olhar.

– No 12 não, mas desde que começamos a viajem tenho ido em alguns. – digo. – e no 3?

– Eu vivo cuidando de máquinas, passo noites pensando em projetos, fazendo cálculos, e além de contas acho mais fácil lidar com números do que com pessoas. – ele diz e penso nisso. Se eu ao menos me desse bem com algo, como ele com números, talvez fosse mais fácil. Eu desenho, mas meus desenhos são inspirados em pessoas. Eu observo muito as pessoas, me interesso demais por elas e mesmo que elas sejam complicadas desde que a viajem se iniciou tenho me distraído muito com as tais.

São tantas personalidades diferentes convivendo juntas. Lori sempre tão irônica, Octavia sempre eufórica, Annelys falante e bem humorada, Vênus ruiva e metidinha como Finn disse, Lucca, e agora Dean.

Gosta de números, anoto mentalmente. Não que isso sirva de algo já que não entendo muito de números, saber contar quantos pães precisam ser produzidos em um dia é o suficiente para mim na minha relação com os números.

– Você me daria a honra de uma dança? – ouço uma voz e não tenho certeza se ela me dirige a mima te que viro a cabeça e dou de cara com o dono dela.

Nem respondo quando após uma troca de olhares com Dean, Lucca pega na minha mão e começa a me conduzir pelo salão de um jeito tão correto que meus pés mal tocam o chão, ou seja, sem estragos.

– Acho que isso foi rude. – digo.

– Não foi. – ele diz sério.

– Eu estava dançando com ele. – afirmo.

– Aliás, quem é ele? Você pelo menos o conhece? – ele diz sorrindo para alguém que o cumprimenta.

– Quase mais do que conheço você. – digo e então ele finalmente me olha nos olhos.

– Você fica se prendendo nas mesmas coisas. – ele diz.

– Lucca, você que me deixou presa na mesma coisa. Não é como se fosse algo normal. Nós tivemos um momento, nós começamos a nos dar bem, mas você nem pode ser claro comigo. – digo mais irritada do que eu gostaria. – Não me venha perguntando quem eu conheço se você nem tem a coragem de me deixar conhecer você.

Ele dá um sorriso sem humor.

– Não há nada entre mim e Vênus. – ele diz como se isso fosse a resposta de minhas perguntas.

– Eu acho que há. – digo sinalizando com a cabeça o olhar zangado que a ruiva tem direcionado a mim.

– Primrose, você já passou dois segundo ao lado dela? – ele pergunta tentando deixar o clima mais leve.

Começo a parar de dançar, já que perdi a vontade.

– Não é ela, Lucca. É você. – digo sabendo que soou sem sentido. Mas no fundo o que eu quis dizer é que ela não é a justificativa de tudo, e eu apenas que ele entenda quando saio andando e deixo ele só, no meio da pista.

Entro com pressa no elevador quando uma mão me para.

Olho furiosa para trás, mas os olhos azuis e sorridentes do meu pai me acalmam.

Ele aperta um botão no elevador e começamos a subir.

– Pai, eu não sabia que era o senhor. – digo.

– Eu sei do que você precisa. – ele diz apenas.

O elevador se abre e revela a paisagem mais linda que captei desde que cheguei ao 8. Estamos no ultimo andar do hotel, há muitas flores ali, mas o que me chama atenção é o enorme número que estrelas que enfeita o céu.

– Quando eu e sua mão queríamos apenas nos desligar um pouco do mundo, passávamos muito tempo nos telhados na Capital. – ele afirma me guiando o caminho das flores. – Agora quase todos os Distritos têm seus telhados abertos em pelo menos em algum de seus prédios. E eu fiz questão de escolher para nossa hospedagem um que tivesse.

Dou um sorriso para meu pai.

Ele se senta numa das extremidades e fico em alerta, mas ele joga uma rosa no ar pra lá do prédio onde não há chão e ela retorna.

Coloco as mãos na sacada do prédio ao lado de onde ele está sentado.

– Quando somos adolescentes isso acontece. Esses problemas, essas emoções. – meu pai me conta. – Você nem imagina como eu fiquei durante todo o período em que eu e sua mãe passamos juntos, quando não sabíamos se estaríamos vivos no dia seguinte. Eu pensava nela, em mim, em nossas famílias. E mesmo que eu achasse que fosse o fim dos meus dias a primeira vez que ela me beijou me senti o cara mais sortudo do mundo.

Dou uma risada.

– Como isso é possível? – pergunto incrédula.

– Como eu disse, são todas essas emoções. – ele diz. – Mas são em lugares assim que eu gostava de ficar antes dos Jogos, quando eu estava confuso.

Afirmo com a cabeça. Pensando em como todas as minhas reclamações são ridículas perto de tudo que meus pais passaram.

– E agora estou dividindo ele com você. – ele diz, faz um carinho nos meu cabelo e sai me deixando ali sozinha.

Passam-se uns minutos em que tudo que ouço é o vento quando começo a cantar sozinha.


Aqui é seguro, aqui é abrigo

Aqui as margaridas lhe protegem de todo perigo


A voz de minha mãe é um milhão de vezes mais bela que a minha, mas fico ali sussurrando até que eu me sinto relaxada, mas tudo que eu quero é ir para meu quarto e dormir.

– Porque parou de cantar? – uma voz leva embora o relaxamento que a pouco pensei ter conquistado.

Olho para ele cansada, não quero discutir ou dizer tudo o que estou pensando sobre ele.

Sento-me onde meu pai estava sentado e ele se senta ao meu lado.

– Me desculpa por ser idiota. – ele afirma e encosta na minha mão, mas depois afasta sua mão. Nossos ombros se encostam quando ele diz: - Eu pensei muito e não me importo, eu te direi tudo o que você quer saber.



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Notas finais do capítulo

Me digam por favor o que acharam porque o número de leitores aumenta, mas os novos leitores não comentam :/ preciso muito saber a opinião de vocês ok?
PS. Estou a procura de uma beta na minha fic "By teh eyes of a victor" quem tiver interesse me manda mp ou avisa por review
PS2. Leitores do meu coração escrevi minha primeira oneshot-Peetniss final de semana passado e eu gostaria que vocês lessem, significaria muito para mim é a "The Dandelion in The Spring"
PS3. Se vocês tiverem algum personagem em que estão MUITO interessados em saber mais sobre podem falar que eu tentarei falar mais sobre ele(a).
PS4. Muito obrigado mesmo por acompanharem a fic
MUUUUUUUUUUUUITOS kisses from District 2 ♥