POV. Elena

  (n/a: Coloquem para escutar nos dois primeiros POV's: http://www.youtube.com/watch?v=4VB0CY9DTgs)

  Dor. Aguda. Lacinante. Pertubadora. Fria. Gélida. Congelante.

  Raiva. Forte. Desproporcional. Aquecedora. Consistente. Presente. Amarga.

  Era tudo o que eu conseguia sentir, era tudo o que eu podia sentir no momento. Meu coração parecia que havia se espatifado em mil lascas, e que agoram arranhavam por onde passavam.

  A floresta era só um cenário, calmo e frio por fora, sem mudanças. Minha visão era turva, graças ás malditas lágrimas que teimavam em ser derramadas, demonstrando parte de minha dor, tanto emocional quanto física.

  Eu queria morrer... Queria vomitar... Queria dormir e nunca mais acordar.

  Minha vida inteira foi uma mentira! Todos mentiram!

  Os Gilberts, Isobel e John, Isabelly, Bella, Stefan, Damon, Katherine, Gabriel e Michael, ela...

  - NÃO! - meu grito ecoou em meio as árvores, assustando os pássaros que se acomodavam, esperando o crepúsculo acontecer.

  Mas eu não podia parar. Hoje, hoje, tudo ia se resolver. Não importava o quanto eu estou machucada.

  Eu queria a verdade. Queria saber com que tipos de pessoas eu estava convivendo.

  E eu saberia exatamente como a obteria.

-

  POV. Isabelly(Minutos Antes)

  Era tudo culpa minha. A culpa toda era minha!

  Não era para Elena saber tudo isso desse jeito, não agora... Eu devia ter esperado! Deveria ter feito como ela mandou!

  Jake tentou me avisar, mas eu estava tão cansada de tanta mentira... Eu não quero mais isso, ainda mais para todos eles.

  E agora, graças a minha boca grande, Elena saiu, mesmo no estado em que ela se encontrava, tudo para ficar longe de mim!

  Soluços abafados começaram a sair pela minha garganta, assim como as lágrimas quentes e frescas, meu corpo todo tremendo. Senti Jacob me embalar carinhosamente em seus braços, sentindo tudo o que eu sentia.

  Pobre Jake.

  - Shiii, Isy... Não foi culpa sua... Já estava na hora de Elena saber. Já está na hora de todos saberem a verdade sobre si! Você só se adiantou... Você vai ver... Elena ficará bem, e logo voltará, e voc...

  Antes que ele continuasse, eu gritei, caindo no chão, me contorcendo de dor.

  Assim como todos os Cullens.

  - ISY! ISY, MEU AMOR, O QUE ESTÁ HAVENDO?! - escutei Jacob gritar, mas uma outra voz se sobrepôs a dele, e me congelou intantâneamente, parando meu coração.

  Elena descobriu tudo.

  Três palavras. Três palavras, mais pronunciadas com tanta dor que eu não aguentei e gritei novamente, abrindo os olhos, vendo tanto Jake quanto Bella perto de mim, aflitos.

  Procurei um olhar específico e parei, respirando fundo, e mandando um pensamento. Sua cabeça se balançou em assentimento.

  - Então é isso... - sussurrei, ciente de que todos me escutavam. - Elena sabe. Acabou. É hoje.

-

  POV. Bella

  (n/a: Coloquem para tocar nesse POV: http://www.youtube.com/watch?v=apMMNwa5bKs)

  O que estava acontecendo?!

  Como assim Elena sabe?! Ela já não havia descoberto tudo?! E que raio acontecerá hoje?!

  Foi instantâneo: quando Isy gritou e caiu, os Cullens, todos eles fizeram o mesmo, restando somente eu e Jake, atordoados. Logo, Stefan também me aparece na sala. Olho para os fundos e vejo Jasper e Emmett caídos também.

  - Mas o que está acontecendo aqui?! - Stef perguntava, nervoso, mas atordoado também, assim como Jacob e eu.

  Ninguém respondeu. A tensão iminente no ar era palpável.

  E quando eu achei que não podia piorar, eis que me surge todos.

  Quando digo todos, são todos mesmo. Caroline, Tyler, Jeremy, Bonnie, Matt, Gabriel, Michael e até mesmo ela:

  Katherine. Katherine estava aqui.

  E olhava ao redor, chocada.

  - Mas que porcaria está acontecendo aqui? É alguma suruba, ou algo do gênero, é isso? - Ty gritou, irritado, mas ainda fazendo graça. Caroline deu um tapa em sua nuca.

  - Ligamos diversas vezes no celular das duas, e ninguém atendia! Procuramos em cada canto daquela bendita escola, e vocês estavam aqui?! Desde quando? Estava quase entrando em colapso, e...

  - Caroline, cala a boca por favor! - Jeremy falou, atraindo a atenção de todo mundo. Ele não tratava as pessoas assim, e realmente o notei:

  Os cabelos revoltados, a pele pálida e brilhante, a pulsação rápida e forte, e seus olhos, inchados e escuros.

  Deus... O que tinha acontecido com ele?

  Ele se aproximou cautelosamente, tomando o cuidado para não pisar em nenhum dos Cullens, que já respiravam melhor, mesmo não precisando. Se aproximou da onde eu e Jake estávamos e pegou a cabeça de Isy no colo. O olhar dela era vazio, sem foco.

  Com medo.

  - O que aconteceu com ela? - ele perguntou, num fio de voz. Ele era a imagem espelhada minha e de Jake: preocupado, confuso e amendrotado.

  Escutei Jacob tentando explicar para Jer o que havia acontecido, demonstrando toda sua exasperação e confusão e amor ao tocar e falar sobre Isy. Mas eu não me focava nisso.

  Eu me focava no ponto em cima do ombro do Jeremy, uma sombra escura, algo parecido com uma pessoa, que estava (ao que parecia) com uma mão em seu ombro e com o corpo curvado, sussurrando em seu ouvido.

  Manipulando - o. Sussurrando. Tranformando - o.

  E como se isso não bastasse, um clarão se deu em minha mente, me atordoando, me fazendo gritar e cair com a invasão repentina.

  E logo, a mensagem clara e nítida aos meus ouvidos:

  "Imploro que não diga nada, Bella. Jeremy não está bem, eu sei, mas só uma pessoa vai conseguir ajudá - lo e ajudar todos nós, e peço que você também nos ajude, iremos precisar."

  Ofegante, abri meus olhos, reconhecendo a voz instantâneamente. Minha cabeça estava no colo de alguém, mas mesmo assim virei - me no chão e a vi, me encarando, o corpo em choque, mas os olhos suplicantes, implorando meu silêncio.

  Isabelly havia conseguido penetrar em meu escudo. Como?!

  - Bella? Bella, por Deus, você está bem? Fala comigo, meu amor... - escutei a voz baixa e rouca de Edward, me chamando. Quase que instantâneo, levantei rapidamente, me afastando dele.

  - Não toque em mim - disse, me afastando. A dor crua pulsou em seu olhar, e ele se afastou.

  - Bella? O que aconteceu? Você está bem? - surpreendentemente, Katherine era quem perguntava.

  Olhei em volta, vendo todos agora em volta de mim e Isy. Os Cullens já haviam se levantado, e nos examinavam, preocupados.

  Engoli em seco. Nunca gostei muito de atenção.

  - Eu... Minha cabeça deu... Um clarão... Uma dor... Mas foi só isso, já estou melhor - balbuciei, desconexa. Katherine estreitou os olhos, mas assentiu, não para mim, mas... Mais para si mesma ou para alguém.

  De repente, um silêncio pertubador ficou no recinto. A respiração estava suspensa. Até a minha. Somente Matt (silencioso e observador como eu ja vinha observando a algum tempo), Jake, Jeremy e Isy respiravam, pesadamente.

  Mas (obviamente) logo o silêncio se dissipou, com a voz de Gabriel, que por um momento, detectei algo parecido com o medo:

  - Onde está Elena?

  Isso parece ter depertado a todos, até a Isy, que se levantou num átimo, e em uma velocidade... Sobrenatural.

  Eu não acreditava.

  - Como... Você... Você é uma... - Jeremy também se levantou, e ficou encarando Isy, atordoado. Na verdade, Caroline, Tyler, Matt, Bonnie e eu estávamos assim também.

  Já o resto não.

  - Precisamos achar Elena - a voz fria e distante de Isy me assustou. Sua postura estava rígida. - Eu não consigo achá - la. Estou fraca. Não consigo achá - la - por um minuto, a Isy meiga estava ali, desmonstrando seu medo, mas logo foi substituída pela frieza absoluta. 

Porém... Acho que a busca não ia ser necessária.

  E segundos depois, Elena entrou, cessando todo o movimento na sala. Nem mesmo Stefan esboçou reação nenhuma, tão perdido quanto eu nessa bagunça.

  Ela entrou na sala, mas havia algo diferente nela. Era imperceptível, mas eu notei. O cabelo estava normal, as roupas normais (que era uma calça de moletom preta e uma camiseta da cor creme, mas que estavam sujas) e a pele com o mesmo brilho de sempre.

  Eram os seus olhos que estava diferentes. Mais... Selvagens? Não, nao era isso.

  Era uma mistura de emoções, todas revoltadas, e um brilho tão amargurado que me atravessou como uma navalha.

  E sua voz... Parecia a própria morte falando:

  - Não precisa liderar uma busca atrás de mim, irmãzinha... Eu já estou aqui, não estou? - e riu, completamente louca.

  - Elena... O que deu em você? - "pensei que Julie a havia curado, não lhe tornado louca!" Carol falou e depois pensou. Sua cara não era nada boa.

  - O que deu em mim? - e ela riu de novo daquele jeito. - Não deu nada em mim, querida Carol... Eu só... Descobri coisas que esconderam de mim - sua voz foi ficando cada vez mais fria e sem emoção, me gelando a espinha. Estava paralisada de choque.

  O. Que. Havia. Acontecido. Com. Elena?

  Nesse momento, Isy resolveu sair do estupor.

  - Elena... Por favor... Vamos conversar - ela deu um passo hesitante na direção de Elena, mas ela recuou, como se a coitada tivesse lepra.

  - Não chegue perto de mim - ela cuspiu, com nojo. Isy ficou paralisada pelo seu tom. - Você... Até quando pretendia esconder a verdade de mim? Até quando vocês todos pretendiam me enganar? - ela falava diretamente com Gabriel, Michael, Jake, Katherine...

  E pelo que entendi, eu.

  - Do que você está falando, Elena? Como assim "esconder a verdade"? - Stefan se pronunciou, demonstrando todo seu medo, confusão e exasperação nessa frase.

  Elena o olhou, o olhar suavizando minimamente, mas logo se tornando gelo puro.

  - Todos esses anos, Stefan... Eu estava tãããão preocupada com minha digníssima irmã... Você se lembra, não é? - deu uma risada amarga, mas continuou, sem deixar Stefan responder: - Então... Sabia que eu, sem nem menos acordar direito, ouvi e descobri que Isabelly Gilbert me enganou esse tempo todo? Que fez Jeremy e eu de trouxa?

  - Elena, pare - surpreendentemente, era Carlisle quem interrompia. E ele estava sério.

  Muito. Sério.

  - Não se intrometa - ela sibilou, quase cuspindo na cara de Carlisle, que estava a poucos metros dela na sala dos Salvatores. O lugar parecia claustrofóbico no momento.

  - Elena, não se afobe... Converse com Isy primeiro - Gabriel foi a passos largos até ela, com a feição séria, abandonando o jeito brincalhão.

  Mas parecia que Elena não toleraria ninguém hoje.

  - Conversar com Isy primeiro?! Ahhh, Gabriel... Você é um amigo muito bom mesmo. Você e seu irmão - ela começou doce, mas depois destilou veneno: - Mas são dois traíras. Me arrependo amargamente de ter confiado em vocês dois. Como puderam?! Sabiam das coisas esse tempo todo... E nunca me contaram.

  - Elena... Era preciso - Gabriel respondeu, sem ao menos piscar com as palavras de Lena. Ela ficou muito vermelha, prestes a soltar uma bomba.

  Mas era demais para mim.

  - CHEGA! - meu grito parece ter dado um choque em todo mundo, que se virou para me olhar. Minhas têmporas latejavam. - CHEGA! EU NÃO AGUENTO MAIS! SERÁ QUE DÁ PARA ALGUÉM ME EXPLICAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! - meu peito subia e descia; estava arfando.

  Porém, Katherine estava impassível, e respondeu com uma frieza ainda maior do que da Elena:

  - Acho melhor você ligar para o Damon.

  WTF?!

  - O quê? O que Damon tem a haver com isso? - perguntei, irritada. Qual é! Não é só por causa da situação que eu vá deixar de ficar preocupada com a ex do meu namorado querer falar com ele.

  Ao que parecia, Katherine tinha era outra linha de pensamento:

  - Acho melhor você ligar para o Damon - ela repetiu, parando por segundos para pensar. Terminou: - Você irá precisar.

  No momento seguinte, a campainha toca.

-

  POV. Damon(Minutos Antes)

  (n/a: Coloquem para tocar nesse POV: http://www.youtube.com/watch?v=zTFBJgnNgU4)

  - A noite dos homens! - brindei com Ric, vendo sua cara de desgosto. Sorri e engoli meu conhaque.

  - Arghh - Ric pigarreou, creio por causa do conhaque duplo. Continuou: - Sabe que não poderá se esconder da Bella aqui para sempre, né? - disse, sem rodeios.

  Me fingi de ofendido, ignorando o apertão no coração ao ouvir o nome dela.

  - Se quiser que eu vá embora, Alaric, é só dizer... Não precisa inventar desculpas. Já entendi. Tô indo - falei, colocando o copo no balcão e me levantando do banco. Caí antes mesmo de ficar ereto.

  Ric riu.

  - Tudo bem... Se você pelo menos conseguisse andar - e riu, mais estrondosamente.

  - Haha, engraçado - bufei, colocando a cabeça entre os joelhos. Estranhamente, estava tuuuuuuuuudo rodaaaaandooo...

  - É sério, Damon. Ta... Digamos que você acabou com minha noite com Jenna, e nesse momento quero te matar sim ou te mandar embora - ri baixo. - Mas você sabe que não é assim. Qual é! Cadê o Damon Salvatore, aquele cara que não tem medo de nada?

  - Foi embora quando conheceu Isabella Swan - murmurei, com a voz abafada pelo jeans. Ric suspirou ao meu lado.

  - Você está com medo. Está com medo, que depois de você ter pegado ela beijando o ex, ela queira ficar com ele, não com você - não falei nada, o que (malditamente, mas certo) pegou como uma afirmação. - Damon, se você não conversar com ela, como é que você vai saber? Já passou pela sua cabeça que, talvez, ela tenha cometido um erro? Que tenha se arrependido do que fez? Que ela estivesse confusa com a volta do Cullen? Porque, pelo o que você me contou, teve um grande papel na vida dela - ele disse, sério.

  A embriaguez já havia passado. Nesse momento, só o que via era aquele maldito momento em que aquele Glitterzinho havia beijado minha Bella.

  - Você não entende, Ric - bufei, levantando a cabeça e o encarando. Ele me olhava sério, mas com um brilho de diversão no olhar.

  Filho da mãe!

  - Me faça entender, então - ele largou o copo e me encarou de cima, já que estava (ainda) caído no chão. Encarei o mesmo, perdido.

  - Eu... Cara, eu não sou dramático nem nada, mas doeu. Doeu vê - la com aquele... Cullen miserável, Ric. Eu... Eu a amo. Como nunca amei ninguém, nem mesmo Katherine ou Elena - Alaric bufou, e levantei a cabeça a tempo de vê - lo murmurando para cima como um "até que enfim!". Ignorei: - Sabe... Eu sei que não sou um cara perfeito, o mocinho, mas eu posso ser bom, eu posso ser o que a Bella quiser. Eu mudaria por ela. Até morreria por ela, cara - não estava mentindo.

  - Damon, Bella te ama, não é mesmo?

  - Acho que eu não sei mais - disse, sentindo a dor no coração cada vez maior.

  - Damon, Bella ama você! E ela se apaixonou por esse homem que você é! Não porque você pode ser bom. Se não assim, ela teria se apaixonado pelo Stefan - o encarei feio, mas ele continuou impassível.

  - Entendo, mas...

  - Não tem "mas", Damon. Bella te ama e ponto. Por alguma razão, ela beijou o ex dela, mas isso não quer dizer que ela não te ama, e nem quer dizer que ela ama o ex dela. Você não entende isso?

  Parei, escutando e processando. Ric suspirou e continuou:

  - Não importa que ela tenha te traído, Damon. O ser humano não é perfeito. E também dizem que "quem ama, não trai". Mas também tem aquele que diz que o "amor perdoa tudo". Isso não define padrões, Damon. Não mesmo. O que você e Bella sentem um pelo o outro, é uma coisa que só os dois sabem, e ninguém pode tirar. E não adianta você fugir para um canto e ficar se lamentando achando que Bella não te ama. Vocês precisam conversar. Não digo que o que a Bella fez está certo, que ela tem razão. Mas se não conversarem, você não saberá o que aconteceu - ele disse simplesmente, com tom de quem não discutiria mais aquilo. O encarei, processando, ao mesmo tempo, sorrindo. - O quê? - perguntou, confuso.

  - Você está mais... Sentimental. Está dando conselhos de menininha. Virou gay, Ric?

  E reagindo rapidamente (para um vampiro que tinha bebido todas), fugi do copo lançado por Alaric. Ri igual uma hiena no canto oposto da cozinha.

  - Juro que se não amasse Jenna e que gostasse somente de mulher, eu ia te mostrar aqui quem é o gay - ele resmungou, virando a garrafa de conhaque. - É nisso que dá tentar ajudar vampiros bêbados apaixonados de coração partido, Saltzman... Você tem má fama - ele balbuciou para si, me fazendo rir ainda mais.

  - Pode deixar, Ric, eu também amo Bella e só gosto de mulher, então, não precisa se preocupar - parei de repente, a pontada no coração mais forte ainda, me fazendo arfar.

  O. Que. Estava. Acontecendo?!

  - Damon? O que foi? Por favor, fala que você não vai vomitar - Alaric se preocupou, mas fazendo piadinha. Me apoiei na pia de granito preto.

  - Não... É essa... Pontada no coração... Está mais forte - e sem perceber, falei: - Bella precisa de mim.

  - O quê? Você... Ta sentindo, é isso? Como um... Sexto sentido? - Ric perguntou, com a cabeça inclinada. Assenti, ainda esfregando o peito.

  - Acho melhor ir, Alaric. Alguma coisa deve estar acontecendo - murmurei, passando por ele e pegando minha jaqueta ao lado da porta.

  - Tudo bem. Se alguma coisa séria estiver acontecendo... - assenti, entendendo o que ele queria dizer. Ele suspirou: - Ligarei para Jenna, ver se consigo salvar minha noite com ela sem você aqui.

  - Não conte com isso - falei, sarcástico, saindo e ouvindo ele bufar. Após descer as escadas de seu apartamento, me transformei em um corvo, sendo assim, mais rápido e fácil de se chegar na Pensão.

  Sobrevoando Mystic Falls, não havia nada de ruim naquela tarde nublada. Mas o ar estava mais carregado. Mais... Frio.

  Sombrio.

  Quem visse de fora, não acharia Mystic Falls um lugar sobrenatural. Mas aqui, isso é o que tem de sobra.

  Aterrisando na entrada da floresta ao lado da Pensão, me transformei novamente, andando de forma não-sobranatural, tentando escutar algo dentro da casa.

  Nada. Absolutamente nada.

  Andei um pouco mais rápido, meu coração batendo num ritmo mais descompasado. E quando chego a porta, encontro eles.

  - O que estão fazendo aqui? - não tive a intenção de ser rude, mas saiu assim mesmo.

  - Damon? - Evan perguntou, com um misto de surpresa e confusão. Ao seu lado, estava Brian, de cara séria.

  E em seus braços, Julie. Desmaiada.

  - O que aconteceu? - perguntei, sem perceber, muito preocupado. Que estranho.

  - O que você está fazendo aqui fora? Pensamos que estivesse na Pensão - Evan falou, agora sem expressão nenhuma. Franzi a testa.

  - Estava com um amigo - pouco disse.

  - E enchendo a cara, para variar - Brian falou, sem se preocupar em me fazer ouvir ou não. Rosnei para ele, meu rosto se transformando.

  Mas antes que algo acontecesse, a porta é aberta.

  E ali, estava Katherine.

  - Vocês demoraram - ela sibilou para os dois, e logo seus olhos caíram em Julie. Eles se arregalaram levemente, mas assim que pisquei, aquela expressão sumiu. - Entrem - ela disse, simplesmente, e saiu do caminho.

  Evan e Brian logo entraram com Julie, e eu fiquei para trás, arrastando os pés, vendo Katherine fechar a porta. Antes que ela passasse por mim direto, segurei em seu braço, a virando.

  - Mas o quê...

  - O que está acontecendo aqui? - sussurrei, examinando - a. Ela piscou, mas logo se soltou do meu aperto, me fuzilando.

  - Graças a sua protegida Elena, Damon, tudo foi por água baixo. Vá! Você já vai descobrir mesmo - e foi em direção a sala, onde arfares de exclamação se ouvia. Corri e paralisei com que vi.

  Eu não acreditava.

-

  POV. Bella  (n/a: Coloquem para tocar agora: http://www.youtube.com/watch?v=-NBHS3FtQ20)

  Damon.

  Eu sabia quem era que estava na porta muito antes de alguém dizer. Era como se meu corpo ja reconhecesse tudo o que vinha dele, e mesmo a maior distância em que estivéssemos, eu saberia onde ele estava.

  E não só ele. Ao que parecia, tinha outras pessoas com ele, e eles estavam... Discutindo?

  Antes que alguém reagisse, Katherine correu e foi abrir a porta.

  - Vocês demoraram - ela disse, parando. Depois, completou: - Entrem.

  Pouco depois, Evan entra, sem expressão, e logo atrás, Brian, com uma expressão cautelosa no rosto.

  E com Julie em seus braços, desmaiada.

  Esperei ver Damon logo atrás, mas não. Ao que parecia, ele havia ficado para trás, com Katherine.

  Mas isso logo se dissipou ao ver o alvoroço perto de Brian. Os Cullens e nós (Stefan, Caroline, Tyler, Matt, Bonnie, Jeremy e eu) estávamos observando. Gabriel e Michael ajudavam Brian com Julie. Isy e Jake só observavam, quietos.

  Já Elena, havia se calado, olhando de forma diferente para Julie.

  - Ahhh droga - escutei Brian resmungar, olhando Gabriel e Michael se afastarem, o olhando em forma de desculpas. Ele bufou: - Odeio fazer isso com platéia.

  Antes que alguém nos explicasse o que estava acontecendo, o rosto de Brian se transforma, as presas se alongando e os olhos ficando negros com as veias saltadas. Ele pegou algo do bolso e rapidamente passou pela parte do seu antebraço, abrindo uma fina, mas grossa linha escarlate de sangue. Todos os vampiros prenderam a respiração, em expectativa, os outros, em confusão.

  Mas eu já sabia o que ia acontecer.  Com a cabeça de Julie em seu colo, Brian apertou o sangue que escorria livremente em sua boca, forçando o sangue a entrar em sua boca. Segundos depois, Julie reagiu, sugando um pouco, em goles pequenos, para depois se transformar em sugadas fortes e barulhentas, fazendo um som alto de sucção.

  E ante isso, Brian gemendo, de olhos fechados. Em puro êxtase.

  Eles estavam fazendo uma troca de sangue. Eles faziam troca de sangue.

  Lembrei - me das palavras de minha mãe, no dia do meu treinamento:

  *Flashback ON*

  - Como assim a Troca de Sangue, mãe? Eu... Não entendi - perguntei, confusa. Ela sorriu, compreensiva.

  - A Troca de Sangue entre vampiros é algo único e íntimo, muito íntimo, Bella. Ás vezes, você pode chegar ao seu ápice de prazer apenas por sugar o sangue de seu parceiro. A Troca de Sangue é um elo que se forma entre ambos, e que permite uma ligação muito forte entre eles, fazendo com que até ambos possam saber quando um está em perigo ou não, ou só precisando do outro. Apesar de tudo, eu tenho uma Troca de Sangue com seu pai. Isso se chama "Binding Sanguinis", ou como muitos falam, "Ligação de Sangue".

  *Flashback OFF*

  É por isso que o fato de Julie estar sugando o sangue de Brian era tão prazeroso para ele. Isso era algo íntimo e único, como Sulpcia havia me explicado.

"Odeio fazer isso com platéia" - Brian havia se emburrado, agora entendia por quê.

  Fui arrancada de meus devaneios pela exclamação de Damon na sala:

  - Mas que porra é essa? - ele estava atônito e confuso, olhando todos presentes na sala.

  Isso, também, parece ter sido o estopim para o silêncio de Elena.

  - Damon! Que bom que se juntou a nossa festa! Agora que todos estão presentes, o que achão da nossa querida visita explicar o que está acontecendo? - ela se fazia de doce, mas um brilho de loucura estava ali, presente em seus olhos.

  - Elena, pare, você não está bem - Jeremy tentou chamá - la. Ela o ignorou, mas o respondeu:  - Ahhh, Jer... Eu sinto tanto, sabe? Acho que depois de tudo isso que vai acontecer, você não vai poder em confiar em mais ninguém, igual eu - deu um soluço alto, mas riu logo em seguida.

  A expressão de Damon era de pura estupefação.

  - Ahhhh - Brian gemeu dessa vez mais alto, para logo em seguida abrir os olhos. Eles estavam carmim, brilhantes e vivos.  Julie já havia parado de sugar seu sangue, e respirava com um pouco de dificuldade em seu colo, ja que ele sentara no sofá. Brian mantinha o os olhos abertos, nos encarando, os dois primeiros botões de sua camisa preta aberta. Sua testa brilhava, e ele também respirava com dificuldade.

  Num movimento repentino, Julie se levantou e parou do outro da sala, mexendo nos whisky de Damon, os examinando com normalidade.

  Mas isso era o de menos. O problema, era que ela foi para lá muito rápido.

  Sobrenaturalmente.

  - Hum - Julie gemeu em deleite, tomando vários goles do whisky. Olhando para o copo, ela disse, sem rodeios: - Elena, acho que preciamos conversar. Você não pode continuar assim.

  Virei a cabeça a tempo de ver Elena tacar algo na direção de Julie, que pegou no ar sem dificuldades. Era uma barra de ferro.

  - Elena! - Matt se pronunciou, em choque.

  - Não, Matt. Pode deixar. Isso é... Algo que eu mereço - ela murmurou, deixando o copo na mesinha, encarando Elena.

  - Ahhh, por favor! - Katherine se interpôs na "linha de fogo". Ela se virou para Elena: - Qual é o seu problema? Por que não pode aceitar a verdade?

  Elena tremeu de raiva.

  - Você não tem nada a ver com isso, Katherine!

  - EU SOU SUA IRMÃ, PORRA! É CLARO QUE EU TENHO A VER COM ISSO!

  (n/a: Coloquem essa agora para tocar: http://www.youtube.com/watch?v=xusC01JShvU)

  A respiração de todos cessou.

  Olhávamos de Katherine para Elena, e das duas para Julie, que as encarava, com um misto de dor e exasperação em seu rosto. Minimamente, sem ninguém perceber, Brian, Evan, Gabriel e Michael se posicionaram pouco mais atrás de Julie. Isy e Jake ficaram aonde estava, perto de mim, Stefan e os outros. Damon permeneceu onde estava, chocado.

  E, incrivelmente, os Cullens também recuaram para perto de Julie, como se soubessem de algo inédito.

  E, claro, Katherine havia acabado de dizer que era irmã de Elena.

Mas como?

  "Você sabe que isso não te surpreende. No fundo você ja sabia" - minha consciência sussurrou, me fazendo estancar.

  Eu sabia esse tempo todo?

  - Como é que é? - sai de meu devaneio com a voz de Elena, que estava baixa e vacilante.

  - É, Elena. Somos irmãs. Isso não é incrível! - Katherine disse, sorrindo sarcástica, abrindo os braços.

  - Isso é impossível - escutei Stefan sussurrar, em sincronia com Elena.

  - Por favor, Elena. Compreenda. Eu não tinha como te dizer isso, não era para você saber disso agora! - Isy se interpôs, soltando a mão de Jake e ficando ao lado de Katherine. Vendo as três juntas, era como se Elena estivesse espelhada em duas, mas de formas diferentes.

  Ela olhava perdida entre Isy e Katherine, que a encaravam, esperando.

  E como se eu fosse impelida, minha boca reagiu mais rápido:

  - Isso é impossível! Como Elena pode ser irmã de Katherine? Katherine nasceu há mais de não sei quantos anos, poxa! Elena e Isy sim, nasceram juntas, gêmeas, mas... Serem irmãs de Katherine? Isso é completamente impossível! - disse, jogando as mãos para o alto e encarando qualquer um que me apoiasse. Ao que parecia, ninguém ia se pronunciar. Olhei para Julie e os outros atrás dela.

  Eles me olhavam com... Culpa?

  - Parece impossível, mas... Elas são irmãs, Bella - Evan disse, dando de ombros, como quem se desculpa. Olhei, exasperada para Julie. Ela me fitava sem expressão.

  Mas resolveu falar.

  - Bella... Ontem, você testemunhou, aliás, todos vocês testemunharam o que eu pude fazer ontem para ajudar Elena - nisso, ela conseguiu a atenção das gêmeas e de Katherine (já que eu me recusava pensar em trigêmeas). - E agora... Você viu que nenhuma bruxa, ou qualquer outro ser, poderia se movimentar tão rápido como eu pude. Me diga... Quantos anos acha que tenho? Ou melhor, o que acha que eu sou? - ela perguntou, parando a poucos metros de mim, mas mais perto de Damon, que encarava tudo agora impassível.

  Pisquei, confusa.

  - Bruxas não podem ser vampiras. Ou são uma, ou são outra - disse a primeira coisa que veio a minha mente, o que Bonnie havia me dito uma vez.

  - É... Digamos que eu faça exceção á essa regra - falou, me examinando.

  Porém, Bonnie foi mais rápida, dizendo:

  - Isso é impossível! Minha mãe era uma bruxa, e ela foi transfomada em vampira, e perdeu os poderes. Isso não existe!

  - Errado. Para ela, ou para qualquer um, isso não existe mesmo. Mas... Eu sou diferente - ela deu de ombros, não dando muita importância a isso. Bonnie ficou em silêncio, ainda processando o excesso de informação.

  A sala não emitia nenhum ruído sequer. Nem mesmo Elena.

  - Vamos, Bella... Você pode perceber a semelhança - escutei Brian dizer, com o rosto aparentando aflição. Pisquei, atordoada.

  Semelhança de quê?

  - Bella - primeiramente, pisquei em choque, depois focalizei Esme hesitante no meio dos Cullens. Carlisle a soltou quando viu que eu prestava a atenção: - Bella... Sabe de um coisa? Ás vezes, existem situações que nos levam a tomar medidas extremas, medidas que ás vezes, não nos agrada - ela foi se aproximando, e logo estava na minha frente, segurando as minhas mãos. Ela me olhava com os olhos suplicantes, o maxilar, tenso: - Você se lembra da minha história, não se lembra? Quando eu pulei do penhasco, porque havia perdido meu filho? - assenti minimamente. Ela sorriu, tensa com a lembrança: - Por amigos, nos arriscamos. Por amor, nós perdoamos. E por filhos, nós sofremos. Entende aonde eu quero chegar?

  - Eu... Eu não entendo, Esme. Por que vocês não podem simplesmente nos contar a verdade? - ela balançou a cabeça, claramente aflita e irritada (acho que mais consigo do que comigo) e se afastou, para perto de Carlisle novamente.

  Um arquejo ofegante se foi ouvido, e logo Damon estava perto de Elena, Isy e Katherine, as olhando minuciosamente. Isy e Katherine estavam impassíveis. Elena não estava com expressão alguma. Mas os rostos das três eram idênticos.

  Damon se afastou delas, ainda sem piscar, e se virou para Julie, parada aonde a pouco ele estava. Seu rosto estava tenso, mas seus olhos emitiam um brilho de... Satisfação?

  - É, Salvatore - escutei a voz de Edward dizer, sem emoção alguma, mas em tom de aprovação. - É isso mesmo.

  - Como assim "é isso mesmo"? O que isso quer dizer? - Tyler perguntou, tão frustrado quanto eu.

  Mas a resposta veio de alguém que eu não esperava.

  - Quer dizer, Tyler, que Katherine, Isabelly e Elena... São filhas de Julie - a voz de Jeremy não continha emoção nenhuma, e era fria como navalha.

  Choque. Arfares de indgnação. Surpresa.

  Era o que eu ouvia e que sentia dos meus amigos, de Caroline, de Tyler, de Bonnie, de Stefan e...

  Eu. Os outros... Até mesmo Matt, Damon, os Cullens, todos... Estavam sérios, somente observando.

  Encarei Elena, estudando - a.

  Então era isso o que ela queria dizer quando falou que tinha sido enganada?

  - Elena?

 Minha voz parece que a tirou do transe, e ela sorriu, amarga e infeliz. 

- Agora que vocês já sabem... Não precisamos mais de segredos, não é mesmo? - Elena falou, doce, mas fitando Julie com grande ódio no olhar.

  Mas eu sabia, que por baixo daquela fachada toda, eu encontraria minha amiga, sofrendo.

  Mesmo com a abundância de informações, eu ainda não sabia o que pensar.

  - Como? - foi o que consegui perguntar, diferentemente dos outros, que tinham milhares de pensamentos confusos na mente. - É impossível! É... É... Surreal! Como?! Elena e Isy não podem ser irmãs de Katherine... Ela nasceu há muito tempo atrás! E você, Julie... Não, não pode ser... - eu balançava a cabeça, transtornada.

  - Você pode ver a semelhança, Bella. Os cabelos... As maçãs do rosto... A pele... A estatura delas... Julie é a mãe delas, Bella - Gabriel falou, saindo de seu silêncio. Minha cabeça fervilhava. Aquilo era impossível!

  - Acredite, Bella, estou tão transtornada quanto você - Elena falou, andando em minha direção lentamente. Minha amiga exalava puro ódio e rancor. Ela gargalhou, macabra: - Você sabe, Bells, o que é ter uma vida de mentiras? Onde você descobre que os pais que te criaram, que te disseram que te deram a luz, são falsos? Que você é adotada? - agora sua voz era pura agonia. Ela não me olhava, mas encarava a todos, principalmente, que mantinha a postura rígida, os punhos cerrados. Elena continuou, sem piedade: - Aí... Você descobre que não é uma pessoa normal! Que é uma aberração da natureza, que é uma Doppleganger de uma Petrova sem graça, que só serve para um lunático que quer criar híbridos, e além de tudo, igual a ex de seu namorada e cunhado vampiros? Que tem amigos sobrenaturais? Que tem uma irmã que lhe abandonou durante 5 anos, por medo do que acontecia comigo? - Elena estava tremendo, mas isso não a impediu de terminar: - E como se isso não bastasse, cai a bomba de que uma desconhecida qualquer, que "chega" junto com a irmã depois de cinco anos longe? Aí você descobre, que essa desconhecida se diz ser sua mãe!

  "Mas está aí uma coisa que eu aprendi a duras penas, amiga: mãe não é aquela que põe no mundo. Mãe é aquela que está perto de você quando você chora só porque o sorvete caiu no chão e ela está lá para te consolar quando criança. Mãe é aquela que te dá uma bronca só porque comeu doce antes do jantar. Mãe é aquela que sempre, não importa o que for, está do seu lado dia e noite, e que não foge da responsabilidade. Mãe é aquela que cuida, Bella. E essa... Mulher - ela apontou para Julie, que a encarava de olhos brilhantes - Não é e nunca será minha mãe, e pouco me importa os problemas dela, porque quando eu mais precisei da minha mãe, ela não estava lá... E isso não tem perdão, Bella. Não para mim."

  - Elena, você não acha que dev... - mas ela me cortou, dizendo:

  - Não, Bella. Eu não posso perdoar isso. Não posso aceitar! Essa mulher me abandonou, me deixou desamparada, e isso mãe nenhuma faz. Ela é uma irresponsável!

  - Elena! - Caroline falou, surpresa e desconcertada. Elena nunca havia agido assim.

  - É verdade, Caroline. Uma irresponsável! E também... - olhando para Julie, ela disse, fria: - Um desalmada.

  - Elena!!! - dessa vez, Stefan ofegou, surpreso pela mudança em Elena.

  Mesmo com essas repreensões, Elena agiu como se não tivesse escutado.

  E falou, dando a cartada final:

  - E eu a odeio.

  - ELENA! - Damon repreendeu, alto e sério, assustando a todos.

  Olhando para Julie, vi ela tremer, de olhos fechados, as lágrimas descendo por aquela face, antes com cor, agora pálida. Ela ofegava baixinho, como se estivesse sentindo dor.

  - Elena... Você não vê que isso afeta a todos nós? Que machuca mamãe? - Isy falou, do mesmo jeito que Julie, só que pior. Jake, antes distante, agora estava mais perto de Isy, sério e preocupado.

  Isso parece ter sido na gota d'água para Elena:

  - Até quando você achou que poderia me enganar?! Achou que eu fosse idiota o bastante para não perceber?! - Elena gritou.

  - Nunca quis te enganar, Elena! Era para o seu próprio bem! - Isy chorava, se desmanchando em lágrimas. Jake a amparava.

  Mas antes que alguém falasse algo, Katherine se intrepôs no meio, dizendo com a voz fria:

   - Você é a única que está dando show aqui, Elena. Não era a verdade que você queria? Agora você tem. Só não vou deixar você humilhando a minha família por saber que teve partes de sua história omitida. Você é uma criança, Elena, tem muito o que aprender. E você ainda vai perder muita gente que te ama com esse seu orgulho idiota! - dito isso, Katherine sumiu, assim como todos os outros que chegaram a pouco com ela.

  Até mesmo Julie.

  Restaram Jeremy, Bonnie, Caroline, Tyler, Matt, Stefan, Elena, Damon, Isy, Jake e eu, espalhados naquela sala.

  Nem mesmo os Cullens estavam lá.

  (n/a: Coloquem essa agora: http://www.youtube.com/watch?v=CdhqVtpR2ts)

  - A vadia não aguentou a verdade, não é mesmo? - Elena falou, dessa vez mais baixo. A adrenalina se esvazia de todos, eu podia sentir. - É melhor assim. Só não quero que ela tente dar uma de "mãezinha" para cima de mim. Eu a odei...

  - CALE. A. SUA. MALDITA. BOCA. ELENA! - todos, até mesmo eu, se assustaram com a explosão de Isy. Olhei - a, e ela tremia, e já não aparentava mais a delicada expressão frágil triste e assustada de antes.

  Ela tinha uma expressão assustadora, raivosa e macabra, e seus olhos brilhavam de puro ódio. Uma versão totalmente diferente da mesma ou de Elena.

  Sem ligar para nós, ela falou com Elena, como se estivessem sozinhas:

  - Você é uma ingrata, Elena. Você não sabe metade das coisas que Julie fez por nós, sua idiota. Se não quiser que Julie participe de sua vida, tudo bem, esse nunca foi o objetivo dela. Mas como Katherine, não vou deixar que você destrua minha família só porque você é uma criança mimada e medrosa! - Isy sibilou, furiosa, apontando para a cara de Elena. A mesma estava chocada, sem piscar.

  Um toque de celular fez com que Isy se distraísse por um momento. Atendeu o mesmo sem ver quem era.

  - Onde vocês estão? - ao meu ver, ela já sabia quem era. Não consegui escutar o outro lado, então me limitei a escutar somente Isy. Ela franzia a testa. - Mas por que aí? Ahh... Entendo... Não, tudo bem. Certo, já estou indo para aí... Isso, não deixe eles saírem. Já tivemos muita confusão por hoje... Ok, tchau - desligou e guardou o celular em seu bolso da calça. - Vamos, Jake - falou, ignorando a gente. Ele assentiu e já se dirigiam a porta, quando perguntei, confusa:

  - Aonde vocês vão?

  - Eu não ficarei num lugar onde as pessoas odeiam a mulher que me ama e que me pôs no mundo. Eu estou indo ver minha família. Por quê? - Isy perguntou, meio rude, meio triste.

  Olhei dela para Elena e os outros que me encaravam.

  Haviam coisas, haviam segredos entre nós ainda. Eu não suportava nem mais um segundo ficar no escuro, sem saber de nada. Estava na hora de eu pensar não só em mim, mas em todos, e descobrir o que realmente estava acontecendo, mesmo que isso significasse magoar minha amiga.

  "Me perdoe, Elena" - implorei com os olhos, me virando para Isy, que me fitava com curiosidade agora.

  - Vou com vocês. Não odeio Julie como pensa.

  Eles ficaram em choque, mas logo assentiram. Fui até eles, sem olhar para trás, mas antes que saíssemos, três vozes se sobressaíram ás minhas costas:

  - Eu também.

  E eram Matt, Jeremy e... Damon.

  - Ótimo - Isy murmurou e saiu porta afora com Jake. Segui, sentindo os três atrás de mim, e ouvindo os pensamentos ofensivos de Caroline me perseguirem.

  O ar frio daquele tarde nublado chegou ao meu corpo, me trazendo a consciência e levando para longe meus pensamentos conflituosos e tristes. Eu estava prestes a descobrir toda verdade, e não podia ocupar minha cabeça com outras coisas banais.

  - Vamos - de repente, Isy e Jake apareceram em uma caminhonete. Jake na direção e Isy ao seu lado. Ela nos encarava: - Subam aí atrás.

  Um por um, subimos na traseira da caminhonete. Não era nem tão grande, nem tão pequena, mediana, o que resultou: Matt e Jer de um lado e Damon e eu do outro, sentados lado a lado.

  Deus. Até quando isso durará?

  - Para onde vamos? - Damon perguntou através da janelinha, meio desconfortável.

  "Não é só você, querido" - pensei, irônica.

  - Nós vamos para a Casa dos Cullens - Isy respondeu, olhando para trás e sorrindo meio misteriosa. A caminhonete já balançava nas ruas. - Eles estarão lá - ela parou, nos examinando, franzindo a testa. Depois sorriu carinhosamente, voltando a aparência daquela Isy que eu havia conhecido: - Fico feliz que tenham decidido descobrir a verdade por meio de nós. Acreditem: será mais fácil daqui pra frente. E... Bem, será um looongo dia - e se virou para frente. Gemi em desgosto, me afundando no lugar onde estava.

  Já estava sendo um looongo dia.