Antagônicos escrita por StrawK


Capítulo 11
Querido Pijama, Salto Odiável


Notas iniciais do capítulo

DICA: Postei uma nova fanfic. Procurem por Distopia no meu perfil. Quem se interessar em ler, pode comentar, viu? Haha
Capítulo não betado. Me avisem se encontrarem erros, para que eu possa consertá-los.
Vocês perceberam que a cada postagem, os nomes dos capítulos vão de mal a pior?
É proposital, juro. n
hauhauhauhauhauhua
Ah, obrigada por todos os reviews. Já passei do 100! =)
Boa leitura.



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Quando abri os olhos, imediatamente fui acometido por uma rápida e aguda dor na nuca. A luminosidade do sol dançava entre as frestas da persiana do meu quarto e feriam-me as vistas, enquanto imagens desconexas flutuavam diante de meus olhos. Algumas cenas da noite anterior se faziam presentes, em um insano flashback onde eu via o punho de Sai aproximar-se cada vez mais rápido.

Remexi-me na cama ao perceber que ainda trajava as mesmas roupas, e constatar tal fato me irritou profundamente; dormir sem as vestes apropriadas era quase tão grave quanto esquecer-se de usar apoio de copo.

Quando esfreguei os olhos, uma dor enjoada na lateral de meu rosto lembrou-me que deveria existir um hematoma por ali. Recordei vagamente de estar em um hospital tirando um raio-x e em seguida ser levado até o carro de Sai, que era impedido de dirigir por Sakura, que gritava, reclamando do fato de possuir muitos bêbados em seu círculo de amizades.

Levantei o tronco, apoiando os cotovelos na cama e observei a calmaria de meu quarto. Tirando o fato de ter dormido com a mesma roupa, o ambiente parecia estar em ordem; objetos em seus devidos lugares, pequena estante de livros organizada, Sakura dormindo na poltrona e-

Certo.

Sakura não deveria estar dormindo em minha poltrona. Ela havia tirado as botas e se encolhia no pequeno espaço, coberta por seu próprio sobre-tudo. O cabelo desgrenhado cobria-lhe parcialmente o rosto, e por um momento, ao vê-la assim, tão serena, esqueci-me do pequeno demônio que era.

Entretanto, uma voz de quase nenhum poder em minha cabeça — e ainda assim, incômoda — sussurrava que era minha, parte da responsabilidade pelo o que acontecera. Se não a tivesse provocado quanto à profissão, ela não teria ficado tão curiosa e conseqüentemente, eu não teria que tentar tirar o celular de sua mão.

Céus. Desde quando eu passei a agir tão estupidamente?

Suspirei exasperado e Sakura moveu-se na poltrona, balbuciando algo parecido com “bolo de chocolate”. Balancei a cabeça em sinal de desaprovação e finalmente me levantei. Afinal, por que ela estava dormindo ali?

Parei em frente à ela e sem saber exatamente o quê — ou como — fazer, dei um imperioso cutucão em seu ombro a fim de acordá-la. Não foi uma boa ideia, pois com a extrema delicadeza do gesto, o primeiro reflexo de Sakura, além de soltar um gemido abafado, foi esticar uma das pernas, golpeando-me em cheio.

Diabos, ela chutou a minha masculinidade! O que mais faltava acontecer?

— Por que não me mata logo de uma vez? — Rosnei, agoniado e ríspido, enquanto me dobrava no chão acarpetado e ela arregalava os olhos. — É tão divertido assim acabar com minha vida em doses homeopáticas?

Não sei quanto tempo se passou até eu me estabilizar e sentar na cama; ela fez o mesmo.

— Me desculpe — a voz feminina sempre firme, agora não passava de um sussurro.

— Que droga, eu ainda pretendo ter filhos — resmunguei, mais para mim mesmo do que para ela.

— Você poderia comprar robozinhos.

A observação despreocupada e inocente me fez ter certeza de que ela andou conversando com o desgraçado do Neji sobre a minha vida. Acho que percebeu o entendimento em minha expressão, pois a sua mudou drasticamente — abriu um enorme sorriso divertido.

— Sim, eu conversei bastante com Neji. Ele é legal, apesar de ser seu amigo — levantou uma sobrancelha, fazendo aquela cara. — E olha só... Agora eu sei qual a sua profissão, sei que é um psicótico e que é abitolado em encontrar a garota perfeita. E não me olhe assim, foi o que ele me contou.

Perfeito. A cada dia, Neji me dava menos motivos para ser seu amigo; me deixando na mão na delegacia, reatando o relacionamento com aquela Tenten, que só fazia mal a ele — e conseqüentemente, à mim — e agora, soltando informações da minha vida para uma maluca.

Levantei-me exacerbado e parei em frente ao espelho para analisar o estrago que o soco do idiota do Sai deixara. A cor arroxeada espalhava-se até a saliência da maçã do rosto; estava um pouco inchado, além da pele possuir um minúsculo corte, mas não era tão assustador.

Ignorando a presença de Sakura no quarto, abri o guarda-roupa e da última prateleira, retirei uma maleta branca, que continha medicamentos, mas ela logo pôs-se a observar por cima do meu ombro e soltou um risinho discreto ao encarar a maleta.

— O que foi? — Perguntei, olhando-a de lado.

— Seus remédios estão organizados em ordem alfabética.

— E daí?

— Nada — outro riso. — Vem aqui, deixe-me ver esse monstro roxo na sua cara.

Como um cãozinho obediente, me deixei dominar quando ela segurou meu queixo com o polegar e o indicador, virando meu rosto para que pudesse avaliar o hematoma.

— Tem algum polissulfato de mucopolissacarídeo aí? — Sakura apontou a maleta e eu me perguntei como raios ela poderia entender qualquer coisa relacionada à medicina.

Ela procurou a caixa que continha o gel a que ela se referia e espalhou uma pequena quantidade no local do hematoma. Seus dedos faziam movimentos circulares cuidadosos, enquanto me explicava que o médico havia dito que não havia nada de errado com minha cabeça, apesar da queda, e que ele aconselhara que eu não passasse aquela noite sozinho.

A última vez que senti alguém demonstrar tal zelo comigo foi há anos atrás, quando minha mãe ainda era viva. Inconscientemente, fechei os olhos, desfrutando daquele pequeno momento, aproveitando a sensação do toque suave em minha pele.

Oh, não.

Droga, não. Mil vezes, não!

Eu voltaria àquele hospital e processaria aquele médico por incompetência; obviamente, havia algo muito errado com a minha cabeça. Abri os olhos e afastei a pequena mão de meu rosto.

— Pode ir para seu apartamento agora — subitamente, a presença de Sakura ali me irritou mais que o normal, mas ela não pareceu se abalar com meu tom ríspido.

— Me agradeça.

— O quê?

— Me agradeça por cuidar de você — como continuei calado e abismado, ela continuou. — Tudo bem. Vamos dizer que está me devendo mais uma.

A vi calçar as botas rapidamente, pegar a bolsa e se dirigir à porta do quarto:

— Até mais tarde no fórum, Sasuke-kun.

Ela saiu, mas eu somente fiz algum movimento quando ouvi a porta da sala bater.

A ideia de encontrá-la novamente no fórum em nada me agradava, e cogitei seriamente a possibilidade de pedir para ser preso.

Depois de meu asseio matinal, dirigi-me à cozinha. Em cima da mesa havia uma bandeja com café da manhã, ao lado de um papel amassado que fora improvisado como bilhete. A letra surpreendentemente elegante fora escrita com uma caneta de glitter rosa.

“Bom dia para você também, Sasuke-kun!”

Olhei para a bandeja em minha frente e passei o suco de laranja que estava à direita para o lado esquerdo e troquei as torradas de lugar também. Quando terminei de arrumar a meu gosto, sentei-me e comecei a comer resignado, pois nem eu mesmo soube dizer o motivo que me levou a dobrar o papel e colocá-lo no bolso da calça ao invés de jogá-lo fora.

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Eu andava a passos rápidos, amaldiçoando-me pela escolha que fizera. Por que tinha que ouvir Temari? Por que tinha que ser tão influenciável?

— Você precisa causar boa impressão ao juiz! – Ela me disse ao telefone. — Vou te dar as coordenadas do que vestir!

Não entendi direito o real motivo de ter que causar boa impressão ao juiz já que não era eu que estava respondendo ao processo. Era idiota pensar desse modo, mas Temari insistia com a ideia de eu poderia esbarrar em advogados bonitões.

— Temari, você tem fetiches com advogados, não eu — Lhe respondi, mas não adiantou muito. Ela aproveitou a temperatura mais amena daquele inverno e chegou em meu apartamento, me enfiando em uma camisa branca acinturada, em uma saia lápis um pouco abaixo do joelho e o maior salto que eu já usara. Até prendeu meu cabelo em um coque!

O pior é que eu quase tive que implorar para ela me deixar usar o sobre-tudo e cachecol para não morrer de frio.

— Hum, você está sexy! — foi o que disse Konohamaru quando me avistou saindo do condomínio.

Não que fosse acreditar na opinião de um garotinho de doze anos, mas comecei a cogitar a possibilidade disso ser verdade quando passei em frente a uma construção e os pedreiros começaram a gritar gracejos. E os pedreiros nunca haviam gritado gracejos pra mim, mesmo eu passando por ali todos os dias para ir à universidade — de bicicleta e geralmente mastigando os restos do meu café-da-manhã por sair atrasada. Hum...

O que me incomodava na verdade, era o fato de minha atenção estar totalmente voltada a não me esborrachar no chão, usando aquele salto agulha. E apesar de tanto esforço, acabei tropeçando duas vezes.

Finalmente entrei no amplo edifício e uma recepcionista entediada pediu para que aguardasse na ante-sala.

Era um pequeno cômodo com porta de vidro, quatro poltronas, um bebedouro e alguns quadros de arte abstrata na parede. As formas irregulares das imagens lembravam-me chicletes mastigados.

Hum... Chicletes.

Olhei para os lados desconfiada e abri a bolsa à procura da goma de mascar, daquelas que fazem arder a língua e os olhos lacrimejarem. Sabia que ainda tinha alguma em algum lugar e sorri como uma criança quando encontrei o que procurava.

Me desfiz da embalagem disfarçadamente e coloquei o chiclete na boca, mascando e fazendo uma careta ao sentir o líquido azedo em minha língua.

E eu estava lá, feliz, mascando meu chiclete azedo e olhando aqueles quadros engraçados, quando escutei a porta de vidro deslizar.

Dei de cara com um homem que à primeira vista poderia ser facilmente confundido com um segurança de celebridade. Ele trajava um terno preto, usava óculos escuros e mantinha as mãos nos bolsos, parecendo me analisar de forma quase didática.

Ainda com os olhos lacrimejando, estourei uma enorme bola de goma de mascar que grudou um pouco no meu queixo e sorri:

— Oi, Sasuke-kun.

.

CONTINUA

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Notas finais do capítulo

A formatação do Nyah! está claramente me avacalhando. )=
Bem, a parte do Sasuke ficou bem maior do que a da Sakura, dessa vez.
Até agora, esse foi o capítulo mais chato de reescrever, e eu não estava muito inspirada, então perdoem a falta de graça, apesar de ser um capítulo importante para o desenrolar da história.
Digam o que acharam deixando reviews!
Besitows,
StrawK!