Narração por Edward Cullen

Fiquei impressionado, como é que Isabella Swan conseguiu passar um dia inteiro sem me xingar, me evitar, ou me odiar? Magia de Alice... Só pode.

Eu bem que gostei de ontem à tarde. Ficamos... Bom, no mínimo bem. Ela foi gentil, e eu conseguientendera tabela periódica. Foi ótimo. Não como eu queria, mas tudo vai mudar. Eu combinei de trazê-la aqui em casa hoje, e ela já ficaria para a festa da Alice.

Inclusive ela já deveria estar à caminho de meu carro agora. É, essa noite eu levo essa gata à loucura. Tenho certeza.

As festas que as pessoas de minha família dão são... Muito eróticas. Quem entra virgem sai... Bom, vocês sabem. Só sei que eu estou mesmo gostando dessa garota, e quando ela tiver uma primeira vez, se é que é a sua primeira vez, tem de ser comigo.

Avistei-a se aproximar do carro, com um sorriso de leve no rosto. Ela estava nervosa. Vestia uma calça jeans escura, tênis All Star pretos, e uma blusa justa preta. Sua mochila estava solta por cima de um dos ombros. Eu a recebi, abrindo a porta do carro.

Reparei que algumas pessoas em nossa volta estranharam. Devem estar pensando o que eu, sendo quem sou, estaria fazendo com ela. Bom, nem eu sei, ao certo, apenas aproveito.

– Boa tarde, Bella. - Sorri malicioso, e dei a volta no carro. Abri a porta do motorista e sentei-me. - Pronta?

– Para estudar, sim. Sempre, aliás. - Falou, com o sorriso desaparecendo em seu rosto.

– É, isso também. Mas eu me referia à festa da noite, afinal você vai sabero que é uma festa. - Ri, e comecei a dirigir. Ela estava ficando cada vez mais apreensiva. Liguei o rádio, e focalizei em um estação na qual estava passando a músicaThe Lazy Song, do Bruno Mars.

Ela começou a cantarolar bem baixinho, eu apenas agucei o ouvido para escutá-la. Tinha realmente uma bela voz. Resolvi puxar assunto.

– Bom, eu queria saber se você não está a fim de sair um dia desses... Sei lá, cinema, talvez. Gosta de algum filme que está em cartaz? Ouvi falar de alguns muito legais... - Falei simplesmente, dando de ombros. Ela me encarou perplexa e boquiaberta.

– Está me convidando para sair?

Olhei para ela, sorrindo, e assenti. Ela virou para frente, e mordeu o lábio inferior.Linda, como sempre. Essa garota estava me levando à loucura!

– Então ta, fim de semana, talvez. Nós marcamos.

Isso. Foi. Um.Sim? Ela aceitou mesmo sair comigo? Certo, isso não devia me deixar tão surpreso, afinal sou eu, Edward Cullen. Mas... Ela é especial. A única que resistiu a mim por tanto tempo, e agora cedeu. Isso faz dela menos especial agora? Tercedido? Talvez, mas não devo pensar nisso.

Eu estacionei o carro, e sai. Abri a porta para ela, que saiu quase saltitando. Lembrou-me Alice, até entrar em casa. Ela jogou sua mochila na mesa, e começou a espalhar os materiais na mesma. Voltamos ao nossonormal.

– Eu já volto, vou pegar minhas coisas.

Sai, deixando-a só com seus livros.

Narração por Isabella Swan

Ele estava diferente. Não era o mesmo galanteador barato de sempre, era um novo homem, em meus olhos. Nunca mais o vi com uma outra garota, nem ouvi nada absurdo a seu respeito.

Eu arrumava meus materiais até Alice entrar saltitante na sala.

– Bellinha linda, tudo bem? - Ela pulou para perto de mim, som um sorriso de orelha à orelha. - Me deixa ver a roupa que você vai usar na minha festa?

– Ah, bom, eu vou usar essa aqui mesmo. - Falei envergonhada, olhando para minha roupa simples.

– Como é? Nada disso. Não dá para você vir emminhafestaassim.

Senti-me sendo expulsa de sua casa, de sua festa e de sua vida. Mas como aquela menininha que brincava com o Edward ontem, e que muitos anos atrás fazia trancinhas em meus cabelos, pois os dela eram curtos, faria uma coisa dessas?

– Por isso... Vamos às compras! Eu pago! - Ela gritou, levantando um cartão de crédito.

Nossa isso foi tão tentador, tão bom para minha auto-estima... Eu nunca fui fazer compras de verdade, muito menos com uma amiga que está no topo da cadeia alimentar que é o meu colégio. Como eu recusaria?

Se bem, que dessa forma, eu teria que parar com os estudos, e largar Edward na mão. Ta, eu falei agora como se eu realmenteme importasse. E me importo de certo ponto. Balancei a cabeça e me levantei de repente entusiasmada.

– Vamos lá. - Falei decidida. Ela começou a pular e bater palmas, e eu apenas ri. Eu. Iria. Fazer. Compras.

Quem diria. Quem não conhece que me compre. Mas eu estava decidida, iria até o final nisso, e quando falonissoeu me refiro à Edward, aos estudos, às compras, e a essa nova eu, que particularmente eu estranho.

Narração por Edward Cullen

Quando cheguei bastante entusiasmado na sala, Bella não estava. Fiquei imaginando que ela poderia ter ido ao banheiro, beber água ou ido atender um telefonema lá fora, então resolvi sentar e esperar.

Meu bolso começou a vibrar e tocar uma música antiga. Whisky a Go Go. Só poderia ser a Alice mesmo. Peguei o celular e li a mensagem.

Eddie, eu e a Bellinha fomos fazer compras, então trate de ligar para seus amigos e convidá-los para a festa. Não vamos demorar tanto, mas... Bom, arrume o que puder. Bellinha vai chegarbelíssimaaí, tudo bem? Beijinhos adocicados, de sua Alice.

Revirei os olhos. Bem típico da Alice. Resolvi então obedecer. Ligaria para o Emmett, para ele convidar a América inteira para vir, e eu não estranharia se o presidente dos Estados Unidos aparecesse aqui em casa esta noite.

Disquei o número dele, e aguardei-o atender. Assim que o fez eu ouvi o som da televisão baixar. Vendo filme pornô. As pessoas andam tão previsíveis ultimamente...

– Emm? Preciso de ajuda, cara.

– Fala Eddie. Bota para dentro. O que você quer? - Revirei os olhos.Que idiota.

– Olha, eu quero que você chame todos que você conhecer ou que te conhecerem para a festa de hoje, ta bem? Precisa lotar a casa até alguém chegar à escoar pelo ralo.

– Olha, as aulas estão fazendo sucesso, hein? Sabe o que é escoar! Brincadeira, cara. Eu te amo. - Ele gargalhou. - E então, isso está me cheirando à camuflagem, viu? Vai usar as pessoas pra você se pegar com quem hoje à noite, hein cara?

Ele riu novamente. Não achei que ele precisava saber no momento o que eu pretendia fazer na festa. Vai acrecentá-lo em quê? Ele só vai se acabar de rir e apontar o dedo para minha cara, além de me zoar o resto da vida.

– Vai-te fuder.

Desliguei, e me joguei no sofá. Comecei a discar os números de minha agenda para convidar mais pessoas. Essa noite tem que ser perfeita.