Premonição: Vestida Para Matar escrita por Glauber Oliveira


Capítulo 7
Coincidências




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– John! – Sarah disse, correndo em sua direção.

– O que vocês estão fazendo aqui? – Ele perguntou.

– Você está correndo perigo. – Sarah disse se aproximando dele.

– Padre, o senhor poderia nos dar licença, por favor? – John perguntou ao padre, que se retirou rapidamente. – Do que vocês estão falando?

– Os sobreviventes do acidente do décimo terceiro andar estão morrendo. – disse Richard - E você é próximo.

– Mas eu nem estava no andar 13. – John respondeu.

– Mas em minha premonição você iria morrer, como Jennifer e Josh que estão mortos agora. – Sarah explicou.

– Olha, só porque eles morreram não significa que eu vou morrer. – disse John.

– Mas e o vôo 180, a premonição de Sarah e as mortes? - Richard tentou convencê-lo.

– Isso foi apenas uma infeliz coincidência. E se vocês vieram aqui só pra me falar isso, me dêem licença.


Sarah sentiu um arrepio, seguido de um vento gelado. Ela olhou para os lados, tentado saber de onde vinha aquele vento, pois as portas e janelas estavam fechadas. Quando John se distanciou, Sarah olhou para cima e viu um lustre de cristal cheio de ganchos e uma estaca no centro, se desparafusando do teto.


– Richard, o lustre! – Sarah disse, apontando para cima.


Richard entendeu rapidamente o que Sarah quis dizer e correu na direção de John, o puxando pela jaqueta e jogando-o no chão antes que o lustre o atingisse. Vários pedaços de cristal se espalharam pelo corredor da igreja. Os três ficaram parados como estátuas.


– Vocês estão bem? – Sarah perguntou, se aproximando dos dois.

– Acho que sim. – John respondeu enquanto se recuperava do susto.

– É melhor tomar mais cuidado! – Richard disse estendendo a mão para John se levantar.

– Então vocês não estavam mentindo sobre a história do acidente. Desculpe agir feito um idiota. – John baixou a cabeça.

– Esqueça isso. – Disse Richard - O que importa é que te salvamos.

– Mas se isso acontecer comigo de novo? – John ficou com certo receio.

– Por enquanto não vai acontecer de novo. - Disse Sarah - Depois que Richard te salvou a morte deve está indo atrás do próximo que ia morrer depois de você.

– Mas a morte uma hora vai voltar para me buscar, não é? – John perguntou.

– Sim. Mas antes que isso possa acontecer, vamos achar uma maneira de destruir a lista. – Richard disse esperançoso.

– E como vocês farão isso? – Após John perguntar para eles, Sarah e Richard se olharam pensando se contariam o que Bludworth os disse.

– Nós não sabemos. – Sarah mentiu, pois não sabia qual seria a reação dele ao descobrir que ela teria que matar uma pessoa para salvar a vida de cinco. - Mas não se preocupe. Ainda temos tempo.

– Ok. – John se sentiu melhor após Sarah o confortar.

– Temos que ir agora. - Sarah avisou - Você acha vai ficar bem?

– Parece que o pior já passou, não é? – John disse olhando para o lustre quebrado no meio do corredor.

– Acho que sim. – Richard sorriu - Precisamos ir. Até mais.

– Até. – disse John.


Ao sair da igreja, os dois caminharam até o carro, conversando.


– Estamos no controle agora. John está salvo. – Sarah disse.

– Bom, parece que Wendy estava certa sobre tudo. – Richard disse abrindo a porta do carro e entrando.

– Ela tinha razão. Se eu não tivesse prestado atenção nos sinais, John estaria morto agora. – Sarah admitiu.

– Mas nós precisamos encontrar algum jeito de quebrarmos a lista, senão nossos esforços em ter salvado os outros terá sido em vão. – Richard lembou Sarah.

– Eu sei. Mas não está sendo fácil. As únicas alternativas são: Eu matar ou me matar.

– É que tudo isso está me deixando maluco.

– Calma. Vai dar tudo certo!


Richard ficou quieto, então olhou para Sarah e disse:


– Você parece cansada.

– Eu não dormi muito bem essa noite. – Sarah disse á Richard.

– Vamos tomar um café. – Richard disse virando o volante - Talvez você melhore. Acho que tem um cafeteiria aqui perto.


Richard estacionou o carro em frente à cafeteria “Death by Caffeine”. Ao entrarem, se dirigiram até o balcão. Richard pediu um café e Sarah um Capuccino. Quando os dois se sentaram em uma mesa, um homem de cabelos castanhos e olhos escuros entrou na loja, e se aproximou deles. Sarah e Richard o reconheceram.


– Olhe. É o agente Adam Collins. – Disse Richard.

– Não foi para ele quem prestamos nossos depoimentos depois do acidente na empresa? – Sarah perguntou.

– Foi. – Richard disse tomando um gole de café.

– Olá. – Ele disse apoiando o braço direito sobre uma cadeira de madeira vazia – Posso me sentar?

– Claro. - Sarah puxou uma cadeira para que ele se sentasse - Podemos ajudar em alguma coisa?

– Sim. Bom, anos atrás houve vários acidentes em que alguns “sortudos” conseguiram escapar. – Adam disse colocando um jornal sobre a mesa - E por sorte sempre havia alguém que tinha uma premonição para salvá-los. Isso aconteceu exatamente com vocês, não é?

– Sim. - Os dois disseram ao mesmo tempo.

– Eu lembro que na delegacia, me disseram que isso foi apenas uma coincidência. Mas os “sortudos” que escaparam de catástrofes anos atrás, começaram a morrer em acidentes muito estranhos. E o mais bizarro, é que duas pessoas que você supostamente salvou, Sarah, estão mortas. - Sarah viu que o jornal que estava em cima da mesa, noticiava a morte de Josh. - Vocês podem me dizer o que está acontecendo? Porque eu não acredito que foram acidentes ou meras coincidências. – Richard e Sarah ficaram quietos por alguns segundos, pensado se poderiam contar tudo para ele. Mas do que iria adiantar? Eles ainda estariam correndo perigo. E não havia nada que Adam podia fazer.

– Nós achamos que não deveríamos ter sobrevivido á aquele acidente. – Sarah disse ao agente - Por isso que todos que escaparam da morte estão morrendo.

– Vocês só sabem disso? – Adam perguntou desconfiando de que eles sabiam de mais coisas.

– Não. Mas é melhor conversarmos em outro lugar. As pessoas podem nos ouvir. Você pode nos encontrar amanhã, na minha casa ás 19:00h para contarmos tudo. – Richard disse á Adam.

– Tudo ­­bem. Então, até amanhã. – Ele se levantou e se despediu.


Após o agente Adam Collins ir embora, o vento começou a folhear as páginas do jornal que ele tinha esquecido. Então, Sarah e Richard perceberam que a palavra “Born” que havia em uma das manchetes, estava meio rasgada, dando a impressão que estivesse escrito “Burn”, que em português significa “Queimar”. Acidentalmente Richard derrubou seu café quente sobre o jornal


– Isso é um sinal. - Sarah disse referindo-se ao que aconteceu.

– Sarah, esquece isso. Se tudo o que acontecer, considerarmos um sinal vamos ficar loucos. Vou te levar para casa. – Richard disse se levantando - Já está quase anoitecendo.


Então os dois saíram da cafeteria e entraram no carro. Sarah ligou o rádio que estava tocando a música “Set Fire to the Rain” da cantora Adele.


(...) Deixe queimar, Oh. Deixe Queimar, Oh. Deixe queimar.”


Sarah pensou em dizer que aquilo também poderia ser um sinal, mas resolveu ficar quieta e desligar o rádio. Talvez Richard tivesse razão. Aquilo podia deixá-los loucos. Ao parar o carro em frente ao apartamento de Sarah, Richard olhou para ela.


– Você vai ficar bem? – Ele perguntou á Sarah.

– Acho vou enquanto eu não for a próxima. – Ela disse sorrindo enquanto saía do carro – Se cuida!


Richard partiu, e Sarah ficou parada na calçada por alguns instantes, até se virar e pensar “Amanhã será um longo dia!” enquanto entrava em seu apartamento.


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Notas finais do capítulo

Curiosidade: Há uma versão em que Jhon não é salvo e morre esmagado por uma cruz gigante que se desparafusava da parede.