POV. Damon

  Eu sabia que alguma coisa estava errada. Sabia também que nada era o que parecia ser.

  E que estávamos em uma grande enrascada.

  - Sabe o que eu acho... - comecei, vendo Bella saindo do banheiro já arrumada para ir à escola. Sim, ela havia dormido aqui. Ela me olhou: - Que você tem muito azar em fazer amigos.

  Ela sorriu sarcástica e me mostrou o dedo do meio. Me fingi de ofendido:

  - Que coisa feia, menina! Sou um homem de respeito! - ela me olhou durante segundos antes de cair na gargalhada.

  Safada.

  - Damon, você, um homem de respeito? Ahã, me conta outra - ela dizia, amrrando seu tênis.

  - Haha, muito engraçado - disse irônico. Depois fiquei sério: - Mas é verdade! Olha só aqueles garotos! Quem diria que todos eles se conheciam e ainda conheciam aquela bruxa?

  Seu rosto se transformou na hora. Bingo!

  - Eles tiveram um bom motivo para não nos contar nada, Damon - ela falou. Sua voz estava rouca. Oh-ou! - E além do mais... Você devia ficar feliz. Eles nos ajudaram ontem, e resgataram Elena, isso sim é importante.

  Ela ia sair do quarto, quando a encostei contra a porta, olhando em seus olhos.

  Eles estavam tristes e distantes.

  - Hey... O que há? - perguntei, acariciando seu rosto. Ela suspirou.

  - Eu só pensei... Que eles não mentiriam para mim. Igual com os Cullens.

  Reprimi um impulso de ir atrás daqueles idiotas e arrancar suas cabeças sem utilidade nenhuma, só pra ter uma pequena satisfação da minha raiva.

  Mas o que mais me incomodava era que Bella ainda se importava com eles... Ainda se machucava com isso.

  - Bella... Eu não queria ter dito aquilo por mal, para lhe deixar triste - tentei, ainda passando a mão suavemente em seu rosto. Ela me olhou novamente, dessa vez com lágrimas.

  - Eu sei, Damon. Eu só... Sei lá. Não sabia o que esperar deles. Fazia pouco tempo que os conhecia, mas é como se o conhecêsse - os á anos... Eu não sei mais o que pensar. E ainda tem Elena... - ela fungou. A abracei.

  - Hey... Elena está bem, a bruxa a ajudou, lembra? - desviei da conversa. Senti Bella tremer embaixo de mim.  Ela estava rindo. Sorri.

  - Por que você chama Bonnie e Julie somente por bruxa? Elas tem nome, sabia? - ela se afastou, e pude ver sua cara de reprovação, mas por baixo ela ria.

  - É o que elas são, não é? E só servem pra isso mesmo - dei de ombros. Ela bateu em mim. - Ai! Por que fez isso?

  - Deixe de ser machista, Damon. As bruxas não servem só pra isso. Elas são humanas também. E outra... Você é um vampiro, e não vai ser por isso que vou sempre te chamar somente de "vampiro" - ela falou, indgnada, se desviando de mim, saindo do quarto. A segui.

  - É, mas não deixa de ser quem eu sou. E eu sei o que sou e o que faço, e isso não vai mudar - dei de ombros. E vendo ela descer as escadas, fui até ela em velocidade vampiresca a pegando no colo desprevinida, que riu.

  - O que você está fazendo?

  - Levando minha namorada para tomar café, oras! Posso? - ergui as sombrancelhas, a desafiando. Ela sorriu e não falou nada. Considerei como um sim.  Corri com ela até a cozinha, com a mesma rindo, e a coloquei sentada na banqueta.

  Era hora de cozinhar!

  { 40 minutos depois }

  - Vamos, Bells! Já tocou o sinal! - eu ouvia a voz da Barbie, e queria muito matá - la por estar interrompendo, mas nem liguei, contando que Bella não separasse seus lábios dos meus.

  O que, infelizmente, aconteceu.

  - Tabom, Caroline, tabom - Bells reclamou, a chamando pelo nome inteiro. Isso não era um bom sinal para a Barbie. Ela fechou a cara. - Te vejo depois?

  - Venho te buscar, tudo bem?

  - Tudo bem, vou esperar - ela me beijou rápido dessa vez. - Tchau.

  - Tchau - a vi andar na frente da Barbie rápido, a ignorando. Ri. Ela se virou e me fuzilou com o olhar. Dei meu melhor sorriso irônico e coloquei meus óculos escuros, esperando, como Stefan havia dito...

  E logo estava ali. Vi sair do carro e pegar as mochilas, travando o carro. Estavam de costas. Corri e logo estava atrás delas. Quando se viraram, somente uma pulou.

  - Que susto, Damon! Oi, tudo bem? Como Elena está? - Isabelly perguntou, primeiro assustada, depois preocupada. Dei meu melhor sorriso frio.

  - Por que você mesma não foi ver? Que bela irmã você está me saindo - instantâneamente ela me pareceu chocada, mas logo depois, toda aquela doçura e delicadeza deram lugar á uma fachada fria e indiferente.

  Eu sabia.

  - O que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta, Salvatore. Tinha... Outras coisas para fazer ontem.

  - E essas "coisas" eram mais importantes que Elena? Coitada... Todos esses anos se preocupando com uma irmã que nem dá valor a outra... Que irônico! - bati palmas. Quando vi que ela ia retrucar, a outra levantou a mão, a impedindo.

  - Entre, Isabelly.

  - Mas...  - Vou conversar com o Sr. Salvatore em particular. Entre - Julie(pela primeira vez consegui pensar nela sem ser em bruxa, o que era incrível) mandou, e algo na sua voz fez meus pelos se arrepiarem.  E por incrível que pareça... Em reconhecimento. Fiquei confuso, mas isso passou quando Isabelly me olhou uma última vez antes de ir até o portão da escola e entrar. Encarei Julie.

  Antes que dissesse algo, ela gesticulou pro carro dela.

  - Entre - deu a volta novamente no mesmo e entrou. Fiquei encarando o carro até que o vidro abaixou e pude vê - la sentada no banco, com os óculos escuros abaixados e com as sombrancelhas arqueadas, uma pergunta silenciosa. Seus olhos eram verde musgos escuros.

  - Você quer mesmo que eu entre no seu carro depois de tudo o que descobrimos? - perguntei, descrente. Ela deu de ombros.

  - Você está atrás de respostas, eu as tenho. Não é difícil fazer dois mais dois, não é mesmo? - ela zombou, irônica. Dei um sorriso inviesado e entrei. Ela arrancou dali cantando pneu. Fechou as janelas.

  - Está tentando me raptar? - ironizei.

  - Não seria difícil - ela deu de ombros novamente. Percebi que usava somente uma regata preta e calças jeans com botas abaixo dos joelhos. Ela continuou: - Mas não.

  Ficou um silêncio estranho no carro, até que por fim vi que estávamos saindo de Mystic Falls.

  - Para onde está me levando? - nunca me importei com velocidade, mas ela chegou bem rápido na fronteira.

  - Aqui - falou em menos de um segundo, já saindo do carro. Fiz o mesmo, fechando a porta, vendo ela entrar mata adentro. A segui, impaciente pela pouca informação.

  Porém, antes que eu pudesse falar algo novamente, avistei um casebre no meio do mato, precariamente precário.

  Tenho que parar de andar com Stefan.

  - Nós vamos entrar ai? - perguntei, descrente. Ela virou seu olhar para mim indiferente e continuou andando, mas antes eu realmente escutei algo como "Antes você não se importava com isso". Estranho...

  Ela logo se aproximou do casebre assim como eu, que estava logo atrás, e fez algo surpreendente:

  Ela chutou a porta. E não quebrou.

  - Apareçam - ela simplesmente disse e se encostou na grade da varanda, o que parecia, a única coisa em perfeito estado ali. Encarei a porta.  E saiu dali as pessoas que eu queria matar no momento, mas que assim que as vi, fiquei realmente pasmo.

  Brian, os irmãos Martez, e principalmente Evan e Katherine continham queimaduras de 3º grau espalhadas por todo corpo. Eles estavam vestidos, mas grande parte de sua roupa estava chamuscada e queimada, e algumas parte do corpo deles estavam em carne viva queimada. Partes de seus cabelos estavam com fuligem, e, por incrível que pareça, pela primeira vez, Katherine e todos, principalmente Brian, tinham aparência de vulneráveis.

  - Meu Deus... O que aconteceu com vocês? - perguntei, pasmado.

  - Já acabou com o checape geral? Agora ponha essa sua cabeça para funcionar e descubra sozinho - Brian falou, sarcástico. Grunhi.

  - PAREM! Deus... A testosterona de vocês subiu a cabeça de vocês? Estou morrendo de dor de cabeça e vocês aí brigando... - Katherine reclamou, mancando até o lado de Julie, apoiando - se nela.

  Não... Abraçando ela.

  - Eu não estou entendendo nada...

  - Novidade - tossiu Brian. O encarei.

  - Meninos, chega - Julie disse, se pondo entre nós. Ela olhou pra mim. - Você não queria respostas? Estão aí.

  Olhei pro os outros cinco ali, sem entender.

  - O que eles tem haver com isso? - perguntei, confuso.

  - Lembra - se de que sumi depois que trouxe Elena de volta? - Julie perguntou, me encarando. Seus olhos, agora vermelhos, me intimidavam interiormente. Assenti. - Bem, como todos eles tentaram alertar, eu paguei o preço. Mas como toda vez que pagamos algo, alguém tenta abusar. Brian, Evan, Gabriel, Michael e Katherine interviram ao me ajudar. E se machucaram.  Os olhei. Eles me encaravam sem expressão alguma no rosto.

  - Aonde quer chegar? - perguntei, mantendo minha expressão controlada.

  - Não era a lealdade deles que você queria testar? Isso é prova o suficiente para você acreditar que eles tiveram grandes motivos para esconder a verdade de vocês? - ela deu um passo pra frente, me encarando.

  Os fitei, uma parte de mim querendo muito acreditar, mas...

  - Vamos lá, Damon! Você é mais esperto do que isso... Aquela humanazinha está te deixando retardado? - Katherine falou, destilando, como sempre, seu veneno.

  Mas falar em relação a Bella era demais.

  - Não ouse falar de Isabella, Katherine. Você não tem caráter para falar dela - falei, com voz baixa, sibilando.

  - Ou o quê? Convenhamos, Damon, você está pensando com a cabeça de baixo - ela sorriu irônica. Rosnei.

  - Então é isso - Evan falou, mas sua voz saiu fraca. Ele tossiu. - Você não quer que nós fiquemos perto de Bella.

  O encarei, sem ter motivos para mentir.

  - Desde o dia que vocês entraram na vida dela, ela só tem tido problemas. Vocês já chegaram a pensar o quanto ela confiou em vocês para depois vocês a magoarem? - perguntei, com raiva.

  - E você já chegou a pensar que tem muito mais coisa em jogo do que uma pequena mentira? - Gabriel perguntou, me estudando. O encarei de volta.

  - O que quer dizer com isso?

  - Que há muitas coisas acontecendo e que vocês não estão dando conta da situação - dessa vez, Michael falou, e seu tom era inteligente e misterioso.

  - Você já pensou que se não fosse por nós, vocês nunca saberiam onde Elena estava? - Katherine perguntou dessa vez, com a voz baixa, e... Com receio?

  Deixei isso de lado e pensei...  A bruxinha não havia conseguido localizar Elena que nem da outra vez, tanto que o mapa pegou fogo. E realmente... Se Katherine e Julie (e os vampiros ajudantes também) não tivessem aparecido, nunca saberíamos onde Elena estava.

  E...  Ela poderia estar morta agora. Isso destruiria Stefan.  E Bella.

  - Vocês nos ajudaram quando mais precisamos, e creio que Stefan está muito grato por tudo, mas não sou tão ingênuo igual á ele para não perceber que tem algo errado - coloquei pressão, vendo eles piscarem, com a visão entrando em foco, como se estivessem em outro lugar.  Estranho...

  - Ele tem razão - Julie se pronunciou depois do silêncio. Ela continuou: - Realmente, em atual circunstâncias Stefan não poderia perceber o que está acontecendo. Temo dizer que ele está mais preocupado com a segurança de Elena do que de costume - a última parte disse mais para si mesma. Ela balançou a cabeça.  E riu!  A olhei, sem entender. Os outros a olhavam como se fosse normal.  - Klaus teve um motivo para vir justamente agora para Mystic Falls, Damon. Ele já tinha grande estoque do sangue de Elena depois que partiu, porque você acha que ele veio para cá agora? - Julie perguntou, me encarando fixamente.

  Não preicisei nem de um segundo para entender.

  - Ele está atrás de Bella - não foi uma pergunta.

  - Exatamente. Já que por ser quem é, e por ser filha dos "inimigos" de Klaus... Era de se esperar. O que um coração partido não faz com homens rancorosos - e ela riu de novo.

  - E por que não disseram isso antes? Vamos contar aos outros, e vamos organizar tudo para derrotar Klaus - disse, esclarecendo o óbvio.

  Mas parece que eles já tiveram essa idéia.

Michael falou, escarneando:

  - E você acha que estamos fazendo o quê, Damon? Brincando de rodinha? Estamos á muito tempo vigiando os passos de Klaus, e estamos sim protegendo Bella, e principalmente Elena. Mas não é tão fácil assim.

  - É... Complexo - Gabriel completou. Os encarei como se fossem seres de outro mundo.

  - Vocês já pararam para pensar que se contassem para os outros eles, definitivamente, ajudariam?

  - Você já parou para pensar que não estamos sozinhos nessa? - Katherine falou, enigmática.

  - Há mais de vocês em Mystic Falls? - perguntei, curioso e confuso. Se havia, como nunca percebi?

  - Sim - Julie falou, me estudando. Seus olhos adquiriram um tom cinzento chuvoso. - Há mais. Assim como Klaus tem seu bando, nós temos nossos companheiros para nos ajudar - ela andou mais um passo, tanto que já estava cara a cara comigo, por mais que ela fosse uma cabeça mais baixa que eu. - Damon, entenda, há muitas coisas em jogos aqui do que fatos omitidos de vocês. Não revelamos pois vai haver uma guerra, e das grandes. Se jogássemos essa bomba em vocês... Você não acha que Klaus está preparado? Depois de milênios, Damon, ele acordou os outros Originais. Eles estão atrás de poder. Bella e Elena são as peças fundamentais para isso. Você quer que nós acabemos em desgraça? - ela nao esperou eu responder. - Essa é a questão crucial que quero que você pense, Damon, e acima de tudo pela qual o trouxe aqui.

  Fiquei um instante em silêncio, pensando...

  Julie e os outros tinham razão. Provavelmente com uma bomba dessas, Stefan-e admito, eu-ficaríamos apavorados com a idéia de que Elena e Bella são peças no jogo dos Originais, e principalmente com quem teríamos que lutar.

  Não deixavam de ter razão. Suspirei.

  - Qual é o plano?

 POV. Elena(Especial)

  Eu sentia que estava flutuando, mas ao mesmo tempo sentia meu corpo pesado num lugar macio e confortável, que com a ponta dos dedos, reconheci como uma cama.

  Lentamente, eu fui redobrando a consciência e abrindo os olhos devagar, reconhecendo quase intantâneamente antes de abrir os olhos por causa do cheiro.  Era o quarto de Stefan.  Mexi minhas mãos e meus braço. Flexionei os dedos dos pés e sorri. Estava inteira.

  - Posso saber qual é o motivo desse sorriso? - a voz de Stefan me alcançou quase no mesmo momento que pensei nele. Vasculhei o quarto com os olhos e vi ele na poltrona ao lado da cama, sorrindo.

  Mas ele estava diferente. Havia bolsas enormes embaixo de seus olhos, e ele parecia extremamente pálido, como se não andasse se alimentando direito. E também parecia extremamente cansado, como se não descansasse á dias.

  Me apavorei.

  - Stefan... O que aconteceu? - ele me estudou por um tempo, franzindo as sombrancelhas.

 - Você não se lembra?

  "Se estou perguntando é porque não, né" - iria responder, mas considerei rude demais, anda mais nessa circunstância.

  - Não... O que acontec... - mas não completei porque uma enxurrada de lembranças me atingiram com força total.

  O vestiário... Dois híbridos me apagando... O quarto escuro... Klaus, Kol e Rebekah... As agulhas... As bolsas de sangue... A visão turva...

  - Shii, eu estou aqui, nada vai acontecer - Stefan passou a mão em meu rosto, limpando as lágrimas que eu não vi escorrer pelo meu rosto. Funguei.

  - O que aconteceu comigo, Stefan? - perguntei, com a voz baixa. Ele me olhou com dor.

  - Klaus a pegou e... Parece que arrancou uma grande quantidade de sangue de você.

  - Parece? Você não viu? - perguntei, confusa.

  - Não - ele respondeu, com armagura. Arqueei as sombrancelhas.

- Lembra - se da garota nova que chegou com sua irmã?

  - Julie D'Ângelo - assenti.

  - Então... Ela é uma bruxa.

  - O quê?! Como assim? - perguntei, pasma. Ela parecia tão... Humana.

  Eu também parecia. Antes.

  - E tem mais... Brian, Evan, Gabriel e Michael... Todos eles se conheciam. Até mesmo Katherine está envolvida nisso. E penso que Isabelly também - ele afagou meu rosto delicadamente, me encarando com pesar. - Eles te salvaram, junto com os Cullens e Tyler. Isy não foi, mas se pudesse, acho que teria ido, assim como eu, mas não pude. Julie me prendeu na Pensão junto com Esme, Carlisle, Alice, Rosalie, Caroline, Bonnie, Matt, Jeremy, Bella, Damon...

  - Estão todos bem? - lembro que havia muitos híbridos lá...

  - Tiveram muitos ferimentos, mas aparentemente estão muito bem. Mas quando você chegou aqui... - ele estremeceu e parou de falar. Apertei sua mão.

  - Me conte, Stefan. Preciso saber de tudo para mim poder destruir Klaus com todo o meu ódio.

  Ele engoliu em seco, mas assentiu.

  - Você... Gabriel chegou carregando você, e você estava horrível, Elena. A grande perda de sangue lhe deixou pálida, e você parecia que não se alimentava á meses. Estava definhando! Parecia... Parecia...

  - Um cadáver - sussurrei, em choque. Ele apertou minha mão.

  - Você estava quase... Quase... Enfim, Julie lhe trouxe de volta. Ela recitou um feitiço e lhe deu o sangue dela para te trazer de volta, e bem... Você parece muito mais saudável do que era antes - ele sorriu, beijando minha testa.

  - E onde estão todos? - perguntei.

  - Esme, a mãe dos Cullens, convenceu a todos que fossem a escola hoje, que ficando parados sem fazer nada esperando você acordar não ia levar a nada, e que certamente você ficaria estressada ao ver que muita gente estava te tratando como uma criança indefesa - não conheço Esme, mas gostei dela. Era como se me conhecesse. - Enfim... Estão todos na escola. Damon levou Bella mas já faz um bom tempo que está fora. Estou preocupado.

  - Eu também... Mas Damon não fica boiando, Stefan. Ele é esperto - afirmei, sentindo orgulho do meu cunhado.

  - Ééé... - ele sussurrou, afagando distraidamente minha mão. Sua voz saiu baixa, mas eu consegui escutar: - Eu quase cheguei a te perder, Elena. A dor de isso quase acontecer é... Trucidante. Eu não sei o que iria fazer se isso de fato se concretizasse. Eu te amo tanto... - e lágrimas escorriam pela sua face.

  - Não... Stefan, você não vai me perder. Estou aqui, e estou bem, ok? Eu também te amo muito, meu amor... Você não vai me perder - entoei novamente, tentando acalmá - lo. Ele sorriu entre as lágrimas.

  - Eu aqui chorando e nem pensei se você precisa de algo... Está com fome? Bonnie cozinhou acho que tudo o que ela viu pela frente na cozinha - rimos.

  - Não se preocup... - mas meu estômago roncou tão alto que me assustou, e nos fez rir. Ele me deu um selinho e se levantou.

  - Já trago algo - ele ia sair do quarto, quando um pensamento atravessou meus pensamentos tão rápido que o chamei:

  - Stefan?

  - Sim, Elena? - ele perguntou, hesitante.  Pensei em tudo o que aconteceu... Em tudo o que passamos... E que quase eu morri na noite passada...  Eu não podia mais ficar boiando. Não podia deixar que Klaus me usasse novamente. Eu quase morri!

  E foi com esses pensamentos que cheguei á uma conclusão.

  - Por que não me transformou? - disse pouco, mas sabia que ele iria entender, tanto, que até vi ele se encolher ligeiramente. Depois soltou o ar e respondeu, com ar temeroso:

  - Porque... Você não queria ser uma vampira. Eu respeitei sua decisão até o final.  Assenti, o olhando nos olhos.

  - Stefan, já sei o que quero de aniversário.

  Ele me olhou surpreso pela mudança de assunto, e depois sorriu, aprovando.

  - O que é, então, senhorita Gilbert?

  Mas a medida que ia dizendo, vi seu sorriso ia desaparecendo aos poucos:

  - Eu quero que você me transforme em uma vampira...