Narração por Edward Cullen

– O que você quer? – Bella atendeu ao telefone agressiva.

– Onde você está? Três e meia da tarde e você ainda não chegou. Esqueceu que tinha que me dar uma aulinha hoje, Swan?! – Doeu em mim falar com ela desse jeito, mas eu tinha que manter a pose, ainda mais agora que ela saiu do colégio na maior pode com o Black.

– Ah Edward, me poupe. Nós dois sabemos que desde o começo você detesta ter aulas comigo, e agora está me ligando para cobrar? Isso não me parece muito você, Cullen. – Respondeu irônica.

– Olha só, você não me conhece, tá legal? E eu tenho prova amanhã, e não quero me sair mal. Você não pode nem vir me dar uma força? A Sue vai ficar sabendo disso, ouviu? – Eu me senti uma criança soltando ameaças, mas pelo visto funcionou.

Ouvi-a bufar, e depois ouvi uma voz masculina falando O que foi?, e ela respondeu que teria de ir embora.

– Quem está aí com você?!

– O quê? Por que quer saber? Até onde sei isso não é de sua conta.

– É o Black, não é? Porra, logo o Black, Bella? – Dei um soco na mesa. Não é novidade que eu e o Black não vamos um com a cara do outro desde... Sempre.

– Olha, eu tô indo aí. Comece a pegar os assuntos e revisar o que puder. Agora tchau. – Ela desligou. Com raiva eu joguei o telefone na parede.

Eu não consigo imaginar eles dois juntos. Podia ser qualquer uma. Rosalie Hale, Bianca Breuchmount, Ellen Brantch, Susan Coffey... Qualquer uma ele poderia levar, mas a Bella? O que o Jacob iria querer com ela?

Logo ele que sempre pegava as garotas e jogava-as fora, e depois, estranhamente elas chegavam e começavam a virar suas melhores amiguinhas. O que ele ia querer com a Bella?

Narração por Isabella Swan

– Jake, tem como você me deixar na casa do Edward? – Perguntei guardando o telefone. Foi ótimo deixar Edward com ciúmes, e isso prova que ele sente algo por mim, mas o quê? Atração, apenas?

– Claro, mas... Posso saber o que vai fazer lá? – Ele arqueou a sobrancelha, já me guiando para sua moto.

– Eu fui selecionada para dar aulas particulares para o cara. Dá para acreditar? É quase impossível o fazer entender alguma coisa de física! – De todas as formas possíveis pensei.

Jacob riu, e começou a dirigir.

Abracei sua cintura novamente. Isto não estava certo. Eu conheci Jacob fazia alguns dias e já o tratava como se estivéssemos saindo, ou algo do tipo. Porém, mesmo com tão pouco tempo de convivência eu já sabia que já não o tratava como trato Edward.

Jacob, para mim, está sendo como um irmão ou melhor amigo que nunca tive, já o Edward... Bom, com ele é diferente. Por ele eu sinto atração, realmente. Ele foi o único cara com que sai que senti minha pele arrepiar ao tocá-lo. A única pessoa que tenho o desejo de pular em sua boca.

Para mim ele é um atrativo. Quando estamos sozinhos, mesmo estudando, é como deixar um homem só com uma stripper. Ele sente-se atraído e excitado, assim como um imã querendo suga-lo para o corpo da mulher. Comigo e Edward é o mesmo.

Mas, da mesma maneira, ainda continuo detestando-o. Não por ele ter uma mulher em sua cama toda noite. Não é isso. Mas sim por ele ser um deles. Os badboys que tenho pavor desde que me entendo por gente.

Eu não seria igual à Renné. Não abaixaria o rosto e aceitaria nada que um cara desse tipo fizesse. Desde pequena me prometi que estaria sempre um passo na frente deles.

Eu nem havia prestado atenção no caminho até a casa dos Cullen, só percebi que chegamos quando Jake estacionou. Ele desceu primeiro da moto, e depois me ajudou a sair. Parei um tempo, observando-o. Ele sorria timidamente.

– Foi bom o nosso passeio... – Falou, e eu sorri em resposta, assentindo. – Espero que queira repetir quando suas aulas acabarem.

– Vou querer. – Fiquei na ponta do pé para alcançar sua bochecha, e beijei-a devagar. Logo me afastei, olhando no fundo de seus olhos negros. Perdi-me neles. – Tenho que ir.

– Sim, papai está te esperando. – Ele revirou os olhos, e rapidamente subiu na moto e acelerou. Observei-o afastar-se, ansiosa para ver Edward.

Logo corri para a porta. Nem precisei tocar a campainha, ele abriu com uma expressão tediosa. Ele vira tudo. Imaginei, na verdade. Primeiro ele se faz de difícil, depois assiste a minha ceninha com o Jake no colégio. Depois me liga cobrando aulas, ou como penso, me afasta do Jake, e agora esperava eu chegar.

– Está atrasada.

– Boa tarde para você também, Eddie querido. – Sorri irônica, e entrei na casa sem olhar em seu rosto. Coloquei minha bolsa na mesa e me sentei ao seu lado.

Observei que os livros estavam fechados, então o encarei. – Você não ia começar sem mim?

– Eu ia, mas tive que fazer outra coisa... – Como ficar olhando pela fechadura a minha chegada? Pensei, e ri internamente.

Folheei as páginas até encontrar o capítulo certo. Marquei a página 186 com o lápis, e me virei para Edward.

– O que aconteceu, hein?

– Do que está falando? – Ele fingiu não saber do que estou falando, mas com todo esse tempo eu reparei que ele revira os olhos quando mente.

– Estou falando de hoje. Semana passada estávamos nos dando bem, eu até pensei que... Bom, resumindo, você me viu com o Jake no hospital e parou de falar comigo! Isso é criancice ou ciúmes?

– Olha, o que você faz ou deixa de fazer com o Jacob não é problema meu. Aliás, nem sei o que ele fazia lá e nem como soube de seu acidente, mas isso não interessa. O que interessa mesmo agora é o Reino Protista e eticétera.

– Não, Edward. O Jacob estava passando quando o acidente aconteceu. Ele me levou para o hospital! Devo minha vida a ele. – Falei, tocando seu braço. Ele me olhou incrédulo.

– Já disse que não tenho nada a ver com isso. Vamos estudar logo, Isabella. – Falou grosso, como se quisesse me afastar de si.

– Isabella? – Estranhei ele me chamar pelo nome todo. Geralmente é Bella, Bellinha, e até Bellita, para pirraçar. – Edward, para com isso... Eu... Eu sinto sua falta. Quero o meu Edward de volta... Por favor, não fala assim...

– Seu Edward? – Perguntou, sem acreditar no que ouviu.