Capitulo 7: Adeus (Sexta-feira)

Amanheceu rapidamente, acordei estava com Lin e Arme abraçando-me, ou melhor sufocando-me enquanto dormiam, uma de cada lado.

Acariciei seus cabelos, eram tão fofinhas dormindo.

Mas possuia muito a fazer nesse dia, o que sera que Zero e Anrietta aprontaram?

Com dificuldade escapei dos braços delas e sai dali calmamente.

Subi as escadas e tomei um banho frio, depois fui direto a cozinha.

Lass estava sentado na janela da cozinha olhando para fora, Lupus estava sentado na cadeira encarando pensativo a cesta de frutas que estava sobre a mesa.

–“Bom dia...”-Disse observando-os.

–“Bom Dia Elesis.”-Disse Lass com um sorriso.

Mas Lupus não se moveu um milimetro sequer, como estava com fome, roubei uma maçã da cesta de frutas, ele ficou com o olhar perplexo vendo-me comer uma maçã.

–“Que foi? Esta encarando tanto as frutas...acha que vai faze-las chorar e conseguir suco das lagrimas?”-Perguntei ironica sentando de frente a ele.

–“É possivel isso?”-Perguntou perplexo encarando-me de forma estranha.

–“Você esta brincando certo?”

Mordi a maçã e ele permanecia olhando-me estranho.

–“Quer um pedaço?”

Mal ofereci e ele jogou seu corpo pra frente e mordeu a maçã, quase mordendo meu dedo, fiquei fitando-o assustada, Lass usou seu alfange com a corrente e pegou uma maçã para si, fazendo Lupus recuar.

–“Tem gosto de maçã.”-Disse Lupus ironico.

–“Jura? Pensei que se comesse maçã teria gosto de abacaxi.”

–“Ela cortaria um pedaço pra você, não precisava morder a maçã da mão dela.”-Disse Lass agressivamente.

–“Mas ai não a veria com essa carinha de espanto.”

Assim que terminou de falar, apertou minha bochecha e saiu da cozinha.

–“O que deu nele?”-Perguntei com a cara ainda surpresa encarando Lass, que estava do mesmo jeito.

–“Eu la entendo ele?”

–“Mas vocês são irmãos...”

–“Meio irmãos...”

–“Mesmo assim...”

–“Eu não tenho idéia do que passa na cabeça dele.”

Continuei comendo a maçã e comi outras coisas mais, Lass juntou-se a mim a mesa, tomamos café da manhã juntos, mas em completo silencio.

–“Bom, tenho varias coisas pra acertar hoje, afinal tenho só mais amanhã para preparar-me para o concurso...e ainda não sei tudo sobre o que tenho de fazer... isso é chato...”-Resmunguei deitando a cabeça sobre a mesa no final.

–“Você consegue, mesmo que não queria minha ajuda, ou melhor, ajuda da Grand Chase...”-Disse Lass de forma gentil acariciando minha cabeça como se fosse um cão.

–“É um novo fetiche da Grand Chase passar a mão em minha cabeça como se fosse um cachorro?”

O encarei séria, ele apenas sorriu.

–“Por nada.”

Voltou a sentar-se na janela e Mari entrou na cozinha.

–“Você fica com uma cara fofa quando acaricia sua cabeça assim.”-Disse Mari direta pegando uma maçã.

–“Faz sentido...eu acho...”

–“Nao vai se atrasar?”-Perguntou Mari acariciando minha cabeça da mesma forma.

A encarei torcendo a boca e com olhos que diziam: esta esperando o que pra parar?

Mas de nada adiantou.

–“Vou indo então, nos vemos mais tarde.”

–“Se cuida!”-Disse Mari.-“Não vai segui-la hoje Lass?”

–“Eu não a sigo...”

–“Vou considerar isso como um não.”-Disse Mari saindo dali.

Subi as escadas, entrei rapida em meu quarto, peguei minha mochila e sai de fininho, não queria acordá-los.

O céu estava claro, cheio de nuvens brancas, algumas com formas engraçadas, uma delas me lembrou Sieghart quando Mari o acertou com ‘Sem Perdão’, outra lembrava o Ronan com seu escudo, fiquei andando entretida seguindo pelo caminho que me levaria as ruinas no alto do rochedo, passei por elas e subia até o topo pela passagem secreta.

Quando me dei por mim, saquei minha espada por instindo e me defendi de quatro shurikens lançadas em minha direção.

–“Ora, ela desvia shurikens.”-Disse Anrietta de forma engraçada.

–“Quer me matar do coração sua songa?”-Perguntei dando-lhe um soco na cabeça.

–“Ain Zero, bati nela!”-Resmungou Anrietta correndo até Zero acariciando sua cabeça.

–“Você começou.”-Respondeu ele friamente.-“Bom dia Elesis.”

–“Desculpa pelo jeito delicado de Anrietta te receber.”-Disse Grandark.

–“Tudo bem, de certa forma estou acostumada a esse tipo de ataque... então, o que conseguiram?”-Perguntei com certa curiosidade guardando minha espada e aproximando-me deles curiosa.

–“Pra ser sincera, não muita coisa, temos de decidir tudo... em resumo, graças ao seu jeito feminino e delicado de ser.”-Disse Grandark de forma grosseira.

–“Olha só quem fala.”

–“Eu sou uma espada, e não humana!”-Defendeu-se Grandark fazendo Zero mostrar a lingua.

–“Não me coloque no meio da discussão Grandark.”-Pediu Zero abrindo um bau com varios itens.

–“Compramos varios tecidos.”-Disse Anrietta orgulhosa.-“Eu sei costurar e Zero tambem, eu acho... faremos suas roupas, serão unicas...”

–“Encomendamos uma roupa de odalisca para você.”-Disse Zero de forma direta sem rodeios.

Senti minhas bochechas ficarem quentes, sem duvidas ficara vermelha.

–“Eu-eu na-não vou usar aquela co-co-coisa!”-Disse gaguejando irritada.

–“Vai sim!Nem que tenha de possui-la e forçar você a vesti-la!”-Bradou Grandark autoritaria.

–“Não sou surdo Grandark.”

–“Te perguntei alguma coisa Zero?”

–“Grossa.”

–“Então, deixe-me ver.”-Disse Anrietta roubando um papel que estava no colete de Zero.

Anrietta ficou em silencio por alguns minutos, lendo atentamente cada linha do panfleto.

–“Vejamos, desfile de roupas, perguntas, Show de Talento, situações inesperadas e por ultimo apresentação livre...então de todos os tópicos, o que você ja sabe?”

–“É... bem eu... sei responder perguntas!”

–“DE QUE VAI AJUDAR IDIOTA!”-Gritou Anrietta dando um tapa em minha cabeça, mesmo pequena doia os tapas dela.

–“EU NÃO SOU IDIOTA SUA PIRRALHA IRRITANTE!”-Gritei no mesmo tom acertando um soco na cabeça dela.

–“PAREM AS DUAS!”-Gritou Grandark controlando Zero que nos apartou segurando nossas cabeças.

–“Mas foi ela...”-Comecei.

–“CA-LA-DA!”-Ordenou Grandark.

–“Se ferrou ruivinha!”-Disse Anrietta fazendo careta.

–“O mesmo vale pra você reles imortal.”-Disse Grandark num tom frio.

Anrietta engoliu seco e encarou Zero assustada, ele por sua vez nos soltou e suspirou.

–“Ensinamos alguns modos para Elesis a alguns dias, desfilar ensinaremos hoje, perguntas podemos treinar, quanto ao Show de Talentos é um problema... situações inesperadas, tem idéia do que irão pedir?”-Perguntou Grandark fazendo Zero sentar como indio.

–“Desfilar sera o mais dificil, é a parte que se ganha mais pontos, temos de treina-la bem, quanto as perguntas, se lhe pedirem sua opnião sobre algo, tente ser delicada nas respostas e se possivel, diga um: E a paz mundial! E pronto, você levara o publico a loucura.”-Disse Anrietta empolgada.

–“Ta, isso entendi... mas e quanto a situações inesperadas? Elas vão nos jogar num vulcão? Nos usar de alvos? Nos fazer correr? O que pode ser?”-Perguntei empolgada.

–“Desse ano o tema é ‘Empregadas’.”-Disse Grandark calmamente.

–“Quer dizer que vou ter de limpar uma casa?”

–“Não, por exemplo, é possivel que eles montem um cenario e você tenha de ser empregada dos juizes, realizar os pedidos deles com maestria, e eles podem pedir qualquer coisa...”-Disse Anrietta sentando-se ao lado de Zero.

O bom de onde Zero estava sentado, é que era perto da vegetação, portando havia sombra ali.

–“Em resumo, fazer o que esses idiotas querem?”-Perguntei de forma grosseira sentando ao lado de Zero.

–“Por exemplo Elesis, eles podem pedir para você servir o chá, ou derrubar algo no chão e faze-la limpar, ou pedir para colocar uma musica...”

–“Ou então convida-la para dançar.”-Interrompeu Zero pensativo.

–“Verdade, isso aconteceu a dois anos atras...”-Disse Anrietta tocando o queixo pensativa.

–“Vamos ficar empacados aqui ou vamos começar a treinar alguma coisa?”

–“O que tem em mente para o Show de Talentos?”-Perguntou Grandark.

–“Dança do Ventre.”-Respondeu Zero, por alguma razão parecia perdido em seu proprio mundinho.

–“Não acho que daria muito certo...acho que vai ter mais pessoas com a mesma idéia.”

–“Dance usando armas.”-Disse Zero tranquilo.

–“Mas...”

–“Machuque alguem com elas, eu não me importo de ser o alvo.”

Zero tem tendencias a masoquismo?Pois foi isso o que passou por minha cabeça.

–“Vamos começar com desfile de roupas.”-Disse Anrietta empolgada puxando-me pelo braço e guiando-me até o bau.

Zero ia se levantar, mas Anrietta lançou-lhe um olhar cruel.

–“Você fica ai, sentado quieto.”

Nada disse, apenas sentou e fitou-nos confuso.

Anrietta empurrou-me para as ruinas e dali deixou-me nua e vestiu um vestido vermelho em mim que ia até metade de minhas coxas e tinha dois cortes, um em cada lado da coxa.

–“Esse vestido é vergonhoso...”-Resmunguei sem graça.

–“Relaxa, não vamos faze-la usar ele, é apenas para treinar, quero ver seus movimentos de corpo, seria melhor apenas de biquine, mas com esse vestido vejo bem mais facilmente.”-Disse Anrietta puxando-me para fora pela mão.

Assim que saimos, Zero se levantou e percebi que corou um pouco ao me ver.

–“ANRIETTA PARA DE ME PUXAR SUA POIA!”-Gritei brava.

Ela parou e soltou-me na frente de Zero, quase trombei com ele, mas parei bem em cima.

–“Ótimo freio.”-Disse Grandark divertida.

–“Não tem graça, esse vestido é muito curto...”

–“Ninguem mandou ser gorda!”-Disse Anrietta provocando-me.

–“EU NÃO SOU GORDA!”

–“Ela só tem uma bunda grande e seios medios, mas cintura fina, coxas grossas e...”-Dizia Zero analisando-me de cima abaixo, ficando completamente vermelho.

–“CALA A BOCA ZERO!”-Gritou Grandark e Anrietta juntas.

–“Então Elesis, mostre-me como anda de forma feminina por favor.”-Pediu Anrietta.

Dei alguns passos a sua frente, dez pra ser mais precisa, fiz a volta e voltei para ela.

Olhou-me de cima abaixo, analisando-me sem duvidas.

–“Belos passos de dinossauro.”-Disse Anrietta rindo.

–“Zero, me coloque na cabeça dela.”-Ordenou Grandark, e assim o fez.-“Ande agora Ruiva.”

Comecei a andar equilibrando Grandark em minha cabeça, não a derrubei, afinal ja pegara o jeito.

–“Ótimo, de passos de Dinossauro, para passos de uma Franga Desengonçada, bom progresso histórico.”

–“COMO É QUE É?!”-Gritei irritada, iria dar um soco na cabeça dela, mas Zero segurou-me pelo braço.

–“Calma.”-Sussurrou.

–“Isso Zero, e ela não derrubou Grandark...isso é bom.”-Disse Anrietta dando uma volta ao meu redor.-“É...o vestido ficou um pouco curto atras, mas só estamos nós aqui, e Zero não é de atacar mulheres, a menos claro, que elas queiram o mesmo.”

Zero ficou vermelho feito um pimentão e virou o rosto.

–“Elesis, observe meu andar.”-Disse Anrietta.

Anrietta andou de forma cativante, mesmo que sua altura desse pouco abaixo de meus seios, ela vestia um vestidinho branco com detalhes em verde bem clarinho que ia até pouco abaixo do joelho, ela o puxou um pouco e começou a andar de uma forma completamente diferente de uma criança.

O jogo de pernas, o movimento dos joelhos, do quadril, da cintura, dos braços, ombros, rosto, tudo, observei cada detalhe daquela pequena criatura enquanto andava, ela parou, virou, olhou-me com um sorriso gentil e continuou a andar.

Senti-me triste por alguns segundos, até uma criança consegue ser mais mulher que eu...é deprimente.

–“Percebeu meus movimentos?”-Perguntou Anrietta de forma gentil.

–“Entendi.”

–“Ótimo, quero que repita 100 vezes.”

–“O que?”

–“AGORA!”

–“Ta bom..”-Resmunguei começando a andar.

Anrietta seguiu-me na ida, parei e a olhei com um sorriso gentil e voltei.

–“Ok, de novo, e vou lhe corrigir.”

Novamente voltei a andar, porem Anrietta deu-me alguns tapas nas coxas, bunda, panturrilha, nas costas, e quando parei para sorrir, ela deu um tapa na propria testa.

–“Elesis, coloque a mão na cintura assim, e sorria assim.”-Disse Anrietta fazendo a pose, tentei fazer o mesmo, mas no mesmo instante ela mesma usou sua força e fez-me fazer a pose certa.

Em resumo a parte da manhã foi baseada em tapas, socos e chutes de Anrietta em meu corpo, treinando minha forma de andar com vestido.

Ela mandou Zero comprar almoço, assim que retornou fizemos uma pausa, estava exausta.

Sentei-me como se fosse uma india junto a eles, Anrietta me deu um belo de um tapa em minha coxa que ficou a marca perfeita de sua mão.

–“Isso DÓI!”-Gritei massageando.

–“Tenha modos, da pra ver claramente sua roupa intima sentada assim!”

Zero estava sentado bem de frente a mim, o olhei, ele ficou completamente sem graça, vermelho era passado, estava mais pra roxo, não sabia pra onde olhar, sempre voltava o olhar a mim, achei bem engraçado.

–“Desculpa.”-Disse séria sentando-me como japoneses sentam.-“Assim esta melhor?”

–“Esta.”-Respondeu Anrietta.

–“Melhor assim Zero?”-Perguntei em tom desafiador, ele nem se quer olhou-me e assentiu com a cabeça.

Terminamos de comer, e deitei-me olhando para os passaros que passavam voando.

–“Elesis, deite direito.”-Repreendeu Anrietta.

–“Você me fez vestir essa coisa irritante, senti-me mal com isso.”-Retruquei sentando-me como india.

–“Sua calcinha Elesis...”-Disse Zero desviando o olhar.

–“Cueca que não uso.”-Retruquei, e Grandark gargalhou.

–“Esta ansiosa para domingo?”-Perguntou Grandark.

–“Ainda tenho muito o que fazer...”

–“Perguntei se esta ansiosa, e não se tem muito ou pouco o que fazer.”

–“Não sei bem Grandark, estou insegura... eu acho...”-Disse pensativa fitando o meus pés.-“Esta quente, podemos descer na praia e continuamos na água?”

–“Tem de esperar meia hora antes de entrar na água”-Repreendeu Anrietta.

–“Pra uma criança você é bem chata...”

–“Só tenho aparencia de criança, SUA RUIVA BOBONA!”

Anrietta deu um tapa em minha coxa com tanta força que levantei-me por impulso, massageando a coxa atingida, ficara a marca de sua mão perfeitamente.

–“Seus tapas doem!”

–“Os seus tambem!”

–“Não é melhor voltarmos a treinar?”-Interrompeu Zero.

–“Ótimo, vista um biquine, vamos testar o desfile de roupas de banho.”-Disse Anrietta sorrindo cruelmente para mim.

–“Se é roupa de banho...não poderia usar um roupão?”

–“O correto seria um biquine ou maiô, e usarem o termo roupa de praia, mas gostam de roupa de banho, então vista logo a merda de biquine!”

–“Ta bom sua pirralha chata!”-Resmunguei andando até a ruina.

Notei que ela havia levado o bau estranho até ali, acho que enquanto treinava andar com ela, Zero deve te-lo trago aqui.

Olhei e vi varias roupas bonitas e sedutoras, e sem duvidas me deixariam morrendo de vergonha.

Optei por vestir o biquine que estava em minha mochila, era branco com detalhes em rosa, não gostava muito dele, mas era digamos... o biquine uniforme da Grand Chase, todas as meninas o ganharam.

Vesti e sai dali um tanto constrangida... não tinha muito problema em usar biquine entre a Grand Chase, mas na presença de pessoas que não conhecia muito bem, era vergonhoso.

Não tinha isso com a Grand Chase, pois ninguem mantinha atenção em mim, mas ali focariam em mim, e no desfile tambem.

Senti meu estomago apertar, era medo isso, eu acho, ou seria pânico?

Mas respirei fundo e fui até eles, afinal não era o desfile ainda, me preocupo com isso quando chegar a hora.

–“Bonito biquine, mas tem um ar infantil...”-Disse Anrietta empurrando minha bunda fazendo-me dar uma volta completa.

–“Coisas de Lothus.”-Respondi indiferente.

–“Ok, então vamos começar a treinar.”-Disse Anrietta retirando o vestidinho.

Ela vestia um maiô amarelo por baixo, com pequenos detalhes em vermelho, com o corpo de criança dela, ficava muito fofinho.

Começou a andar nas pontas dos pés, dando enfase ao quadril e cintura, parou, olhou-me nos olhos e sorriu gentilmente.

–“Tenho de fazer isso?”-Perguntei direta.

–“Tem, mas no seu caso, tente fazer sedutoramente, não precisa ter pressa na hora de desfilar, mas tambem não pode ser tão devagar...”

–“Por que tenho de ir sedutoramente?”

–“Porque apelar pra fofura não combina com você.”-Disse Grandark.

Bufei irritada e andei como Anrietta, ela lascou-me um belo de um tapa em minha bunda que ficou vermelho com as marcas da mãozinha dela certinha.

–“CARALHO SUA PIRRALHA ESTUPIDA, DA PRA PARAR DE BATER ASSIM?”-Gritei dando-lhe um soco na cabeça.

–“SE ANDAR FEITO UMA MULHER E NÃO UMA GUERREIRA, NÃO LHE DAREI MAIS TAPAS!”

–“FALE ENTÃO, E NÃO SAIA POR AI BATENDO NA MINHA BUNDA!”

–“Mas é legal!”-Disse ela fazendo olhinhos infantis pra mim.

–“Pelos Deuses...”-Resmunguei olhando ao redor.

–“Meninas, continuaremos com o desfile de roupas e eu farei as perguntas, Elesis devera responde-las enquanto desfila.”-Disse Grandark séria.

–“No palco terei de prestar atenção em duas coisas ao mesmo tempo?”

–“Não, claro que não Elesis, mas não temos tempo.”

Passamos a tarde discutindo, eu levando tapas no traseiro de Anrietta, e por alguma razão engraçada, Zero ria e muito disso.

O Sol ja estava mais baixo, deveria ser cerca de quatro horas da tarde.

–“Pelos Deuses Elesis, eu perguntei: se você pudesse mudar alguma coisa nesse mundo, o que mudaria? E você me responde: EXTERMINIO COMPLETO DOS MONSTROS, FORTALECERIA O VÉU QUE SEPARA OS MUNDOS E...!”-Gritava Grandark no final.

–“E A PAZ MUNDIAL!”-Gritei interrompendo-a.

–“Elesis, pense como uma garota, não guerreira!”-Gritou Anrietta dando outra tapa em minha bunda.

Dessa vez perdi a paciencia e lasquei um na dela, que deixou todinha vermelha, e onde as pontas de meus dedos acertaram um tom de roxo mais escuro, ela me olhou com os olhos marejados.

–“Isso doeu Elesis!”

–“Estamos quites então.”-Retruquei cruzando os braços e lhe mostrando a lingua.

Ouvimos o som de alguem passando pelas arvores que ficava ali em cima, e dali saiu o senhor Erik.

–“O que você quer?”-Perguntou Anrietta irritada.

–“Esta atrasada lembra? Temos coisas a fazer hoje.”

–“Verdade, ia me esquecendo, bom, terei de partir, mas você me pagara por isso ruivinha!”-Disse Anrietta colocando seu vestidinho.-“Zero e Grandark, continuem treinando-a, até mais pra vocês.”

Ela deu um salto, e Erik a segurou em seu braço esquerdo, com o direito ele pegou o baú nas ruinas facilmente, Anrietta acenou um adeus e desapareceu entre as arvores.

–“Enfim sós.”-Disse Grandark num tom estranho, voltando as costas de Zero.

–“Vamos descer, esta quente demais hoje.”-Disse Zero calmamente.

–“Ta...”

O segui andando em direção as ruinas, passando pela passagem escondida, e em poucos minutos estavamos la embaixo, na parte deserta de sempre.

Ele correu para um canto e percebi que removera suas roupas, em segundos voltou até mim, vestia apenas uma sunga que parecia uma cueca box, mas tinha um tom verde bem escuro e alguns simbolos runicos iguais o de Grandark.

–“Então, não quer dar um mergulho?”

Mergulho?Mergulho?MERGULHO? Ele na minha frente de sunga, estavamos treinando, e ele pergunta-me se quero dar um mergulho? Só um mergulho.

Sem dúvidas que irei.

O segui, porem me senti mal de certa forma, Zero deu um pulo duplo e mergulhou na agua...

Até ele consegue dar um duplo pulo e eu não... como ele faz isso?

–“Não vem Ruiva?A água esta ótima!”-Chamou Grandark.

Ótimo,ela tem sentido de temperatura tambem...e se diverte na água?Isso é estranho, espadas tem o sentido do tato?

Entrei na agua e fui nadando até ele.

–“Não deveriamos treinar?”-Perguntei controlando meus pensamentos.

–“Deveriamos, mas desfiles é muito chato, e creio que você ja tenha aprendido o importante.”-Disse Zero indiferente sacando Grandark de suas costas.

–“Então agora resolveram ser meus cumplices e fugirmos para diversão?”-Perguntei ironica jogando agua na cara dele.

–“Na verdade eu estou entediada... Zero consegue ser mais feminino que você.”-Provocou Grandark.

–“Obrigada...”-Disse sentindo-me um lixo.

–“Não foi um elogio, foi uma ofença mesmo, pelos Deuses garota, mas devo admitir, você progrediu bem em apenas alguns dias, mas ainda sim, Zero se passaria por mulher mais facilmente que você.”

–“Mas Zero não é mulher.”

–“Mas posso criar uma ilusão aos olhos das pessoas e...”-Retucava Grandark até Zero mudar a forma dela para uma bola.

–“Eu não sou mulher e não serei mulher Grandark.”-Disse friamente jogando-a para cima.

–“ZERO SEU MALDITO O QUE PRETENDE FAZER?!”-Gritou ela assim que retornou as mãos dele.

–“Vamos jogar volei na agua Elesis?”-Perguntou de forma gentil fazendo a bola Grandark, ou melhr, bola mesmo ficar girando sobre seu dedo.

–“Claro, sera divertido.”

–“Ótimo, prometo não usar a força.”-Disse se afastando.

–“Se acha...”-Resmunguei baixinho.

Zero foi do outro lado, jogou a bola pra cima, ela foi extremamente alto, em segundos voltou e ele bateu nela com as pontas dos dedos sem fazer força, ela veio em minha direção, por instinto iria desviar, mas bati nela e a mandei de volta para ele.

Deus, que força ele tinha, realmente doeeu rebater aquela bola, mas deixar ele perceber isso? Nunca!

Ficamos jogando por varias e varias horas, conversando.

–“Desfiles ja resolvemos, perguntas creio que ja tenha aprendido o suficiente, Show de Talentos é com você, tem algo em mente?”-Perguntou jogando a bola para mim.

–“EU TENHO, PARE DE ME USAR COMO BOLA!”-Gritou Grandark enquanto passada voando até mim.

–“Não.”-Respondeu friamente.

–“Eu não tenho idéia ainda do que fazer....acho que decidirei na hora...”

Rebati Grandark e ouvi-a grunir.

–“EU VOU TE MATAR ZERO!”

–“Não vai, precisa de mim.”-Respondeu frio jogando-a para mim.

–“NÃO PRECISO, POSSO USAR ELESIS!”

Rebati Grandark, estava ficando engraçado ve-los discutindo.

–“E assim ficaria livre de você pra sempre? Ótimo, va em frente.”

–“ZERO!!!!!!!!”-Gritou Grandark retornando para direção de Zero, mas se transformou em tentaculos e o controlou.

Começou a fazê-lo se socar, e gritava no meio:

–“PARA DE APANHAR!PARA DE APANHAR!PARA DE APANHAR!”

Grandark provavelmente estava realmente socando-o com força, escorria um pouco de sangue do rosto dele, e do nada percebi desequilibrar e cair de costas.

A sorte é que não estavamos no fundo, a agua batia na cintura dele.

Em alguns segundos ouvi o som de algo sendo deslocado e ossos se quebrando, logo em seguida o vi sair da agua com o braço possuido por Grandark sangrando, se jogou na areia, e fitou o céu que estava começando a ficar escuro.

–“SUA ESPADA MALUCA DOS INFERNOS? ESTAVA TENTANDO FAZER O QUE COMIGO?!”-Gritou pegando Grandark que estava na forma de espada novamente e batendo-a no coqueiro com o braço bom, derrubando alguns cocos.

O braço que estava ferido começou a se curar sozinho no mesmo instante em que as runas que possuia brilharam num tom esverdeado.

Incrivel, mas ao mesmo tempo era engraçado, pela primeira vez o vi demonstrar emoção humana de verdade, as outras pareciam que apenas executava ordens e nada mais.

Sai da agua e cai na gargalhada, era engraçado ve-lo batendo com ela no coqueiro, parecia estar realmente furioso, alem de estar com o cabelo completamente molhado e bagunçado.

Assim que ouviu minha risada olhou-me um tanto sem graça, respirou fundo, e notei que os simbolos runicos que haviam em seu rosto tambem brilharam e os ferimentos desapareceram.

–“Desculpe por isso...”-Disse num tom sem graça.

–“Então você tem um lado humano.”-Disse de forma gentil tocando o ombro que estava ferido a segundos atras.

–“As vezes ela tira-me do sério...”

–“VOCÊ QUE ME TIRA DO SÉRIO SEU...”-Dizia Grandark até Zero a bater com mais força ainda no coqueiro fazendo-a se calar e um coco caiu em sua cabeça.

–“É, o coqueiro se vingou de você...”-Disse divertida, ele apenas sorriu e voltou a encarar-me.

Sentou debaixo do coqueiro, pegou o coco, o abriu e começou a beber a agua, ofereceu outro coco a mim, aceitei e sentei ao seu lado.

O silencio prevaleceu entre nós,achei estranho Grandark não dar um pio se quer.

Ficamos observando o Sol se por, fazia um tempo ja que não o admirava com carinho.

Senti duas presenças se aproximarem, ou melhor, la no rochedo, bem no alto, e senti que ficariam a nos observar, olhei de relance, mas ja tinha noção de quem era.

Ja estava escurecendo, e sem duvidas a curiosidade de saberem onde estou supera o senso do ridiculo.

Suspirei, era cansativo isso da parte deles, perseguirem-me por ai.

–“Elesis.”-Disse Zero num tom diferente.

–“Sim?!”

–“Se no ‘Situações Inesperadas’ lhe chamarem pra dançar uma música lenta, você saberia?”

–“Eu acho que sim...não sei...”-Disse um tanto sem graça.-“Você ensinou-me umas coisas e somado ao que aprendi quando criança...acho que conseguiria algo...”

Zero deu uma gargalhada divertido, nunca pensei que o veria rir assim, o encarei brava.

–“Desculpa, não resisti.”-Disse assim que recuperou o folego.

–“Sei...”

–“Me daria a honra de uma dança com tal linda dama?”-Disse Zero levantando, se curvando e oferecendo sua mão como um nobre cavaleiro.

Não aguentei e ri, afinal ele ainda estava de sunga, e agora todo sujo de areia, mas entrei na dele.

–“Claro nobre cavaleiro.”

Segurei sua mão e levantou-me, puxou-me para mais proximo de si, pegou uma de minhas mãos e colocou sobre seu ombro, e com a outra segurou minha mão livre, e logo em seguida colocou sua mão em minha cintura.

Sem querer, acabei aranhando algumas runas que ele possuia no ombro, dava uma sensação diferente arranha-las, quando me toquei do que estava fazendo, ele se aproximou de meu ouvido e sussurrou.

–“Eu não ligo que me arranhe, até gosto, mas minha intenção é ensinar-lhe a dançar, e não outras coisas, mas não me importaria de lhe ensinar sobre elas outra hora.”

Senti minha cara ficar vermelha feito um pimentão, por um segundo pensei que pudesse ter sido Grandark usando-o, mas não era, ela estava aos pés do coqueiro e parecia dormir, se é que espada dorme.

Queria soca-lo e sair correndo, mas ao memso tempo não queria.

–“Foi sem querer...é que...”-Dizia sem graça.

–“Estava brincando, você fica muito fofa envergonhada.”-Disse olhando-me nos olhos, percebi que estava um pouco vermelho.

Ele faz a piadinha infame e ainda fica sem graça por isso... vai entender...

Começou com os passos, leves, mas significativos, apenas segui acompanhando.

–“Fique nas pontas dos dedos, afinal usara salto, e não olhe pra baixo, mantenha o olhar firme.”

–“Ta bom...”

Era divertido fazer isso, passos sincronizados, um , dois, três, três dois, um, vez ou outra pisava no pé dele e ele apenas fazia uma careta engraçada.

Girou-me e quase cai, mas de imadiato puxou-me e voltamos aos passos sincronizados, esquerda, direita, pelo lado, uma volta, e começavamos de novo.

Riamos, e brincavamos, mas sempre que nossos olhares se encontravam desviava, estava com um certo receio disso.

Depois de puxar-me de volta após um giro, enlaçou-me pela cintura e deixou nossos corpos muito, mas muito proximos mesmo!

Senti-me envergonhada por essa aproximação incomum, senti sua respiração em meu pescoço, arrepiava-me toda, uma parte de mim queria chuta-lo entre as pernas, e a outra deixar levar.

Mas se o chutasse a essa altura do ‘campeonato’ traria-me problemas e meu objetivo não seria cumprido, então, teria de deixar ir, caso fosse longe demais, teria de optar pelo caminho da agressão.

–“Sabe cantar Elesis?”-Sussurrou em meu ouvido de forma sedutora, espera sedutora?

Sem Grandark por perto ele era um galanteador então? Safado!

–“Não... canto muito mal...”

–“Isso é timidez de sua parte...”

–“É sério...”

–“Então acompanhe-me a cantar...And I'd give up forever to touch you (E eu desistiria da eternidade para te tocar)”

Cantou de forma carinhosa dando um beijo em meu pescoço, agora sim arrepiou-me de verdade, devo usar a técnica agressiva agora?

Ele afastou-se um pouco e olhou-me nos olhos com carinho.

–“Cause I know that you feel me somehow (Pois eu sei que você me sente de alguma maneira)”

Acariciou meu rosto, mantendo um olhar de ternura, espera olhar? Ele estava sem a mascara desde quando?

Pensando bem, desde que me ‘abraçou’ assim, eu não notei mais a presença da mascara.

–“You're the closest to heaven that I'll ever be (Você é o mais próximo do paraíso que já estarei)”

Ele separou-se um pouco e voltou a dançar comigo.

Lembrei-me dessa música, Jin cantou quando estávamos em Xênia, bom, ele cantou pra Amy, que depois fez um escândalo, ela gostou da música, mas não gostou dele ter roubado um pouco da atenção, mas enfim, resolvi cantar com Zero, afinal tinha uma letra linda essa música.

–“And I don't want to go home right now (E eu não quero ir para casa agora)”

-“And all I can taste is this moment (E tudo que posso sentir é este momento)”

Cantou de volta, enlaçando-me pela cintura e olhando-me nos olhos.

–“And all I can breathe is your life (E tudo que posso respirar é a sua vida)”

Cantou segurando-me pela mão guiou-me a alguns passos a direita, sem desviar de meus olhos por um segundo.

–“And sooner or later it's over(E mais cedo ou mais tarde se acaba)”-Retribui o olhar carinhoso que lançou-me, cantando com carinho.

–“I just don't want to miss you tonight(Eu só não quero ficar sem você essa noite)”

Assim que Zero terminou de cantar essa parte, olhou-me com um olhar suplicante, usar técnica agressiva de fuga agora?

Afastou-se, separando-nos um pouco, mas permanecia olhando-me nos olhos com carinho.

–“And I don't want the world to see me, 'Cause I don't think that they'd understand, When everything's made to be broken, I just want you to know who I am(E eu não quero que o mundo me veja; Porque eu não acho que eles entenderiam; Quando tudo é feito para não durar; Eu só quero que você saiba quem sou eu)”

Assim que terminou, aproximou-se de mim, mas não me tocou, permaneceu olhando em meus olhos, sentia-me de certa forma hipnotzada, portando continuei a cantar dali.

–“And you can't fight the tears that ain't coming, Or the moment of truth in your lies, When everything feels like the movies, Yeah you bleed just to know you're alive. (E você não pode lutar contra as lágrimas que não virão;Ou o momento de verdade em suas mentiras;Quando tudo se parece como nos filmes; É, você sangra apenas para saber que está viva)”

Zero aproximou-se sorridente, enlaçou nossos dedos de ambas as mãos e cantamos juntos de olhos fechados.

–“And I don't want the world to see me, 'Cause I don't think that they'd understand, When everything's made to be broken, I just want you to know who I am(E eu não quero que o mundo me veja; Porque eu não acho que eles entenderiam; Quando tudo é feito para não durar; Eu só quero que você saiba quem sou eu)”

Quando abri meus olhos notei aproximando seu rosto do meu, como se fosse me beijar, só passava uma coisa em minha cabeçaa Vermelho, Alerta Vermelho, aproximação demais, usar técnica de fuga agressiva, sim ou não?

E logo em seguida veio em minha mente o rosto de Lass quando dormia.

Ao invés disso, virei o rosto corada e o abracei, ele retribuiu o abraço e deu um beijo em minha testa.

–“Zero...”-Sussurrei.

–“Desculpe Elesis, deixei-me levar... eu acho, não sei o que deu em mim...”-Disse completamente vermelho e sem jeito afastando-se.

–“Bom, então é melhor eu ir, nos vemos amanhã no mesmo horário?”-Perguntei um tanto sem graça.

–“É, no mesmo lugar também... talvez Anrietta apareça...”

Zero olhava pra todos os cantos, menos para mim.

–“Sem problemas, então boa noite Zero, até amanhã.”-Disse gentilmente pegando minha mochila e dando um beijo em seu rosto.

–“Boa noite.”-Retribuiu com um sorriso ficando completamente vermelho.

Caminhei até um canto onde não era posisvel me ver, vesti minha roupa de volta, claro que retirando toda areia que estava grudada em mim, e segui meu caminho de volta para casa.

Porem as sombras sumiram assim que Zero quase me beijou.

Na praia...

–“Quase hein garanhão?”-Disse Grandark zombeteira.

–“Não acha que estamos indo longe demais?”

–“Relaxa Zero, esta preocupado com o que?Só temos de faze-la balançar por você, e nosso objetivo estará completo...”

–“Sera que valera mesmo a pena isso G.D?”

–“Esta realmente gostando dela por acaso Zero?”

–“Não sei...só não sei G.D.”

Estava de noite, mas não era tarde, entrei normalmente na casa, sentia meu coração perdido de certa forma, teria me apaixonado por Zero? Não, claro que não, foi só o momento, e por que diabos fui lembrar de Lass?

Estava perdida em devaneios que nem prestei atenção em Sieghart falando algo para mim e eles correndo em minha direção.

Subia as escadas até sentir algo frio enlaçando minha cintura, olhei,eram as correntes de Lass.

Fui puxada contudo para a sala, Sieghart segurou-me de forma agressiva impedindo que batesse de costas em Lass.

Todos olhavam-me furiosos, engoli seco, o que sera que fiz? Sera que ainda estão bravos por aquela brincadeirinha?

–“QUEM É O CARA?!”-Começou Sieghart colcoando-me sentada no sofá.

–“Que cara?”

–“AQUELE QUE TE BEIJOU HOJE!”-Bradou Sieghart furioso.

–“Do que diabos você esta falando Sieghart?”

–“HOJE, A ALGUMAS HORAS ATRAS, LUPUS DISSE QUE VIU VOCÊ BEIJANDO UM CARA E TROCANDO CARICIAS DE AMOR NUMA AREA DESERTA DA PRAIA, QUEM É O CARA?!”-Gritou Sieghart furioso segurando Lupus com tamanha força que pensei que fosse quebrar o pescoço dele, nunca vi Sieghart assim.

–“Elesis com namorado?”-Perguntou Arme confusa.

–“Milagres são reais”-Disse Lin num tom divertido erguendo as mãos para cima.

–“Ora, ora, ela já esta tão crescidinha assim? Posso lhe dar umas dicas quentes...”-Disse Rey empolgada com um sorriso safado no rosto.

–“Rey, não começa.”-Repreendeu Dio.

–“Mas bem que você gosta.”

–“Não começa!”

–“Ta bom velhote...”

–“Espera, se Elesis pode ter namorado, então posso ter a Amy né?”-Perguntou Jin empolgado olhando para rosada.

–“Elesis quer ter filhotes?”-Perguntou Ryan de forma engraçada.

–“CALEM-SE PELO AMOR DE DEUS!”-Gritei fazendo-os calar.

Deus, como falam merda uma seguida da outra.

–“Eu não fiquei com ninguém na praia..”

–“Lass também viu.”-Interrompeu Lupus.

–“Lass?”-Perguntei e o procurei, mas não o vi mais na sala, nem a corrente que prendia-me na cintura, nem sinal dele.

Sera que também pensou que Zero realmente me deu um beijo de verdade?E pra que diabos ele puxou-me com aquela corrente?

–“Eu não tenho namorado, foi tudo um ponto de vista errado, e alias, PRA QUE DIABOS VOCÊS ESTAVAM ME SEGUINDO?!”

Dei um soco na cabeça de Lupus que o deixou um pouco zonzo.

–“Você é muito jovem pra ter um namorado mocinha, a partir de hoje, não permiteirei que saia daqui sem estar acompanhada de alguém da Grand Chase.”-Disse Sieghart em tom autoritário e paternal.

Cai numa gargalhada cruel e sarcástica.

–“Como é que é velhote?Pode ser meu ancestral, mas NÃO É MEU PAI!”

–“NÃO MUDA O FATO DE QUE SOU SEU PARENTE MAIS VELHO E RESPONSAVEL POR VOCÊ, AGORA ABAIXE SEU TOM COMIGO MOCINHA!”

–“DE ONDE VOCÊ TIROU ESSA SIEGHART? RESPONSAVEL POR MIM? RESPONDO POR MEUS ATOS ANTES MESMO DE VOCÊ APARECER EM MINHA VIDA, E AGORA QUER DAR UMA DE PAI? MEU PAI DESAPARECEU SIEGHART E SÓ RESPEITO A ELE, A VOCÊ NÃO! ENCONTRE SEU LUGAR!”

Notei que todos da Grand Chase olhavam-nos assustados, realmente odiei isso da parte de Sieghart, não me importo em ele dar uma de pai, mas gritar comigo, isso não admito.

–“EU MANDEI ABAIXAR O TOM COMIGO BAIXINHA!”-Gritou dando um tapa em minha cara.

Claro que não usou força bruta, mas se tem algo que acaba com qualquer discussão, é quebra de orgulho, um tapa na cara é considerado isso, na família Sieghart, somos muito orgulhosos, não temos medo de batalhas, mas um tapa na cara vindo de uma pessoa querida, é uma forma brilhante de quebrar o orgulho.

Meu sangue ferveu nesse momento, nunca tive tanta vontade de matar Sieghart como naquele momento, olhei bem no fundo de seus olhos, e lhe dei um chute com maior força e velocidade que pude dentre as pernas dele fazendo cair de joelhos.

–“VOCÊ NÃO MANDA EM MIM!”

–“ENTÃO...DE...O...FORA...DESSA...CASA!”-Gritou Sieghart ofegante olhando-me com desprezo, sendo amaparado por Mari e Ronan.

–“ÓTIMO!”-Gritei virando as costas e indo para a porta.

–“Elesis, espera!”-Gritou Lire correndo em minha direção.

–“SE NÃO QUER SE MACHUCAR LOIRA, NÃO SE APROXIME! ISSO VALE PRA TODOS VOCÊS!”

Eles olharam-me estáticos, pareciam estarem com medo, não queria discutir, mas Sieghart realmente me tirou do sério, e com a minha cabeça a mil pelo que acontecera, somado ao que Sieghart fizera, acabei surtando assim.

Sai da casa furiosa, ouvi Lothus me dar uma Ordem para voltar, sim ela usou sua autoridade, mas mostrei o dedo do meio e mandei ela ir se Foder, e sai vagando sem rumo furiosa.

Andei até chegar num bairro escuro e estranho, nunca havia andado por ali, senti varias presenças aproximando-se de mim na escuridão, por alguma razão não dava para ver nada, nem mesmo com a luz da Lua.

Senti um aproximar-se por trás, agachei e iria chutá-lo quando senti uma presença mais forte ainda, agarrando-me pelos braços e passando um tecido umidecido com algo em meu nariz, lutei para não respirar seja la o que fosse, mas levei um soco forte no estomago que acabei respirando aquele liquido.

Senti minha visão ficar turva, minhas forças esvaindo-se, ficando com tontura, e a ultima coisa que ouvi foi ‘Erupção de Ferroadas’, espinhos gigantes formando-se ao meu redor e alguém segurando-me nos braços falando meu nome, era uma voz bem familiar e logo em seguida cai inconciente.

Continua...