Narração por Isabella Swan

Eu finalmente conseguia mexer minha perna direito. Bom, um de meus braços está melhor, mas eu não diria com por cento. Ainda estou com muitos arranhões, e nossa, quando me olhei no espelho eu fiquei quase depressiva.

Edward e Jacob me viram daquela forma? Eu estava com um inchaço do tamanho de uma bola de futebol na testa e eles ainda foram legais comigo?

Agora eu estava bem, e saindo da escola após tanto tempo. Eu havia faltado dois dias de aula, tanto com o Edward quando na escola, e agora, entrando no colégio novamente com um braço enfaixado, várias cicatrizes e arranhões, todos me encaravam.

Tentei fazer o que Edward sempre faz. Levantei o rosto e sorri, como se fosse a pessoa mais amada do mundo. Mas se bem que para ele é fácil, já que é o garoto mais amado da escola.

Pensando nele... Edward estava sentado no capô de seu carro, rodeado de mulheres. Ele ria. Pronto, voltou a ser como antes. Ele percebeu-me encarando-o. Parou um segundo de rir, me observando, e depois voltou para sua suruba.

Mordi o lábio. Ele me leva flores no hospital, vai embora com ciúmes do Jake, e agora me ignora completamente? O que eu fiz, afinal?

Certo, eu precisava mostrar que não estava magoada e nem confusa. Coloquei novamente aquele sorriso no rosto, e caminhei em sua direção. Eu passaria direto por ele.

Mas... Isso seria idiota, não seria? Afinal, eu passaria por ele direto e pararia do outro lado da rua, esperando que ele terminasse com as garotas e me levasse de carro para sua casa? Certamente não. Eu nem iria me lembrar da aula. Iria direto para a minha casa.

Se bem que eu tenho uma obrigação com ele. Amanhã é o seu teste de física. Espremi os olhos, observando o lindo sorriso que me aguardava em frente à uma moto.

Corri até ele, que abriu os braços para abraçar-me.

- Jake, que bom que está aqui. – Sorri com sua chegada. Olhei para trás, e muitos, inclusive Edward, me encaravam.

- E aí, Bells. Como vai o braço?

- Vai bem, mas não graças a você. Não foi mais me visitar, não foi? – Dei um soco em seu braço de brincadeira, mas mesmo assim senti como se ele houvesse socado minha mão com seu braço. E que braço!

- Eu tentei. Juro que tentei, mas só que tinha uma enfermeira... Bom, eu não sei se era mulher ou se era homem... – Falou, rindo. – Mas não me deixaram entrar...

- Ah, e falando nisso, por que você não me disse que eu estava quase com um tumor na testa?! Eu estava toda inchada me achando a Bela Adormecida! – Brinquei, mas se bem que era verdade.

Ele olhou para sua moto, esperançoso.

- Nossa, ia ser tão bom se você pudesse andar de moto comigo... – Falou como quem não quer nada, mas entendi que ele queria que eu me convidasse. – Mas com esse braço...

- Vamos logo, seu bobo. – Sentei-me na moto, e ele sorriu, montando-a também.

Disse para em agarrar-me em sua cintura, e eu o fiz.  Logo ele começou a acelerar, e eu dei uma última olhada em Edward. Agora ele e um grupo de garotas esnobes ao seu lado me encaravam. Sorri com isso, e fixei-me no passeio.

Eu senti um frio na barriga tremendo! Eu nunca andei de moto. Aliás, nem de bicicleta eu ando, pois tenho medo. E agora? De braço quebrado e andando de moto com alguém que mal conheço.

O Jacob é incrível. Mal nos conhecemos e eu já percebo que ele se importa comigo de verdade. Ficou uma noite inteira no hospital ao meu lado, tentou me visitar uma semana inteira, e ainda veio me buscar na escola para passear? Isso que é homem.

De repente ele parou. Olhei em volta, e percebi que estávamos em um parque afastado da cidade, do qual eu nunca havia visto na vida. Haviam alguns bancos perto do lago, e das árvores caiam folhas amareladas.

Ele estendeu-me a mão, ajudando-me a descer da moto. Meu sorriso irradiava. Eu estava empolgada com o passeio, era praticamente o meu primeiro encontro... Que deveria ter acontecido ontem com o Edward...

- Que lugar lindo... Onde estamos? – Perguntei, admirando o local.

- É um lugar que eu vinha pescar com meu pai quando era pequeno. Achei que você ia gostar... – Ele falou, mordendo o lábio inferior.

Sentei-me em um dos bancos da praça e parei para observar o lago. Ele se sentou ao meu lado. Senti um arrepio quando o vento começou a bater frio em minha pele. Pelo visto ele reparou, pois tirou sua jaqueta e colocou-a por cima de meus ombros, deixando à mostra seus braços muito musculosos. Edward teria inveja disso...

- Então, acho que já está na hora de eu saber o que você tem com o Cullen, não acha? – Perguntou, olhando diretamente para o horizonte.

Fiquei sem palavras. Ele nos viu juntos pouquíssimo tempo e já pensa besteiras de nós?

- Não temos nada, por quê? – Perguntei, fingindo não saber do que ele estava falando. Pois na verdade eu sabia, mas quanto a sua pergunta, eu também queria resposta.

- Bom, na festa eu os vi junto, e quando fui falar com você, fui agarrado para ele sentir ciúmes. No hospital ele te levou flores, mas ficou com mais ciúmes ainda, e depois você ia atrás dele, mesmo morrendo de dor.

- Você não deixa passar um detalhe, hein?

- Bom, na verdade eu também reparei como ele te olhava quando fui te pegar no colégio, mas não quis falar com medo de você não ter reparado. – Deu de ombros.

Mordi o lábio inferior, constrangida.

- Está tão na cara assim?

- Está, mas a questão é: o que está na cara?

Tive que parar para pensar um pouco. Ele me pegou. Era complicado para mim admitir o que eu achei sentir pelo Edward esses dias, e também o que achei que ele sentia por mim. Não sei, mas acho que tudo isso foi invenção de minha cabeça.

- Nada. Eu e o Edward não temos e nem tivemos nada. Coisa de festa, nada a mais. – Menti.

- Isso é bom. Aliás, isso é ótimo. – Ele sorriu, e nós passamos alguns segundos nos encarando.

De repente nossos rostos começaram a se aproximar. Ele estava boquiaberto fitando meus lábios. Eu rendera-me a essa tentação. Não tinha como resistir.

Quando nossos lábios estavam quase colados e nossos olhos se fechavam, meu celular começou a tocar e vibrar em minha calça jeans.

Nos assustamos, e eu peguei-o. Quando olhei no visor quem me ligara estragando meu momento eu li: Edward.