Narração por Edward Cullen

Eu sorri saindo de meu carro. A aula com Bella começa em vinte minutos, e eu estava com medo de ter um momento de fraqueza com ela. Eu nunca tivera um momento tão intenso com uma mulher em toda a minha vida. Era como se ela tivesse nascido para mim, e eu para ela.

Logo o meu sorriso se desfez ao ver Jacob Black encostado em sua moto, em frente à minha casa. Fechei o carro e caminhei até ele.

- Black. – Informei minha presença, chamando-o.

- Cullen. Eu vim falar com você... Sobre Bella. – Ele desencostou da moto, e cruzou os braços em minha frente. – Quero saber qual o seu lance com ela. Eu gosto muito da Bella, e não vou deixar você magoá-la.

- Ela já te falou, não foi?

- Não, ela não me falou nada, mas não é difícil deduzir. Quero saber de você. Pretende o que com isso? Vai ficar com ela, dormir com ela, e depois manda-la embora, ou...

- Não vou magoá-la, se é o que estava pensando. Nunca faria nenhum mal para ela, mas assim que conversarem vai entender o motivo. Ela ficou de te contar uma coisa, e espero que seja logo. – Sorri malicioso. É ótimo ver a raiva em seus olhos.

Ele estava enfurecido. Eu havia provocado, também. Senti que ele estava tão irritado, sentindo-se perdedor, que iria avançar em mim. Seus pulsos estavam fechados, e ele veio para cima de mim, dar-me um soco.

Não fui rápido o bastante, e levei a pancada no rosto, abaixo do olho esquerdo. Não resisti, apenas fui para cima dele e revidei, logo começando uma sequencia de socos. Ele não ficou parado, revidou também.

- Ei, parem vocês dois! – Ouvi a doce voz de Bella em um grito, e quando olhei para trás ela havia jogado as coisas no chão e vindo aparatar a briga. – O que estão fazendo?

Ela puxou nossos braços para baixo, nos afastando.

- Estão loucos? Querem se matar? Nem imagino o que teria acontecido se eu não tivesse chegado a tempo. – Ela olhou para Jacob, e eu segui seu olhar. O rosto dele estava com um breve arranhão e uma mancha roxa.

Logo ela voltou-se para mim, perplexa. E, ao ver meu estado, arregalou os olhos. Toquei abaixo dos olhos, no canto do rosto, onde doía, e logo senti um líquido quente. Era sangue.

- Edward, deixe-me ver isso... – Ela veio até mim, cuidar do ferimento. Tirou seu casaco do corpo e começou a limpar o sangue em minha testa.

- Bella, desculpa... – Jacob começou, mas ela o cortou.

- Depois nos falamos direito, Jacob.

- Mas quero que saiba que... – Foi cortado novamente.

- Depois, Jacob. – Falou friamente, sem tirar os olhos de mim. Senti-me especial por isso. Jacob logo estava indo embora em sua moto, enfurecido e, provavelmente, sentindo-se culpado. – Vamos entrar, tenho que lavar isso aí.

Entramos em minha casa, e ela me deitou no sofá. Adentrou, e quando voltou estava com um balde pequeno cheio de água, um pano branco e a caixa de primeiros socorros que fica em cima da bancada. Sentou-se perto de mim, e molhou o pano no balde.

Fiquei olhando em seus olhos, bem no fundo, e só reparei seus movimentos quando senti a água fria entrando em minha testa, fazendo-a arder. Gemi por conta do choque de temperaturas, e ela sussurrou algo para mim.

- Calma, vai melhorar. Apenas fica quieto. – Ela começou a fazer movimentos circulares do pano nas cavidades de meus olhos. Relaxei, voltando a respiração ao normal. – Vai me dizer o que estavam fazendo antes de eu chegar?

Ela retirou o tecido de cima de mim, e reparei que havia saído bastante sangue – o tecido estava encharcado!

- Eu cheguei a casa e ele estava parado ali, na frente da porta. Aí ele começou a provocar... – Comecei, tentando me explicar, mas ela me cortou.

- E você perdeu a paciência, partindo para cima dele. Mas ele revidou certo?

- Não! Nada disso, foi exatamente o contrário, ele me bateu primeiro e eu revidei. Desculpe, mas eu não poderia fazer mais nada. – Soltei. Era realmente difícil de acreditar que eu me desculparia por algo tão besta.

Ela esfregou o cenho, respirando fundo.

- Eu não sei como vou falar para ele... E também, nem sei o que falar.

- A verdade. Diga para ele que estamos juntos agora. – Ela me olhou perplexa, porém sorridente.

- E nós estamos juntos? De verdade? Como um casal? – Juntou nossas mãos, acariciando as minhas. Sorri com isso, e puxei-a para perto de mim, dando-lhe um rápido beijo.

- Só depende de você contar para ele. – Ela suspirou pesadamente. Segurei sua nuca e puxei-a para mim, colando nossas testas. Ela sorriu levemente. – Eu nunca estive tão ansioso para algo como estou para me ver livre daquele cara.

- Então eu falo com ele amanhã, antes da aula. – Ela beijou meus lábios, tirando completamente minha lucidez. Sussurrei eu te amo para ela, que aprofundou o beijo.

Sorri dentre o beijo. Nada me fará mais feliz que tê-la assim perto de mim. Nada além de amá-la com todas as forças de meu corpo.

Meu desejo, desde que nos conhecemos oficialmente, sempre fora leva-la para a cama, mas agora vejo que isso é o de menos. Sexo, para mim, não é mais a mesma coisa. Antes era uma forma de relaxar, tirar o estresse e me trazer prazer. Agora o desejo por seu corpo é para poder tocá-lo e senti-lo perto de mim.

O prazer, agora, é vê-la sorrir. Vê-la alegre é o que mais prezo. Minha felicidade eu sei que estará garantida se ela estiver bem e contente. E, se eu a fizer feliz ficarei ao seu lado sempre, pois sua felicidade é como anestesia para mim. Felicidade e pureza interminável.

Quando Bella está comigo eu sinto-me bem, pois sei que ali ela está segura. Sei que nada vai acontece-la. Sei que, por mais diferentes que sejamos, somos um só. Eu só gostaria de ter descoberto esse sentimento antes de tudo. Gostaria de já ter conhecido o amor.