Premonição: Vestida Para Matar escrita por Glauber Oliveira


Capítulo 9
Cruzeiro 081


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desculpe eu ficar sem postar um capítulo novo e deixar vocês esperando. Mas agora eu estou de volta e espero que vocês gostem desse capítulo, porque está quase na hora de nos despedirmos de Premonição 6, pois o final já está chegando. :(



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Meia hora depois as autoridades tinham chegado. Mas era tarde: Liza havia morrido. Os legistas apenas conseguiram tirar o corpo da jovem antes que se decomposse pela água. Ricahrd e Sarah estavam sentados no banco perto das coisas que eram de Liza. Á frente deles havia um agente da policia em pé, anotando em um pequeno bloco de papel o que eles tinham a dizer sobre o que tinha acontecido.

– Foi só isso? – O agente perguntou após os dois terminarem de falar.

– Sim. – Sarah disse olhando para baixo.

– Tudo bem. Vocês podem ir se quiserem. – O agente disse, se distanciando e indo em direção á Sra. McNeil para fazer algumas perguntas. A treinadora estava muito abalada com a morte de Liza. Outro agente tentava acalmá-la, pois ela não parava de chorar.

Sarah enxugou as lágrimas, passando a mão sobre o rosto.

– Tudo estava sob controle quando salvamos John. Mas de repente as coisas pioraram tão rápido. Eu estou com medo, Richard.

– Calma. Você vai ficar bem. – Ele disse pegando em sua mão.

– Eu não estou com medo de morrer. Estou com medo de te perder. Acho que eu não iria suportar tudo isso sozinha.

– Não se preocupe. Nada vai acontecer comigo. – Richard a abraçou.

– Desculpe. – disse Sarah - Nós nem somos namorados para eu me preocupar desse jeito, não é?

– Mas eu também me preocupo muito com você. – Richard disse aproximado lentamente de Sarah. Ele levou a mão direita ao rosto dela e enxugou as lágrimas.

– Nós... Nós precisamos nos apressar. – Sarah se afastou e levantou-se ligeiramente com medo de que algo á mais acontecesse entre eles ali - Michael é o próximo e ele já deve estar chegando da viagem de navio. Talvez ainda dê tempo de o encontramos lá. – Sarah disse esperançosa - Vamos. – E correram, saindo do ginásio e passando pelo estacionamento onde o carro de Richard estava estacionado. Sarah abriu a porta do passageiro e Richard a do motorista.


Sarah estava quieta, muito pensativa. Ela pensava em tantas coisas: O acidente, a morte, os sobreviventes, o próximo da lista e sobre o que sentia por Richard. Sua mente estava uma verdadeira bagunça. “Por que eu me sinto tão ligada á você?” Pensou, virando seu rosto para olhar Richard.

– Sarah, nós já chegamos. – E com o aviso de Richard, ela havia percebido que já estavam no cais – Richard devia ter dirigido muito rápido para já terem chegado.

Ao saírem do carro, se aproximaram de um navio onde varias pessoas desembarcavam. Sarah não sabia o que, mas algo naquele transatlântico a intimidava. Talvez tenha sido o tamanho, pois ela nunca tinha visto um navio tão perto, mas ao olhar ao redor viu o número 081 gravado na couraça de metal daquele cruzeiro, percebendo que o reflexo do número na água lia-se 180.

– Será que esse é o navio que Michael vai desembarcar? – Richard perguntou á Sarah olhando para o alto.

– Não podemos esperar para saber. – Sarah disse correndo em direção á rampa de acesso ao cruzeiro, enquanto Richard a seguia, tentando alcançá-la.

Michael estava na parte de trás do deque do navio, falando no celular.

– Se descobrirem que desviamos aquele dinheiro, estamos ferrados! E ainda por cima tem um agente me vigiando... É! Adam Collins. Ele está atrás de mim desde o acidente na empresa. – Michel andava de um lado para o outro, nervoso.

Enquanto vários tripulantes desciam do navio um garoto apressado acidentalmente chutou uma placa amarela escrita: “Cuidado, piso molhado” que caiu na água.

– Michael! – Sarah gritou ao avistá-lo.

– Depois nós conversamos. – Michael disse ao seu sócio que estava do outro lado linha, antes de desligar o celular. - Quem é você mesmo? Ah! Aquela maluca que estava no acidente. Eu demiti você, não foi?

– Olha, você precisa me ouvir. Depois do acidente na Revista Rivers os sobreviventes começaram a morrer. Primeiro foi a Jennifer, depois o Josh e em seguida a Liza. E agora você é o próximo. – Sarah explicou.

– Isso foi a coisa mais ridícula que eu já ouvi.

– Ela está falando a verdade. – Richard disse ao se aproximar dos dois após encontrá-los.

– Eu já entendi. Só porque eu demiti os dois, vocês estão tentando me ameaçar de morte para conseguir o emprego de volta. Por que vocês não vão embora e eu esqueço tudo isso antes que eu mude de idéia e chame a polícia? – Após Michael ameaçá-los, Richard e Sarah se entreolharam.

– Vamos. – Sarah disse a Richard, dando meia-volta.

– Vocês fizeram uma ótima escolha. – Michael sorriu.

– Só tome cuidado, por favor. – Sarah pediu á Michael.

– Adeus. – Michael acenou com a mão, desejando nunca mais vê-los.

– Quando ele perceber já estará morto. – Richard disse á Sarah, indignado.

Michael os assistia se distanciado até que, ao dar um passo para trás escorregou no piso de madeira molhado e caiu no mar. Sua visão escureceu, seu corpo ficou leve e única coisa que conseguiu ver, foram as enormes hélices do motor do navio o puxando. Ele sabia que era seu fim. E antes que as hélices cortassem seu corpo em várias fatias de tamanhos diferentes, Michael pensou em seu filho, se arrependendo de não ter o amado e dado atenção suficiente para ele. Agora seu pequeno garoto cresceu e se tornou uma pessoa tão arrogante e egoísta quanto ele mesmo. “Que tipo de pai eu me tornei?” pensou, enquanto seu destino se traçava. Sarah e Richard correram com esperança de Michael estar vivo para salvá-lo. Mas ao ver a água cheia de sangue e alguns restos mortais daquele pobre homem surgirem do fundo do mar e começarem a boiar, descobriram a resposta.


Após a morte de Michael, os dois correram para dentro do carro de Richard e saíram daquele lugar.


– Eu sou o próximo não é? – Richard perguntou enquanto dirigia.

– Sim. – Sarah disse - Mas só precisamos estar atentos aos sinais para evitarmos o pior.

Richard ligou o rádio e começou a equalizá-lo até que na estação 0.81 tocava a música “The Kill” da banda 30 Seconds to Mars.


Venha me destruir. Enterre-me, enterre-me. Eu acabei com você!”

De repente os dois se olharam tendo certeza de que aquilo era um sinal.

– Vamos para sua casa esperar o Agente Collins. – Sarah disse á Richard.

No cair da noite Richard estava em sua casa com Sarah. Os dois guardavam objetos pontiagudos em caixas de papelão e colocavam no porão, tentando tornar a casa menos perigosa.

– Podemos descansar um pouco? – Sarah perguntou á Richard após carregar a vigésima terceira caixa até o porão com ele.

– Claro. – Richard disse ofegante, se sentando com ela no sofá – O que você acha que vai acontecer comigo? De acordo com a música eu serei assassinado não é?

– Richard, por favor...

– Escute Sarah. A qualquer momento eu poderei morrer. Talvez haja um jeito de sobrevivermos. Mas e se não houver? É por isso que preciso dizer que você é única pessoa que eu me importo á ponto de pular de Bungee Jumping, mergulhar em uma piscina cheia de ácido ou morrer tentando te proteger.

– Richard... - Sarah olhava fixamente em seus olhos. Os dois começaram aproximar lentamente seus lábios um do outro até que... A campainha tocou e Sarah se distanciou de Richard.

– Acho que deve ser o Agente Adam Collins. – Sarah supôs.

– Eu vou atender. – Richard se levantou e ao abrir a porta deu de cara com... - Wendy?!



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Notas finais do capítulo

Curiosidade: Há uma morte alternativa de Michael em que ele está na parte da frente do Navio. E quando ele escorrega e cai no mar, a âncora do cruzeiro se solta e o esmaga.