Antagônicos escrita por StrawK


Capítulo 2
Martinis e Cervejas Baratas


Notas iniciais do capítulo

Não está betado, mas foi feito com amorrrrrr. q
SÓ PRA LEMBRAR: O primeiro POV sempre será do Sasuke e o segundo da Sakura, separado por esse trequinho aqui: ____oOo___
Futuramente desenvolverei outros casais, mas o central é SasuSaku, mesmo. =)
Boa leitura e não me matem!



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A elegante festa de fim de ano da empresa em que trabalhava era sempre igual. Pelo menos tão igual quanto me pareceu nos últimos três anos; mesas de buffet espalhadas estrategicamente, uma banda que tocava músicas chatas, pessoas esnobes bebendo champagne, falando da vida alheia, e mulheres em vestidos sufocantes, esperançosas em seduzir alguém com dinheiro.

Me encostei em um dos pilares decorados daquele enorme salão quando Neji, meu colega de profissão - e infelizmente, amigo – me abordou.

— Olá, James Bond - ironizou. - Sério, Uchiha. De smoking e bebendo Martini com cara entediada... Você já foi mais original.

— Neji – cumprimentei-o sem alterar a expressão.

— Uh. Também fico feliz ao vê-lo. Eu ainda não entendo o motivo de desperdiçar meus raros momentos de alegria com uma pessoa que ganha de mim no quesito mau-humor.

Só para constar: eu não era mal-humorado; apenas não tinha paciência para certos tipos de pessoa.

— Que tal desperdiçar seu tempo indo ao banheiro lavar o rosto, ajeitar a gravata e prender esses cabelos? — Sugeri, mais por agonia de ver alguém tão bagunçado, do que por preocupação com ele, confesso. Neji estava levemente embriagado. Era quase tão taciturno quanto eu, e observá-lo praticamente falar pelos cotovelos – segundo seus padrões – era quase divertido.

— Ah, desculpe... — resmungou. — Desculpe se não posso acompanhá-lo em sua pose de “venham até mim, mulheres de todo o mundo!” Fala sério. Quantas já te abordaram hoje?

— Não fico contando — se eu desse números a ele, entraria em uma discussão sem fundamentos com um bêbado, e isso era a última coisa que eu queria.

— Que idiotice – falou, enquanto observava as mulheres que olhavam em minha direção. - Todas elas gastando energia com um cara como você.

— Eu te responderia à altura se não estivesse com dó de você por estar enchendo a cara por causa daquela garçonete.

Neji ia começar a resmungar algo sobre a tal de Tenten quando uma mulher loira aproximou-se sorrateiramente, pronta para tentar uma conversa; quando me dei conta, já alisava meu braço. Precisei lançar um olhar de aversão; a vi tentar a mesma tática minutos atrás do outro lado do salão, com nosso velho chefe Sarutobi.

— Olá... Você pode não me conhecer, mas já ouvi falar muito de você, Uchiha — ela começou. — Um dos jovens mais promissores dessa Companhia, com apenas vinte e seis anos. — Ela continuava alisando meu braço e sorrindo maliciosamente; senti-me em um filme para adultos e tinha medo de que a qualquer momento ela arranjasse uma desculpa para arrancar a roupa.

Analisando a cena, Hyuuga Neji enrugava os lábios em sinal de desaprovação, provavelmente pensando: “Se esse cara dispensar essa garota é por que ele é muito esquisito, sexualmente falando”. Ou não. Não sei como funciona a mente de um bêbado.

Delicadamente, retirei a mão da mulher de meu braço e a direcionei à Neji.

— Diga para ela me procurar quando não for uma vadiazinha fútil interessada em dinheiro - falei num tom baixo, porém o suficiente para que a mulher ouvisse.

Dei um último gole em meu Martini e dei as costas, mas não sem antes revelar:

— Á propósito, Neji... Com essa, foram treze.

_______________oOo_______________

Então, lá estava eu na festa da universidade.

Eu gostava de festas, mas não festas como aquela. Muita gente bêbada e soltando fluídos corporais se agarrando e despejando porcarias pelos cantos por conta do já conhecido ponche batizado e da cerveja barata.

Foi por isso que eu fui atrás de um copo de refrigerante – que deixei de lado após o primeiro gole, ao constatar o peculiar gosto de álcool. Eu tinha a impressão que até a água da privada estava batizada naquele lugar.

— Vozê não vai beber não, menina dinozauro?- Ouvi a voz de Temari, completamente bêbada. Os cabelos, de um loiro queimado, pareciam ter ganhado a batalha travada com o pente. — Vozê precisa curtir um pouco!

Ah, eu até queria rir, sério. Ela me diz para curtir um pouco como se não quisesse acabar com a minha raça toda vez que eu faço merda e digo essa mesma frase para ela. Mas, além de não gostar de me embebedar, naquela noite, em especial, eu precisava dormir bem e sóbria.

— Se eu beber, não terá ninguém para cuidar de você, nem daquele palerma ali — apontei Naruto, em um canto daquela casa que eu nem sabia de quem era, com o olhar — Além disso, você sabe que não posso ficar de ressaca por quê amanhã preciso acordar cedo.

Eu merecia o prêmio Nobel de amiga mais paciente do mundo, por que a Temari poderia até ser uma jornalista séria, mas quando colocava uma única gota de álcool na boca, se transformava em um ser de outro planeta.

— Vozê nem zabe cuidar de vozê mesma, Zakura! — Ela sentou num banco de plástico capenga próximo ao balcão e cruzou as pernas — Vem aqui que eu vou te apresentar para os rapaizes!

Eu queria fingir que estava brava, mas acabei rindo por que era engraçado o modo com ela trocava a letra “s” pela “z” toda vez que ficava bêbada.

— Não, obrigada. A última vez que você me apresentou “uns rapaizes”, eu me tornei amiga do Naruto — como apareci naquela festa somente para servir de motorista (só bêbada mesmo para Temari me deixar dirigir seu carro), eu estava disposta a ouvir um pouco mais de suas ladainhas até que ela se cansasse. Ou desmaiasse. Ou fosse abduzida por extraterrestres.

Mas então eu o vi.

Os olhos tão negros quanto os cabelos, a pele pálida e o porte atlético despertaram um sorriso em meu rosto. Ele retribuiu com aquele sorriso estranho, mas eu estava acostumada. Eu agia com cautela, por que ele ainda era um pouco indecifrável pra mim em certos aspectos. Agia encantadoramente em um momento, e no outro me fazia ter vontade de socá-lo.

Entretanto, era sempre bom reencontrar Sai.

Se aproximou e me chamou para dançar bem na hora que uma balada romântica começou a tocar. Bem coisa de filme, mesmo.

Eu não recusei, por que, bom... A gente tinha meio que... Um lance. Eu acho. Mais ou menos.

Encostei a cabeça em seu peito ao mesmo tempo em que sentia as mãos dele escorregarem para minha cintura. Me concentrava para não pisar em seus pés também.

— Gosto do seu estilo — Sai sussurrou em meu ouvido e me arrepiei. Que fofo. — Não é qualquer garota que se veste assim para uma festa na universidade. Isso prova que você não se importa com o que os outros pensam.

Ahn, certo. O que será que ele quis dizer com isso?

Esse era o momento em que a vontade de socá-lo começava a despontar. Mas tratando-se de Sai, eu nunca sabia quando estava sendo sincero ou sarcástico, por que fazia questão de mascarar suas emoções debaixo daquele sorriso.

Eu ia começar a contar até noventa e sete, mas parei no treze quando percebi aqueles olhos encarando minha boca.

Então, resolvi ser leve e sorri, sem tentar explicar que a bermuda jeans surrada, a camisa xadrez manchada e o tênis velho não foram vestidos intencionalmente para ir à festa, e sim por quê fui arrastada por amigos aproveitadores que me queriam como babá e motorista de plantão – por quê, apesar de bêbada chata, Temari ainda era muito responsável, se é que isso é possível.

Sai estreitou o abraço senti seu hálito com cheiro de vinho penetrar meu cérebro.

Era tanta gente embriagada em um só local que eu estava ficando bêbada por osmose.

Bom, ele ia me beijar e eu não negaria; mas antes mesmo que eu pudesse fechar os olhos, Naruto entrou em meu campo de visão, verde e passando mal, num canto que agora servia como depósito para latas vazias e bêbados.

Não poderia deixar meu amigo naquele estado, por mais idiota que fosse - e acredite, ele é.

Mas existem três fatalidades presentes em minha vida desde sempre: meu quase inexistente domínio próprio, minhas manias desastradas e a pior de todas, minha falta de sorte.

E foi essa última que resolvei dar o ar da graça, quando afastei-me de Sai meio contrariada e corri em direção àquela criança grande e loira de olhos azuis.

— Naruto, você está bem?

A resposta veio em forma de vômito nos meus tênis.

Poxa, tudo bem que aquele All Star já estava com um ou três buracos na sola, mas eu não pretendia jogá-lo fora ainda.

.

.

.

Continua...



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Notas finais do capítulo

Yo! o/
Taí, o capítulo!
Reformuladinho! =)
Alguém aí pensou que o Sai era o Sasuke? haha
OBRIGADÍSSIMA PELAS REVIEWS!
Digam-me o que pode ser melhorado e se estão gostando de como ficou. .-.
Besitows,
StrawK!