Premonição: Vestida Para Matar escrita por Glauber Oliveira


Capítulo 8
Ginásio


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores de "Premonição 6"! Eu tinha postado esse capitulo antes, mas tive que apagar para arrumar algumas coisas. Só que agora ele está pronto para leitura! Espero que gostem, porque dedico este capítulo a todos vocês.



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Na manhã seguinte, Sarah foi acordada pelo despertador. Com um rosto sonolento, a garota esfregou os olhos com as mãos e viu que o relógio digital marcava 08:10. Ela estendeu o braço e colocou a mão sobre a cabaceira, perto da cama para desligá-lo, mas acidentalmente o empurrou e acabou derrubando o controle remoto e ligando a TV no canal 13, onde uma repórter anunciava a seguinte notícia:


Somente agora os bombeiros conseguiram controlar o fogo que destruiu o Instituto Psiquiátrico e Centro de Tratamento Stonybrook ontem á tarde. Apenas um pequeno grupo de pessoas conseguiu escapar graças á psiquiatra Kimberly Cormam, que os avisou sobre o acidente. Ela afirmava ter uma premonição como na rota 23, em que salvou algumas pessoas de um engavetamento. Coincidentemente Wendy Christensen, sobrevivente do Vôo do Diabo, que salvou algumas pessoas de morrerem em um acidente de montanha-russa, era paciente de Kirmberly, mas não conseguiu sobreviver ao incêndio. A possível causa do acidente foi um cigarro que algum dos funcionários estava fumando (...).

Sarah colocou a mão sobre a boca, levantou-se da cama e rapidamente pegou o telefone. Ela começou a discar o número do celular de Richard para contá-lo sobre o que aconteceu.


Alô?

– Richard, é a Sarah.

Oi Sarah, o que aconteceu?

– Liga a Tv no canal 13. Parece que houve um incêndio no Instituto Stonybrook.

Essa não é clínica em que Wendy estava internada? – Richard perguntou enquanto pegava o controle, ligava a televisão e colocava no canal. Havia uma repórter em frente ao instituto. O local estava destruído. Restava apenas um monte de entulho e uma fumaça que vinha dele.

– Sim. E parece que ela não sobreviveu.

Mas... C-como isso aconteceu?

– Eu não sei ao certo, mas, pelo que eu vi na TV, foi um cigarro.

Droga!

– Nós fomos avisados sobre o incêndio, mas ignoramos os sinais.

A culpa é minha. Eu agi feito um idiota dizendo para esquecermos isso. Agora Wendy está morta.

– Não podemos fazer mais nada, a não ser ir atrás dos outros.

Mas, quem é o próximo? – Após Richard perguntar isso, Sarah fez um esforço para lembrar quem morreu depois de John.

– Acho que é a Liza. – Sarah franziu a testa. – Ela deve estar no ginásio de natação de Mckinley. Vamos nos encontrar em frente ao ginásio em meia hora, ok?

Ok, então até lá!


Sarah desligou o telefone e deu um leve suspiro. A garota trocou de roupa: Vestiu uma blusa clara e colocou uma jaqueta de couro por cima. Depois abotoou o jeans e calçou seu sapato. Quando ela estava quase saindo levou um pequeno susto quando a prateleira que estava presa na parede de sua sala se soltou e derrubou um porta–retratos com uma foto de Liza em um aquário, que afundou.


Enquanto isso, no ginásio, Liza estava sentada em um banco, arrumando sua touca azul escura de borracha e colocando seus óculos de natação. Ela pegou sua mochila que estava no chão, encostada perto do assento e tirou o celular de um pequeno bolso. Liza pressionou o dedo sobre o botão vermelho e o desligou, para que ninguém a incomodasse enquanto estivesse nadando.


Mesmo sendo magérrima, Liza nadava para ficar magra como as Top Models da Empresa Rivers. Ela tentou ir a academias, mas acabava paquerando homens casados em vez de malhar. Então decidiu fazer natação, pois só haveria mulheres de maiô preto. Algo nada atraente para ela.


– Vamos lá, meninas! – Disse a treinadora, enquanto batia palmas, apressando as nadadoras para entrar na piscina. A treinadora McNeil era morena e prendia o cabelo em um rabo de cavalo. Ela vestia uma blusa polo azul claro e tinha um apito vermelho preso á um cordão em seu pescoço.


Todas as garotas se posicionaram na ponta da piscina e mergulharam quando a treinadora tirou um cronômetro de seu bolso e apertou o pequeno botão ao mesmo tempo em que soprava o apito. As meninas nadaram rapidamente de um lado para o outro, até voltarem para o ponto de partida, e a Sra. McNeil apitar e finalizar a contagem.


– Ótimo! Todas para o vestiário! – gritou McNeil - Hey Liza chega de nadar. Vamos!

– Vou ficar mais um pouco. Esse vai ser o meu último mergulho. Eu prometo. – Liza pediu, quase implorando.

– Ok, mas não demore. – A treinadora disse, indo para o vestiário com as outras garotas.


Liza saiu da piscina, pegou uma pequena toalha que estava sobre o banco e começou a se enxugar. Então um zelador gordo, de macacão cinza e barba branca, que arrastava um carrinho amarelo com esfregões, parou em frente a porta do armário de limpeza e tirou do bolso direito de sua calça, uma argola com várias chaves. O homem começou a procurar a chave certa, até encontrar, encaixá-la na fechadura e girar a maçaneta. Ao abrir a porta, o zelador pegou alguns desinfetantes, colocou sobre o carrinho e foi embora deixando o armário aberto.


– Hey! Você se esqueceu de fechar a porta do armá... – E o homem partiu sem dar ouvidos á garota, que resmungou algo num tom de voz baixo, o chamando de “Velho Surdo”.


Alguns minutos depois, todas nadadoras já haviam se trocado e ido embora. A treinadora foi ao estacionamento por alguns estantes para buscar a chave e fechar o ginásio.


E enquanto Liza subia a longa escada do trampolim de três metros, ela pensava: “Quero ver se agora eu não fico como aquelas modelos esqueléticas”. De repente o vento fez com que uma vassoura que estava no armário de limpeza derrubasse um pote de soda cáustica em pó, que rolou para perto da piscina e derramou o produto na água, a tornando corrosiva. Quando Liza chegou no topo do trampolim se aproximou lentamente da ponta, que começou a tremer. A garota começou a ouvir estalos e rangidos da madeira, mas não ligou muito para isso, até sentir um arrepio. Então a jovem abriu os braços e pulou, dando um mortal com várias piruetas no ar até mergulhar no fundo e espirrar água para fora da piscina. Liza subiu para a superfície sem fôlego e sentiu sua pele queimar. Os gritos da garota eram agonizantes. Ela tentou sair da piscina, mas sua perna esquerda ficou com câimbra, e seu corpo começou a fundar. Ninguém podia ajudá-la, mas mesmo assim ela gritava repetidas vezes “HELP ME!”. Sua pele começou a criar manchas vermelhas, bolhas e buracos, além de derreter como cera de uma vela. O rosto ficou deformado. E a dor era insuportável.


Então Richard e Sarah chagaram no lugar marcado ao mesmo tempo. Eles se aproximaram um do outro, olharam-se sem dizer uma palavra e saíram correndo pra dentro do ginásio ao ouvir gritos. Quando entraram no lá dentro, viram Liza batendo os braços na água, tentando se manter na superfície. Richard correu para entrar na piscina e salvá-la, mas Sarah o impediu.


– Não entre! Olhe - Disse apontado para o pote de soda cáustica perto da piscina – Você vai se queimar!


Sarah correu para perto de um armário de metal, abriu a porta e achou uma corda que rapidamente jogou na água. Liza conseguiu agarrar uma ponta e Richard com Sarah puxaram a outra. Mas então os dois ouviram um forte estalo de vindo do alto, até que o trampolim quebrou e caiu em cima de Liza que deu um grito e afundou, engolindo água que fora para seus pulmões, a corroendo por dentro. Seus últimos pensamentos foram: “Nunca irei ser tão bonita como Jennifer”. Liza convulcionou até morrer.


– Não! – Sarah deu um grito meio rouco enquanto chorava e se ajoelhava no chão.



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