Premonição: Vestida Para Matar escrita por Glauber Oliveira


Capítulo 10
Destino Final


Notas iniciais do capítulo

Enfim chegamos ao clímax da história. Esse capítulo irá responder muitas perguntas. Espero que gostem!



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– Oi, Richard. – Wendy cumprimentou o rapaz que não disse sequer uma palavra por estar em estado de choque. Sua pele ficou branca como cera de vela e o corpo petrificado com uma estátua ao vê-la. Então Sarah apareceu na porta para saber quem era.

– Richard, quem está...? Oh meu Deus! – Sarah disse colocando a mão sobre a boca ao ver Wendy. Ela não acreditava no que seus olhos enxergavam. Talvez fosse alguma alucinação, mas ao ver a cara assustada de Richard teve certeza de aquilo não era um fantasma ou algo sobrenatural – Wendy? Como você pode estar viva? Vimos no noticiário a confirmação de sua morte.

– Eu sei. E vou explicar tudo á vocês se quiserem. Posso entrar? – Wendy perguntou.

– Claro. - disse Richard - Você quer um copo d’água?

– Sim, obrigado. – Wendy respondeu, indo com os dois para a cozinha, onde havia uma porta aberta que dava direto ao porão, onde Sarah e Richard estavam guardando as coisas.

– Wendy, por que você resolveu nos procurar? – Sarah perguntou curiosa.

– Bom, após a visita de vocês eu percebi que estava sendo egoísta. Então eu fugi da clínica para tentar ajudá-los. E aí aconteceu o incêndio. Os corpos de quem não sobreviveram foram carbonizados, não podendo ser identificados. No momento do acidente alguma enfermeira devia ter ido ao meu quarto para ver como eu estava e acabou morrendo, sendo confundida comigo. Se vocês não tivessem ido me ver, eu não estaria viva agora.

– Pensei que aquele fosse o último lugar que a morte poderia agir. – Richard disse chocado.

– Eu também pensava isso. – disse Wendy - Afinal Clear Rivers, sobrevivente do Vôo 180 se internou lá.

– Eu sei quem é Clear Rivers. – Sarah disse. - Assim como ela, meu irmão estava no vôo 180. Ele também teve uma premonição como eu e salvou algumas pessoas.

– Por que você não pediu ajuda para ele? – Wendy perguntou á Sarah.

– Porque ele não está mais vivo. - Ela respondeu com um tom de voz triste.

– Oh! Sinto muito. Eu... Eu sei como é perder um irmão, Sarah. Eu também perdi minha irmã Julie e meu amigo, Kevin. Eles eram sobreviventes do vôo do diabo como eu. Cinco meses após o acidente na montanha-russa, nós nos encontramos por acaso no metrô 081. Então eu tive uma premonição em que aquele metrô iria descarrilar. Nós conseguimos parar o trem a tempo, pensando que vencemos a morte. Mas alguns meses depois, Kevin nos chamou para irmos ao autódromo de McKinley assistir uma corrida de stock car. Estávamos na arquibancada até que resolvi sair dalí para comprar alguns lanches. Enquanto Kevin ia ao banheiro, Julie guardava nossos lugares. Quando eu estava saindo esbarrei com um garoto que estava segurando alguns lanches, indo na direção aposta, voltando para o autódromo. Depois houve uma confusão na arquibancada 180 e um garoto chamado Nick, o mesmo com quem eu esbarrei minutos antes, saía do autódromo com um grupo de pessoas, dizendo que teve uma premonição sobre um acidente que ira acontecer lá. Após eu ouvir isso corri para o autódromo, mas várias pessoas saiam desesperadas, impedindo que pudesse entrar. Horas depois a polícia confirmou a morte de Kevin e Julie, dizendo que eles foram esmagados no desabamento. Se eu tivesse previsto aquilo, eles dois estariam bem. – E começou a chorar.

– Acalme-se Wendy! – Sarah tentou consolá-la - Aposto que Julie e Kevin iram querer que você continuasse procurando um jeito de vencer a morte.

– Na verdade eu encontrei um jeito de vencê-la. Depois que fugi da clínica, encontrei um homem chamado William Bludworth. Ele disse que vocês o procuraram antes de me visitar, tentando descobrir um jeito de vencer a morte. Bludwoth explicou que se você me matar estaria fazendo um acordo com a morte, salvando a sua vida e a dos sobreviventes da Revista Rivers. Então eu pensei: “E se eu te matar?”. Talvez a morte fique agradecida e me deixe viver. – Ao ouvir aquilo Sarah sentiu um frio em sua espinha, com medo de que Wendy fizesse alguma besteira. – Vocês pensaram que eu não sabia sobre isso, não é? Quando vocês iriam me contar? Quando me matarem?

– Wendy, você precisa pensar no que está dizendo. – Sarah a aconselhou, assustada.

– Eu já pensei demais Sarah. – Wendy disse pegando uma faca que estava em cima do balcão e apontando para ela.

– Por favor, Wendy. Largue essa faca! – Sarah se afastou dela, dando pequenos passos para trás.

Então Richard agarrou Wendy por trás, tentando segurá-la para tirar a faca de suas mãos, mas a garota resistiu até se desprender dos braços dele e o esfaquear na região da barriga, fazendo-o cair no chão e sangrar, agonizando de dor. Após golpeá-lo retirou a faca cravada em seu abdômen e tentou apunhalar Sarah, que segurou o pulso dela. Wendy percebendo que atrás de Sarah a porta do porão estava aberta usou o peso de seu corpo e empurrou a jovem, que caiu e rolou sobre as escadas do porão até bater a cabeça e ficar inconsciente. Wendy desceu a escada até o porão e viu Sarah caída com a testa sangrando. Ela pegou sua mão e colocou sobre o pescoço da garota para checar se ainda estava viva.

– Mas é claro que ela não morreu. – Wendy pensou consigo mesma em voz alta - Ainda não chegou a sua vez. Vou ter que matar o seu namorado primeiro. – E subiu as escadas lentamente e viu Richard se retorcendo de dor no chão da cozinha sobre uma poça de sangue. A jovem se aproximou do rapaz e se agachou para cortar sua garganta, até que de repente Sarah pulou nas costas de Wendy a puxando para trás e fazendo-a largar a faca. As duas começaram a se agarrar e se estapear rolando no chão. Sarah deu uma joelhada na barriga de Wendy, fazendo-a sair de cima dela e ficar no chão se contorcendo por causa do golpe certeiro. Sarah se engatinhava em direção a Richard.

– Sarah... – Richard disse com a respiração fraca.

– Calma. Não fale nada. – Sarah respondeu desesperada pegando um pano e colocando sobre o local, tentando parar o sangramento - Vai ficar tudo bem. E vou chamar a ambulância.

– Eu estou perdendo muito sangue. – Richard disse á Sarah. - Acho que não vou agüentar até chegarem aqui.

– Por favor, não diga isso... Espere um minuto. – E foi até a sala de estar buscar o telefone. Enquanto digitava os números percebeu que Wendy havia sumido. Ela não estava mais caída no chão.

– Atrás de você! – Richard disse apontando.

Wendy derrubou Sarah e subiu em cima dela, começando a estrangulá-la, apertando com toda a força o pescoço da jovem. Ela estava completamente fora de si. Richard pegou uma faca que estava perto dele e jogou para Sarah, que esticou o braço direito tentando pegá-la, que estava á alguns centímetros de se alcance. Mas foi Wendy quem a conseguiu pegar.

– Wendy, por favor... Nós podemos encontrar uma solução.

– Mas eu já encontrei Sarah. – Wendy disse erguendo o a faca no alto.

A partir daí, tudo se transformou num filme em câmera lenta aos olhos de Sarah. “Eu nunca pensei que esse fosse meu destino...”, pensou, esperando pela morte. E ao virar o rosto, viu Richard se arrastando em sua direção tentando de algum jeito impedir sua morte. Não havia jeito. A garota acenou para ele como um sinal de despedida.

– Adeus, Richard. – Sussurrou e fechou os olhos antes que Wendy cravasse a faca em seu coração.

– NÃO!- Richard gritou.

E após isso, um tiro foi ouvido. Sarah abriu os olhos e viu Wendy soltando a faca e caindo no chão ao seu lado, cuspindo sangue. Ao se levantar, Adam Collins estava parado, segurando uma arma.

A visão de Wendy ficou turva. Ela sentia dor, arrependimento pelo que fez além de felicidade por finalmente poder descasar em paz, pois sabia que sua hora estava chegando. A pobre garota esperava que Sarah e Richard a perdoasse pelo que fez e que eles aproveitassem a vida já que ela perdeu e eles venceram. Seus últimos pensamentos foram “Espero que Julie e Kevin estejam me esperando”. E quando fechou os olhos não os abriu mais porque sua alma já havia se separado do corpo.

Minutos depois várias viaturas da polícia estavam em frente á casa de Richard. Sarah e Adam estavam na calçada conversando.

– Então foi por isso que Wendy Christensen queria te matar? – Adam perguntou após Sarah contar tudo á ele.

– Sim. – Ela respondeu. - Mas ela não tinha culpa. A morte só estava usando Wendy como um objeto para me matar. A morte queria nos enganar, jogando uma contra a outra.

– Isso parece loucura, mas eu não consigo encontrar outra explicação para isso. – Adam disse.

De repente dois paramédicos saíam da casa carregando Richard em uma maca com rodinhas até a ambulância.

– Richard! – Sarah correu em direção ao jovem ferido. – Fique calmo, ok?! Eu irei com você até o hospital.

– Me desculpe, mas a senhorita não poderá ir conosco na ambulância. – Um dos Paramédicos a avisou, a impedido de entrar.

– Não se preocupe Sarah. Eu vou ficar bem. Nós vencemos a morte. – Richard disse com a voz fraca.

Então Sarah o surpreendeu dando lhe um beijo. Ela sentiu algo que nunca sentiu por outra pessoa antes. Seus batimentos cardíacos aceleraram a ponto dela pensar que seu coração iria explodir. Eles estavam tão interligados um ao outro naquele momento que para eles não havia mais ninguém ali. Aquele beijo parecia que iria durar uma eternidade, até que Sarah desencostou seus lábios do de Richard, pois sabia que precisava deixá-lo ir.

– Se cuida – Ela sussurrou no ouvido dele. Então os paramédicos o colocaram dentro da ambulância, fecharam as portas e partiram.

– Richard perdeu um bocado de sangue, mas ele ficará bem – Adam disse se aproximando de Sarah.

– Obrigado. - Ela agradeceu – Se você não tivesse chegado eu estaria...

– Não foi nada. Afinal, esse é o meu trabalho. – Adam disse. - Você quer uma carona?

– Não, obrigada. Eu acho que vou andando para por os pensamentos no lugar.

– Ok. Até mais. – Adam despediu-se.

– Até. – Sarah disse se afastando.


No dia seguinte Sarah foi ao cemitério visitar o túmulo de seu irmão. Ao se aproximar da lápide se agachou e colocou um buquê de flores sobre a sepultura escrita “Em memória de SAMUEL LAWTON 1979 - 1999”.

– Nós conseguimos, Sam. – Sarah sussurrou após se levantar. Ela esperava que seu irmão estivesse em lugar melhor. E desejava o mesmo á Jennifer, Josh, Liza, Michael e Wendy. Ao se distanciar do túmulo, Sarah sentiu a gélida brisa do vento, tendo certeza que estava mais viva do que nunca.



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Notas finais do capítulo

Eu achei que esse daria um ótimo final para a história, mas talvez eu escreva mais um capítulo para esclarecer algumas coisas que eu estava pensando em deixar para responder na minha próxima fic: "Final Destinaion in London (Premonição em londres)", que espero que vocês acompanhem quando for publicada.